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domingo, 28 de fevereiro de 2021

 LIDANDO COM A MENTE

Citações de Trigueirinho

* Se é nas cavernas do coração que a Luz da vida interior se faz perceber, de que vale buscá-la nas areias do deserto mental? Eleva teu pensamento, põe em prática o que sabes ser verdadeiro e não esperes recompensa. Serve com pureza de propósito, despido de quaisquer pretensões.

* Mantém-te identificado unicamente com a Luz que és, que vive em ti e é a Luz do Pai. Permanece em silêncio interior. Quando tua mente argumentar e te incitar ao desânimo, reflete: com apenas um passo chegas ao destino, ou em tua marcha tens que reerguer o pé incontáveis vezes? Avança, pois, sem mais dispersões.

* Nada do que foi dado o homem deve negar ou tratar com descaso, porém de nenhuma dádiva deve tornar-se escravo. No que se refere às faculdades naturais de que dispõe, o pensamento é uma das que têm maiores potencialidades e, por isso mesmo, precisa ser atentamente conduzido a metas evolutivas. O pensamento é como uma sonda que, corretamente operada, pode atingir profundidades desconhecidas; mas é preciso lembrar que no caminho espiritual o que vale não é o domínio de técnicas, nem grandes dotes humanos. Nessa senda, o mais importante é a firmeza com que o ser se volta para o próprio mundo interno e com que a ele se apega.

* Quando o ego ambicionar poder, faça-o reconhecer o valor da humildade; quando exigir conforto, conceda-lhe simplicidade; quando reclamar alimento para suas pseudo carências, nutra-o com paz espiritual. Trata-se de afiná-lo com energias sutis. Abdicado de suas supostas necessidades, o homem passa a tudo acolher com gratidão. O segredo da paz está, portanto, em ele se desligar de buscas e expectativas. Quem nada espera pode ver nos diversos eventos a obra da Graça, e dessa atitude advém imensa calma.

* Quando assume o destino para o qual veio à encarnação, o ser vê-se permeado por uma indescritível paz, que perdura sejam quais forem as circunstâncias que lhe são apresentadas externamente. Além disso, encontra com maior liberdade a energia necessária para superar provas. Muito diferente seria a situação do planeta se os homens tivessem fé para abraçar esse destino, abdicando do que pensam ser a própria segurança e que na verdade os prende.

* Cada indivíduo que permite ter sua mentalidade transformada pelo fogo interior, torna-se uma tocha a iluminar o caminho de muitos, a dissipar as escuras e densas brumas que impregnam os planos materiais da Terra. É, pois, tarefa do homem abrir-se a esse fogo e deixar-se transfigurar por ele. Daí emergirá o inédito e o genuíno, aquilo que somente o espírito pode plasmar.

* Frente a determinadas crises, o silêncio é a atitude mais indicada. Silêncio de opiniões, de pensamentos, de julgamentos e de análises. Em silêncio, o próprio indivíduo pode reconhecer, com menos interferências, o rumo que lhe cabe tomar. As percepções vão mudando, a compreensão amplia-se. O silêncio autêntico é o prenúncio de expansões da consciência que trazem mudanças do modo de se estar diante de certas tarefas e situações.

* A vida interna e externa tendem a aproximar-se a amalgamar-se e a tornar-se um conjunto coeso e compacto, onde as energias de um estado não se oponham ao de outro; mas essa unificação é feita pelos núcleos internos, e não pela personalidade. O papel da personalidade é o de manter-se em abertura, serenidade e entrega, sem querer por si mesma determinar caminhos, pois estes estão escritos em níveis profundos.Aquietai-vos. Sem a quietude não podereis reconhecer os desígnios que tendes a cumprir. 

* Aquietai-vos, desde sempre vos foi dito, pois o conhecimento supremo só pode ser atingido pela vivência interior.

* Responder decididamente ao que vem de dentro do próprio ser, mergulhar sem reservas no mundo silencioso que ali se encontra – eis um caminho de libertação. Assim, uma presença sagrada pode pulsar, extinguindo movimentos supérfluos e trazendo ao indivíduo quietude e paz. Esse estado de abertura interior permite-lhe viver momentos de rara beleza, momentos que não se dissipam e cuja energia se esparge pelos ares como uma bênção.

* De diversas maneiras, da infância à velhice, todos vivem em maior ou menor grau momentos em que são invadidos por um sentido de completo desamparo, e os que puderam controlar o desespero e o medo que disso advêm conheceram algo de imensa proteção existente na base da vida. Nesses momentos de aguda conscientização dos limites do ego é possível ao ser dar um salto, tocar sua Realidade…. Essa vivência, por mais breve que seja, deixa-lhe marcas internas profundas e contribui para a iluminação da sua consciência…

* Se a mente indaga, que dirija as suas perguntas ao centro do ser, e o que dele emergir, resultará em um trabalho frutífero, mesmo que seja o completo Vazio. Ao aprender a escutar o que vem desse centro, a mente recebe os eflúvios positivo dos níveis libertos da ilusão. Muito provavelmente não obterá definições, mas, se for tocada pelo silêncio onisciente, … as dúvidas se desfazem.

* Querer respostas prontas e acomodar-se a elas é um vício da mente. O trabalho a ser por ela empreendido é, diante do desconhecido, procurar abrir-se ao mistério. Assim ela se transforma e, de indagante, eleva-se ao estado de espelho d’Aquilo que, maior do que ela, nela se faz refletir.

