"Somos todos visitantes deste tempo e deste lugar. Estamos só de passagem. Nosso objetivo é observar, crescer, amar e viver em união com tudo e todos. E depois vamos para casa!"
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terça-feira, 31 de agosto de 2021
segunda-feira, 30 de agosto de 2021
A oração também não está isenta dessa expansão. A oração, sob diferentes enfoques, tem acompanhado o crescimento espiritual do ser humano por meio do tempo: pede-lhe redimensionamento e revitalização, como linguagem viva entre nós e Deus.
A certa altura, chega o momento de liberar a oração das tendências emocionais e mentais com que se encontra revestida; chega o momento de clareá-la, de retirar dela todo o conteúdo utilitarista, de calar os pedidos e súplicas ditados pela vontade humana de ajudar a si e a outrem sem saber qual é o verdadeiro bem para cada pessoa.
E, muitos são os que precisam transcender essa longa etapa baseada em reivindicações e em boas intenções que, mesmo quando aparentemente positivas, terminam interferindo de modo indevido na vida de outrem, a quem se quer beneficiar com a oração.
Segundo o ensinamento esotérico, a oração suplicante é um tipo de controle individualista com finalidades impulsionadas pelo livre-arbítrio, sempre condicionado pela limitação mental. Diferente é o movimento da consciência que busca deslocar-se para áreas sutis – de aspiração pura – e quer encontrar seu ponto de referência além da própria alma. Nesse mundo interior o livre-arbítrio não vigora, pois reina a vontade do espírito.
Na realidade, a oração projeta-se no mundo como pacificação de desejos e de pensamentos, e também como cessação de ações supérfluas. Mesmo sem o saber e sem nada direcionar, a pessoa em oração abnegada estimula transformações nos demais: irradia clareza e lucidez para a aura planetária. A oração é, pois, instrumento de serviço ao mundo e, para ser eficaz, deve nascer da humildade.
Aderindo a um impulso ascensional, muitos almejam compreensão menos teórica de realidades sutis e profundas de si mesmo. Essa transferência da atenção para os níveis sutis e internos amplia sobremaneira a consciência e reflete-se, por exemplo, na natureza da oração, transformando-a, elevando-a. A oração, então, se transforma na incumbência de codificar a nova comunicação entre Criador e criatura. A oração torna-se um diálogo entre a pessoa e o Silêncio Absoluto, alicerçada na Fé e sem objetivos outros que a união, como uma gota d’água a cair no mar.
O despojamento das características humanas e a focalização em um estado interior de crescente esvaziamento, onde se possa encontrar repouso n’Aquele que tudo vê, tudo pode e tudo conhece, é o passo que para muitos hoje se anuncia na vida de oração. A única aspiração que neles permanecerá é a de o poder do espírito prevalecer sobre a matéria, agir sobre a alma despertada para que sirva cada vez mais altruísta e incondicionalmente em prol da Evolução.
A oração leva a pessoa a descobrir e a compreender melhor o que de fato sustém a vida.
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A verdadeira oração não é um ritual.
A verdadeira oração não tem a ver com igreja, templo ou mosteiro.
A verdadeira oração não é cristã, nem hindu, nem maometana.
A verdadeira oração nada tem a ver com as palavras, ela não é verbal.
É a Gratidão Silenciosa.
É uma reverência silenciosa à existência.
Portanto, esteja onde estiver,
sempre que você sentir vontade de se curvar em reverência à terra, às árvores, ao céu, curve-se.
Essa reverência ajudará você a lentamente, lentamente, desaparecer.
A oração é um dos melhores métodos para destruir o ego.
E, quando o ego se vai, fica Deus.
É o ego que esconde Deus em uma nuvem escura.
Quando a nuvem se dissipa, o sol brilha em toda a sua glória, beleza, grandeza, esplendor.
Oração de Thomas Merton
Senhor meu Deus,
não sei para onde vou.
Não vejo o caminho em frente,
nem sei ao certo onde ele findará.
Na verdade nem me conheço
e o fato de pensar
que estou a seguir a Tua vontade
não quer dizer que eu esteja a ser-lhe fiel.
Mas creio que o desejo de Te agradar
Te agrada realmente.
E espero manter este desejo
em tudo quanto fizer.
Espero jamais fazer qualquer coisa
alheia a esse desejo.
Sei que, se agir assim,
Tu me conduzirás pelo caminho certo,
embora eu nada possa saber sobre ele.
