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domingo, 20 de setembro de 2020

 MANTÉM CONTATO COM A NATUREZA

Reconexão com a natureza – vida organizada 

É fato histórico que todos os homens realmente espirituais e profundamente felizes eram e são dedicados amigos da Natureza: Jesus Cristo, Francisco de Assis, Mahatma Gandhi, Albert Schweitzer e muitos outros.   

Refere o livro do Gênesis que Deus pôs o homem no meio de um jardim maravilhoso, espécie de pomar chamado Éden, para que o cultivasse e se alimentasse dos seus frutos. Só depois que o homem (Caim) cometeu o primeiro homicídio (Abel) é que ele abandonou a Natureza de Deus e preferiu as cidades dos homens. O homem espiritual, porém, continua amigo do Éden de Deus. A maior parte das parábolas de Jesus sobre o reino de Deus é tirada do mundo das plantas, das aves e dos animais. 

Vigora misteriosa afinidade entre a felicidade do homem e a paz da natureza. A Natureza é a zona do subconsciente – a felicidade do homem espiritual é o reino do superconsciente. O homem primitivo, meramente sensorial, é escravo da Natureza. 

O homem intelectualizado é escravocrata e explorador da Natureza. 

O homem espiritual é amigo e aliado da Natureza; compreende a Natureza, e a Natureza o compreende. 

A nossa civilização moderna fez com que o homem se divorciasse, total ou parcialmente, da Natureza, fazendo-o viver num ambiente artificial, desnatural, antinatural, não menos prejudicial ao corpo do que à alma. Milhares de pessoas abandonam os campos e a vida simples no meio da Natureza e se aglomeram caoticamente nas grandes cidades, agonizando em bairros e becos imundos, anti-higiênicos, gastando muito e ganhando pouco, explorados pelas empresas, às quais servem como escravos e vítimas; ingerem venenos em forma de alimentos e medicamentos, em desarmonia com o ambiente e consigo mesmos. 

A vida do homem é o resultado dos seus pensamentos habituais. Se o homem se habitua a pensar que a vida no campo é insuportável e a da cidade é maravilhosa, a sua vida seguirá necessariamente o curso dos seus pensamentos. Estranha obsessão leva milhares de homens para as cidades, como as mariposas que vão em demanda da luz – até queimarem as asas e morrerem no pó...

O que leva muitos homens a abandonarem os campos e se aglomerarem nas cidades não é apenas a necessidade de cultura nem mesmo o desejo de lucros fáceis e rápidos, mas sim, e sobretudo, o horror à solidão. A solidão externa aterra o homem que não possui plenitude interna. Esse homem, interiormente vazio, tenta fugir de si mesmo e encher com barulhos externos a sua vacuidade interna. Todo homem que tenha dentro de si um mundo de ideias e ideais gosta de estar a sós consigo e com a silenciosa Natureza. O homem interiormente vazio necessita dos ruídos carnavalescos das ruas e praças públicas, a fim de encher os seus vazios internos. 

O pavoroso aumento da criminalidade, sobretudo no setor da delinquência juvenil, entre 14 e 18 anos, é resultado dessa fuga da vida simples e sadia dos campos e desse desnatural congestionamento nos grandes centros. 

Quando se fala do “retorno à Natureza”, muitos entendem esse retorno apenas no sentido de Rousseau, como um refúgio à Natureza externa, física, aos campos, aos bosques, às praias e às montanhas. Mas o verdadeiro retorno é outro. O homem moderno nunca voltará aos tempos do homem pré-histórico, ou dos selvícolas das nossas florestas. A verdadeira natureza do homem é espiritual, divina. O verdadeiro regresso à Natureza é, pois, um “ingresso”, uma entrada do homem para o seu próprio interior, espiritual, eterno, divino. O homem primitivo, vivendo em plena natureza material, não é o homem realmente natural; ele é ainda infranatural, assim como o homem moderno é desnatural ou antinatural. Só quando o homem atinge a sua verdadeira natureza espiritual é que ele se torna plenamente natural – e só então começa ele a compreender a alma da Natureza em derredor dele. Os nossos poetas e romancistas, não raro, celebram os encantos da Natureza; mas a maior parte deles só conhece o corpo da Natureza, ignorando-lhe a alma. 

Só o homem que encontrou dentro de si a natureza da alma é que pode
compreender a alma da Natureza fora de si mesmo. 

Para, de fato, compreender a Natureza de Deus deve o homem compreender o Deus da Natureza. 

Hoje em dia, milhares de pessoas das grandes cidades passam os domingos e feriados em seus sítios. Infelizmente, muitos desses “sitiantes” são verdadeiros “sitiados”, porque vivem em voluntário “estado de sítio”. O fato de não terem encontrado a sua natureza interior não os deixa viver na simbiose com a alma da natureza exterior. Fugiram da poluição material da cidade, mas carregam consigo e transferem para o campo e o mato a sua poluição mental e espiritual. Quem, no sítio, lê jornal, tem rádio e televisão, recebe visitas tagarelas, não é um sitiante, é um sitiado. O verdadeiro sitiante vai dormir cedo e acorda cedo, com o sol, ou antes dele. Planta árvores frutíferas para si e sua família e para os passarinhos. Não mata passarinhos nem os aprisiona em gaiolas. Convive com a alma de todos os seres vivos.

 Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade

http://universalismoesoterico.blogspot.com

sábado, 19 de setembro de 2020

 REVENDO ANTIGAS POSTAGENS

CONVERSANDO COM DEUS 

 

· Qual é o verdadeiro caminho para Deus?

 · É através da renúncia como acreditam alguns iogues?
 
· E quanto ao que chamam de sofrimento. O sofrimento e o ato de servir são o caminho para Deus, como afirmam muitos filósofos? 
 
· Conquistamos o direito de ir para o céu “sendo bons” como pregam tantas religiões? Ou somos livres para fazer o que quisermos, violar ou ignorar qualquer regra, rejeitar as doutrinas tradicionais, satisfazer os próprios desejos e dessa forma atingir o Nirvana como dizem tantos místicos da Nova Era?
 
· Qual é o caminho? Padrões morais rígidos ou liberdade total? Valores tradicionais ou agir de acordo com as ciscunstâncias que se apresentam?
 
· Os Dez Mandamentos ou os Sete passos para a Iluminação?

Eu vou lhe responder do modo que poderá compreender melhor, embora a resposta já esteja em seu íntimo. Digo isso para todas as pessoas que ouvem as Minhas palavras e buscam a Minha Verdade. Para todos os corações que perguntam de boa - fé qual é o Caminho, este é mostrado. Venha a Mim pelo caminho de seu coração, não pelo de sua mente. Você nunca Me encontrará em sua mente. Para conhecer Deus, verdadeiramente, você tem que sair de sua mente. Mas sua pergunta pede uma resposta e começarei com uma afirmação que irá surprendê-lo e talvez ofenda muitas pessoas. Não existe o que é conhecido como os Dez Mandamentos. Em quem Eu iria mandar? Em Mim mesmo? E por que esses Mandamentos seriam necessários? Por quê seria preciso dar ordens a alguém? E se Eu tivesse de dar ordens, elas não seriam automaticamente cumpridas? Como Eu poderia desejar tanto alguma coisa para ordená-la e depois vê-la não realizada? Que tipo de governante faria isso? E, no entanto, Eu lhe digo que não sou um governante – Sou simplesmente e respeitosamente, o Criador. Entretanto, o Criador não governa, apenas continua a criar. Eu o criei, bendito seja, a Minha imagem e semelhança. Fiz-lhe certas promessas e assumi compromissos com você. Eu lhe disse, em uma linguagem simples, como será quando se tornar um só Comigo. Você é como Moisés foi, alguém que buscava a Verdade como você faz agora. Ele também ficou diante de Mim implorando por respostas. “Oh Deus dos Meus Pais”, chamou. “Dignai-Vos a mostrar-me. Daí-me um sinal para que eu possa dizer ao meu povo! Como podemos saber que somos os escolhidos?” E Eu fui a Moisés como estou me dirigindo a você agora, propondo um pacto divino – uma promessa eterna – um compromisso certo. “Como posso ter certeza?”, perguntou Moisés tristemente. “Porque Eu lhe disse isso”, respondi. “Você tem a Palavra de Deus”. E a Palavra de Deus não foi um Mandamento, mas sim um pacto.
 
Portanto, esses são OS DEZ COMPROMISSOS e você saberá que quem os seguir através desses sinais, dessas indicações, dessas mudanças em suas vidas, encontrarão o Caminho para Deus.