* Não há outro modo de a consciência atingir níveis elevados e neles permanecer estável a não ser pela aspiração a evoluir. É essa aspiração que transforma a dor pessoal da renúncia na suprema alegria da liberdade; e é ela que torna férteis ações que, sem o seu ardor, pareciam estéreis. É movido por esse inefável poder de transformação que o ser humano traspassa as muralhas do ego e é permeado por uma vibração superior: a sabedoria do amor impessoal.

* Se tua mente indaga: “Não será possível apressar os ciclos para as sementes germinarem mais rapidamente?”, dizemos-te que deverá dar-lhes sol para aquecer-lhes o brotar, água para saciar sua sede de despertar e um bom terreno para acolher sua explosão de vida. O que sucederá a partir daí não te cabe decidir.

* Não é possível um cultivador acelerar a formação das plantas que as semente abrigam no íntimo; seu trabalho é deixar que ela revele a Luz que cada uma traz no interior. Portanto, oferta-te Àquele que faz nascer e morrer todas as coisas.

* Quando a luz da tua alma se fizer notar como um sol, não precisarás manter acesa a tua pequena lâmpada, pois tudo estará sob intensa claridade. Sempre terás a luz interior a iluminar-te; cuida para que continue forte e viva quando rajadas de vento tentarem apagá-la da tua consciência externa.

* Nem sempre vossos pensamentos condizem com a meta que vos propuserdes alcançar e com a busca que vos propuserdes empreender. Entregai vossos pensamentos ao Altíssimo, pois no fogo do Altar Maior serão consumidos como palha e não mais vos atormentarão.

* Deixa sempre ao teu interior a tarefa de guiar tua vida. A capacidade de não interferir nas suas determinações é um tesouro que se deve guardar com zelo.

* Tocado pelo chamado interno, deixa emergir espontaneamente o silêncio, que facilita o ingresso no estado de prece e de contemplação. Não há palavra, pensamento ou formalidade que induza esse estado; ele é propiciado apenas pela busca tranquila e despreocupada da união total da vida do Espírito.

* Agora o silêncio é teu companheiro. Ama-o verdadeiramente, para que possas escutar a voz interna. Não há canto mais belo do que o colhido no total silêncio do ser. Chegarás a mundos de pureza se, no fogo desse silêncio, forjares as chaves que abrem seus portais.

Texto extraído dos seguintes livros: Aos que Despertam; Ventos do Espírito; Encontros com a Paz; Das Lutas à Paz; A Luz Dentro de Ti - Autoria  de José Trigueirinho Netto

https://pedranolago.com.br

sábado, 27 de fevereiro de 2021

O QUE DAMOS AO MUNDO 

É O QUE RECEBEMOS DE VOLTA

Sua experiência externa é a manifestação direta da forma como você reconhece as coisas, pessoas e fatos.

Portanto, o mundo exterior não pode ser melhor para você do que o grau do seu reconhecimento.

Se você não está satisfeito com seu mundo exterior, significa que deve procurar mais Luz quanto à sua Identidade, e mais Luz quanto à Natureza de Deus. Quando você os alcança, o mundo exterior muda de acordo.

O mundo exterior reflete de volta para você seu aquilo que você reconhece, e você pode começar a provar isso dentro de vinte e quatro ou quarenta e oito horas.

Pedi que você olhasse para mim nesta plataforma e não para essa estrutura, este corpo ou invólucro, mas que tentasse olhar através dos meus olhos e Me encontrar, tentasse discernir o que está por trás dos meus olhos, ver se você não conseguiria encontrar algo sobre mim que seja invisível, intangível e diferente do que você já pensou antes.

Então, comece a praticar isso. Mas isso deve ser feito silenciosamente, secretamente, de modo sagrado. Isso nunca deve ser feito abertamente.

Comece a olhar para os membros de sua família - marido, esposa, filho, pai, tia, tio, primos - um por um.

Nunca tente fazer isso por eles como um grupo.

Basta tomar uma pessoa de cada vez e esquecer tudo o que você sabe sobre ela. Esqueça a aparência dela e veja se você consegue discernir algo dentro dela que não é evidente aos seus cinco sentidos físicos.

Veja se você não pode discernir algo nela que Deus plantou lá no começo, antes que o mundo existisse.

Depois disso, gradualmente espalhe essa influência silenciosa e absorva os vizinhos, os amigos, os lojistas, os funcionários de escritórios e todos com quem você entra em contato.

Você terá uma oportunidade maravilhosa, pois todos os candidatos a cargos na próxima eleição se apresentarão.

Não preste muita atenção no que eles estão dizendo, porque não lhe dirão a verdade. Isso não seria uma boa política.

Tente examinar a aparência e ver o que você pode discernir sobre a natureza de Deus neles, a natureza de sua humanidade, a estatura de sua humanidade.

O milagre que você descobrirá é a maneira diferente pela qual o mundo trata você.

Realmente, será uma experiência milagrosa, quando você descobrir que o mundo não o trata mais como no passado, e nem pode.

O mundo pode refletir de volta para você apenas o que você está dando.

Quando você começa a perceber a natureza da estatura da humanidade em Cristo Jesus, ou seja, a Natureza Espiritual do meu Ser e do seu Ser, você os compele a dar testemunho do Espírito de Deus em você.


