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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

NO AUTOCONHECIMENTO NÃO HÁ ESPAÇO PARA A AUTOPIEDADE

A dor tem raízes na autopiedade, e para compreender a dor é preciso que se processe inicialmente uma rude operação na autopiedade como um todo. Não sei se vocês já observaram como vocês têm pena de si mesmos quando dizem, por exemplo, "estou solitário". No momento em que surge a autopiedade, surge também o solo preparado para receber as raízes da dor. Não importa quanto você possa racionalizar a sua autopiedade, justificá-la, poli-la, encobri-la com ideias — ela ainda está presente, fazendo suas chagas lá nas suas profundezas. 

Assim, o homem que deseja compreender a dor deve começar por se tornar livre da trivialidade brutal, autocentrada e egoística que é a autopiedade. Você pode sentir autopiedade por estar doente, ou porque perdeu alguém por morte, ou porque não se satisfez e portanto está frustrado, embrutecido; mas qualquer que seja a causa, a autopiedade é a raiz da dor. E quando por fim você estiver livre da autopiedade, poderá olhar para a dor sem adorá-la ou fugir dela, ou dar a ela um significado sublime ou espiritual, tal como dizer que você precisa sofrer para encontrar Deus — o que é uma enorme besteira. 

Apenas as mentes estúpidas e obtusas se conformam com a dor. Assim, não deve haver qualquer tipo de aceitação da dor, bem como não deve haver negação dela. Quando você estiver livre da autopiedade, terá despido a dor de todo sentimentalismo, de toda emotividade produzida pela autopiedade. Estará apto a encarar a dor com plena atenção.

Percebam a própria aceitação tola da dor, sua racionalização, suas desculpas, sua autopiedade, seu sentimentalismo, sua atitude emocional em relação a dor, porque tudo isso é dissipação de energia. Para compreender a dor, vocês precisam dar toda a sua atenção a ela, e nesta atenção não há lugar para desculpas, para sentimentos, para racionalização, não há lugar para qualquer tipo de autopiedade.

Espero estar sendo claro quando falo em dar atenção total à dor. Nessa atenção não há qualquer tentativa de resolver ou compreender a dor. Apenas olhar, observar. Qualquer tentativa de compreender, de racionalizar ou de escapar da dor, naquele estado de completa atenção, no qual o que chamamos de dor pode ser compreendido.

Não estamos analisando, não estamos investigando analiticamente a dor de forma a nos livrarmos dela, pois este é outro truque da mente. A mente analisa a dor e, a seguir, imagina que a compreendeu e que está livre dela — o que é asneira. Você pode se ver livre de determinado tipo de dor, mas a dor surgirá novamente, de outra forma. Estamos falando da dor como uma coisa global — da dor encarada dessa maneira —, seja ela sua, ou minha, ou de qualquer outro ser humano.

Para compreender a dor é preciso que haja compreensão do tempo e do pensamento. É preciso que haja uma percepção involuntária de todas as fugas, de toda autopiedade, de todas as verbalizações, de forma que a mente se torne completamente silenciosa frente a algo que precisa ser compreendido. Não há então distinção entre o observador e aquilo que está sendo observado. Não se trata do fato de que VOCÊ, o observador, o pensador, tem uma dor e a está percebendo, mas há apenas o ESTADO de dor. Esse estado de dor indistinta é necessário, pois quando se olha para a dor como observador cria-se um conflito que embrutece a mente e dissipa energia, e portanto não há atenção.

Quando a mente compreende a natureza do tempo e do pensamento, quando arrancou todas as raízes da autopiedade, do sentimento, da emotividade e de todo o resto, então o pensamento — que criou toda essa complexidade — chega ao fim e não existe mais o tempo; logo você está direta e intimamente em contato com aquilo a que chamou de dor. A dor é mantida apenas quando existe uma fuga, um desejo de fugir dela, de resolvê-la ou de adorá-la. 
 
