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terça-feira, 31 de agosto de 2021

FLUINDO COM O MESTRE AÏVANHOV


O fogo ensina-nos a libertação.
 
Observai um fogo de lenha a arder...
 
Toda a energia solar acumulada na árvore, e que é a alma dessa árvore, se liberta da forma na qual estava aprisionada e volta para as regiões celestes.
 
É o fogo que permite a abertura desses milhares de saídas pelas quais se escapa a alma da árvore.
 
Os barulhos, os estalidos que se ouvem, são a linguagem da libertação.
 
Onde é mais difícil forçar a saída, a alma tem de bater com mais força, e todas essas explosões são os cantos de vitória da alma a libertar-se.
 
E nós, se aprendermos a olhar para o fogo, sentimos que nos libertamos dos nossos invólucros, das nossas carapaças.
 
Para se libertar e voltar à sua pátria celeste, a nossa alma precisa de fogo.

No Universo, é todos os dias que se celebram as núpcias do espírito com a matéria, do Céu com a Terra.
 
Então, estai atentos, para que vos seja permitido participar nessas festas que estão a ser dadas pelo
 
Pai Celeste (o espírito) e pela Mãe Divina (a matéria), rodeados por todas as hierarquias angélicas.
 
Para se ser admitido nessas festas, é preciso, evidentemente, preencher certas condições.
 
Àqueles que tentam entrar sem estarem preparados acontece exatamente a mesma desventura que ao homem que Jesus menciona numa parábola: ele apresentou-se no banquete sem ter levado a veste de cerimônia e não foi aceite.
 
Na realidade, essa veste é um símbolo: ela representa as qualidades e as virtudes que é preciso ter para se ser admitido à mesa do banquete divino: o desapego, a pureza, a bondade...
 
Talvez não vos convidem a sentar-vos à direita do Dono da casa, mas, mesmo na outra ponta da mesa, vale a pena ter um lugarzinho para participar no banquete.
 

Vós desejais a harmonia, desejais a paz e, com efeito, elas são os bens mais preciosos.
 
Entretanto, nunca esqueçais que só as obtereis se primeiro tiverdes encontrado dificuldades e oposições.
 
Aquele que julga que consegue encontrar a harmonia e a paz, sem antes ter aprendido a vencer obstáculos, prepara para si mesmo uma vida de fraquezas e de desordens, pois deixar-se-á levar pela facilidade e pela preguiça.
 
A verdadeira harmonia e a verdadeira paz são a recompensa que só é recebida por aqueles que conseguiram conquistá-las com a sua resistência a sua bondade, a sua capacidade de sacrifício.
 
Eles aprenderam a utilizar tudo, a transformar tudo, a melhorar tudo e, mesmo que tenham de passar por provações e sofrer, não ficam perturbados e não perturbam os outros.
 
Graças a um trabalho sustentado, eles entram em relação com as entidades luminosas do mundo invisível e, então, atingem a verdadeira paz, a verdadeira harmonia.
 

Deus, o nosso Pai nos criou à sua imagem
 
Eu repito, insisto, volto sempre às mesmas questões.
 
Não é que não me aperceba das dificuldades que encontrais no vosso caminho: o objetivo de atingir a perfeição do Pai Celeste é muito difícil, evidentemente, quase impossível.
 
Mas como Deus, o nosso Pai nos criou à sua imagem, deu-nos todos os meios para realizarmos essa perfeição.
 
Eu não quero defender nenhuma religião, nem sequer defender o Senhor, pois Ele não precisa de ser defendido.
 
Pensais que aquilo que os humanos fazem, mesmo sendo milhões e milhões, nesta poeira que é a Terra, pode realmente perturbá-LO? Não.
 
O que representam eles na imensidão do Universo, povoado por miríades de criaturas, de Anjos, Arcanjos e Divindades?
 
O que eu quero defender e apoiar é o ser humano, sim; o ser humano, pois ele não poderá dar um verdadeiro sentido à sua vida enquanto não descobrir em si próprio a imagem de Deus, e não trabalhar para vivificar essa imagem.
 
A Criação é obra dos dois princípios, masculino e feminino.
 
Assim que se encontram em presença um do outro, estes dois polos opostos e complementares começam a trabalhar para criar.
 
Esta lei aplica-se a todas as regiões do Universo e também é ela que rege o comportamento dos humanos.
 
Na presença de uma mulher, um homem mostra-se empreendedor, ao passo que ela se torna receptiva.
 
Os Iniciados, que foram muito longe na compreensão de todos os fenômenos naturais, aprenderam a utilizar esta lei da polarização na vida espiritual.
 
E aí já não se trata, evidentemente, de homens nem de mulheres, mas de princípios divinos.
 