1. Amará a Deus com todo o seu coração, toda a sua mente e sua alma e não haverá outro Deus além de Mim. Não cultuarás mais o amor humano, o sucesso, o dinheiro, o poder ou qualquer um de seus símbolos. Porá essas coisas de lado como uma criança que despresa aquele brinquedo que não mais lhe interessa. Não porque ele não tem mais valor, mas porque o superou. E você saberá que seguiu o Caminho para Deus porque:

2. Não usará o Meu nome em vão. Não pedirá desejos inúteis. Compreenderá o poder das palavras, dos pensamentos e não passará a invocar o nome de Deus como um herege. Não usará o Meu nome em vão e não poderá fazer isso, porque o Meu nome, o poderoso EU SOU – nunca é empregado em vão (isso é, sem resultado)e jamais poderá ser. E quando tiver encontrado Deus, saberá. Eu também lhe darei outros sinais:

3. Você se lembrará de guardar um dia para Mim – o sábado – e o considerará santificado. Isso para que não continue com a ilusão, mas se lembre de quem você é. E então logo considerará todos os dias e todos os momentos santificados.

4. Honrará sua mãe e seu pai e saberá que é filho de Deus quando honrar seu Pai/sua Mãe Deus em tudo que disser, fizer ou pensar. E ao honrar a Mãe/o Pai Deus e seu pai e sua mãe na Terra (porque eles lhe deram a vida), horará todas as pessoas.

5. Você sabe que encontrou Deus ao observar que não matará (isto é, propositadamente, sem motivo), porque quando você entender que de qualquer modo não pode por fim a vida (toda vida é eterna), não escolherá por fim a uma determinada encarnação ou mudar qualquer energia vital de uma forma para outra, sem a justificativa mais sagrada. Seu novo respeito a vida o fará honrar todas as formas– mineral, vegetal e animnal – e exercer influência sobre elas, de algumas forma, apenas quando isso for absolutamente necessário. Eu também lhe enviarei outros sinais para que saiba que está no caminho:

6. Você não maculará a pureza do amor com desonestidade ou traição, porque isso é adultério. Eu lhe prometo que quando encontrar Deus não o cometerá.

7. Não tomará para si um objeto que não lhe pertence (afinal, nada nos pertence, tudo é de todos), nem trapaceará ou prejudicará outra pessoa para obtê-lo, porque isso seria furtar. Eu lhe prometo que quando encontrar Deus não furtará e não ...

8. Mentirá, e, portanto, não dará falso testemunho contra seu próximo. Também não...

9. Cobiçará a mulher de seu próximo. Por que iria querer a mulher de seu próximo? (somos todos irmãos. Mais cedo ou mais tarde compreenderemos isso).

10. Não cobiçará os bens do seu próximo. Por que iria cobiçá-los se sabe que todos os bens podem ser seus (quando se sentir em união com tudo e todos) e todos os bens dele pertencem ao mundo?
 
Você saberá que encontrou o Caminho para Deus quando perceber esses sinais. Eu prometo que quem procurar sinceramente Deus, não cometerá mais esses erros. Seria impossível continuar a agir contrariamente a esses Dez Compromissos. Essas são as coisas que você tem liberdade para fazer, não as suas restrições. Esses são os Meus compromissos, não os Meus Mandamentos, porque Deus não dá ordens ao que criou – apenas diz a seus filhos: é assim que saberão que estão retornando ao Lar.

Neale Donald Walcsh - Trecho do livro "Conversando com Deus"

 
Quando Moisés viveu sobre a Terra o corpo mental da humanidade estava ainda em formação; possivelmente usou a palavra "mandamento" ao invés de "compromisso", pois o homem daquela época era excessivamente emotivo para compreender a responsabilidade daquele compromisso sagrado. Atualmente a humanidade já possui os três corpos formados (etérico-físico, emocional e mental) e preparados para aceitar ou não o "pacto" com Deus. KyraKally

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

 CONFIAR NA VIDA E EM SI MESMO

 Saber Em Que Confiar é Uma Função do Discernimento


Viver é um ato de confiança. Confiar é saber que a vida prossegue infinitamente, e que ela avança de modo vitorioso, distribuindo dádivas e retribuindo a ações conforme o que é plantado no plano individual e no plano coletivo, nos vários níveis e aspectos da vida. A colheita de algo pode ser postergada, mas ela virá a seu tempo e com os devidos acréscimos.

O ato de confiar na vida, nos outros e em si mesmo não é algo que possa ser forçado. A confiança deve ser um processo realista e uma ação natural. Quando trilhamos um caminho correto, podemos ter confiança sem necessidade de garantias externas.

Sabendo onde pisamos e conhecendo em primeira mão e por nós mesmos o fato de que caminhamos em solo firme, temos consciência de que a tendência geral dos acontecimentos é positiva. Isso é mais do que suficiente. Não necessitamos saber de antemão os detalhes da vitória. Basta saber que caminhamos para ela de modo real e realista, numa estratégia de longo prazo que inclui mais de uma encarnação.

Quando ocorre uma colheita que não corresponde ao que foi plantado, isso também será corrigido, a seu devido tempo. A lei do carma é a lei da harmonização constante. Ela é uma lei de resgate cíclico daquilo que é justo e bom, ainda que, talvez, o que é correto tenha ficado momentaneamente esquecido. Com freqüência a justiça é feita de uma maneira renovadora e impossível de prever.

O carma positivo necessita de uma Oportunidade para que possa emergir no mundo visível. Ele pode ficar algum tempo num plano potencial e implícito. Mas um dia surge uma ocasião propícia e o bom carma é ativado e colocado em movimento. Por isso não necessitamos preocupar-nos. Confiando na Lei e no trabalho, fazendo o melhor que podemos, temos todas as condições e motivos para viver de modo interiormente seguro e confiante.

Confiar é ter felicidade, e não confiar é ser infeliz. Confiar é incondicional. Confiar não é o mesmo que ter expectativas, porque expectativas produzem medo.

Confiar é saber que a vida é regida pela Boa Lei Universal. Uma grande fonte de confiança está em ter conhecimento real de um fato muito simples: o fato de que TENTAR O MELHOR é tudo o que se espera daquele que trilha o caminho do Bem.

A felicidade é expansiva. Ela mostra a unidade entre todos os seres. O bem-estar da alma é contagioso. Ele se espalha através da fraternidade e da ajuda mútua. Ele faz melhorar a saúde, provoca justiça social, coloca em funcionamento a preservação do meio ambiente, cura todos os males e faz com que se tenha a impressão de que o intenso sofrimento do passado, na verdade, jamais existiu.

Confiar não é sinônimo de ser ingênuo. E desconfiar não é sinônimo de ser “esperto”. Saber confiar, e saber em que confiar, é uma função do Discernimento.

Confiar é a capacidade de ter fé naquilo que se faz, e para isso é necessário fazer aquilo em que se tem fé. Quando desenvolvemos a coragem e a determinação necessárias para fazer aquilo em que confiamos - que sabemos ser verdadeiro - então cada passo e cada tentativa já são vitórias em si mesmos. Mas se ainda não há certeza, o caminho deve ser testado.

O estudante de teosofia deve confiar, pois, sabendo em que confia, e por que razão. Assim ele irradia a seu redor a energia da coragem com discernimento e da determinação com mente aberta.

Fonte: Revista “O Teosofista”
https://sendadailuminacao.wixsite.com 
 
"Sempre que você está entregue à Existência, sempre que vive em confiança, amor, celebração, alegria, oração, você está no céu. Confiança não significa que tudo vai dar certo. Confiança significa que tudo já está certo". Osho colocou muito expressivamente aqui a palavra confiança. Achamos que quando temos confiança, seja lá em quem ou no que for; tudo vai dar certo e, quando não dá, perdemos a confiança... 'Se estamos sempre entregues à Existência significa que tudo já está certo', acontecendo ou não, pois só acontecem coisas em nossas vidas quando precisam acontecer; é nisso que devemos confiar. "Confiança significa simplesmente que aconteça o que acontecer, nós estamos com ela, alegremente, sem relutância" (Osho)

 A ENTREGA À VONTADE SUPREMA:

Entrega | O todo 

Passo decisivo na busca da luz maior


Sabemos que grande é a possibilidade de renovação da pessoa que permanece, pelo menos por alguns instantes, consciente de sua união com Deus. Vivências de paz vão impregnando-a, trazendo uma quietude estável, suave e sadia, que tudo serena e cura.