Joel Goldsmith
http://suprimentoinvisivel.blogspot.com

 

Tudo o que damos ao mundo retorna e ressoa. O mundo é um lugar que faz eco. Se atirarmos raiva, a raiva voltará. Se dermos amor, o amor voltará. Mas, esse é um fenômeno natural, e não precisamos pensar sobre ele. Podemos confiar: isso acontece por si mesmo. Esta é a lei do carma: tudo o que você semeia, você colhe, tudo o que você dá, você recebe.

É o verdadeiro segredo da vida: dê, e você receberá um milhão de vezes mais; partilhe, e no próprio ato de partilhar ficará mais rico. Vá acumulando egoisticamente, e ficará cada vez mais pobre. Você não vai encontrar um homem mais pobre que o avaro. Ele pode ter muito, mas não tem nada – porque você só pode ter aquilo que deu. Aparentemente isso é um paradoxo.

Deixe-me repetir: você só possui aquilo que você dá; você nunca possui aquilo que você acumulou egoisticamente – você se torna senhor de algo que partilha. Partilhe! Incondicionalmente – porque tudo vai ser tirado de você mesmo; a morte vai tirar tudo de você. E a morte não vai implorar, ela simplesmente toma, rouba. Ela não pede permissão, não bate a porta e diz: “Posso entrar, senhor?” Não. Ela simplesmente vem. Quando se der conta, você já foi. Quando puder fazer alguma coisa, tudo já terá sido tirado. A morte vai levar tudo.

Antes que a morte bata à sua porta, partilhe tudo o que você puder. Você sabe cantar uma canção bonita? Cante-a, partilhe! Sabe pintar um quadro? Pinte, partilhe! Sabe dançar? Vá e dance, partilhe! Partilhe tudo o que você tiver – e eu nunca encontrei um homem que não tivesse muito o que partilhar, você tem muito que partilhar. Se você não quer partilhar, pode ter suficiente, mais que suficiente, mas é pobre, não tem coisa alguma.”

Osho
https://paralemdoagora.wordpress.com 
 
 
"Vibração na física quântica significa que tudo é energia. Somos seres vibracionais. Cada vibração equivale a um sentimento e no mundo “vibracional”, existem apenas duas espécies de vibrações, a positiva e a negativa. Qualquer sentimento faz com que você emita uma vibração que pode ser positiva ou negativa.Todo pensamento que você possui emite uma frequência para o Universo e essa frequência retorna para a origem, no caso, você! Então se você tem pensamentos negativos, de desânimo, tristeza, raiva, medo, isso tudo vai voltar para você. Por isso é tão importante que você cuide da qualidade dos seus pensamentos e aprenda a cultivar pensamentos mais positivos". (https://p4zeequilibrio)

 REVELAÇÕES SOBRE O NOSSO

DESCONHECIDO MUNDO INTERIOR


No princípio do nosso caminho espiritual, não sabemos o que na verdade somos. É gradualmente que nossa existência nos vai sendo revelada.

Para descobrir o que de fato somos, onde estamos ou o que fazemos em outros planos da vida, sutis e espirituais, temos de contatar as chamadas “leis interiores”, energias sobre as quais pouco ou nada sabemos.

As leis interiores são as da vida da alma, do espírito. É do contato com essas energias que surge o relacionamento consciente do ser humano com o mundo interno.

Enquanto estamos identificados com forças da personalidade, tememos transformações, escolhemos as mudanças que queremos e negamos outras que não queremos. Como personalidade é impossível saber o que realmente somos. Por isso, as leis que dizem respeito ao profundo do ser começam a desvelar-se só quando de verdade nos entregamos ao mundo interno.

Nossa vida terrena passa, então, a integrar uma existência mais ampla. O fato de começarmos a prestar atenção no mundo interno e irmos considerando a atividade externa menos importante, isso já decorre da atuação das leis interiores.

Tenhamos em conta que a maior parte de nossas atividades externas normais nada tem a ver com o mundo interno. À proporção que nos voltamos para a realidade dele, chegam-nos as primeiras percepções acerca disso.

A vida interior apresenta-se a nós de duas maneiras: bem suave, quase imperceptível, ou abruptamente. No primeiro caso, nem sequer percebemos que estamos ingressando nela. Notamos apenas que as coisas externas já não exercem a mesma atração sobre nós, já não têm tanta relevância.

No segundo caso, somos despertados por acontecimentos inesperados. Ocorre algo muito forte e consistente e, a partir daí, como em uma conversão repentina, passamos a buscar o mundo interno e perdemos a inclinação para a vida material.

A transformação profunda e real em nosso ser não se realiza por nós humanamente. Provém do interior da vida e vai-se refletindo devagar no mundo material e na ação externa. Nessa fase de adaptações, muitas pessoas descobrem-se em ambiguidade: já sabem o que devem realizar, mas continuam agindo de maneira oposta, como se não soubessem.

Do ponto de vista espiritual, um padrão de vida é determinado pelo enfoque da consciência. Se nos transformamos e nos elevamos, é natural que se operem mudanças de padrão. Por isso, em meio a nossas transformações, podem surgir em nós conflitos com o padrão de vida que vínhamos adotando.

Todavia, é bom termos em conta que pode ocorrer também de estarmos no mesmo padrão de vida externo, mas com a consciência já em novo ponto. É aos poucos que começará a surgir o padrão que lhe corresponde.