Assim, para desenvolver nele as qualidades femininas - a receptividade, a humildade a doçura, a bondade, a obediência -, o Iniciado põe-se em presença do princípio masculino, o Pai Celeste.
 
E, para desenvolver as qualidades masculinas - a força, a vontade, a audácia -, ele entra em contacto com o princípio feminino, a Mãe Divina.
É por saber trabalhar alternadamente com as forças masculinas e femininas que, um dia o Iniciado é capaz de fazer nascer nele o filho divino: o Cristo. 
 
  
Pode acontecer-vos, quando orais, ter a sensação de que isso não serve para nada, de que ficais no vazio.
 
Vou dar-vos um método simples, mas muito eficaz.
 
Quando orais, começai por criar a imagem de uma multidão de espíritos dispersos no mundo inteiro e que, lá onde se encontram, estão a concentrar-se no Criador, a ligar-se a Ele pelo seu pensamento e pelo seu amor.
 
Imaginai que vos juntais a esses seres para orar com eles...
 
Como apelais para o Céu em conjunto com milhares de seres cheios de fervor, a vossa voz já não estará isolada no deserto da vida: sentireis que a vossa oração é ouvida, por causa do grande número de seres que procuram fazer-se ouvir, e também beneficiais com isso.
 
É por orardes sós que tendes a sensação de que a vossa oração não atinge o seu objetivo.
 
O segredo está em ligar-se a todos aqueles que oram, pois, a qualquer momento, algures no mundo, há seres em oração.
 

A tristeza, o desânimo, a irritação...
 
Fazei todo o possível para saírdes desses estados, acendendo as lâmpadas que o Criador colocou em vós...
 
Toda a espécie de lâmpadas, grandes, pequenas, coloridas... Como acendê-las?
 
É muito simples: exatamente como fazeis para acender as lâmpadas em vossas casas.
 
Em cada casa existe uma instalação elétrica que depende de uma central e, quando se quer ter luz, carrega-se num botão.
 
Todos vós possuís interiormente uma instalação idêntica e pode-se dizer que essa instalação recebe a corrente da Central Cósmica: Deus.
 
No mundo físico, existe um botão, um comutador que é preciso girar ou pressionar.
 
Concentrai-vos no Senhor, a Luz das luzes, pensando que acendeis lâmpadas em todo o vosso ser.
 
Acender-se-á primeiro uma, depois outra...
 
Não pareis, outras mais se acenderão e, por fim, será uma verdadeira iluminação.
 
Omrram  Mikhaël  Aïvanhov
http://lotusdourado7.blogspot.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

A ORAÇÃO VERDADEIRA É UM INSTRUMENTO 
DE SERVIÇO AO MUNDO
No Universo em permanente transformação, pouco a pouco a consciência humana vai expandindo-se e descobrindo novas formas de expressar-se. Com o poder inerente ao impulso que lhe chega do Alto, ela rompe as estruturas que a inércia perpetua na vida material. E assim é com todas as coisas, com todos os seres e em todos os reinos: cada qual, em seu ritmo e à sua maneira, vai renovando e adquirindo horizontes de percepção mais amplos.

A oração também não está isenta dessa expansão. A oração, sob diferentes enfoques, tem acompanhado o crescimento espiritual do ser humano por meio do tempo: pede-lhe redimensionamento e revitalização, como linguagem viva entre nós e Deus.

A certa altura, chega o momento de liberar a oração das tendências emocionais e mentais com que se encontra revestida; chega o momento de clareá-la, de retirar dela todo o conteúdo utilitarista, de calar os pedidos e súplicas ditados pela vontade humana de ajudar a si e a outrem sem saber qual é o verdadeiro bem para cada pessoa.

E, muitos são os que precisam transcender essa longa etapa baseada em reivindicações e em boas intenções que, mesmo quando aparentemente positivas, terminam interferindo de modo indevido na vida de outrem, a quem se quer beneficiar com a oração.

Segundo o ensinamento esotérico, a oração suplicante é um tipo de controle individualista com finalidades impulsionadas pelo livre-arbítrio, sempre condicionado pela limitação mental. Diferente é o movimento da consciência que busca deslocar-se para áreas sutis – de aspiração pura – e quer encontrar seu ponto de referência além da própria alma. Nesse mundo interior o livre-arbítrio não vigora, pois reina a vontade do espírito.

Na realidade, a oração projeta-se no mundo como pacificação de desejos e de pensamentos, e também como cessação de ações supérfluas. Mesmo sem o saber e sem nada direcionar, a pessoa em oração abnegada estimula transformações nos demais: irradia clareza e lucidez para a aura planetária. A oração é, pois, instrumento de serviço ao mundo e, para ser eficaz, deve nascer da humildade.