Para embeber uma terra seca nada é mais eficaz que as torrentes de água vinda do céu. Do mesmo modo, para renovar a vida nada é mais eficaz que a entrega à vontade do ser interior. Podemos deter-nos nas paragens dos desertos humanos, mas se a busca pela vida espiritual for sincera, veremos que os oásis que se apresentam nada mais são que miragens efêmeras. Temos à nossa espera a brisa fresca das montanhas.

Quando a luz da alma se fizer notar como um sol, não precisaremos manter acesa nossa pequena lâmpada, pois tudo estará sob intensa claridade. Sempre teremos essa luz interior a iluminar-nos.

Segue aqui um diálogo simbólico entre o ser envolvido na busca espiritual durante eras, denominado Peregrino, e a Divindade que habita o interior de cada um, a qual chamamos de Senhor:

“Ó peregrino, por quem estás a chamar? Por que bates nesta porta?”

“Senhor, há muito estou a caminhar, tenho fome, frio e sede; busco justiça, busco perdão, busco encontrar o meu grupo. Dele me distanciei, distraído com as efêmeras belezas do caminho; entreguei-me aos prazeres do mundo, meus olhos obscureceram-se, meus ouvidos ensurdeceram-se, não percebia por onde andava”.

“Triste passado, apartado estava da verdadeira realidade! Agi contra a Lei, bem sei que foi assim. Sofri, Senhor, muito sofri, e em meio à dor despertei: meus olhos então se abriram, e meus ouvidos escutaram. Estava sendo novamente chamado; vi a Luz vir ao meu encontro, compreendi seu apelo. Prontamente decidi atende-lo e retomar a verdadeira senda; todavia, muito teria a caminhar.

“Tempos passaram-se. Não vos posso precisar, Senhor, parece que há vidas estou buscando. Quero, acima de tudo, reunir-me àqueles que cumprem a Vontade da Luz que me chamou, e que é a Vontade Suprema; essa Vontade quero seguir. Não tenho mais escolhas a fazer, basta de escuridão; entrego-me, Senhor, à Sublime Luz que um dia me despertou”.

“Pois digo-te, ó peregrino, nunca deixaste de ser acompanhado por essa Luz. Mesmo quando te encontravas perdido em meio às trevas, a Luz estava em teu interior, a te chamar; porém, ensurdecido estavas pela ilusão do mundo das formas. Muito foste chamado, até que pudesses despertar; mas respondeste a tempo.

“Caminhaste, e com teus próprios pés chegaste aqui. Digo-te: se estiveres disposto a te lavar do passado, a perdoar teus irmãos, a morrer em vida e a perder teus afetos para entrar na verdadeira Vida e deixar-te absorver no oceano de puro Amor, bateste na porta correta.

“Poderás então entrar, e não serás mais o mesmo, pois terás na Luz a tua fortaleza; no Amor, a tua vida; no Poder, a glória do Supremo Senhor. Mas, se tens medo ou dúvida, não estás pronto para a liberdade”.

“Reconfirmo ante vós os meus votos. Curvo-me em reverência e gratidão; orando, entrego minha vida Àquele que tudo criou. Que se faça segundo a Sua Vontade”.

E de dentro da luz, surgiu a Luz; em cânticos sublimes os anjos louvaram a chegada daquele que, estando perdido, encontrou o Caminho; estando cego, viu a Luz; estando surdo, escutou o Chamado.
 
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

O FIO DE OURO DA GRATIDÃO

Gratidão-Frase-A verdadeira oração é apenas de...-Osho (1) | Fotografia  monocromática, Espiritualidade, Fotos

Voltando milhares e milhares de anos atrás, até os primórdios dos registros do conhecimento humano, o poder da gratidão foi pregado e praticado, e desde lá foi passado através dos séculos, se espalhando pelos continentes, sobrevivendo em civilizações e culturas perdidas para as próximas gerações. A maioria das religiões, como o Cristianismo, Islamismo, Judaísmo, Budismo, Sikhismo e Hinduísmo, possuem a gratidão em seu núcleo.
 
Maomé disse que a gratidão pela abundância que você recebeu é o melhor seguro para que a abundância continue.
 
Buda disse que você não precisa de justificativa para nada, apenas gratidão e alegria.
 
Lao Tzu disse que se você regozijar-se pela maneira que as coisas são, o mundo inteiro te pertencerá.
 
Krishna disse que não importa o que lhe é oferecido, ele aceitará com alegria.
 
O Rei Davi disse para dar graças pelo mundo inteiro, por tudo que existe entre o céu e a Terra.
 
E Jesus dizia “Muito Obrigado” antes de realizar cada milagre.
 
Desde os aborígenes australianos até os Massais e Zulus Africanos, desde os americanos Navajo, Shawnee e Cherokee, até os Taitianos, Esquimós e Maoris, a prática da gratidão é a maior raiz das tradições indígenas.
 
“Quando você acordar de manhã, agradeça pela luz da manhã, pela sua vida e pela sua força. Agradeça pela sua comida e pela alegria de viver. Se você não vir razão para agradecer, a culpa recairá sobre si mesmo”. Tecumseh (1768–1813)
 
A história é recheada com personagens famosos que praticaram gratidão, e cujas realizações os colocam entre os maiores seres humanos que já viveram: Gandhi, Madre Teresa, Martin Luther King Jr., o Dalai Lama, Leonardo Da Vinci, Platão, Shakespeare, Esopo, Blake, Emerson, Dickens, Proust, Descartes, Lincoln, Jung, Newton, Einstein e muitos, muitos mais.
 
As descobertas científicas de Albert Einstein mudaram a maneira que nós vemos o Universo, e quando perguntado sobre suas descobertas maravilhosas, ele respondia agradecendo aos outros. Uma das mais brilhantes mentes de todos os tempos agradecia outras pessoas centenas de vezes em um dia pelo trabalho que elas fizeram!
 
Não é maravilhoso que muitos mistérios da vida foram revelados por Albert Einstein? E não é igualmente maravilhoso que Albert Einstein fez algumas dessas grandes descobertas científicas da história? Ele praticava gratidão todos os dias da sua vida, e em retorno ele recebia abundância de muitas maneiras.
 
Quando Isaac Newton foi perguntado como ele alcançou as descobertas científicas que ele fez, ele disse que ele se apoiou em ombros de gigantes. Isaac Newton, recentemente, foi escolhido como o maior contribuinte da ciência e da humanidade, e estava também grato por aqueles homens e mulheres que viveram antes deles.
 
Os cientistas, filósofos, inventores, descobridores e profetas que praticavam a gratidão alcançaram seus resultados, e a maioria deles estavam cientes desse poder. Ainda assim o poder da gratidão era desconhecido da maioria das pessoas até hoje porque, para experimentar a magia da gratidão na sua vida, você tem que praticá-la!

Trecho do livro “A Magia”, de Rhonda Byrne
 https://sendadailuminacao.wixsite.com
 
 
Uma vez entendido o sentimento de gratidão e permitindo que ela se aprofunde em você, então começará a se sentir grato por tudo; e quanto mais grato ficar haverá menos queixas e menos resmungos; uma vez desaparecidas as queixas, a infelicidade sumirá. Esse é um dos segredos mais importantes a ser aprendido.  ...Quando seu coração está pleno de gratidão, qualquer porta aparentemente fechada pode ser uma abertura para uma bênção maior. ...Quando você percebe que tudo é como deve ser, surge uma profunda gratidão. (Osho)

A RELIGIÃO CÓSMICA DO AMOR

Escola de ascensão. Conduzimos pessoas do despertar até a ascensão.  Experiência: 10 milhões de anos.: O SOL, O SEU CORAÇÃO E O ANO NOVO -  PLEIADIANOS 

Toda crença religiosa que se firma no amor é digna de respeito e carinho. O objetivo essencial da fé religiosa é dignificar a criatura humana, tornando-a melhor moralmente e preparando-a para desenvolver os valores espirituais que lhe dormem no íntimo.

Em razão do mergulho na matéria, o Espírito aturde-se, e quase sempre olvida os compromissos assumidos na Espiritualidade, deixando-se comandar pelas manifestações do instinto que o ajudaram nos períodos remotos da evolução, mas que foram suplantados pelo discernimento e pela consciência, permanecendo somente aqueles que preservam a vida e dão sentido existencial.

Na neblina carnal, no entanto, a predominância da matéria, como é compreensível, dificulta o discernimento a respeito da finalidade da reencarnação, facultando que os sentidos físicos se direcionem para o prazer, para o gozo, para a satisfação das necessidades biológicas.