Por isso, sempre confiarei em Ti,
mesmo que me sinta perdido
ou às portas da morte,
nada recearei,
pois Tu estás sempre comigo
e nunca me deixarás sozinho.
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domingo, 29 de agosto de 2021
Os sábios não ferem ninguém.
Eles são mestres do próprio corpo
E vão para o país sem fronteiras,
Vão além da dor.
Sabendo disso, você se torna desapegado do seu próprio corpo, da sua mente, do seu coração; e esse desapego traz a maestria. Não que você se torne destrutivo em relação ao corpo - você toma todo cuidado com ele, ele é um belo instrumento, é um grande presente da existência. Mas agora você sabe que ele é somente a casa na qual você vive. Exatamente como você toma conta da sua casa, você toma conta do seu corpo - ele é o templo.
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O sofrimento, embora não faça parte do Propósito de Deus, é inerente à personalidade do homem por causa de suas ligações com o passado e do exercício da força do desejo ainda não elevado por objetivos superiores.
A energia própria da alma é a Alegria, um estado de ser totalmente unificado com o propósito da Criação. Circunstancialmente, entretanto, enquanto o indivíduo está vivo, o sofrimento e a dor, em seus vários aspectos, fazem parte de sua vida. Compreender suas causas até onde seja possível e remover ou transmutar os elementos que os vitalizam e mantêm deveria ser uma das metas visualizadas pelos seres.
Quando a humanidade conseguir elevar o próprio desejo para objetivos superiores, evolutivos, que transcendem as necessidades normais e comuns criadas pela imaginação ou pelos condicionamentos do passado e, principalmente, quando dispensar o que é supérfluo, luxuoso e paliativo, o sofrimento humano diminuirá o quanto for permitido pela lei cíclica.
Um ponto importante diretamente ligado a esse assunto é o princípio básico da lei de causa e efeito: enquanto provocarmos o sofrimento, o teremos em nossa vida. Nesse particular, o fato de a humanidade ainda assassinar animais traz-lhe consequências incalculáveis.
A ingestão de produtos de origem animal – em especial de carne – produz inércia nas células físicas, impedindo que o potencial humano, ainda não revelado, se manifeste plenamente.
A carne tem uma vibração característica de um estágio já ultrapassado pelo homem: o estado instintivo. Quando usada em sua alimentação, o mantém em um ponto não mais condizente com os novos passos que está para dar: o domínio da intuição, o exercício da telepatia superior e a experiência da consciência supramental.
Enquanto o homem não transformar a atual forma de tratar os animais, a vibração instintiva ficará circulando nos corpos de sua personalidade por muito mais tempo do que seria necessário, ocupando espaço e impedindo que a luz da intuição e outras luzes de etapas ainda mais avançadas possam neles se instalar.
O sofrimento e a dor têm funções espirituais, morais e físicas para o homem. O valor espiritual e evolutivo do sofrimento e da dor encontra-se no fato de o homem ser por eles levado a concentrar suas forças mentais em descobrir o motivo que o levou a tê-los e ser, com isso, ajudado a se desidentificar de seu próprio ego humano, núcleo cheio de vícios e de hábitos a serem superados.
Do ponto de vista moral, pode-se dizer que não existe no homem um caráter amadurecido e firme se ele não tiver ainda enfrentado estágios de sofrimento e de dor.
Do ponto de vista evolutivo e espiritual, o sofrimento e a dor, quando aceitos, são fatores que impulsionam o progresso; quando, porém, são rejeitados pelas camadas superficiais do ser, deixam de produzir esse efeito e passam a constituir apenas uma purificação de resíduos de ações, sentimentos e pensamentos negativos.
Uma importante tarefa da atuação da dor encontra-se em um estágio sutil do desenvolvimento da consciência no qual o sofrimento passa por uma metamorfose e aparece como um sentimento de conforto nunca antes experimentado, nem mesmo dentro da maior felicidade que possa ter estado ao alcance do ser: ele aprende a perceber que a Alegria divina existe em qualquer situação e que pode fazer-se ainda mais visível nos momentos dos quais parecia estar ausente.
José Trigueirinho Netto
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J.Krishnamurti
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Se você puxar para fora da terra as raízes de uma árvore, elas
morrerão. Elas necessitam da escuridão, elas vivem na escuridão, na
escuridão está a vida delas. Assim como as raízes, o sofrimento também
vive na escuridão.