Enquanto nos restringimos a leis da matéria, o modo de vida que adotamos parece-nos por demais importante. Temos de nos dedicar muito a ele para que mantenha um certo nível e não decaia. Mas, quando chegamos a contatar as leis interiores, já não temos de nos preocupar com isso. A vida externa vai surgindo por si, e os fatos se sucedem por inspiração espiritual superior – tudo o que ocorre, então, está correto e tem um propósito divino.

Desaparece de nós, por completo, a preocupação com o futuro e o interesse pelos resultados das ações. Sabemos que a partir daí as coisas vão se desenvolver não como fatos, mas em relação com o nível da consciência. Baseados nas leis interiores, ficamos cientes de que tudo vai bem.

 

José Trigueirinho Netto 

https://www.otempo.com.br

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

O PODER DA REPETIÇÃO 

NA VIA ESPIRITUAL - 1ª Parte


Por que repetindo com intenção plena (Fé-persistência) uma palavra se consegue a concretização dessa intenção?   

Por milhares de anos o segredo e o mistério da repetição tem sido conhecido pelos místicos.   

Assim é com os mantras dos Yoguis da India, com o Dikr dos Sufis muçulmanos, com a Oração de Jesus ou o Maranata cristão.

O que nos atrai mais é a repetição de toda a experiência que tivemos.   

Se você tem o hábito de ir ao parque, você talvez tenha feito uma associação com um banquinho ali e você sempre será atraído por ele quando você vai ao parque.   

Você experimentou o magnetismo do lugar.   

Pode haver um lugar melhor, mas no lugar que você se sentou uma vez você vai sentar-se novamente, e quanto mais você se sentar ali, mais você será atraído para lá.

A vida inteira está baseada no princípio da repetição.

Portanto, as coisas que nos ajudam a sermos iluminados e a alcançarmos a espiritualidade são prescritas pelos Sábios para serem repetidas.

Hoje, nesta era material, e nos modernos workshops de auto ajuda, uma onda está chegando em que as pessoas estão começando a reconhecer de um ponto de vista psicológico, que, ao repetir: 'Você está bem, você está bem, você está bem', a pessoa ‘fica’ bem.   

O problema é que é apenas por algum tempo.... antes de se agarrar de novo às coisas, é apenas algo temporário e nada de definitivo pois em geral a pessoa deixa, se ‘cansa’ de estar sempre a repetir e os workshops são só ao fim de semana....ou uma vez ao ano.

Quem pensa todos os dias, numa verdade tão básica, que um dia vai morrer ?   

Quem o consegue, decerto vive melhor, muito melhor, mais focada, mais centrada, mais equilibrada, mais consciente do seu propósito de vida, do que aqueles que o não conseguem.

Tudo o que repetimos tem uma ação psicológica.

Bom presságio e mau presságio também dependem de repetição.   

Se você conta para uma pessoa sobre um acidente quando ela está entrando em seu automóvel, isso significa que você coloca as rodas do seu carro na rota que leva a um acidente. 

Não há nada que ajude mais a trazer sucesso do que o sucesso, e uma vez que você fracassou, você fracassará repetidamente.

Há muitas maneiras de concentração, mas a melhor maneira é a repetição de uma palavra.

Por exemplo, se a pessoa quer se concentrar no equilíbrio, ela não pode criar uma forma disso diante de sua mente, pois isso é uma abstração.   

Mas se ela fecha os olhos, separando-se de todas as outras coisas e repete para si mesma: "equilíbrio, equilíbrio, equilíbrio, equilíbrio, equilíbrio”, naturalmente, cada vez que ela repete “equilíbrio” isso cria um retrato em seu interior, uma imagem do equilíbrio, e em tudo o que ela faz ela vê essa imagem refletida.

Assim, sua vida torna-se o equilíbrio.

Assim também é com amigos e parentes e com todos aqueles que nos rodeiam.   

Não sabendo o efeito psicológico de nossa fala, em vez de melhorá-los podemos torná-los piores.

Ignorantes disso, muitas vezes as pessoas se alegram dizendo para as outras, coisas que elas querem ver mudadas nelas.   

Se você disser a alguém: "você tem sido muito grosseiro comigo', ou "você não foi justo", ou "muito cruel ", você torna a pessoa mais cruel, mais injusta, mais grosseira e a pessoa não pode mudar isso.   

Teria sido muito melhor não ter dito nada, não ter tentado tornar essa pessoa melhor!   

Tudo o que você diz-acusa, você piora pela repetição de palavras.

Existe o homem simples, o inteligente e o sábio.   

O simples não vê dentro da natureza humana, o inteligente vê e o que ele vê ele diz, o sábio vê e não diz nada, e é isso que o torna sábio.

No Oriente, dão grande consideração aos nomes dados às crianças, aos cavalos, aos animais, porque aquela palavra é repetida tantas vezes e essa repetição traz o mesmo resultado que o nome indica.   

O nome tem um grande efeito pela própria razão de ser repetido.

Existem sábios, aqueles que têm se concentrado e cuja mente é poderosa e, quando dão um certo nome a alguém com um certo significado, esse nome tem um grande efeito.   

É como dar a vida que há no nome e aquela vida começa a crescer na pessoa; é como plantar uma semente na terra e aquele plantio gerar flores e frutas.   

O significado que está no nome funciona depois de dias e anos, e produz os resultados mais maravilhosos.   

A partir do momento em que o nome é dado toda a vida é mudada.
Se for dado por uma pessoa com poder e inspiração tem um efeito maravilhoso.