Mas quando não existe nada disso porque a mente está em contato direto com a dor, e está portanto completamente silenciosa em relação a ela, então você descobrirá por si mesmo que a mente não está com dor, em absoluto. No momento em que a mente de alguém está completamente em contato com o fato gerador da dor, esse fato por si mesmo resolve todas as qualidades produtoras de dor, do tempo e do pensamento. E, por conseguinte, há o fim da dor.
 
 
 
Krishnamurti
 
 
 
 
 
 
A autopiedade é uma dor que ainda não teve cura, tornou-se um amargo sofrimento. Carlos Drummond explicou bem esse fato ao dizer que: "A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e, que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional". O autoconhecimento é a única forma de sairmos desse labirinto. Devemos sempre perguntar, quando algo dá errado, por que isso está acontecendo comigo ? Então, sentar-se, em silêncio e aguardar a resposta. Ela virá, basta ficarmos atentos aos acontecimentos, pois pode chegar da forma mais inesperada. KyraKally
O SER SEM FRONTEIRAS
 
Reconheça o silencio natural de seu próprio Ser.
O silencio não é um comportamento. 
O silencio não é uma prática. 
É o perfume natural do Ser. 
Tratar de permanecer quieto não é a quietude. 
Encontre essa quietude dentro de ti 
que simplesmente É. 
Não precisa praticá-la.
Só se pode reconhecer. 
Está aqui.
 
Não se esconda. Não se apresse. 
Simplesmente deixe de identificar-te com o passado, 
futuro, presente ou com qualquer imagem pessoal de ti. 
Mantenha-te aberto a ser nada. 
Nenhuma coisa. 
 
De maneira que simplesmente em teu interior 
sejas como um espaço. 
Mas este espaço no é inerte, 
mas um espaço pleno de vitalidade. 
 
-Mesmo assim, não te definas como vitalidade. 
Não te definas como nada. 
Simplesmente permaneça na própria atenção natural. 
Seja consciente agora desse silencio e desse espaço 
que não requer esforço. 
Tu não sabes se está dentro ou fora. 
Não existem bordas, 
não existem fronteiras para seu Ser. 
Experimente isto...
 
 
 
Mooji
 
 
 
 

Pitágoras nos aconselha: "Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio." Deus só nos fala quando estamos silenciosos, quando estamos quietos somos perceptivos; somos como um lago calmo e tranquilo. As ondas do mar interferem na nossa harmonia, transferem-nos uma certa intranquilidade. Khalil Gibran afirma que aprendeu o silêncio com os faladores. Então aprendamos a silenciar de vez em quando para que possamos ouvir a voz do silêncio, a voz de Deus. KyraKally



POR QUE VIVEMOS CRIANDO 
INIMIZADES ENTRE NÓS ?
 
Uma das causas fundamentais das guerras — dizem — ser de ordem econômica. Mas, muito mais do que isso, a causa fundamental é "a crença em alguma coisa". Quando eu creio numa coisa, quero lhes converter às minhas ideias, e se não concordam comigo, os liquido. Vocês possuem uma panaceia, um sistema, possuem a Bíblia ou um livro de Marx, cheio de "verdades", de dogmas transcendentais, de disciplinas; e se eu não estiver de acordo com o modo de pensar de vocês, se não creio em Deus da mesma maneira que acreditam, vocês me destroem. É isso o que precisamos compreender: por que vivemos criando inimizade entre nós?

Isso que chamam religião não é uma das causas da inimizade? Tenham a bondade de refletir sobre isso. Não desprezem esta questão. Você se acreditam hinduístas; eu, desde a a infância, ouço dizer que sou muçulmano. Pratico certos rituais que vocês não praticam. Por conseguinte, a crença, os ritos, estão nos dividindo, não é verdade? Vocês são brâmanes; eu não sou. Acreditam num único Salvador — Marx, Jesus, Buda. Se discordo de vocês, me colocarão á margem, darão cabo de mim. 