A consciência, no entanto, trabalha pela eleição do significado existencial, do equilíbrio emocional, do bem-estar espiritual, alargando os horizontes da percepção para as conquistas relevantes e significativas que acompanharão o ser após o seu inevitável decesso tumular.

Por esses motivos, entre outros, a necessidade de uma religião que se expresse em lógica e praticidade, destituída dos aparatos e das fantasias, dos interesses sórdidos do comportamento material, faz-se imprescindível para enriquecer os seres humanos de beleza e harmonia. Isto porque a conquista da lógica, no longo roteiro evolutivo, impõe a necessidade de compreender-se tudo quanto se deseja vivenciar, a fim de constatar-se a sua resistência frente à razão em quaisquer circunstâncias.

Assim sendo, não há mais lugar para qualquer tipo de crença religiosa que se apresente com manifestações totalitárias, eliminando a capacidade do crente de pesquisar, de aceitar ou não os seus postulados, sendo-lhe exigido crer sem entender. É certo que ainda surgem segmentos religiosos fundamentados no fanatismo, geradores de lutas e de intolerância, tentando impor-se pela força dos seus dirigentes políticos ou de outra espécie, mas não pela sua estrutura racional e profunda.

Naturalmente, ante o impacto do progresso, aqueles que lhes aderem ao comportamento, logo desenvolvem o senso da razão e os abandonam, isso quando não lhes permanecem vinculados por frutos apodrecidos dos interesses materiais que lhes rendem prestígio, poder e recursos econômicos...

Nesse caso, destituídos do sentimento de amor, de compreensão e de bondade, estando ausentes o respeito pelo próximo e pelo seu direito de acreditar naquilo que mais lhe convém e felicita, essas estranhas doutrinas mais atormentam do que consolam, seduzindo grande fatia da sociedade que ainda permanece vitimada pelos atavismos, quando se fizeram poderosas e esmagaram aqueles que eram considerados adversários de comportamento enfermiço.

Foram essas religiões, trabalhadas pela força política e pelos impositivos da ignorância, que se encarregaram de afastar os fiéis das diretrizes do amor que conduz a Deus, abrindo espaço para os comportamentos agressivos e a revolta constante, facultando o desenvolvimento do materialismo e no niilismo, que lhes bloquearam a capacidade de crer e, por efeito, de abraçar os ideais de religação com a Divindade.

Nesse báratro, a misericórdia divina proporcionou à Humanidade uma crença religiosa que atende perfeitamente ao mandamento maior e, ao mesmo tempo, conforta e tolera tantos quantos não lhe dão guarida.

Trata-se do Espiritismo, que se faz resposta eloquente do amor de Deus às criaturas ansiosas que lhe suplicavam diretrizes e oportunidade de crescimento, assim como de recursos para a conquista da felicidade.

O Espiritismo, ademais de fundamentar-se no amor através da ação da caridade, é Doutrina profundamente racional, que esclarece o aprendiz a respeito das razões da crença e da sua legitimidade, por estruturar-se na linguagem iniludível dos fatos.
Jesus, quando esteve na Terra, elegeu o amor como sendo fonte de sabedoria e de iluminação mais poderosa que se pode conhecer.

Estabelecendo como essencial o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, não renegou as crenças que predominavam na cultura de então, lamentando que as mesmas não possuíssem essa especial conduta, perdidas em aparência e cerimoniais que mataram o conteúdo essencial de que Moisés se fizera portador ao apresentar os Dez Mandamentos.

Neles estão inscritos, sem dúvida, os códigos éticos de alta magnitude, responsáveis pela ordem social e moral da Humanidade, numa tese'>síntese que facultaria ao direito civil em muitos países fundamentar os seus postulados naquelas seguras regras de comportamento.

Jesus, complementando, porém, a propositura do amor, de que a sua doutrina se faz o reservatório inexaurível, transformou-o em código superior de socorro aos infelizes de todos os matizes, utilizando-se da ação da caridade como sendo a sua expressão mais elevada.

Todas as suas palavras fizeram-se revestir pelos sublimes exemplos, pelas ações, pelos fatos extraordinários que passaram à Humanidade, confirmando-lhe o messianato, demonstrando ser Ele o Embaixador de Deus, aquele que todos esperavam, mas preferiram não aceitar, porque Ele feria de morte as paixões inferiores, os interesses mórbidos dos religiosos equivocados, que se compraziam em manter os crentes na ignorância, a fim de melhor explorá-los.

Por sua vez, Ele sempre elucidava todos os enigmas que atormentavam as pessoas, explicando a necessidade do amor em todas as expressões: ao trabalho, ao dever, à família, ao próximo de toda procedência, mas acima de tudo ao Pai Criador.
Submeteu-se às arbitrariedades do poder temporal para demonstrar a sua fragilidade na sucessão dos tempos, especialmente diante da morte que a todos arrebata, modificando as estruturas do mundo e das próprias criaturas.

Jamais se permitiu ceder aos caprichos dos adversários da verdade, divulgando-a e vivendo-a nas situações mais ásperas e agressivas.

Com a sua visão superior, conhecia a fragilidade daqueles que se candidatavam ao ministério de sua palavra, tolerando-lhes a fraqueza moral, mas não anuindo com ela, de modo que anunciou O Consolador, que Ele rogaria ao Pai enviar, a fim de que o rebanho não ficasse esparramado, sem diretrizes de segurança, nos momentos difíceis do futuro que se apresentariam para a conquista da real felicidade...E cumpriu a promessa, por ocasião do advento do Espiritismo.

O amor realmente deverá ser um dia a mais bela conduta, a mais significativa, a psicoterapêutica preventiva e curadora, tornando-se uma forma de religiosidade que fascinará a todas as criaturas.

Ao Espiritismo compete, portanto, o dever, através dos espíritas sinceros, de propagar os seus postulados, de divulgar imorreduras lições do Evangelho, de demonstrar a excelência de seus paradigmas, o alto significado de se que fazem instrumento as comunicações espirituais, a magnitude da reencarnação, a convivência com o bem e a sintonia com o inefável amor de nosso Pai.

A religião cósmica do amor, desse modo, no Espiritismo encontra o solo abençoado e fértil para apresentar-se e enflorecer-se, produzindo os frutos da felicidade que todos aspiram, sem nenhuma desconsideração pelas demais que se fundamentem no mandamento maior, vivendo a tolerância e a caridade indiscriminada.
 

Joanna de Ângelis, do livro: Entrega-te a Deus, psicografado pelo Médium Divaldo Franco

http://www.caminhosluz.com.br

 ESTABELECENDO A PAZ A TODOS OS NÍVEIS

Enxergue as flores pelo seu caminho. Sempre virão dias melhores!

 Algumas Ideias Práticas Para Transcender Conflitos

 
 Ninguém tem dúvida de que a paz e a dignidade internas são um direito e uma necessidade básica de todo ser humano. Estranhamente, porém, a vida mostra que é quase sempre inútil procurar sossego ao nível das coisas externas.

Por mais palpável que possa parecer, todo bem-estar externo tem alicerces duradouros apenas no coração de cada um – e a verdadeira paz só pode surgir de dentro para fora. A questão é saber como. De que modo se produz paz, de fato?

O objetivo da vida não é responder a esta pergunta no plano teórico, mas sim fazer da nossa própria existência individual uma resposta substancialmente prática, simples e vencedora a este desafio.

Ninguém alcança a paz e a ecologia interna fechando os olhos para as situações e desafios da vida cotidiana. A serenidade surge pela observação atenta, sem distorções, e pela transformação decidida da nossa vida a partir do fato de que percebemos a paz como uma realidade potencial em nosso interior, mas queremos, também, expressá-la claramente nos diferentes aspectos da nossa vida.

Se já somos capazes de perceber o centro de paz em nosso interior, a tarefa será focar nele porções sempre maiores da nossa consciência. Uma vez dinamizado este centro de paz, ele se tornará cada vez mais operacional, derramando uma luz diferente sobre os acontecimentos e as relações na vida diária. As situações agradáveis e desagradáveis já não serão as mesmas, porque, agora, estaremos observando os acontecimentos com o objetivo de perceber todo o mecanismo dos conflitos, e deste modo sair do círculo vicioso da insatisfação.

O que você pode fazer, por exemplo, numa situação concreta de divergência entre pessoas? Pode ser uma discussão no trabalho, ou uma dificuldade de tomar uma decisão na escola.

Se você está em conflito, então está diante de uma oportunidade concreta para produzir paz, que é a ecologia dos sentimentos.