 

Hazrat Inayat Khan 

http://acaminhodacasa.blogspot.com

 O PODER DA REPETIÇÃO 

NA VIA ESPIRITUAL - 3ª Parte


De que modo se chega ao conhecimento espiritual através da repetição?

É ao repetir o nome de Deus que a pessoa chega ao conhecimento espiritual?
 
Não necessariamente, mas, ao repetir uma determinada coisa você esquece de si mesmo.
 
Esquecendo de si você está se esquecendo do falso ser, do seu pequeno ego e no esquecer o falso ser é que reside o segredo da Realização espiritual.

Além da Realização espiritual, mesmo o segredo das grandes obras de músicos e poetas foi que eles esqueceram de si em seu trabalho.

Para dar vida a algo a pessoa tem que fazer um sacrifício, e na Realização espiritual é pelo sacrifício do falso ser ( morte do ego) que ela chega ao Ser real ( ao seu Eu divino dentro de si).

Há muitos que têm medo e dizem: 'Se perdermos a nós mesmos, o que ganharemos?
 
É apenas uma perda!'
 
Não é perder o seu verdadeiro Ser, mas a falsa concepção de si mesmo, o seu ego mundano.

É como uma pessoa que está sonhando.
 
Ela está tão interessada no sonho que, se alguém vem acordá-la, ela diz: "Não, não, deixe-me dormir".
 
Ela esquece que acordar será uma outra experiência, o seu grande interesse está no sonho. 
 
Assim é com algumas pessoas, elas têm medo de perder a si mesmas e se esquecem que é apenas a falsa concepção de si mesmas que perdem.

Ao imaginar o ideal espiritual muitas pessoas ficam com muito medo porque sempre viram horizontes estreitos.
 
O horizonte amplo tem um efeito que lhes dá um choque.

É o mesmo com aqueles que estão acostumados com a falsa concepção do ser.

A melhor maneira de perder a si mesmo é pela repetição de uma determinada palavra sagrada que nos faz perder progressivamente a concepção do falso ser, expressando ao mesmo tempo a ideia do Ser real - uma base sobre a qual a vida será construída para sempre e para a eternidade.
 
Hazrat Inayat Khan
http://acaminhodacasa.blogspot.com

O PODER DA REPETIÇÃO 

NA VIA ESPIRITUAL - 2ª Parte

O que a Força da repetição conta para a evolução espiritual pessoal?

 
Quanto ao desenvolvimento espiritual, há diversas influências que podem ser consideradas como influências espirituais e precisamos delas em nossa vida, tal como a influência da bondade, da compaixão, a influência da providência, da inspiração, da cura, da saúde, da sabedoria, do poder, e assim por diante.
 
Essas sendo influências espirituais, os místicos têm nomes para cada uma dessas influências-atributos e eles chamam-lhes de: os Nomes sagrados de Deus.

Há talvez uma centena de nomes deste tipo ou mais (os 99 Nomes de Deus dos Sufis, os Nomes Divinos dos Hebreus, os Nomes Cabalísticos de Deus, etc), que os místicos usam e cada um desses nomes tem sido praticado por eles durante milhares de anos.
 
O efeito desses nomes, por vezes, funciona maravilhosamente.

Não há nada que não possa ser realizado se a pessoa tem fé-intenção.
 
Quando a pessoa tomou essa direção, virá a conhecer, mais tarde ou mais cedo, o benefício que vem da lei da repetição.
 
Quando uma pessoa repete algo para si mesma, seja uma palavra boa ou uma palavra ruim, qualquer que seja ela, está gravando essa ideia em seu íntimo e essa ideia é refletida no espaço (akaska).
Em cada pessoa que ela encontra isso será refletido.

Por exemplo, se uma pessoa que repete: "gentileza, gentileza, gentileza”, encontrar o homem mais cruel do mundo, a gentileza que está gravada em seu coração será refletida sobre o homem e esse homem não poderá deixar de agir com gentileza.
 
Além disso, uma pessoa que tenha repetido 'gentileza' tantas vezes em sua vida, quem quer que ela encontrar vai dizer: 'Essa é uma pessoa amável", porque ao dizer 'gentileza', ela se tornou gentil.

É claro que a pessoa pode exagerar, pode fazer isso de forma errada e isso deve ser evitado.
 
Ela pode tentar experimentar isso antes de estar madura o suficiente para experimentá-lo.
 
Esse é o grande erro deste segredo.
 
Por exemplo, a pessoa pode ouvir esta palestra e ir até um banco e dizer: "dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro", e, em seguida, vir a mim e dizer: "Eu repeti dinheiro milhares de vezes, mas o dinheiro não veio!"
 
Essa pessoa não percebeu a mensagem e não procedeu corretamente.

Além disso, fazer uso de uma coisa tão maravilhosa para a realização de coisas mundanas é muito estúpido, porque a vida é uma oportunidade e quando essa oportunidade for perdida, ela será perdida para sempre.
 
Quando usamos este conhecimento para as coisas que não valem a pena, então o tempo é perdido.
 
Por isso, isso só prova valer a pena se for utilizado para a obtenção de conhecimento espiritual.
 
Se usarmos esse segredo para a realização das coisas mundanas, não saberemos se são boas ou ruins para nós.
 
Muitas vezes adoraríamos ter isto ou aquilo, mas se não é bom para nós, podemos muito bem não ter tais coisas.

O melhor é o princípio moral que lemos na Bíblia: "Buscai primeiro o reino de Deus, conhece-te a ti mesmo, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.”