Como veem, fundamentalmente, um dos fatores da inimizade entre os homens é a "crença", e a crença cria "projeções". Desejo alguma espécie de segurança, na vida; tenho dinheiro, tenho posição; quero, porém, uma segurança maior. Por conseguinte, "projeto" da minha mente o desejo, a ânsia que me impele a buscar a segurança numa "super-ideia", num "super-homem", em "super-visões" ou em "super-conclusões". Crio, pois, em virtude do meu próprio desejo, a ideia de segurança, a ideia da existência ou não-existência de Deus; e minha mente se apega a essa ideia. É, pois, a minha crença que me proporciona o sentimento de segurança, de certeza; digo que ela é minha inspiração; chamo-a "minha", porque estão separados de mim pela crença de vocês. Gradualmente, em consequência de tudo isso, surge a discórdia, o antagonismo; vocês são ingleses e eu sou negro; são capitalistas, eu, comunista. Por conseguinte, a crença, o desejo da mente de se sentir segura, numa conclusão, numa convicção, é uma das causas da inimizade. 

O amor não é coisa da mente. Vocês amam seus filhos? Duvido muito disso; porque, se assim fosse, não haveria guerras. Se os amassem, nunca criariam na mente a divisão entre hinduísta e muçulmano; se os amassem não haveria distinção de subordinados e superiores, etc. etc. Se amassem seus filhos, os ajudariam a se tornarem um ente humano inteligente, livre de condicionamento, e capaz de penetrar, com sua inteligência, todos os condicionamentos da vida. 

A causa da guerra, portanto, não se acha fora de nós, mas em nós. Pregamos a não violência; temos ideias de fraternidade; empregamos muitas palavras inteiramente vazias de significação. O idealista é o pior dos empreiteiros de guerras.O homem que prega a fraternidade não é fraternal; por isso mesmo prega a fraternidade. O homem que é fraterno não fala de fraternidade. Quando o home tem o ideal da fraternidade, isso significa que ele ainda não é fraternal, mais o será, futuramente. Criamos uma filosofia de adiamento e um ideal; e, é bem evidente, o homem que prega um ideal, ainda não é o que ele acha que deveria ser. Só ao compreendermos o que somos, de fato, não teoricamente, mas realmente, só ao nos compreendermos haverá a possibilidade de nos libertarmos da inimizade. 

Temos de reconhecer a verdade de que a humanidade está se dividindo por causa de suas teorias, dogmas, princípios e crenças; de que cada um quer realizar algo, tornar-se alguém, neste mundo; e de que esta é a verdadeira causa da guerra, da destruição, da degeneração. Não queremos, porém, olhar de frente esse fato; desejamos segurança econômica; queremos ver alteradas as condições externas, sem operarmos, radicalmente, fundamentalmente, uma transformação em nosso pensar, nos nossos sentimentos. Só quando percebermos esta verdade, haverá a possibilidade de colocarmos uma paradeiro às guerras e de impedirmos que as invenções que se possam tornar pavorosos meios de destruição, produzam mais devastações e mais sofrimentos para a humanidade.
 
 
Krishnamurti
 
 
 
 
 
 
"Desde o início de nossas vidas vamos sendo moldados pelas experiências que vivenciamos. A mente e o corpo físico se tornam repletos de condicionamentos gerados pelos conceitos e valores que nos foram impostos e pelas experiências emocionais que ficaram registradas em nossas células". Osho completa essa colocação quando diz: "... e quanto a todas as impressões deixadas no cérebro, na musculatura do corpo? Estarão lá, mas como uma semente: potencialmente presente. Se você se sentir muito só e desejar problemas, pode tê-los. Se sentir-se muito miserável sem miséria, você pode tê-la. As impressões, irão sempre permanecer disponíveis, mas não precisa tê-las, não há nenhuma necessidade de tê-las, isso será sua escolha." KyraKally

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

PORQUE NOS MAGOAMOS
 Perguntas a Krishnamurti

Na mesma varanda, com o perfume do jasmim e a flor vermelha da árvore alta, havia um grupo de moças e rapazes, de rostos brilhantes e aparência extraordinariamente jovial. Um dos membros do grupo perguntou a :

- Alguma vez você fica magoado, senhor?