Aderindo a um impulso ascensional, muitos almejam compreensão menos teórica de realidades sutis e profundas de si mesmo. Essa transferência da atenção para os níveis sutis e internos amplia sobremaneira a consciência e reflete-se, por exemplo, na natureza da oração, transformando-a, elevando-a. A oração, então, se transforma na incumbência de codificar a nova comunicação entre Criador e criatura. A oração torna-se um diálogo entre a pessoa e o Silêncio Absoluto, alicerçada na Fé e sem objetivos outros que a união, como uma gota d’água a cair no mar.

O despojamento das características humanas e a focalização em um estado interior de crescente esvaziamento, onde se possa encontrar repouso n’Aquele que tudo vê, tudo pode e tudo conhece, é o passo que para muitos hoje se anuncia na vida de oração. A única aspiração que neles permanecerá é a de o poder do espírito prevalecer sobre a matéria, agir sobre a alma despertada para que sirva cada vez mais altruísta e incondicionalmente em prol da Evolução.

A oração leva a pessoa a descobrir e a compreender melhor o que de fato sustém a vida.
 
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br 
 
 
A oração nada tem a ver com o que se conhece no mundo como oração.
A verdadeira oração não é um ritual.
A verdadeira oração não tem a ver com igreja, templo ou mosteiro.
A verdadeira oração não é cristã, nem hindu, nem maometana.
A verdadeira oração nada tem a ver com as palavras, ela não é verbal.
É a Gratidão Silenciosa.
É uma reverência silenciosa à existência.
Portanto, esteja onde estiver,
sempre que você sentir vontade de se curvar em reverência à terra, às árvores, ao céu, curve-se.
Essa reverência ajudará você a lentamente, lentamente, desaparecer.
A oração é um dos melhores métodos para destruir o ego.
E, quando o ego se vai, fica Deus.
É o ego que esconde Deus em uma nuvem escura.
Quando a nuvem se dissipa, o sol brilha em toda a sua glória, beleza, grandeza, esplendor.
 
Osho
https://silencioegratidao.wordpress.com 
 
 
A oração é um assunto complexo
 
Como todos os problemas humanos profundos, a oração é um assunto complexo e não é para ser apressado; ela precisa de paciência, cuidado e sondagem tolerante, e não se pode demandar conclusões definidas e decisões. Sem compreender a si mesmo, aquele que ora pode por sua própria oração ser levado a se iludir. Nós algumas vezes ouvimos pessoas dizerem, e algumas me disseram, que quando elas oram para quem chamam de Deus por coisas mundanas, suas orações são muitas vezes atendidas. Se elas tiverem fé, e dependendo da intensidade da oração, o que elas querem – saúde, conforto, posses mundanas – elas, afinal, conseguem. Se a pessoa se permite a oração de súplica, ela traz sua própria recompensa, a coisa pedida é muitas vezes concedida, e isto fortalece mais as súplicas. E existe a oração, não por coisas ou pessoas, mas para experimentar a realidade, Deus, o que também frequentemente é respondido; e existem também outras formas de oração de súplica, mais sutis e tortuosas, mas, contudo, suplicando, pedindo e oferecendo. Todas estas orações têm seu próprio prêmio, trazem sua própria experiência; mas elas levam à realização da realidade derradeira? Não somos nós o resultado do passado, e não estamos, por isso, relacionados com o enorme reservatório de ambição e ódio, com seus opostos? Certamente, quando fazemos um apelo, ou oferecemos uma oração de súplica, estamos recorrendo a este reservatório de ambição acumulada, e assim por diante, o que traz seu próprio prêmio, e tem seu preço. Suplicar a outro, a alguma coisa externa, traz a compreensão da verdade?
 
J. Krishnamurti 
http://legacy.jkrishnamurti.org
 
 

Oração de Thomas Merton

Senhor meu Deus,
não sei para onde vou.
Não vejo o caminho em frente,
nem sei ao certo onde ele findará.
Na verdade nem me conheço
e o fato de pensar
que estou a seguir a Tua vontade
não quer dizer que eu esteja a ser-lhe fiel.
Mas creio que o desejo de Te agradar
Te agrada realmente.
E espero manter este desejo
em tudo quanto fizer.
Espero jamais fazer qualquer coisa
alheia a esse desejo.
Sei que, se agir assim,
Tu me conduzirás pelo caminho certo,
embora eu nada possa saber sobre ele.
Por isso, sempre confiarei em Ti,
mesmo que me sinta perdido
ou às portas da morte,
nada recearei,
pois Tu estás sempre comigo
e nunca me deixarás sozinho.

http://www.paroquias.org

domingo, 29 de agosto de 2021

 ALÉM DA DOR


Sutra 25

Os sábios não ferem ninguém.
Eles são mestres do próprio corpo
E vão para o país sem fronteiras,
Vão além da dor.