A fim de buscar o reino de Deus não é necessário abrir mão das coisas do mundo e ir para o deserto.
 
Quer as tenhamos ou não, a primeira coisa é buscar o reino de Deus.
 
Ouvi muita gente dizer: "Se a minha situação financeira ficar boa pelo resto da minha vida, vou começar a trabalhar em linhas espirituais, se a situação com o dinheiro estiver tudo bem, eu farei isso".

Compreendo perfeitamente que é necessário pensar na situação financeira, é razoável que seja assim.
 
Mas, ao mesmo tempo, quando olhamos para a vida que está passando - este momento que temos nunca virá novamente!
 
Quando pensamos que deixamos passar a nossa vida somente em busca de coisas mundanas, e que esperar antes de olhar para algo maior talvez seja tarde demais.

As coisas mundanas duram apenas enquanto a vida do corpo dura: em um momento ela desaparece.
 
Quem sabe para as mãos de quem a riqueza acumulada irá.
 
Nós não precisamos abandonar todas as coisas; precisamos é de nos ‘desgrudar’ delas, usá-las como se fossem apenas um empréstimo durante a nossa vida.
 
Mas não se deve dizer: "Depois que eu tiver terminado minhas aquisições, então vou seguir o caminho espiritual".
 
Esse é um sonho que pode nunca ser realizado.
 
Se você quer seguir o caminho espiritual, você deve segui-lo agora, neste momento e ao mesmo tempo pensar sobre as obrigações mundanas.
 
Pode-se muito bem ganhar dinheiro e se beneficiar disso e experimentar todo o conforto que estiver disponível.  
 
Não importa, contanto que se persiga o caminho espiritual com desapego pelas ‘coisas’.

Hazrat Inayat Khan
http://acaminhodacasa.blogspot.com

 A FACE ORIGINAL

Osho, eu não entendo o conceito de compreensão original ou de face original de que fala o povo Zen. Por favor, explique.

O Zen tem seu jeito próprio de falar a respeito da compreensão suprema ou Deus.

Face original é aquilo que Deus é. Face original quer dizer a sua face quando você não tinha qualquer definição, quando você não tinha corpo, não tinha contorno, nenhuma localização. Face original significa a sua realidade sem forma, quando você nem era nascido, quando nem mesmo seu pai e sua mãe eram nascidos,

Face original quer dizer a fonte de energia, a fonte de energia absoluta, a energia original, além da qual não conseguimos ir – além da qual não existe caminho algum para se ir. Face original quer dizer: abandone todas as máscaras, todos os nomes e todas as formas, e apenas continue olhando para dentro de si e tentando encontrar aquele algo que não foi criado por você, que não foi criado pela sociedade, que não é um sistema de crenças, que nada tem a ver com a sua mente. E continue olhando, continue olhando… Um dia, você tropeça e dá de cara com o observar – que é a única coisa que você não criou, e que é a única coisa além da qual você não consegue ir. Deixe-me repetir, isso é significante. O observar é a única coisa em você, além da qual você não consegue ir. Você não consegue observar o observador.

Como você conseguiria observar o observador? Você consegue observar o corpo – e se certificar de que você não é o corpo. Você consegue fechar os olhos e ver seu corpo, ele está ali. Há uma ligeira dor de cabeça, suas pernas estão ficando dormentes. Assim, uma coisa é certa – você está separado da dormência da perna, caso contrário, como você iria saber dela? O conhecedor tem que estar separado daquilo que está sendo conhecido. Uma coisa é certa: você não é a cabeça nem a dor de cabeça. Você é essa consciência que está conhecendo isso.

Depois continue aprofundando. O corpo não é você. Os pensamentos estão flutuando na mente – um tráfego constante. Um pensamento vem, outro pensamento vem, e eles continuam se apressando nesse entra-e-sai. Esses pensamentos são você? Como podem ser? Então quem é esse observador? Esses pensamentos são como hóspedes e você é o dono da casa. Assim, uma outra camada foi quebrada. Você não é esses pensamentos, você não pode ser. Você é o observador, aquele que continua vendo. .

Um pensamento surge, a raiva está chegando. Alguém o insultou e você fica com raiva – um pensamento surge, uma fumaça de raiva aparece. Quem é este que sabe que a raiva está chegando? E, em seguida, ela retrocede também! Num momento a raiva não estava ali, no momento seguinte ela apareceu, e depois novamente ela se foi. Ora, quem é este que está observando? Este é você. Mas você consegue observar o observador? Não há como. Se você puder observar aquele observador, então aquele que está observando será você – não o que está sendo observado, mas o que observa.

Este é finalmente o ponto irredutível. Você não consegue ir além dele. Esta é a origem, o que os hindus chamam de sakshin, o observador, e o povo Zen chama face original. Isso é o que outras religiões chamam Deus. Deus é a sua face original.

Ouçam esta parábula:

Um homem nervoso, viciado em histórias de fantasmas, leu, tarde da noite, uma história bem escrita. Ele ficou com a sensação de que o fantasma, sobre o qual estava lendo, estava na sua casa. Ele colocou barricadas atrás da porta, tremendo de medo e correndo o risco de ter um ataque cardíaco. Sob certo sentido, ele sabia que tudo era ilusão, que ele apenas estava lendo sobre aquilo. Essa é a sua ‘compreensão original’, a qual não é totalmente perdida. Mas, na prática, ele aceita o fantasma, e isso o afeta fisicamente. Qualquer rangido dos móveis ou rajada de vento reforça sua crença no fantasma.