“Os desacordos e divergências são muito comuns em todas as relações humanas”, explicam Sam Deep e Lyle Sussman [1]. “Às vezes podem ser infrutíferos e destrutivos. Mas é possível seguir algumas indicações para que não se transformem em experiências desagradáveis”. Veja uma adaptação das sugestões de Sam e Lyle, em dez pontos centrais:

1) Escute os argumentos da outra pessoa.

Não precisa aceitar o que está sendo dito; mas escute. Coloque-o em suas próprias palavras e resuma os pontos de vista da outra parte para mostrar que você está escutando.

2) Faça perguntas de esclarecimento.

Mas evite perguntas que possam criar uma situação de maior confronto. E escute bem as respostas.

3) Não fique irritado.

Não importa se a outra pessoa se mostra “completamente insensível”. Lembre-se: é natural que alguém se sinta cheio de razão quando trata de defender seu ponto de vista.

4) Expresse sua posição de modo claro e completo.

Se o outro não está escutando atentamente, lembre-o de que você foi capaz de escutar, quando era sua vez.

5) Discuta o conteúdo da questão e padrões de comportamento.

Deixe de lado as emoções destrutivas. Não atribua intenções à outra pessoa: ela sempre poderá negar o que você diz.

6) Concentre-se sobre o presente.

Não revolva destrutivamente o passado nem dê atenção a velhos ressentimentos que contaminariam ainda mais o meio ambiente emocional. Mas tire lições do passado.

7) Pense no futuro.

É produtivo perguntar: “Como poderemos evitar que isso ocorra de novo?” É como fazer um projeto de despoluição ambiental.

8) Assuma a responsabilidade pelo próprio papel no conflito.

Dê o exemplo admitindo uma pequena atitude desnecessária e errada sua. Observe que a outra pessoa seguirá o exemplo.

9) Faça um resumo das necessidades e desejos de cada parte.

Descreva a situação com justiça e imparcialidade, levando em conta os vários pontos de vista. O bom ecologista olha o ecossistema como um todo.

10) Mantenha a comunicação.

Planeje novos contatos para ver como a situação evoluiu e as soluções avançaram. Decida falar mais abertamente sobre os problemas, no futuro.

A atitude ecológica diante da vida é válida para todas as situações. A não-violência não consiste em uma resistência meramente passiva ao erro. Ela é ativa e promove o acerto.

Além da violência física, existe a violência emocional e mental. A não-violência não visa derrotar ou humilhar os oponentes, mas ganhar sua amizade e compreensão. O ataque não-violento é dirigido contra o erro e não contra as pessoas que estão fazendo coisas erradas.

No centro do princípio da não-violência estão a capacidade de amar e a percepção de que o amor é uma lei e uma regra de conduta a ser seguida impessoalmente, sejam quais forem as circunstâncias. Mesmo nas ocasiões menos propícias ao seu florescimento, o amor impessoal – único verdadeiro – estará presente sob a forma de respeito e de uma clara percepção da dignidade alheia.

A estrutura familiar, cercada hoje de tensões por todos os lados, é, ainda assim, um cenário de paz, e funciona como o ninho e o refúgio onde se criam os filhotes da raça humana. É um santuário onde devem morar o amor, o respeito e a consideração. Mas, isso nem sempre é fácil. Que casal humano já não teve seus momentos difíceis? John Quesnell dá algumas indicações sobre como o homem e a mulher podem “discordar agradavelmente”:

Aceite que o conflito é uma coisa normal. Não fique alarmado quando surgirem diferenças de tempos em tempos.

Fale sobre seus sentimentos em relação à discordância, mas mantenha-se calmo enquanto estiver expressando suas emoções.

Saiba por que cada um de vocês está irritado ou aborrecido.

Concorde com as soluções realistas que surgirem.

Evite a troca de acusações. Discuta o problema e não os erros do outro.

Tenha paciência. Não espere milagres da outra pessoa, e dê tempo a você mesmo para resolver seus problemas.

Mas suponhamos que – por exemplo – um conflito de gerações apareceu em sua casa.

Seus filhos – ou seus pais – têm valores muito diferentes dos seus e isto tem trazido conflito. Que fazer? O primeiro ponto é não entrar em pânico nem perder a calma. O pânico só serve para polarizar o conflito. Além disso – explicam Peter Buntman e Eleanor Saris – é importante compartir informações. Seja transparente. Não julgue o seu filho adolescente, e não faça generalizações apressadas sobre os seus pais. Finalmente, busque o caminho do diálogo e da negociação. Não lute com os outros. Lute com seus próprios defeitos, porque só você poderá mudá-los.

“Se cinco por cento das pessoas trabalharem pela paz, haverá paz”, diz um slogan bem conhecido nos meios ativistas. Mas a postura de paz não deverá ser apenas uma reação à boa educação que se espera dos outros. Como disse um pai a seu filho: “Trate a todos de modo fraterno e respeitoso, mesmo aqueles que forem mal-educados com você. Lembre que você não é amável com os outros porque eles são bem-educados, mas porque você é bem-educado.”

Tudo o que se faz com rancor gera desarmonia. Por isso, quando ficamos irritados, jamais devemos descarregar a raiva, o que sempre causará consequências negativas a curto ou longo prazo. Se você sente rancor, a primeira coisa a fazer é identificar a fonte da irritação. É o meu chefe que está me tirando do sério? Alguém que está pisando no meu pé?

O segundo ponto é investigar por que tal atitude ou circunstância me irrita. Se é meu chefe, pode ser porque eu me sinto paralisado e incapaz de fazer alguma coisa nesta situação. Administre a raiva falando serenamente com a pessoa que o irrita. Se isto for demasiado difícil no momento, escreva-lhe uma carta ou mensagem. A confrontação não precisa ser agressiva.

Em todas as situações, devemos operar a partir da percepção do centro de paz em nosso interior. Este centro de serenidade merece uma atenção específica, já que é a partir dele que olhamos de modo correto para o mundo externo, com suas infinitas variações de cenário.

A Arte de Produzir Paz

Expandir o ponto de paz interior não é difícil, quando há constância e determinação. Uma prática pessoal eficaz neste sentido pode ser feita do seguinte modo:

1) Encontre um lugar silencioso, respire profundamente e relaxe. Se quiser, repita lentamente a palavra “paz” percebendo todo o seu significado profundo.

2) Associe a palavra e o significado de “paz” a cada pessoa ou situação que vier a sua mente. Revise situações da sua vida diária, gerando e derramando harmonia sobre as suas imagens e lembranças.

3) Localize o centro de paz em seu interior. Concentre-se neste ponto de luz radiante. Mantenha o cérebro físico calmo, e se possível imóvel. Perceba que as imagens mentais não têm muita importância quando se está num estado meditativo.

4) Encerre recitando mentalmente um pensamento que inspire a paz mais profunda que você é capaz de conhecer neste momento. Um exemplo possível: “Meu verdadeiro eu é feito de uma força eternamente harmoniosa”.
 

Carlos Cardoso Aveline
 https://www.filosofiaesoterica.com

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

CORRIJA A SI MESMO ANTES 

DE CORRIGIR OS OUTROS

Comece mudando a si mesmo… | DentCare


APÓS Buda ter se tornado um renunciante, ele viajou por todos os lugares. As pessoas ficavam maravilhadas ao ver sua forma brilhante e encantadora. Enamorada de sua refulgência, uma mulher chamada Ambashali se aproximou dele e disse: “Oh, grandioso, você parece um príncipe em roupas cor de ocre. Posso saber a razão por trás de sua decisão de vestir roupas de renunciante em plena juventude?”.

Buda respondeu que ele escolheu o caminho da renúncia para procurar a solução para três problemas. “Este corpo, que é jovem e belo, está fadado a se tornar velho em algum instante do tempo, sujeitando-se a doenças e, finalmente, à morte. Eu quero saber a causa da velhice, da doença e da morte”, disse ele. Impressionada com Sua busca pela verdade, ela o convidou para almoçar.

Imediatamente, toda a vila ficou sabendo disso. Os aldeões procuraram Buda, um depois do outro, pedindo-lhe que não aceitasse o convite da mulher, pois ela tinha mau caráter. Buda escutou todas as queixas, pacientemente. Ele sorriu e perguntou ao líder da vila: “Você também afirma que ela é uma mulher de mau caráter?”.

O homem respondeu: “Não só uma, mas mil vezes eu endosso o caráter ruim de Ambashali. Por favor, não visite sua casa”. Segurando a mão direita do líder da vila, Buda lhe pediu que batesse palmas. O homem disse que não poderia fazê-lo por que Buda segurava uma de suas mãos e não era possível que alguém batesse palmas com uma só mão.