Se for jogado fora esse lixo que veio de fora e que tem sido acumulado,
então a alma interna começará a expandir, começará a crescer. Você
começa a ver a sua luz e a ouvir a sua dança, você começa a mergulhar na
música mais interna.
sábado, 28 de agosto de 2021
Mesmo com os grandes enganos produzidos pelo chamado campo religioso da Terra, é ainda a religião - como sentimento, busca e necessidade de união com o espírito, reconhecida em sua essência profunda e não como instituição formal - que oferece a possibilidade de uma aproximação mais direta com a fonte de vida.
A energia da devoção, da entrega ao supremo ser interior e à vida por ele norteada ilumina o caminho que aproxima a consciência à ideia arquetípica para o próprio ser e para o serviço universal que lhe cabe realizar.
Nesse contexto, é imprescindível que o indivíduo descubra e pratique a oração. Conhecendo-a, perceberá que ela é a ponte entre o mais alto e o mais baixo. A partir desse reconhecimento, deverá dedicar-se à oração com amor e empenho - ela é o caminho dos que seguem por regiões nunca antes percorridas.
A oração é como o fio de prumo que possibilita às paredes de um templo serem erguidas no correto alinhamento. Ao desabrochar no calor de um coração necessitado de luz, verte-se sobre ele como um manancial. A oração leva o indivíduo a descobrir o que realmente sustém a vida, dando-lhe a exata compreensão do significado das palavras "nem só de pão vive o homem".
A verdadeira oração é um mergulho no vazio e, ainda que aparentemente contraditório, é também o ingresso num estado de plenitude que dissolve da consciência os laços com situações humanas. Essa plenitude esparge-se e promove a ascensão de energias e seres que tenham potencial interno para elevar-se além do ponto em que se encontram.
Restrito e limitado se tornaria o trabalho de oração se a consciência que dele participa se envolvesse com as reações dos corpos materiais. Mais prejudicado ainda ficaria se, numa luta vã, o ser buscasse vencer tais reações.
Se a fé amainou o mar bravio para que sobre ele Jesus caminhasse, não poderia ela curar o homem?
A oração é um estado de coligação interior no qual existe apenas a busca da verdade. Nada do que é do mundo consegue penetrar esse estado de conexão, no qual o ser se entrega à sua origem, à fonte, que acolhe o objeto de sua criação. Tal estado produz, nos planos internos, um substrato sobre o qual as energias extraplanetárias podem ancorar e realizar assim o trabalho transformador sobre a consciência dos homens e da Terra. Isso é feito no silêncio da entrega, da fé e da vigilância, estado que se projeta no mundo exterior como silêncio de desejos, de pensamentos e de toda ação supérflua.
Um ser orante, religado à sua essência, pode estimular transformações em outro que, imerso na obscuridade, esteja buscando a luz. É um fogo vivo irradiando clareza e lucidez para o planeta.
José Trigueirinho Netto
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Depois de esgotarmos a nossa aprendizagem nos vários campos de serviço externo, chegamos, pela vivência do silêncio, a esse caminho, o da irradiação de energia.
A fonte de todo impulso criativo apenas pode ser conhecida quando o silêncio é o estado da matéria. A irradiação de energia, como cura, como elevação e como preenchimento de todos os espaços do universo – irradiação que se traduz em vida, amor, luz e poder –, só se faz no silêncio dos sentidos, das necessidades e dos movimentos, enfim, no silêncio do eu humano.
Quando se atinge esse estágio, é pela irradiação que as tarefas se cumprem. Nesse sentido, um segundo de puro contato com a Fonte interior tem mais valor do que qualquer obra humana. Ao contatar a energia da Essência fundamental, divina, origem de todas as essências, ao mergulhar na vibração da própria realidade interior e ao conhecer sua qualidade imanente, o indivíduo se une com o que não tem nome, não tem cor, não é definível e não é compreensível; une-se com aquilo que por nada pode ser contido, une-se com o Absoluto e o Vazio. Nos planos que estão acima da razão e do sentimento, sem nada ser, sua consciência penetra na plenitude da existência. É nesse estado de Graça que ele recebe a tarefa de irradiar a energia.
A irradiação não é, pois, dirigida por forças humanas, não se destina a determinado ponto ou pessoa e em todos alimenta a semente da Luz. Não é conduzida conscientemente pelo homem (e, se o fosse, não diferiria da magia), mas se esparge por todo o Cosmos, acolhe e permeia toda a Vida. Filha da sabedoria, não se restringe a tendências. Fruto do amor, não conhece separação. Sopro do Criador, eleva todas as criaturas.