 
À medida que você se torna uma testemunha, à medida que você se torna atento, você simplesmente descobre que você não é o corpo, não é a mente, não é nem mesmo o coração. Você é simplesmente um observador, diferente de tudo o que o cerca. O corpo é sua fronteira mais exterior, a mente, um pouco mais interior; o coração, mais interior ainda; mas, no âmago do seu ser, você é simplesmente uma consciência.

Sabendo disso, você se torna desapegado do seu próprio corpo, da sua mente, do seu coração; e esse desapego traz a maestria. Não que você se torne destrutivo em relação ao corpo - você toma todo cuidado com ele, ele é um belo instrumento, é um grande presente da existência. Mas agora você sabe que ele é somente a casa na qual você vive. Exatamente como você toma conta da sua casa, você toma conta do seu corpo - ele é o templo.
 
Osho Silence
https://blogdoosho.blogspot.com
 
O valor espiritual e evolutivo do sofrimento e da dor

O sofrimento, embora não faça parte do Propósito de Deus, é inerente à personalidade do homem por causa de suas ligações com o passado e do exercício da força do desejo ainda não elevado por objetivos superiores.

A energia própria da alma é a Alegria, um estado de ser totalmente unificado com o propósito da Criação. Circunstancialmente, entretanto, enquanto o indivíduo está vivo, o sofrimento e a dor, em seus vários aspectos, fazem parte de sua vida. Compreender suas causas até onde seja possível e remover ou transmutar os elementos que os vitalizam e mantêm deveria ser uma das metas visualizadas pelos seres.

Quando a humanidade conseguir elevar o próprio desejo para objetivos superiores, evolutivos, que transcendem as necessidades normais e comuns criadas pela imaginação ou pelos condicionamentos do passado e, principalmente, quando dispensar o que é supérfluo, luxuoso e paliativo, o sofrimento humano diminuirá o quanto for permitido pela lei cíclica.

Um ponto importante diretamente ligado a esse assunto é o princípio básico da lei de causa e efeito: enquanto provocarmos o sofrimento, o teremos em nossa vida. Nesse particular, o fato de a humanidade ainda assassinar animais traz-lhe consequências incalculáveis.

A ingestão de produtos de origem animal – em especial de carne – produz inércia nas células físicas, impedindo que o potencial humano, ainda não revelado, se manifeste plenamente.

A carne tem uma vibração característica de um estágio já ultrapassado pelo homem: o estado instintivo. Quando usada em sua alimentação, o mantém em um ponto não mais condizente com os novos passos que está para dar: o domínio da intuição, o exercício da telepatia superior e a experiência da consciência supramental.

Enquanto o homem não transformar a atual forma de tratar os animais, a vibração instintiva ficará circulando nos corpos de sua personalidade por muito mais tempo do que seria necessário, ocupando espaço e impedindo que a luz da intuição e outras luzes de etapas ainda mais avançadas possam neles se instalar.

O sofrimento e a dor têm funções espirituais, morais e físicas para o homem. O valor espiritual e evolutivo do sofrimento e da dor encontra-se no fato de o homem ser por eles levado a concentrar suas forças mentais em descobrir o motivo que o levou a tê-los e ser, com isso, ajudado a se desidentificar de seu próprio ego humano, núcleo cheio de vícios e de hábitos a serem superados.

Do ponto de vista moral, pode-se dizer que não existe no homem um caráter amadurecido e firme se ele não tiver ainda enfrentado estágios de sofrimento e de dor.

Do ponto de vista evolutivo e espiritual, o sofrimento e a dor, quando aceitos, são fatores que impulsionam o progresso; quando, porém, são rejeitados pelas camadas superficiais do ser, deixam de produzir esse efeito e passam a constituir apenas uma purificação de resíduos de ações, sentimentos e pensamentos negativos.

Uma importante tarefa da atuação da dor encontra-se em um estágio sutil do desenvolvimento da consciência no qual o sofrimento passa por uma metamorfose e aparece como um sentimento de conforto nunca antes experimentado, nem mesmo dentro da maior felicidade que possa ter estado ao alcance do ser: ele aprende a perceber que a Alegria divina existe em qualquer situação e que pode fazer-se ainda mais visível nos momentos dos quais parecia estar ausente.
 