Buda respondeu: “Da mesma maneira, Ambashali não pode ser má por si mesma, a menos que haja homens de mau caráter nesta vila. Se todos os aldeões fossem bons, essa mulher não haveria se tornado má. Portanto, são os homens e seu dinheiro os responsáveis pelo mau caráter de Ambashali”.

Assim dizendo, ele perguntou se havia algum indivíduo dentre os ali reunidos que não tivesse nenhum traço de maldade em si, para que pudesse visitar sua casa e almoçar. Ninguém se apresentou. Então, Buda disse: “Se há tantos homens ruins nesta vila, não é apropriado acusar uma mulher. Ela se tornou má devido à má companhia”.

É por isso que se diz: Diga-me com quem andas e te direi quem és. Reconhecendo sua tolice, as pessoas caíram aos pés de Buda e pediram seu perdão. A partir de então, eles começaram a tratar Ambashali como uma igual. Inspirada pelos ensinamentos de Buda, Ambashali também escolheu o caminho da renúncia e levou uma vida piedosa.

Quem é bom, quem é mau? Primeiro elimine o mal que há em você. Mantenha-se na companhia dos bons. É um pecado apontar o dedo para os outros quando há uma montanha de males dentro de você.

Sanathana Sarathi
https://sendadailuminacao.wixsite.com

terça-feira, 15 de setembro de 2020

O CAMINHO DA LIBERTAÇÃO
 
livres do pecado - Catequese - material de apoio para catequistas 
Uma das grandes necessidades da época atual é um sistema regular de pensamento reflexivo e de apropriado treinamento espiritual para todos os homens. Esta parece ser a solução, em realidade a única solução dos problemas do momento, não somente para aqueles que aspiram a uma vida espiritual elevada, mas também para os dirigentes e povos de todas as nações do mundo.

No Ocidente estamos imersos em uma febril atividade e vivemos em tal estado de ruído, excitação e perseguição egoísta do prazer que esquecemos completamente as realidades internas. Neste fato se encontra a explicação de todas as dificuldades do mundo. A natureza, entretanto, nos conduzirá inapelavelmente como o cavaleiro guia a seu cavalo, se nós não trocarmos totalmente o método e propósito de nossas vidas. Os cataclismos, as guerras e as lutas sociais e operárias que são a característica de nossa época, não são outra coisa senão advertências da natureza a fim de que nos detenhamos em nosso caminho e voltemos nossa atenção em direção à vida.

A prática da meditação é um dos caminhos para nos liberar das moléstias, tristezas e dificuldades da vida; precisamente a liberação que todos os homens procuram. Para que seja completa e perdurável essa liberação deve sê-lo em um triplo sentido. Em primeiro lugar, temos que libertar nossos próprios poderes internos.

Aqueles que aspiram à vida espiritual não devem esperar a pressão das circunstâncias externas para despertar esse poder inato; mas sim devem aprender a liberá-lo e a utilizá-lo deliberadamente. A meditação é o meio para alcançar essa liberação.

Há uma segunda classe de liberação. Detrás e por cima daquilo que desenvolvemos está o poder divino, que é nossa existência real. É a força de nossa Divindade imanente. É o Deus que somos nós mesmos. Enquanto nossa atenção estiver dirigida para fora, ao externo, ao temporal e ao cambiante, o Deus dentro de nós permanecerá adormecido. Está em nossas mãos despertá-lo conscientemente e liberar agora nossas possibilidades divinas. Se queremos alcançar a meta é indispensável que o façamos assim. Necessitamos todos os nossos poderes e a experiência que possuímos para alcançar com segurança a ‘outra margem’ neste período da evolução humana.

Consolemo-nos, entretanto, recordando que não temos que criar energia. A única coisa que temos que aprender é liberá-la. A ciência tem descoberto em um simples átomo forças tão grandes que caso fossem liberadas destruiriam um continente. Qual não será, então, o poder da alma humana? Em cada um de nós há uma energia incalculável. Cada um de nossos corpos oculta uma parte de uma energia que aqui, no plano físico, se manifesta muito pouco. O primeiro passo rumo à segunda liberação é tratar de compreender no que consiste este poder; segui-lo passo a passo até sua origem; encontrar nosso caminho para o interno através dos corpos que velam sua luz, passar mais à frente do corpo emocional ao mental, pelo mental ao Eu Superior, onde encontramos poder, paz e gozo além de toda compreensão humana. Em realidade, não há limite quanto às alturas a que podemos aspirar. Podemos chegar ao mais íntimo do coração do Logos e mergulharmo-nos Nele. Essa é, em realidade, a meta da meditação: o descobrimento da Fonte do Poder e a união com ela.

Em terceiro lugar: Não procuramos nos liberar das tristezas e dificuldades da vida, da natureza imperfeita da existência humana, cheia de um sofrimento que parece interminável, e com tão pouca felicidade que parece insegura? Não caminhamos às cegas em um mundo onde a dor parece preponderar, procurando sempre o prazer constante sem jamais encontrá-lo? Devemos, sim, Procurar nos liberar da dor, da tristeza e da incerteza através de um bem-estar que seja eterno e uma tranquilidade que seja inalterável; a libertação eterna.

Há um meio de escapar das penúrias da vida terrestre, de suas limitações, da sensação de incapacidade, da sensação de ter poderes que não podemos expressar e dos desenganos que continuamente se nos apresentam na vida. Este meio é aprender logo as lições que a dor e as tristezas ensinam e nos recolher em nosso interior, nos afastando deles para o cerne da realidade.

Esses males têm, naturalmente, sua utilidade, são nossos professores. Venceremo-los afastando-nos deles, não lutando continuamente contra eles. Este último método vem sendo praticando desde idades sem conta e que se perdem nas brumas do tempo. Não nos protegemos desses males resistindo-os, pois ao fazê-lo intensificamos seu poder e nos pomos mais completamente sob seu domínio. Devemos nos distanciar de todas as dificuldades até que as vejamos em sua devida perspectiva, como sombras efêmeras, projetadas por nossa personalidade na tela do tempo e do espaço. Temos que deixar de olhar a multiplicidade de sombras e encarar a Luz única. Esta grande ‘conversão’ se consegue por meio da meditação. Com o pensamento devemos seguir nosso caminho até o verdadeiro centro de nosso ser. Ali encontraremos a luz eterna brilhando. Ali encontraremos a paz que é inalterável e que está ‘além de toda compreensão’. Não há outro caminho. Todos os fenômenos cambiantes da vida, ou melhor dizendo, todas as novidades passageiras do mundo, especialmente as experiências que nos produzem dor, existem para nos ensinar a olhar para dentro. Unicamente ali encontraremos o Reino da Felicidade.

Se necessitarmos um maior incentivo, o encontraremos no conceito de que só poderemos ensinar a outros o caminho da libertação quando nós mesmos o tenhamos encontrado. Por muito que nos compadeçamos de nosso irmão, por muito que trabalhemos para aliviar os males do mundo, não seremos verdadeiros auxiliares, reformadores ou mestres até que tenhamos aprendido a nos recolher no seio dessa paz eterna, onde poderemos vislumbra-la tudo em sua verdadeira perspectiva, alcançar a sabedoria e liberar o único poder capaz de nos converter em verdadeiros salvadores de homens.

Quando nós mesmos tenhamos encontrado e cruzado o portal, poderemos guiar a nossos irmãos, mas não antes. Se observarmos os olhos dos grandes seres do mundo, veremos neles uma serenidade, uma felicidade e uma calma que nada pode perturbar. Eles entraram no Jardim da Felicidade e as tristezas do mundo não lhes alcançam pessoalmente, por muito que se compadeçam dos outros.

Como alcançar isto que todos desejamos? Existem cinco princípios essenciais, cuja consideração pode nos indicar o caminho:

1. Todo aquilo que procuramos se encontra em nós mesmos.

Deixemos de procurar a felicidade no externo; pelo contrário, tratemos de encontrar o coração de nosso próprio ser, onde unicamente jaz a solução dos problemas da vida e o caminho da felicidade e paz eternas.

2.  É necessário tranquilidade absoluta para que a ‘Voz do Silêncio’ seja ouvida e a luz eterna que sempre brilha seja percebida.