A energia de cura não tem dono; nada e ninguém a possui. Ela se doa por meio daqueles que podem prestar o serviço de irradiá-la. Esse serviço vem da comunhão com reinos espirituais, e quanto mais a energia de cura for absorvida pelos homens maior será, entre eles, a abertura para o contato com a energia divina. A irradiação é uma das principais chaves que guardam os portais de realidades sutis elevadas, mas a humanidade, em grande parte voltada para o nível material da vida, ainda desconhece a cura que ela promove e a finalidade desse serviço.
O impulso que conduz uma pessoa à verdadeira cura é aquele que leva a sua consciência a desbravar universos interiores, a libertar-se da vida comum e ir ao encontro do Espírito. Enquanto os homens buscarem a cura visando a um ajuste ou reequilíbrio físico, mental ou emocional, não poderão sequer conhecer os objetivos que o Criador tem para eles. Não poderão compartilhar a Graça, uma das mais puras expressões da energia de cura.
Como conhecer um sabor sem tê-lo provado? Como trazer a cura ao mundo sem se haver curado?
Silêncio e fé: importantes instrumentos para a cura cósmica
Esse processo de cura intensifica-se só quando nos entregamos ao nível superior do nosso ser, à nossa alma – o que podemos fazer de maneira simples, dirigindo-nos a esse nível interno da consciência com toda a sinceridade: “Quero ser aquilo para que fui criado. Farei o que for preciso para isso”.
Ao nos entregarmos assim à vontade interna da nossa consciência superior, podemos desempenhar o papel que nos cabe no universo em que vivemos e entrar em harmonia. E, à medida que essa harmonia chega ao plano físico, as doenças podem ser eliminadas.
Como a cura cósmica transcende o corpo físico, pois concentra-se no mundo interior, ela só pode tornar-se realidade quando estamos sintonizados com o espírito imortal que vive em nós, isto é, quando nos empenhamos em realizar a vontade superior em nossa vida.
Se estivermos preocupados só com a remoção de algum incômodo físico, emocional ou mental, ficamos limitados aos problemas da personalidade e, assim, impedimos que ocorra uma cura verdadeira, não paliativa.
Devemos aproximar-nos da cura cósmica com humildade, como quem se aproxima de algo onipotente e onipresente. Essa humildade é um estado interno de silêncio, de imparcialidade diante do que desconhecemos. Depois, para continuarmos receptivos à cura, temos de aprender a calar e a observar.
Calar significa não criar expectativas, não cobrar respostas da nossa consciência superior, não desgastar o estado alcançado depois de nos entregarmos a ela. Não é necessário fazer conjecturas, planos ou programas após essa entrega. Se já nos oferecemos, não precisamos voltar ao assunto, nem mesmo em pensamento. O nosso eu superior já nos escutou.
Observar, por sua vez, é uma atitude diferente da habitual. De modo geral, quando olhamos em torno, queremos tirar proveito, queremos controlar o ambiente para fazer com que se amolde ao que desejamos, ou colocamos em movimento a nossa capacidade de crítica e de julgamento.
Observar, no sentido que a cura requer, é estarmos atentos às circunstâncias da própria vida para perceber o que o eu superior quer de nós, mas mantendo-nos calados, ou seja, sem fazer comentário algum a respeito, nem mesmo comentário mental. Em muitos casos, fazer a vontade do eu superior exige mudanças em nossa forma de ser. Observar, nesse sentido, é estarmos atentos para perceber o que devemos mudar, já que, se há enfermidade, é porque não estamos praticando aquilo para que fomos criados.
Para sermos curados, precisamos estar prontos a deixar de ser como temos sido, porque esse estado foi o que nos levou à enfermidade. E a doença só será removida quando mudarmos.
Entre os recursos de que dispomos para entrar em contato com esse nível de cura, os mais poderosos e próximos de nós são a fé e a devoção ao desconhecido, ao que de mais elevado pudermos conceber.
José Trigueirinho Netto
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sexta-feira, 27 de agosto de 2021
extingue seus desejos alegremente.
Ou você vive em desejo ou você vive em gratidão: lembre-se disso. O homem que vive em desejo não pode ser grato, ele pode somente reclamar e reclamar. Ele sempre terá algum rancor contra a existência. Mas o homem que não tem nenhum desejo, tem somente gratidão. Até mesmo aquilo que lhe é dado, é mais do que ele sempre mereceu.