- Fisicamente, você quer dizer?

- Não é bem isso. Não sei como expressá-lo em palavras, mas sentimos em nosso íntimo que as pessoas podem nos causar mal, ferir-nos, fazer-nos infelizes. Alguém diz qualquer coisa e nós nos encolhemos. Refiro-me a isso quando falo em nos magoar. Todos nos magoamos uns aos outros desse jeito. Alguns o fazem deliberadamente, outros sem o saber.  Por que ficamos magoados? É tão desagradável!

- A mágoa física é uma coisa, e a outra é muito mais complexa. Se você for magoado fisicamente, saberá o que fazer. Irá procurar um médico e ele tentará curá-lo. Mas se a lembrança da mágoa persistir, você estará sempre nervoso e apreensivo, originando uma forma de medo, justificado pela permanência da lembrança da mágoa passada, que não quer ver repetida. Isso é perfeitamente compreensível e o medo pode tornar-se neurótico ou ser tratado de modo sadio, sem excessiva preocupação. Mas a outra mágoa, a interior, necessita de cuidadosa análise. Precisamos aprender muita coisa sobre ela. Em primeiro lugar, por que você fica magoado? Desde a infância, este parece ser um fator importante em nossas vidas: não se magoar, não ser ferido por outra pessoa, por uma palavra, por um gesto, por um olhar, por uma experiência. Por que nos magoamos? Porque somos sensíveis, ou porque temos uma imagem de nós mesmos que precisamos proteger, que sentimos ser importante para a nossa existência, uma imagem sem a qual nos sentimos perdidos, confusos? Existem as duas razões: a imagem e a sensibilidade. Compreendem o que queremos dizer com o sermos sensíveis tanto física como interiormente? Se forem sensíveis e um tanto tímidos, retrair-se-ão em si mesmos, erguerão um muro ao redor de si mesmos, a fim de não serem magoados. É o que fazem, não é? Uma vez que tenham sido magoados por uma palavra ou por uma crítica, que os tenham ferido, passam a construir um muro de resistência. Não querem continuar vulneráveis. Vocês podem ter uma imagem, uma ideia de si mesmos de que são importantes, de que são inteligentes, de que sua família é melhor do que as outras, de que disputam jogos melhor do que outros. Vocês têm essa imagem de si mesmos, não têm? E quando a importância dela é posta em dúvida, abalada ou despedaçada, vocês se sentem muito magoados. Há autopiedade, ansiedade, medo. E se o fato se repetir, construirão uma imagem ainda mais forte, mais afirmativa, mais agressiva, etc. Vocês se protegem para que ninguém os perturbem, o que também significa erguer um muro contra qualquer invasão. De modo que tanto o sensível quanto o que faz a imagem produzem os muros de resistência. Sabem o que acontece quando erguem um muro à sua volta? O mesmo que acontece quando constroem um muro muito alto em torno de sua casa. Não veem os vizinhos, não recebem a luz do sol em quantidade suficiente, vivem num espaço muito reduzido com todos os membros de sua família. E, não tendo espaço bastante, começam a mexer com os nervos uns dos outros, brigam, ficam violentos, desejam ir embora e se revoltam. E se tiverem dinheiro suficiente e suficiente energia, construirão outra casa com outro muro em torno dela, e assim por diante. A resistência implica falta de espaço e é fator de violência.

- Mas – perguntou um deles – não devemos proteger-nos?

- Contra o quê? Vocês devem se proteger, naturalmente, da doença, das chuvas e do sol; mas quando perguntam se não devemos nos proteger, não estarão pedindo para erguer um muro a fim de não serem magoados? Pode ser seu irmão ou sua mãe a pessoa contra a qual erguem o muro, pensando em se defender; no fim, porém, isso conduz à sua própria destruição e à destruição da luz e do espaço.