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

 
O impulso de ser livre nasce da dor

A libertação de algo não é liberdade. Você está tentando ficar livre da ira; não digo que não se deva livrar da ira, mas digo que isso não é liberdade. Eu posso estar livre da ganância, da mesquinhez, da inveja, ou de uma dúzia de outras coisas e contudo não ser livre. A liberdade é uma qualidade da mente. Esta qualidade não ocorre através de pesquisas e inquirições muito cuidadosas e respeitáveis, através de análises muito cuidadosas ou coordenando ideias. Essa é a razão porque é importante ver a verdade de que a libertação que estamos constantemente exigindo é sempre de alguma coisa, como a libertação do sofrimento. Não que não haja libertação do sofrimento, mas a exigência de ficar livre dele é simplesmente uma reação e, portanto, não o liberta do sofrimento. Estou fazendo-me entender? Eu sofro por variadas razões, e digo que devo ficar livre. O impulso de ficar livre do sofrimento nasce da dor. Eu sofro, por causa do meu marido, ou do meu filho, ou outra coisa qualquer; não gosto desse estado em que estou e quero afastar-me dele. Esse desejo de libertação é uma reação, não é liberdade.

J.Krishnamurti
https://www.facebook.com
 
 
Todas as dores são trazidas do lado de fora

Se você puxar para fora da terra as raízes de uma árvore, elas morrerão. Elas necessitam da escuridão, elas vivem na escuridão, na escuridão está a vida delas. Assim como as raízes, o sofrimento também vive na escuridão.

Exponha os seus sofrimentos e você descobrirá que eles morreram. A infelicidade tem de ser expressada. Compreenda uma coisa mais: foi de fora que você pegou as dores e as trouxe para dentro de si. Por favor, volte com elas para o lado de fora. A dor não é interna; todas as dores são trazidas do lado de fora. Na medida em que você joga fora a dor, que a envia de volta para fora, de onde ela veio, a alegria começa a brotar dentro de você. A alegria está dentro. Ninguém a traz de fora. Ela não vem de fora, ela é a sua natureza, ela é você. Ela é a sua alma.

Se for jogado fora esse lixo que veio de fora e que tem sido acumulado, então a alma interna começará a expandir, começará a crescer. Você começa a ver a sua luz e a ouvir a sua dança, você começa a mergulhar na música mais interna.

Um pouco de coragem é requerida e você poderá abandonar o seu inferno – exatamente como alguém que se suja na rua e volta para casa para tomar um banho e a sujeira é lavada. Da mesma maneira, a meditação é o banho e a dor é a sujeira. Assim como depois do banho a sujeira foi lavada e você se sente fresco, da mesma forma você terá um vislumbre, sentindo dentro de si a alegria que é a sua natureza.
 
Osho
https://blogs.opovo.com.br

sábado, 28 de agosto de 2021

 A PRÁTICA DA ORAÇÃO: NÃO HÁ NADA 
MAIS IMPORTANTE NOS DIAS DE HOJE

O impulso religioso corta os céus e vem habitar o interior dos puros. Ele é o caminho que ainda poderá levar os homens ao encontro de sua verdadeira morada, que é cósmica, interna e imaterial. Quando autêntico, esse impulso é a via mais direta e segura para o contato com os níveis superiores. Estando presente, inibe a atuação das forças dissuasivas, pois vem do interior do homem.

Mesmo com os grandes enganos produzidos pelo chamado campo religioso da Terra, é ainda a religião - como sentimento, busca e necessidade de união com o espírito, reconhecida em sua essência profunda e não como instituição formal - que oferece a possibilidade de uma aproximação mais direta com a fonte de vida.

A energia da devoção, da entrega ao supremo ser interior e à vida por ele norteada ilumina o caminho que aproxima a consciência à ideia arquetípica para o próprio ser e para o serviço universal que lhe cabe realizar.

Nesse contexto, é imprescindível que o indivíduo descubra e pratique a oração. Conhecendo-a, perceberá que ela é a ponte entre o mais alto e o mais baixo. A partir desse reconhecimento, deverá dedicar-se à oração com amor e empenho - ela é o caminho dos que seguem por regiões nunca antes percorridas.

A oração é como o fio de prumo que possibilita às paredes de um templo serem erguidas no correto alinhamento. Ao desabrochar no calor de um coração necessitado de luz, verte-se sobre ele como um manancial. A oração leva o indivíduo a descobrir o que realmente sustém a vida, dando-lhe a exata compreensão do significado das palavras "nem só de pão vive o homem".

A verdadeira oração é um mergulho no vazio e, ainda que aparentemente contraditório, é também o ingresso num estado de plenitude que dissolve da consciência os laços com situações humanas. Essa plenitude esparge-se e promove a ascensão de energias e seres que tenham potencial interno para elevar-se além do ponto em que se encontram.