Do ponto de vista da compreensão original, não há nada que precise ser feito, uma vez que o fantasma não existe. Mas do ponto de vista da realidade prática, para se livrar do medo que o oprime, ele precisa adotar uma disciplina que impeça sua cabeça de ter pensamentos baseados na aceitação da existência do fantasma, e possa assim retornar à sua compreensão original. Mas se ele tiver que considerar essa estratégia como uma espécie de magia para acabar com o fantasma, ele de novo estará afirmando a sua existência e atrapalhando a compreensão original.

Mesmo se disser que o objeto dessa estratégia é livrá-lo do fantasma, isso não faz sentido – o fantasma nunca existiu. A prática da compreensão é o que naturalmente põe um fim a essa questão. Os móveis rangem e o vento emite rajadas, mas a casa sempre esteve em paz.

Esta é uma bela história, e você já teve ter observado isso algumas vezes, lendo, tarde da noite, uma história de fantasmas, um conto de suspense, ou algo parecido. E você sabe, basicamente você sabe, fundamentalmente você sabe, que aquilo é apenas uma ficção. Mas você ficou envolvido na história. Uma história de fantasma, se for bem escrita, pode lhe provocar muito medo.

Você quer ir ao banheiro e não consegue ir. E você sabe – não é que você não saiba – você sabe que aquilo é tolice. Mas a dificuldade prática surgiu. Você sempre foi àquele mesmo banheiro no meio da noite e nunca teve problema algum. Ora… Você vai dizer que não sabe? Você esteve lendo a história do fantasma, e você sabe que esse tal fantasma, que parece estar ali no banheiro, na verdade não está.

Se você conseguir entender esta história, terá entendido todo o ponto de vista do Zen. O ego é o fantasma. Ele não está ali. E você sabe disso! Mas a dificuldade prática existe. Você sabe disso, mas ainda assim… O vento vem e faz um barulho, as folhas secas sobre o jardim estão sendo levadas para cá e para lá pelo vento, e você sente… ou imagina que são passos de alguém. Um rato corre dentro do banheiro… Alguma coisa cai… Isso lhe dá um susto. E você está sozinho em casa… E a história do fantasma em suas mãos… Você está sob esse impacto. Agora a sua bexiga está cheia, a ponto de estourar! E você não consegue ir ao banheiro.

E você sabe, o tempo todo, que são apenas folhas secas, e que o vento sempre as espalha desse jeito. E você sabe que o rato, de vez em quando, faz coisas no banheiro. Mas quem sabe…? Talvez…? Esse talvez dá vida real a algo que é apenas fantasia de sua imaginação.

Você pode agora ir a um Mestre, ou pode recitar um mantra, ou pode começar a entoar ‘Ram, Ram, Ram’ para ajudá-lo. Ora, o primeiro fantasma é falso, e o segundo fantasma também será falso. Você está agora chamando por Deus, ‘Ajude-me!’ ou recitando um mantra porque a bexiga está cheia, a ponto de estourar, e você tem que ir ao banheiro. E você precisa de se livrar desse fantasma de algum jeito. E alguém lhe disse que o nome Ram é muito poderoso, Você tem ouvido histórias. Agora, todas essas histórias se tornam dignas de confiança. Você ouviu que alguém estava passando perto de um cemitério e um fantasma começou a segui-lo, e ele começou a dizer ‘Ram, Ram, Ram’, três vezes – e o fantasma se foi e ele pode atravessar o cemitério sem qualquer problema.

Todas essas histórias agora… E a sua mente está numa confusão! Você começa a repetir ‘Ram, Ram, Ram’. Você tem que ir ao banheiro, tem que encontrar um jeito ou outro de ir. A bexiga está estourando, e então você diz, ‘Ram, Ram, Ram’ – sacudindo, tremendo, metade acreditando, metade não acreditando. E você vai ao banheiro. Ram ajudou.

Na verdade não existe fantasma algum, por isso não há necessidade de Ram ajudá-lo. Mas Ram ajuda. E você fica muito feliz por Ram tê-lo ajudado. Assim, esse mantra é poderoso. Agora, um fantasma foi abandonado, e um outro fantasma está presente. Agora você vai ficar apegado a esse nome ‘Ram’. Agora, sempre que você estiver com medo irá entoar ‘Ram’.

De uma tolice para outra tolice… De uma falsidade para outra falsidade. Esta é a abordagem do Zen: ao invés de substituir seus fantasmas, por favor, veja, antes de tudo, o fato de que não existe fantasma. Por isso não há necessidade de ficar dependente de qualquer mantra, de qualquer Deus, não há necessidade de se ficar dependente de quem quer que seja. Simplesmente veja: a doença que você acha que tem, não existe, por isso nenhum medicamento é necessário.

Vendo a realidade de que você é a sua quietude original – agora, neste exato momento, vocês são deuses e deusas – vendo isso, a história de fantasma que você tem lido por milhões de vidas, simplesmente desaparece, sem deixar qualquer rastro. Isto é o que o povo Zen chama de face original ou compreensão original.

Osho

https://bibliotecaoshobrasil.wordpress.com

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

A VIA DA PERFEIÇÃO


Etapas na Via

O primeiro passo na Via é declarar guerra sem descanso ao ego. Esta é a fase mais longa e dura, mortificar as paixões, a vaidade e o orgulho.