- Mas – acudiu uma moça de longos cabelos trançados – o que devo fazer quando me magoam? Sei que estou magoada. Eu me magôo com muita freqüência. Que devo fazer? O senhor diz que não se deve erguer um muro de resistência, mas não posso viver com tantas mágoas.

- Compreenda, se me permite questionar, por que está magoada? E quando se magoa? Olhe para aquela folha ou para aquela flor. É muito delicada e sua beleza está na própria delicadeza. É terrivelmente vulnerável e, no entanto, vive. E você, que se magoa facilmente, acaso se perguntou quando e por que se magoa? Por que você se magoa – quando alguém diz alguma coisa de que não gosta, quando alguém é agressivo, violento com você? Por que você se magoa? Se se magoar e erguer um muro em torno de si mesma, o que significa retraimento, você passará a viver num espaço muito pequeno dentro de si mesma. Nesse espacinho não haverá luz nem liberdade e, assim, será mais e mais magoada. Por isso mesmo a questão se resume em saber se você é capaz de viver livre e feliz, sem ser magoada, sem erguer muros de resistência. Essa é a questão importante. Não a maneira de reforçar os muros nem o que fazer quando há um muro ao redor de seu espacinho. Portanto, há duas coisas envolvidas nisso: a lembrança da mágoa e a prevenção de mágoas futuras. Se essa lembrança persistir e você lhe acrescentar novas lembranças de mágoas, o seu muro se tornará mais forte e mais alto, o espaço e a luz se tornarão menores e mais embaçados, e haverá grande sofrimento, uma autopiedade cada vez maior e muita amargura. Se você vir com bastante clareza o perigo disso, sua inutilidade, a lástima que isso é, as lembranças passadas se desvanecerão. Mas você tem de ver isso como veria o perigo de uma cobra venenosa. Você sabe que o perigo é mortal e não se aproxima dele. Consegue ver da mesma forma o perigo das lembranças passadas com suas mágoas, seus muros de autodefesa? Consegue ver realmente, assim como vê esta flor? Se o vir, ele inevitavelmente desaparecerá.
Assim, você já sabe o que fazer com as mágoas passadas. E como olhará as futuras? Não será construindo muros. Isso é claro, não é? Se o fizer, será cada vez mais magoada. Observe com cuidado, por favor. Sabendo que você poderá ser magoada, como impedirá que a mágoa ocorra? Se alguém lhe disser que você não é inteligente nem bonita, você se sentirá magoada, ou zangada, que é outra forma de resistência. Ora, o que você pode fazer? Você viu como as mágoas passadas se desvanecem sem o menor esforço; viu porque ouviu e prestou atenção. Agora, quando alguém lhe disser alguma coisa desagradável, fique atenta; preste muita atenção. A atenção impedirá que a mágoa atinja o alvo. Você compreendeu o que queremos dizer com atenção?

- O senhor quer dizer concentração, não é?

- Não exatamente. A concentração é uma forma de resistência, uma forma de exclusão, um fechamento de porta, uma retirada. A atenção é algo muito diferente. Na concentração há um centro de onde se realiza a ação da observação. Onde há um centro, o raio de observação é muito limitado. Onde não há centro, a observação é vasta, clara. Isso é atenção.

- Receio que não compreendemos nada disso, senhor.

- Olhem para aquelas colinas, vejam a luz que as inunda, vejam as árvores, ouçam passar o carro de bois; vejam as folhas amarelas, o leito seco do rio, o corvo sentado no galho. Olhem para tudo isso. Se olharem a partir de um centro, com o seu preconceito, seu medo, sua simpatia e sua antipatia, não verão a vasta extensão da terra. Seus olhos estarão enevoados, terão ficado míopes e a sua visão será deformada. Não podem olhar para tudo isso, para a beleza do vale, para o céu, sem o centro? Pois isso é atenção. Portanto, ouçam com atenção e, sem o centro, a crítica alheia, o insulto, a raiva, o preconceito alheios. E porque não há centro nessa atenção, não há possibilidade de serem magoados. Mas onde há centro, a mágoa é inevitável. E a vida se torna um grito de medo. 