Estamos sempre em presença de Deus. Os planos espirituais mais elevados não estão afastados no espaço, mas sim estão aqui mesmo. A voz de Deus ressoa sempre. Não ouvimos Sua voz, nem percebemos Sua luz, porque estamos completamente absorvidos em nós mesmos e nos aturdimos com nosso próprio ruído. Isto se aplica igualmente ao indivíduo e às nações. Aquele que aspira à vida espiritual deve retirar-se de todo isso; não deve se deixar arrastar pelo torvelinho da vida humana moderna, nem ser dominado pelas correntes de pensamento do mundo. De vez em quando é bom retirar-se de tudo isto e estabelecer dentro de si mesmo um centro de equilíbrio e paz. Então se ouvirá a Voz, será percebida a Luz e começarão a afluir a glória e a serenidade dos mundos superiores.

Assim sendo, o silêncio é o segundo grande princípio. “Tende quietude e saiba que sois Deus”, disse o salmista. Um poeta moderno afirmou: “Quão raro é encontrar uma Alma bastante tranqüila para ouvir a voz de Deus”, e também: “Permanece tranqüilo diante de seu Deus e deixa que Ele te molde.”

3.  Na quietude se produzirá a expansão de consciência.

Tendo se recolhido a si mesmo, tendo alcançado a tranquilidade, concentremos nossos pensamentos na contemplação das coisas eternas. Deixemos que Deus penetre mais em nossas vidas. Esforcemo-nos em alcançar um conceito de Sua Glória e em imaginar Sua natureza. Então, nossa consciência se expandirá e nos encontraremos n´Ele e O descobriremos em nós.

4. Nossos corpos devem purificar-se, a fim de que possam expressar a beleza, o esplendor, a expansão e a visão que nossa meditação revela.

O corpo físico deve refinar-se perfeitamente. Os efeitos hereditários de comer carne em excesso e a rudeza geral das últimas gerações têm que eliminar-se por meio de dieta e vidas puras. Um grande Mestre disse que nossos corpos devem estar livres ‘até da mais pequena partícula de impureza’. A impureza física tem sua contrapartida no corpo emocional e também na mente; por conseguinte, é três vezes indesejável. Nossas emoções têm que ser igualmente purificadas e cultivadas; devemos refinar nossa mente, dominar sua tendência a separatividade, ao egoísmo e à crítica, e aprender a pensar em termos de unicidade. Desta maneira os corpos sutis se farão sensitivos, puros, belos e translúcidos à luz interna.

5. A solução de todos os problemas se encontra na compreensão da Unidade de toda a Vida.

Anjo, homem, animal, vegetal e mineral são todos Um. A mensagem que temos para o mundo, que tem caído na ‘grande heresia’ da separatividade, é o da Unidade. Para transmitir esta mensagem não precisamos ser gigantes intelectuais capazes de escrever, falar ou organizar; porque, se tivermos um coração reto e a atitude devida e nós mesmos alcançamos, em certa medida, a compreensão da unidade, todos podemos ajudar. Todos podemos transmitir a mensagem constantemente em nossa vida cotidiana. Tudo o que precisamos é caridade e um coração puro, um determinado poder de concentração e uma vontade que não arredem ante os obstáculos.

Temos que romper as amarras do eu inferior separado e temos que dedicar toda nossa vida ao serviço de nossos irmãos. Uma vez que tenhamos vislumbrado a esplêndida visão da unidade da vida, nenhuma dor terrestre poderá nos machucar. O gozo de trabalhar com os grandes dirigentes e Mestres da humanidade perdurará em nossos corações e brilhará em nosso olhar. Eles nos ajudarão a nos desenvolver, a fim de que cheguemos a ser servidores mais eficientes e mais inteligentes. Mediante Sua condução encontraremos a libertação e por Seu poder guiaremos à humanidade para a Paz. 

Geoffrey Hodson
https://www.levir.com.br

 O DINÂMICO DESPERTAR DA ALMA

Blog Luz e Vida: Owen K Waters: CURSO DE DESPERTAR DA ALMA – EVITANDO AS  ARMADILHAS DO TEMPO - Parte 5 de 8. 

O dinâmico drama do despertar da alma forma um estudo de interesse arrebatador quando visto do interior. Veja como do nascimento até a morte o brilho da luz geralmente aumenta, marcando o progresso da vida que desabrocha. Como é corajosa em sua marcha avante, como enfrenta resolutamente as provações da Senda; veja que ora ela esmorece, seus olhos tornam-se sombrios; uma sombra cai sobre ela, envolvendo-a em melancolia.

Desaparece agora o brilhante esplendor, escondido profundamente dentro da escuridão da noite. Uma luz resplandecente brilha ao seu redor quando, com olhos voltados para as estrelas, a alma continua adiante no caminho da retidão e da verdade, em busca de sua meta.

Quando finalmente bem do fundo da alma surge uma resposta ao grande apelo, ela é envolta num brilhante esplendor que traz para si a bênção dos santos e a ajuda dos Deuses elevados. Caso venha a vacilar, a luz diminui; caso venha a cair, a escuridão desce; a bênção e a ajuda não podem penetrar aquelas trevas, que devem ser dispersas do interior.

Mesmo em meio às trevas, os vibrantes e pulsantes poderes da alma continuam se expandindo com um crescimento mais rápido desde o momento em que o voto interno é feito. Nenhuma escuridão, por mais profunda que seja, é inteiramente suficiente para enclausurar aquela vida crescente.

Com isso, depois de um breve período de conduta redentora sem esforço aqui em baixo, mais uma vez a cabeça levanta-se lentamente. Nasce uma forte aversão a toda preguiça; o manto de escuridão é descartado, a luz da virtude e do esforço brilha intensamente no ar elevado. De cada queda um poder adicional é ganho; depois de cada escuridão nasce uma nova luz.

Tenha coragem, ó alma humana que se esforça. O prêmio é certo; a Senda não é sem fim, pois Deus dentro de você vai lhe levar até a sua meta. Empenhe-se, portanto, com toda sua força. Vise manter sempre uma constante equanimidade, uma crescente velocidade e uma firmeza tal em seus passos no Caminho que vacilações e quedas não venham mais ocorrer. Mire alto, cada vez mais alto; vise ser um Deus. Em virtude de sua herança divina, entre naquele esplêndido mundo da razão pura, a terra onde todo o conhecimento da multiplicidade é ganho na cognição do Um. Lembre-se que a qualidade das inspirações que você recebe depende tanto de você mesmo quanto da consciência inspiradora.

Quanto mais você se expande e mais puro se torna, maior será a medida da verdade que você vai receber. Deixe que isso se torne um incentivo adicional, não só para que você mesmo possa trilhar mais rapidamente o Caminho, mas para que você possa se tornar um canal mais apropriado para a verdade divina vinda aos homens, de acordo com seu dom particular de receptividade.

Mantenha sua mente sempre em compasso de concerto, pensando constantemente sobre os assuntos mais nobres e elevados em seus momentos de lazer. Afaste deliberadamente a mente de todos os assuntos de uma natureza sensual e carnal; caso você se defronte com eles na literatura ou leitura geral, pule-os deliberadamente e recuse a dar a eles entrada em sua mente. Pense com mais frequência sobre os tópicos mais nobres e sublimes e treine sua mente a responder à espiritualidade e a conquistar a tendência humana de pensar demasiadamente sobre as coisas da terra.

Geoffrey Hodson

http://yoga-ensinamentos.blogspot.com

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

A ESTERILIDADE DO RUÍDO

E A FECUNDIDADE DO SILÊNCIO

Contato com a natureza - Tenha paz no seu coração - Amor-próprio 

 O que apavora o principante – e quem não é principante? – é a ética pré mística, isto é, o dever de ser bom, antes de passar pela experiência divina, antes de ter o seu encontro pessoal com Deus em si mesmo. Nessa etapa inicial da jornada cósmica predomina o conceito ominoso de virtude, heroísmo, sacrifício, carregar a cruz, caminho estreito e porta apertada, a idéia angustiante de ser “mártir da sua espiritualidade”. 

Todas essas dificuldades e seus pavores provêm da ignorância do principiante. Uma vez cruzada a misteriosa fronteira, da ignorância para a sapiência, do não-saber para o saber experiencial, cessa toda a idéia de sacrifício. A própria idéia horripilante de ter de “amar seus inimigos” deixa de existir, não porque o homem se tenha tornado heróico ou virtuoso, mas simplesmente porque não existe mais tal coisa como “inimigo”. O conceito “inimigo” é uma criação do ego insipiente, e desaparece naturalmente com o advento da sapiência, assim como as trevas desaparecem à chegada da luz. Podem outros continuar a ser meus inimigos, da parte deles, enquanto forem insipientes; mas eu, sendo sapiente pela experiência da Verdade, não me rebaixo a ser inimigo deles; a minha luz divina não reconhece as suas trevas humanas. E, por isto, eu propriamente não amo os meus inimigos, porque não existem “meus inimigos” da minha parte; a minha luz não tem trevas, a minha sapiência não tem insipiência, o meu divino sim não admite o humano não. 