No inicio do caminho o homem tem de vencer o seu ego mundano com todos os seus truques para o desviar do caminho.

Aqui não há acordo, nem entendimento, é um inimigo certo, há que vencer o ego e dominá-lo para ser nosso aliado no resto do caminho.

O ego tem fortes armas, o orgulho, a auto satisfação, a vaidade e a dúvida a que o homem deve opor a fé, a sinceridade, a vontade e o desapego e sobretudo deve pedir a ajuda divina, que é essencial para levar de vencida o forte ego.

Nota 1 : Ego são as forças interiores que se opõem à alma celeste, chamem-se elas de diabo, de Cólera de Deus, de energias negativas, de forças bestiais e animais e combater e vencer o ego é o combate para toda a nossa vida.

Nota 2 : A Via da Perfeição só está ao alcance de quem tem absoluta fé em Deus, sem Deus a seu lado, sem lhe pedir auxilio, é absolutamente impossível avançar.


E Deus só se mostra a quem lhe pede ajuda com o coração aberto.

Por vezes o ego desaparece e reaparece com nova cara, para nos surpreender com nova máscara, outras parece se submeter a nós para logo depois nos atacar pelas costas.

Quando está fraco aparece com ajudantes ‘distratores’ espirituais (workshops auto ajuda, energias quânticas, seitas que nos querem ‘ajudar’ , etc ) só para nos distrair e desviar da Via.

A regra de ouro é : Seja o que ego te sugira faz o oposto.

Quando o ego vê que não lhe ligamos mais, ele chega a imitar a voz da alma celeste para que façamos exercícios espirituais como orações, jejuns, acesses, mortificações corporais.

Quando perguntamos : Porque tu inimigo da minha alma, me dás estes exercícios que são bons para ela ?
 
O ego responderia se fosse honesto : É para te elogiar e fazer-te pensar que já vais avançado na Via e negligenciares o teus deveres e assim seres de novo presa fácil para mim, caíres de novo nas minhas garras.

Aqui a nossa resposta tem de ser, de apenas de nos entregarmos a Deus com absoluta confiança e fé e nos desapegarmos do mundo (usarmos mas não nos colarmos às coisas), Deus dar-nos-á um sinal em resposta a esta nossa entrega incondicional a Ele, mas há que ser paciente e humilde na espera desse sinal.

Com as pessoas normais o ego triunfa com tentações materiais, com pessoas já na Via o ego triunfa com tentações espirituais.

Existe a tentação de vencer rápido o ego com drogas ou mortificações estremas do corpo. Isso é uma falsa solução, pois significa apenas ‘adormecer’ temporariamente o ego, tipo dar-lhe um anestésico por um tempo. O problema é que quando acordar o ego fica mais exacerbado e violento que nunca e a pessoa não lhe consegue mais resistir.

A verdadeira mortificação deve ser interior: controle do pensamento, da visão, do ouvido, da língua....

Na Via não pode haver pressa, tudo tem de ser gradual, respeitando os limites impostos por Deus ao caminhante,  vezes em movimento, outras mais lento; é o caminhante que vai ‘adaptando’ o seu ritmo no percurso à medida da sua interação com Deus e do que ‘ouve e sente ’ com base nessa interação.

Quem vence o ego, e isso pode demorar toda a vida, já percorreu muito do caminho, atingiu Conhecimento de si próprio, das ilusões do mundo, da sua alma celeste e das mil facetas e ardis do ego.

Despertou o seu ‘sexto’ sentido, essa Intuição das coisas que lhe permite esquecer os remorsos –culpas do passado e o medo do futuro, dando à pessoa mais calma, serenidade, felicidade e liberdade.

Nas próximas etapas vai conhecer Deus.

O caminho ainda é longo mas já se está consciente da natureza do trabalho a fazer e se bem que tenha que estar sempre ‘de olho’ no ego, ele deixou de ser um obstáculo.

Nesta fase o caminhante começa a sentir a Presença de Deus a seu lado e isso fortifica-o para só desejar a vontade Dele, só procurar a Sua graça.

Só o ama por Ele apenas, não para ter poderes espirituais ou o paraíso ou por medo do inferno, apenas deseja que a vontade de Deus se cumpra nele. Está sempre a espera de que Deus lhe conceda a Sua graça. Está sempre com um medo (atento) as armadilhas que ainda podem vir do ego. Esse medo constante é necessário para não cair no orgulho, o maior perigo da Via e abrir de novo as portas ao ego e recuar na Via.

Ainda existem 4 véus que é preciso remover.

1º véu cai e o adepto fica tão estático e imerso na Luz divina que não sente distância entre si e Deus, mas não tem certeza de que aquilo que sente é a Verdade.

2º véu cai quando se deixam as falsas imaginações e superstições e o adepto adquire então a certeza da Verdade que sentiu quando caiu o 1º véu, mas continua a ter um sentimento de eu separado de Deus.

3º véu cai e o adepto atinge um tal êxtase que esquece o eu e só sente Deus, se o martirizassem nada sentiria pois não sente mais o eu.

4º véu cai e o adepto está totalmente imerso em Deus, só vê a Unicidade onde alguns dizem: Eu sou Deus.


É inundado pela Luz do Um, a sua substância se transforma e se torna ele mesmo essa Luz e como uma gota de água regressa ao oceano de Deus.

A sua vontade é a vontade de Deus.
 
Bahram Elahi
http://acaminhodacasa.blogspot.com