Restrito e limitado se tornaria o trabalho de oração se a consciência que dele participa se envolvesse com as reações dos corpos materiais. Mais prejudicado ainda ficaria se, numa luta vã, o ser buscasse vencer tais reações.

Se a fé amainou o mar bravio para que sobre ele Jesus caminhasse, não poderia ela curar o homem?

A oração é um estado de coligação interior no qual existe apenas a busca da verdade. Nada do que é do mundo consegue penetrar esse estado de conexão, no qual o ser se entrega à sua origem, à fonte, que acolhe o objeto de sua criação. Tal estado produz, nos planos internos, um substrato sobre o qual as energias extraplanetárias podem ancorar e realizar assim o trabalho transformador sobre a consciência dos homens e da Terra. Isso é feito no silêncio da entrega, da fé e da vigilância, estado que se projeta no mundo exterior como silêncio de desejos, de pensamentos e de toda ação supérflua.

Um ser orante, religado à sua essência, pode estimular transformações em outro que, imerso na obscuridade, esteja buscando a luz. É um fogo vivo irradiando clareza e lucidez para o planeta.
 
Principalmente nas fases de intenso conflito, como acontece atualmente na Terra, pelo menos alguns indivíduos deveriam dispor-se a equilibrar uma parcela do caos reinante através da oração, que é uma das tarefas que cabem aos que se abrem para sua consciência interna e para auxiliar a humanidade.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br
 A CURA QUE ADVÉM DO SILÊNCIO 
E DO CONTATO COM A FONTE INTERIOR

O real trabalho que pode ser feito em benefício da evolução e da cura de indivíduos, que estejam mental ou emocionalmente envolvidos com alguma situação, é aquele que ocorre por meio da irradiação de energia.

Depois de esgotarmos a nossa aprendizagem nos vários campos de serviço externo, chegamos, pela vivência do silêncio, a esse caminho, o da irradiação de energia.

A fonte de todo impulso criativo apenas pode ser conhecida quando o silêncio é o estado da matéria. A irradiação de energia, como cura, como elevação e como preenchimento de todos os espaços do universo – irradiação que se traduz em vida, amor, luz e poder –, só se faz no silêncio dos sentidos, das necessidades e dos movimentos, enfim, no silêncio do eu humano.

Quando se atinge esse estágio, é pela irradiação que as tarefas se cumprem. Nesse sentido, um segundo de puro contato com a Fonte interior tem mais valor do que qualquer obra humana. Ao contatar a energia da Essência fundamental, divina, origem de todas as essências, ao mergulhar na vibração da própria realidade interior e ao conhecer sua qualidade imanente, o indivíduo se une com o que não tem nome, não tem cor, não é definível e não é compreensível; une-se com aquilo que por nada pode ser contido, une-se com o Absoluto e o Vazio. Nos planos que estão acima da razão e do sentimento, sem nada ser, sua consciência penetra na plenitude da existência. É nesse estado de Graça que ele recebe a tarefa de irradiar a energia.

A irradiação não é, pois, dirigida por forças humanas, não se destina a determinado ponto ou pessoa e em todos alimenta a semente da Luz. Não é conduzida conscientemente pelo homem (e, se o fosse, não diferiria da magia), mas se esparge por todo o Cosmos, acolhe e permeia toda a Vida. Filha da sabedoria, não se restringe a tendências. Fruto do amor, não conhece separação. Sopro do Criador, eleva todas as criaturas.

A energia de cura não tem dono; nada e ninguém a possui. Ela se doa por meio daqueles que podem prestar o serviço de irradiá-la. Esse serviço vem da comunhão com reinos espirituais, e quanto mais a energia de cura for absorvida pelos homens maior será, entre eles, a abertura para o contato com a energia divina. A irradiação é uma das principais chaves que guardam os portais de realidades sutis elevadas, mas a humanidade, em grande parte voltada para o nível material da vida, ainda desconhece a cura que ela promove e a finalidade desse serviço.

O impulso que conduz uma pessoa à verdadeira cura é aquele que leva a sua consciência a desbravar universos interiores, a libertar-se da vida comum e ir ao encontro do Espírito. Enquanto os homens buscarem a cura visando a um ajuste ou reequilíbrio físico, mental ou emocional, não poderão sequer conhecer os objetivos que o Criador tem para eles. Não poderão compartilhar a Graça, uma das mais puras expressões da energia de cura.

Como conhecer um sabor sem tê-lo provado? Como trazer a cura ao mundo sem se haver curado?
 
A Água de Vida não é encontrada quando se tenta chegar à fonte, mas sim quando brota do íntimo do indivíduo, saciando-lhe a sede, mergulhando-o em profundeza e abundância. Receber a Graça dessa torrente de amor infinito é saber sem ter aprendido, é ver sem ter olhado, é escutar sem ter buscado ouvir, é ser sem se lembrar do que se é.