Extraído do site "Instituição Cultural Krishnamurti"




Apesar desse texto ter sido direcionado a um grupo de jovens serve perfeitamente para nós adultos."A educação foi sempre uma das principais preocupações de Krishnamurti. Ele achava que se os jovens e os velhos viessem a ser despertados do seu condicionamento de nacionalidade, religião, preconceitos, medos e desejos, o que inevitavelmente leva ao conflito, eles poderiam trazer para suas vidas uma qualidade totalmente diferente. Sua preocupação encontrou expressão na criação de escolas na Índia e no estrangeiro". KyraKally
INTEGRANDO MENTE, CORAÇÃO E SER

Alguém perguntou a Osho: "Você fala contra a mente, dizendo que nós devíamos abandoná-la, dizer a ela que se cale, que ela não é necessária na busca da verdade. Para que serve a mente? Ela é realmente danosa?"

A mente é uma das coisas mais significativas da vida — mas apenas como um servo, não como um mestre. No momento que a mente se torna o mestre, então surgem os problemas; ela substitui seu coração, substitui seu ser, toma posse de você, completamente. Então, em vez de seguir as suas ordens, ela começa a dar ordens a você.

Não estou dizendo para destruir a mente — é o fenômeno mais evoluído da existência. Estou dizendo para ter cuidado para que o servo não se torne o mestre. Lembre-se, o seu ser vem primeiro, seu coração vem em segundo, sua mente vem em terceiro — esta é a personalidade equilibrada de um autêntico ser humano.

A mente é lógica... imensamente útil, e no mercado você não pode existir sem a mente. E eu nunca disse que você não deve usar sua mente no mercado — você deve usá-la. Mas você deve usá-la, não ser usado por ela. E a diferença é enorme... E a mente que lhe tem dado toda a tecnologia, toda a ciência, mas pelo fato de a mente ter lhe dado tanto, ela tem reivindicado o direito de ser o mestre do seu ser. E aqui que começa o erro; ela tem fechado as portas do seu coração, completamente.

O coração não tem utilidade, não tem nenhum propósito a cumprir. É exatamente como uma rosa. A mente pode lhe dar o seu pão, mas não pode lhe dar contentamento. Ela não pode fazer você se regozijar na vida. Ela é muito séria, não pode nem mesmo tolerar o riso. E uma vida sem riso fica abaixo dos padrões humanos, torna-se subumana, porque apenas o homem, em toda a existência, é capaz de rir. O riso indica consciência, em seu mais alto crescimento. Os animais não podem rir, as árvores não podem rir, e as pessoas que permanecem encerradas na mente, os santos, os cientistas, os pretensos grandes líderes — eles não podem rir também. São todos muito sérios, e a seriedade é uma doença, é o câncer de sua alma; é destrutiva. E por estarmos nas mãos da mente, toda sua criatividade tem estado a serviço da destruição; as pessoas estão morrendo de fome, e a mente está tentando empilhar mais armamentos atômicos. As pessoas estão famintas, e a mente está tentando alcançar a lua.

A mente não tem absolutamente nenhuma compaixão. Para a compaixão, para o amor, para o regozijo, para o riso é necessário um coração liberto do aprisionamento da mente. O coração tem um valor superior. Não tem nenhuma utilidade no mercado, porque o mercado não é o seu templo; o mercado não é o significado de sua vida. O mercado é a mais inferior de todas as atividades dos seres humanos.

Jesus está certo quando diz: "Nem só de pão vive o homem". Mas a mente pode lhe dar apenas o pão. Você pode sobreviver, mas sobrevivência não é vida. A vida necessita de algo mais — uma dança, uma canção, diversão.

Por isso, quero que você coloque tudo no seu devido lugar: o coração deve ser ouvido primeiro, caso exista qualquer conflito entre a mente e o coração. Em qualquer conflito entre amor e lógica, a lógica não pode ser decisiva, o amor tem que ser decisivo. A lógica não pode lhe dar nenhum néctar — ela é seca. Ela é boa para cálculos, para a matemática, é boa para a tecnologia científica. Mas ela não é boa para os relacionamentos humanos, não é boa para o crescimento do seu potencial interior.