Observai a vós mesmo, para verdes como lutais da manhã à noite, e como vossa energia se dissipa nessa luta. Se tratardes apenas de explicar por que lutais, ficareis perdido numa floresta de explicações e a luta prosseguirá; mas se, ao contrário, observardes vossa mente, com serenidade e sem dardes explicações; se deixardes simplesmente que vossa mente esteja cônscia de sua própria luta, vereis que muito depressa surgirá um estado no qual nenhuma luta haverá, um estado de extraordinária vigilância.
Nessa vigilância, não há ideia de "superior" e "inferior", não há homem importante nem homem insignificante, não há guru. Todos esses absurdos desapareceram, por que a mente está inteiramente desperta; e a mente de todo desperta está cheia de alegria...
...Afinal de contas, que é "contentamento" e o que é "descontentamento"? "Descontentamento" é a luta pela consecução de mais, e o "contentamento" a cessação dessa luta; mas, não se chega ao contentamento, se se não compreende todo o "processo" relativo ao mais, e por que razão a mente o exige.
Se sois mal sucedido num exame, por exemplo, tereis de repeti-lo, não é verdade? Os exames, em qualquer circunstância, são uma coisa sumamente deplorável, porquanto nada representam de significativo, já que não revelaria o verdadeiro valor de vossa inteligência.
Passar num exame é, em grande parte, um "golpe" de memória ou, também, de sorte; mas, vós lutais para passardes em vossos exames e, quando sois mal sucedidos, perseverais nessa luta. O mesmo "processo" se verifica diariamente, na vida da maioria de nós.
Estamos lutando por alguma coisa e nunca nos detivemos para investigar se essa coisa é digna de lutarmos por ela. Nunca perguntamos a nós mesmos se ela merece nossos esforços e, portanto, ainda não descobrimos que não os merece e que devemos contrariar a opinião de nossos pais, da sociedade, de todos os mestres e gurus.
É só quando temos compreendido inteiramente o significado do mais, que deixamos de pensar em termos de fracasso e de êxito. Temos sempre medo de falhar, de cometer erros, não só nos exames, mas também na vida.
Cometer um erro é coisa terrível, porque seremos criticados, censurados, por causa dele. Mas, afinal, por que não se devem cometer erros? Toda gente, neste mundo, não vive cometendo erros? E o mundo sairia da horrível confusão em que se encontra, se vós e eu nunca cometêssemos um erro? Se tendes medo de cometer erros, nunca aprendereis coisa alguma.
Os mais velhos estão continuamente cometendo erros, mas não querem que vós os cometais e, com isso vos sufocam toda a iniciativa. Por quê? Porque temem que, pelo observar e investigar todas as coisas, pelo experimentar e errar, acabeis descobrindo algo por vós mesmo e trateis de emancipar-vos da autoridade de vossos pais, da sociedade, da tradição.
É por essa razão que vos acenam com o ideal do êxito; e o êxito, como deveis ter notado, sempre se traduz em termos de respeitabilidade. O próprio santo, em seus progressos para a chamada perfeição espiritual, tem de tornar-se respeitável, porque, do contrário, não encontrará "aceitação", não terá seguidores.
Estamos, pois, sempre pensando em termos de êxito, em termos de mais; e o mais é encarecido pela sociedade respeitável. Por outras palavras, a sociedade estabeleceu, com todo o esmero, um certo padrão, pelo qual mede o vosso sucesso ou o vosso insucesso.
Mas, se amais uma coisa e a fazeis com todo o vosso ser, então já não vos importa o êxito nem o fracasso. Nenhum homem inteligente se importa com isso. Mas, infelizmente, são raros os homens inteligentes, e ninguém vos aponta essas coisas.
Tudo o que importa ao homem inteligente é perceber os fatos e compreender o problema - e isso não significa pensar em termos de êxito ou de fracasso. Só quando não amamos o que fazemos, pensamos nesses termos.
Krishnamurti
http://mara-mariangela.blogspot.com
Em toda parte, desabrocham flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com música de ninar. A água da fonte é carinho liquefeito no coração da terra e o próprio grão de areia, inundado de sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão.
Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros.
Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.
Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.
A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente, em festa de amor e luz.
Para ser feliz é necessário uma enorme coragem.
Ser infeliz qualquer um pode ser. Ver negatividade nas coisas é fácil,
mas para ver beleza e alegria nas coisas mais simples é necessário uma
grande alma. (Osho)
A
felicidade não tem oposto porque nunca se perde. Pode ficar
obscurecida, mas nunca vai embora porque você é a felicidade. A
felicidade é a sua essência, o seu estado natural e, por isso, quando
algo se interpõe você sofre com medo de perdê-la. (Anthony de Mello)