Silêncio e fé: importantes instrumentos para a cura cósmica
 
A cura cósmica é a recondução do ser humano à sua Origem interna, é a consciente unificação da vontade pessoal com a vontade superior do próprio indivíduo. Realiza-se pela sintonia com a realidade espiritual, e se inicia quando buscamos saber qual é a verdadeira meta da vida.

Esse processo de cura intensifica-se só quando nos entregamos ao nível superior do nosso ser, à nossa alma – o que podemos fazer de maneira simples, dirigindo-nos a esse nível interno da consciência com toda a sinceridade: “Quero ser aquilo para que fui criado. Farei o que for preciso para isso”.

Ao nos entregarmos assim à vontade interna da nossa consciência superior, podemos desempenhar o papel que nos cabe no universo em que vivemos e entrar em harmonia. E, à medida que essa harmonia chega ao plano físico, as doenças podem ser eliminadas.

Como a cura cósmica transcende o corpo físico, pois concentra-se no mundo interior, ela só pode tornar-se realidade quando estamos sintonizados com o espírito imortal que vive em nós, isto é, quando nos empenhamos em realizar a vontade superior em nossa vida.

Se estivermos preocupados só com a remoção de algum incômodo físico, emocional ou mental, ficamos limitados aos problemas da personalidade e, assim, impedimos que ocorra uma cura verdadeira, não paliativa.

Devemos aproximar-nos da cura cósmica com humildade, como quem se aproxima de algo onipotente e onipresente. Essa humildade é um estado interno de silêncio, de imparcialidade diante do que desconhecemos. Depois, para continuarmos receptivos à cura, temos de aprender a calar e a observar.

Calar significa não criar expectativas, não cobrar respostas da nossa consciência superior, não desgastar o estado alcançado depois de nos entregarmos a ela. Não é necessário fazer conjecturas, planos ou programas após essa entrega. Se já nos oferecemos, não precisamos voltar ao assunto, nem mesmo em pensamento. O nosso eu superior já nos escutou.

Observar, por sua vez, é uma atitude diferente da habitual. De modo geral, quando olhamos em torno, queremos tirar proveito, queremos controlar o ambiente para fazer com que se amolde ao que desejamos, ou colocamos em movimento a nossa capacidade de crítica e de julgamento.

Observar, no sentido que a cura requer, é estarmos atentos às circunstâncias da própria vida para perceber o que o eu superior quer de nós, mas mantendo-nos calados, ou seja, sem fazer comentário algum a respeito, nem mesmo comentário mental. Em muitos casos, fazer a vontade do eu superior exige mudanças em nossa forma de ser. Observar, nesse sentido, é estarmos atentos para perceber o que devemos mudar, já que, se há enfermidade, é porque não estamos praticando aquilo para que fomos criados.

Para sermos curados, precisamos estar prontos a deixar de ser como temos sido, porque esse estado foi o que nos levou à enfermidade. E a doença só será removida quando mudarmos.
 
A nova atitude assumida por nós é o que mais conta na verdadeira cura, a cura cósmica. Todo o resto vem do imponderável, do que escapa totalmente do controle humano. Daí seu inestimável valor, pois a cura vem do profundo do ser, onde existem perfeição e saúde.

Entre os recursos de que dispomos para entrar em contato com esse nível de cura, os mais poderosos e próximos de nós são a fé e a devoção ao desconhecido, ao que de mais elevado pudermos conceber.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

A L E G R E M E N T E

 Sutra 21

Aquele que quer despertar
extingue seus desejos alegremente.


A pessoa inteligente vive alegremente, contente, seja qual for a situação em que esteja. Seja o que for que tenha, ela vive alegremente, grata, agradecida. Sua alegria não depende de nada, de nenhuma outra causa. Sua alegria é sua compreensão interior - a compreensão de que jamais se atinge a alegria a partir do exterior, de que a partir do desejo se chega sempre às lágrimas. Ao ver essa natureza do desejo, seu desejo desaparece. E viver sem desejo é viver em contentamento, é viver sem nenhum anseio por mais.  
 
Então, seja o que for que exista é mais do que suficiente.

Ou você vive em desejo ou você vive em gratidão: lembre-se disso. O homem que vive em desejo não pode ser grato, ele pode somente reclamar e reclamar. Ele sempre terá algum rancor contra a existência. Mas o homem que não tem nenhum desejo, tem somente gratidão. Até mesmo aquilo que lhe é dado, é mais do que ele sempre mereceu.

Osho Silence
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A Alegria de viver!