Acima do seu coração está o seu ser. Exatamente como a mente é lógica e o seu coração é amor, o ser é meditação. Ser é conhecer a si mesmo e por conhecer a si mesmo você conhece o significado da sua existência. Conhecer o ser é trazer luz para o seu mundo interior; e a não ser que você seja iluminado por dentro, todas as luzes de fora não têm utilidade. Dentro de você existe apenas escuridão, escuridão abismal, inconsciência, e todas as suas ações surgirão desta escuridão, desta cegueira.

Portanto, quando digo algo contra a mente, não me entenda mal. Eu não estou contra a mente, eu não quero que você a destrua, eu quero que você se torne uma orquestra. O mesmo instrumento pode criar um barulho infernal se você não souber criar uma sinfonia, criar uma síntese, colocar as coisas no lugar. O ser deve ser a sua meta. Não há nada além dele; é parte de Deus dentro de você. Ele lhe dará aquilo que nem a mente, nem o coração podem dar, ele lhe dará silêncio, lhe dará paz, lhe dará serenidade. Ele lhe dará um êxtase total, e finalmente um senso de ser imortal. Conhecendo o ser, a mente se torna uma ficção e a vida decola na eternidade. Um homem que está inconsciente de seu próprio ser não pode dizer que está realmente vivo. Ele pode ser um mecanismo útil, um robô...
 
Através da meditação, busque seu ser, seu "sendo", sua existência. Através do amor, do seu coração, compartilhe seu êxtase, isso é o amor: compartilhar sua bênção, compartilhar seu regozijo, compartilhar sua dança, compartilhar seu êxtase.

A mente tem sua própria função no mercado, mas quando você vai para casa, a sua mente não deve continuar tagarelando. Exatamente como você tira o paletó, seu chapéu, seus sapatos, você deveria dizer à mente: "Agora fique quieta, este não é seu mundo". Isto não é ser contra a mente. De fato, isto é dar descanso à mente. Em casa, com sua esposa, seu marido, com suas crianças, com seus parentes, com seus amigos não há necessidade da mente. A necessidade é de um coração transbordante. A não ser que haja amor transbordando em uma casa, ela nunca se torna um lar; ela permanece uma casa. E se no lar você pode encontrar alguns momentos para a meditação, para experienciar seu próprio ser, isto eleva o lar ao ponto mais alto de se tornar um templo.

A mesma casa... para a mente é só uma casa; para o coração ela se torna um lar; e para o seu ser ela se torna um templo. A casa permanece a mesma; você é que atravessa as mudanças, a sua visão muda, a sua dimensão muda, a sua maneira de entender e olhar para as coisas muda. E uma casa que não seja todos os três é incompleta, é pobre.

Um homem que não é todos os três em profunda harmonia, a mente servindo ao coração, o coração servindo ao ser e o ser pertencendo à inteligência espalhada por toda a existência... as pessoas têm chamado isso de Deus; gosto de chamá-lo de divindade. Não há nada além dela.
 

O S H O






terça-feira, 29 de dezembro de 2015

ATITUDES QUE ESGOTAM AS ENERGIAS
    
   1. Pensamentos obsessivos - Pensar gasta energia, e todos nós sabemos disso. Ficar remoendo um problema cansa mais do que um dia inteiro de trabalho físico. Quem não tem domínio sobre seus pensamentos - mal comum ao homem ocidental, torna-se escravo da mente e acaba gastando a energia que poderia ser convertida em atitudes concretas, além de alimentar ainda mais os conflitos. Não basta estar atento ao volume de pensamentos, é preciso prestar atenção à qualidade deles. Pensamentos positivos, éticos e elevados podem recarregar as energias, enquanto o pessimismo consome energia e atrai mais negatividade para nossas vidas.
 
