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domingo, 31 de outubro de 2021

 MOMENTOS DE REFLEXÃO


A felicidade esteve no que esteve.
O que esteve deixou de estar.
E a felicidade também.

Agora, a felicidade está no que está.
O que está deixará de estar.
E a felicidade também.

A felicidade estará no que vier a estar,
Mas cessará com o cessar do que estará.

A felicidade, que esteve, está e estará,
Se tornará sempre esteve
Na medida em que o tempo passar.

Felicidade que ESTÁ não É.

A felicidade que sempre É,
é porque EU SOU.

EU SOU porque DEUS É.


Olhe-se no espelho. 
Aí está quem poderá ajudá-lo no caminho redentor.
aí está quem poderá frustrá-lo no esforço por libertar-se.
Procure conhecer esse que o espelho mostra.
Ele poderá protegê-lo ou traí-lo
Não o perca de vista.
Vigie, principalmente, os motivos que o levam a agir
e os disfarces com os quais tenta enganar.


Enquanto ansiamos pela paz não a alcançamos.
Ansiedade e paz são antíteses. Nunca se juntam.

Como é frágil a paz de quem se acovarda 
diante da perspectiva de vir a perdê-la.

Na ansiedade pela paz infinita, 
o homem chega a perder a limitada paz que já tem.

Viver é para quem, mesmo na solidão, não se sente só, 
e até mesmo sem nada fazer não se sente vazio e inútil. 


Desiludir-se não é negativo.
É libertar-se. É nascer. É encaminhar.
Os iludidos, ou irão para o inferno ou já estão lá.
Só as desilusões desimpedem a estrada.
Deus abençoe minhas redentoras desilusões. 
 

 
Triste mundo onde ainda quase todos vivemos 
insensíveis à miséria dos ricos: 
à fragilidade dos violentos: 
à torpeza dos valentes: 
à ignorância dos eruditos; 
ao tédio dos eróticos, 
à indigência espiritual dos malvados; 
à dúvida dos dogmáticos; 
à insegurança dos opulentos; 
à tragédia das meretrizes; 
ao desalento dos fortes; 
à imaturidade dos corruptos; 
às lágrimas que os sorrisos em vão tentam esconder; 
aos dramas que as comédias disfarçam...

Que mundo triste esse, no qual nos distraímos com as aparências, iludimo-nos com as máscaras, divertimo-nos com as fantasias e pantomimas que todos representam.


Temer a dor é covardia,
Tentar fugir, tolice.
Fazê-las nos outros sadismo.
Alimenta-la em si mesmo, masoquismo.
Revoltar-se, imprudência.
Compreende-la, amacia-la em aceitação é sabedoria, fortaleza, redenção.


Amigo, vamos cantar a canção universal, juntos, em uníssono, 
como se fôssemos Aquilo que somos __ UM SÓ? 
Ela germina do silêncio.

Do silêncio que a paz gerou... e gera.

E gera amor, que é a implosão da discordância, da dissonância, 
da discrepância que a distância produziu e nutre.

O amor é o fim de todos os ismos tétricos, trágicos, patéticos, esdrúxulos, que degradam, envergonham 
e ensanguentam a humanidade.

Unidos, vamos cantar a Canção Universal, 
mergulhados no bem-aventurado silêncio da paz?

Só a alma tranquila, acalentando o silêncio, pode,
 em sublime clamor se expressar pela sacralidade do silêncio 
mais profundo e mais fecundo.

Entoemos a  partitura de silêncio da Canção que brota do coração, 
que se alegra e se expande.

Embalemos com a sagrada Canção a humanidade que começa
 a se agitar na aflição da premonição que rumoreja 
no negrume do horizonte do horror.

Cantemos a Canção, que é oração em favor das multidões 
rebeladas contra Deus, mas robotizadas 
pelos pseudo-poderosos desse mundo.

Oremos para que todos desconfiem do poder
 e do prazer, da posse e da violência.

Que os homens, des-iludidos dos falsos valores, 
finalmente descubram a felicidade que não cessa, 
a inerente do Ser; a Paz que transcende os parcos limites estreitos 
da razão; a segurança que não está nas armas, 
na força, no poder, no dominar...

Tomara que o silêncio-partitura de almas puras comece 
a ser ouvido acima do sussurro 
das calúnias, 
das promessas hipócritas, 
das maldições cruéis, 
das propostas dos demagogos, 
dos ais dos injustiçados, 
dos gemidos dos carentes, doentes perdidos, 
acima do estampido das bombas terroristas, 
dos clamores da publicidade entorpecente, 
do uivo das multidões alienadas, 
dos decibéis cruéis da música neurótica, 
do horror dos noticiários, 
acima do rá-tá-tá das metralhadoras assaltantes, 
acima da serra elétrica arrasando floresta indefesa e inocente.

Pretensões irracionais, anti-científicas, quiméricas!...

Podem assim pensar os medíocres, 
alienados no grande mercado, 
vagando sem rumo, 
embora suponham que sabem o que são e o que querem. 
Podem assim, falar os que ainda não escutaram a lição 
da verticalidade da raça humana.

Eles, acomodados na horizontalidade medíocre, 
supondo que sabem e querem, 
se deixam arrastar, manipular, massificar, esvaziar, robotizar, manobrar, mesmificar, embrutecer, degradar...
Pobres consumidores-consumidos! 
 
Vamos, amigo, fazer nosso silêncio, nossa paz; 
fazer nossa Canção mais audível. 
Nossos irmãos __ os normais! __, sem saber e sem querer, 
estão sofrendo, e acreditando que gozam, 
desprovidos mas supondo possuir, 
escravizados mas imaginando serem livres...
Eles precisam de nós.

A Canção salvadora não é obra de homens.

Milênios e séculos assistem à sua composição. 
Vem sendo composta e proposta pelos luzeiros do céu.

RAMA,

KRISHNA,

MOISÉS,

BUDA,

BABAJI,

SÓCRATES,

JESUS,

MAOMÉ,

SANKARA,

CAITANYA,

RAMAKRISHNA,

RAMANA,

SÃO FRANCISCO,

SIVANANDA,

SATHYA SAI BABA...

As estrelas cintilam seu divino silêncio e balbuciam a Canção, 
pedindo que a acompanhemos. 
Vamos tentar aceitar seu convite? 
Vamos criar e manter o tesouro do silêncio?

Pelo menos você e eu seremos dois somente 
a mergulhar na bendita paz da Felicidade Incondicional, 
que é escutar e cantar e, tenho certeza, 
alguém, neste imenso mundo 
será menos infeliz e menos aflito.
 
 
JOSÉ HERMÓGENES
http://nilvamelhor.blogspot.com 

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