De maneira que o místico, o sapiente, não ama seus inimigos; ama aqueles que ele, outrora, quando profano e insipiente, chamava seus inimigos, e que, possivelmente, até hoje se consideram inimigos do místico sapiente, lá das tenebrosas baixadas da sua profana insipiência. 

Diz a geometria que duas linhas paralelas não se encontram, a não ser no infinito. Não é bem exata essa afirmação, pelo menos não do ponto de vista filosófico. Linhas paralelas não se encontram no infinito, porque no infinito não há linhas, não podendo, por conseguinte, haver um encontro entre coisas inexistentes. O infinito é a ausência da dimensão, é a zero-dimensionalidade, ao passo que toda a linha tem uma dimensão. No infinito, a dimensão da linha acaba na indimensionalidade, onde não é possível um encontro.

De modo análogo, na zona da experiência mística não há “inimigos”; logo, não pode haver amor aos inimigos inexistentes; nessa zona domina o amor universal, sem distinção de amigos e inimigos, porque domina a sapiência, a luz integral, que não lança sombras; as sombras provêm de uma luz parcial. 

“Deus é luz, e nele não há trevas”... 

Para que o homem ingresse na zona pós-mística, necessita ele de passar não somente pelo período da ética pré-mística, mas também circundar-se de um ambiente propício para essa suprema realização. Deve, sobretudo, praticar solidão e meditação.  

Solidão é uma espécie de vacuidade – meditação é plenitude. Esta não atua sem aquela. Ninguém, no princípio, consegue meditar a não ser na solidão. A solidão do ego precede a meditação do Eu. 

O homem profano tem horror à solidão. 

Solidão e silêncio são, para o homem profano, uma espécie de veneno mortífero; por isto, vive ele no barulho, que canaliza para o interior da sua casa e da sua alma, em forma de jornal, rádio, televisão, visitas, etc., a fim de não se afogar no mar da solidão e do silêncio; esses expedientes sociais lhe servem de tábua de salvação no meio do naufrágio. 

Mas o homem em vias de espiritualização é amigo do silêncio e da solidão. 

Não tarda a descobrir que prolongados períodos de silêncio e solidão potencializam grandemente a receptividade espiritual da alma; verifica que o ruído esteriliza, e que o silêncio fertiliza. Três dias consecutivos de solidão e silêncio podem aumentar por 50% a receptividade da alma, de maneira que, dentro deste ambiente propício, qualquer palavra sagrada brota com espontânea facilidade e vigor, quando, outrora, dezenas de palavras se esvaíam sem sinal de vida. Se alguém consegue ficar 30 dias completos, um ciclo lunar total, imerso em profundo silêncio e total solidão, entra a sua alma como que em adiantado estado de gestação espiritual, e basta um ligeiro impulso para ela dar à luz a sua prole. 

Sociedade e ruído atuam sobre a alma como luxúria e prostituição – ao passo que solidão e silêncio têm algo parecido com pureza e virgindade. 

Esse silêncio, porém, tem de ser não apenas material, mas também mental e emocional. Deve o homem estabelecer uma quietude integral. É relativamente fácil fugir de ruídos externos; basta retirar-se a um lugar solitário; mas é difícil desterrar de si os ruídos mentais dos pensamentos e os ruídos emocionais dos desejos, porque estes nos acompanham para dentro de qualquer solidão física.

Entretanto, da ausência desses ruídos, mental e emocional, depende essencialmente a possibilidade e a eficiência da meditação. A parturição
espiritual só se realiza no meio de grande silêncio. A praça pública do nosso cérebro e do nosso coração tem de ser transformada em santuário do espírito. 

A luz solar que incide sobre uma fonte de 10 centímetros de diâmetro não tempoder enquanto continuar dispersa; mas, se reduzirmos essa área de 10centímetros a um único foco indimensional, teremos uma fonte de intensa luz e calor, capaz de atear fogo em qualquer combustível. 

Largueza é fraqueza. 

Estreiteza é força. 

Dispersão é ineficiência. 

Concentração é eficiência. 

A indisciplina é impotente.

A disciplina é onipotente. 

A disciplina espontânea é a mais alta liberdade. 

O homem que focalizar por 5 minutos um só pensamento, sem desvio nem distração, potencializa a sua força. E essa força lhe dá segurança, unidade, felicidade. Felicidade é um senso de unidade, que nasce da consciência da força. Feliz é somente o homem que se sente uno, untário, indiviso em si e indiviso do Universo. 

Quando o homem, graças a assíduas e intensas focalizações, tiver atingido o máximo de unidade, pode ele voltar ao meio das pluralidades do mundo circunjacente, sem perigo de ser novamente desunificado, pluralizado e objetivizado. 

E então se sente ele plenamente remido.

Huberto Rohden - Trecho do livro "A Grande Libertação"

http://universalismoesoterico.blogspot.com

domingo, 13 de setembro de 2020

 PORQUE SOFREMOS


Toda culpa acarreta uma pena — é esta a inexorável biologia do universo espiritual. Toda desordem tem de ser reintegrada na ordem por meio do sofrimento.
 
Se a desordem é prole dum gozo ilegal, só pode a ordem ser filha dum desgozo, dum sofrimento.
 
Se o prazer ilegal macula, a dor redime.
 
Entretanto, como dizíamos, a finalidade da dor não se cifra nesse papel negativo, nesse pagamento de débito, nesse simples restabelecimento da ordem perturbada pela culpa. A dor tem também caráter de crédito, tem uma função nitidamente positiva e construtora — e é precisamente isto que dá conforto, coragem e serenidade a todo humano sofredor.
 
A dor, quando compreendida, é um poderoso fator de evolução rumo às alturas, é um veemente estímulo de progressiva espiritualização da vida.
 
Não afirmamos que a dor, considerada em si mesma, tenha caráter redentor, mas, sim, que Deus se serve do sofrimento para redimir o homem das suas misérias e imperfeições.
 
Não foi o sofrimento de Cristo que redimiu a humanidade — mas foi Jesus que, por meio do seu sofrimento, nos redimiu. E assim continua a ser através de todos os séculos: Deus redime o homem por meio da dor.
 
Não nos pode a redenção de Cristo libertar da Geena de Satã se o homem não se libertar da irredenção do seu egoísmo e orgulho, do inferno do seu ódio e da Sodoma da sua luxúria.
 
É a dor, esse anjo de Deus vestido de crepe, que descerra ao homem cativo às portas do cárcere, para que entre no vasto e luminoso reino da liberdade dos filhos de Deus.
 
Esse emissário da Divindade, é certo, tem algo de funéreo, de noturno, de triste e lacrimoso — mas brilham-lhe nos olhos esperanças de felicidade e sorriem-lhe nos lábios alvoradas de vida imortal.
 
Ninguém pode amar o sofrimento por causa dele mesmo, assim como ninguém pode gozar o desgozo — mas o sofrimento, quando compreendido em sua suprema finalidade, pode ser tolerado com serenidade e até abraçado com amor.
 
Pode o homem, através de muitas lágrimas, chegar a encontrar mais profunda quietação espiritual na noite estrelada das suas dores do que no dia meridiano dos seus prazeres.
 
A treva é silenciosa e pressaga – mas no alto brilham os luzeiros de Deus, cujo silêncio diz mais ao homem espiritualizado pela dor do que todos os ruídos do dia profano.
 
Existe uma misteriosa alquimia que em ouro de lei converte todos os minérios, até a substância mais vil — e é do cadinho do sofrimento que o homem extrai esse metal precioso.
 
Quem vive o Evangelho de Cristo conhece o segredo dessa alquimia.
 
Se o homem moderno não sabe sofrer com serenidade é porque, quando muito, crê no Cristo do passado – mas não vive o Cristo do presente…
 
Não bastam herbários mortos nem palhas secas de humana teologia – são necessárias as ”águas vivas” do Cristo que brotam dos rochedos vivos da eternidade e jorram para a vida eterna,…
Companheiros de jornada e de destino, sigamos o Cristo, rumo ao Calvário — e rumo à ressurreição…
 
Huberto Rohden - Trecho do livro "Porque Sofremos"
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