Observai a vós mesmo, para verdes como lutais da manhã à noite, e como vossa energia se dissipa nessa luta. Se tratardes apenas de explicar por que lutais, ficareis perdido numa floresta de explicações e a luta prosseguirá; mas se, ao contrário, observardes vossa mente, com serenidade e sem dardes explicações; se deixardes simplesmente que vossa mente esteja cônscia de sua própria luta, vereis que muito depressa surgirá um estado no qual nenhuma luta haverá, um estado de extraordinária vigilância.

Nessa vigilância, não há ideia de "superior" e "inferior", não há homem importante nem homem insignificante, não há guru. Todos esses absurdos desapareceram, por que a mente está inteiramente desperta; e a mente de todo desperta está cheia de alegria...

...Afinal de contas, que é "contentamento" e o que é "descontentamento"? "Descontentamento" é a luta pela consecução de mais, e o "contentamento" a cessação dessa luta; mas, não se chega ao contentamento, se se não compreende todo o "processo" relativo ao mais, e por que razão a mente o exige.

Se sois mal sucedido num exame, por exemplo, tereis de repeti-lo, não é verdade? Os exames, em qualquer circunstância, são uma coisa sumamente deplorável, porquanto nada representam de significativo, já que não revelaria o verdadeiro valor de vossa inteligência.

Passar num exame é, em grande parte, um "golpe" de memória ou, também, de sorte; mas, vós lutais para passardes em vossos exames e, quando sois mal sucedidos, perseverais nessa luta. O mesmo "processo" se verifica diariamente, na vida da maioria de nós.

Estamos lutando por alguma coisa e nunca nos detivemos para investigar se essa coisa é digna de lutarmos por ela. Nunca perguntamos a nós mesmos se ela merece nossos esforços e, portanto, ainda não descobrimos que não os merece e que devemos contrariar a opinião de nossos pais, da sociedade, de todos os mestres e gurus.

É só quando temos compreendido inteiramente o significado do mais, que deixamos de pensar em termos de fracasso e de êxito. Temos sempre medo de falhar, de cometer erros, não só nos exames, mas também na vida.

Cometer um erro é coisa terrível, porque seremos criticados, censurados, por causa dele. Mas, afinal, por que não se devem cometer erros? Toda gente, neste mundo, não vive cometendo erros? E o mundo sairia da horrível confusão em que se encontra, se vós e eu nunca cometêssemos um erro? Se tendes medo de cometer erros, nunca aprendereis coisa alguma.

Os mais velhos estão continuamente cometendo erros, mas não querem que vós os cometais e, com isso vos sufocam toda a iniciativa. Por quê? Porque temem que, pelo observar e investigar todas as coisas, pelo experimentar e errar, acabeis descobrindo algo por vós mesmo e trateis de emancipar-vos da autoridade de vossos pais, da sociedade, da tradição.

É por essa razão que vos acenam com o ideal do êxito; e o êxito, como deveis ter notado, sempre se traduz em termos de respeitabilidade. O próprio santo, em seus progressos para a chamada perfeição espiritual, tem de tornar-se respeitável, porque, do contrário, não encontrará "aceitação", não terá seguidores.

Estamos, pois, sempre pensando em termos de êxito, em termos de mais; e o mais é encarecido pela sociedade respeitável. Por outras palavras, a sociedade estabeleceu, com todo o esmero, um certo padrão, pelo qual mede o vosso sucesso ou o vosso insucesso.

Mas, se amais uma coisa e a fazeis com todo o vosso ser, então já não vos importa o êxito nem o fracasso. Nenhum homem inteligente se importa com isso. Mas, infelizmente, são raros os homens inteligentes, e ninguém vos aponta essas coisas.

Tudo o que importa ao homem inteligente é perceber os fatos e compreender o problema - e isso não significa pensar em termos de êxito ou de fracasso. Só quando não amamos o que fazemos, pensamos nesses termos.

Krishnamurti
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Alegria é o cântico das horas com que Deus te afaga a passagem no mundo

Em toda parte, desabrocham flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com música de ninar. A água da fonte é carinho liquefeito no coração da terra e o próprio grão de areia, inundado de sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão.

Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros.

Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.

Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.

A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente, em festa de amor e luz.

Memei, psicografada por Chico Xavier
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Para ser feliz é necessário uma enorme coragem. Ser infeliz qualquer um pode ser. Ver negatividade nas coisas é fácil, mas para ver beleza e alegria nas coisas mais simples é necessário uma grande alma. (Osho)

A felicidade não tem oposto porque nunca se perde. Pode ficar obscurecida, mas nunca vai embora porque você é a felicidade. A felicidade é a sua essência, o seu estado natural e, por isso, quando algo se interpõe você sofre com medo de perdê-la. (Anthony de Mello)