   2. Sentimentos tóxicos - Choques emocionais e raiva intensa também esgotam as energias, assim como ressentimentos e mágoas nutridos durante anos seguidos. Não é à toa que muitas pessoas ficam estagnadas e não são prósperas. Isso acontece quando a energia que alimenta o prazer, o sucesso e a felicidade é gasta na manutenção de sentimentos negativos. Medo e culpa também gastam energia, e a ansiedade descompassa a vida. Por outro lado, os sentimentos positivos, como a amizade, o amor, a confiança, o desprendimento, a solidariedade, a auto-estima, a alegria e o bom-humor recarregam as energias e dão força para empreender nossos projetos e superar os obstáculos.3. Maus hábitos , falta de cuidado com o corpo - Descanso , boa alimentação , hábitos saudáveis , exercícios físicos e o lazer são sempre colocados em segundo plano . A rotina corrida e a competitividade fazem com que haja negligência em relação a aspectos básicos para a manutenção da saúde energética .
 
   4. Fugir do presente - As energias são colocadas onde a atenção é focada. O homem tem a tendência de achar que no passado as coisas eram mais fáceis: " bons tempos aqueles ", costumam dizer. Tanto os saudosistas, que se apegam às lembranças do passado, quanto aqueles que não conseguem esquecer os traumas, colocam suas energias no passado. Por outro lado, os sonhadores ou as pessoas que vivem esperando pelo futuro, depositando nele sua felicidade e realização, deixam pouca ou nenhuma energia no presente. E é apenas no presente que podemos construir nossas vidas.
 
   5. Falta de perdão - Perdoar significa soltar ressentimentos, mágoas e culpas; libertar o que aconteceu e olhar para frente. Quanto mais perdoarmos, menos bagagem interior carregamos, gastando menos energia ao alimentar as feridas do passado. Mais do que uma regra religiosa, o perdão é uma atitude inteligente daquele que busca viver bem e quer seus caminhos livres, abertos para a felicidade. Quem não sabe perdoar os outros e a si mesmo permanece "energeticamente obeso", carregando fardos passados .
    
   6. Mentira pessoal - Todos mentem ao longo da vida, mas para sustentar as mentiras muita energia é gasta. Somos educados para desempenhar papéis e não para sermos nós mesmos: a mocinha boazinha, o machão, a vítima, a mãe extremosa, o corajoso, o pai enérgico, o mártir e o intelectual. Quando somos nós mesmos, a vida flui e tudo acontece com pouquíssimo esforço.
    
   7. Viver a vida do outro - Ninguém vive só e, por meio dos relacionamentos interpessoais, evoluímos e nos realizamos, mas é preciso ter noção de limites e saber amadurecer também nossa individualidade. Esse equilíbrio nos resguarda energeticamente e nos recarrega. Quem cuida da vida do outro, sofrendo seus problemas e interferindo mais do que é recomendável, acaba não tendo energia para construir sua própria vida. O único prêmio, nesse caso, é a frustração.
    
   8. Bagunça e projetos inacabados - A bagunça afeta muito as pessoas, causando confusão mental e emocional. Um truque legal quando a vida anda confusa é arrumar a casa, os armários, gavetas, a bolsa e os documentos, além de fazer uma faxina no que está sujo. À medida em que ordenamos e limpamos os objetos, também colocamos em ordem nossa mente e coração. Pode não resolver o problema, mas dá alívio. Não terminar as tarefas é outro  "escape" de energia. Todas as vezes que você vê, por exemplo, aquele trabalho que não concluiu, 'diz inconscientemente': "você não me terminou! Você não me terminou!" Isso gasta uma energia tremenda. Ou você  termina ou livra-se dela e assuma que não vai concluir o trabalho. O importante é tomar uma atitude. O desenvolvimento do auto-conhecimento, da disciplina e da determinação farão com que você não invista em projetos que não serão concluídos e que apenas consumirão seu tempo e energia.
 
   9. Afastamento da natureza - A natureza, nossa maior fonte de alimento energético, também nos limpa das energias estáticas e desarmoniosas. O homem moderno, que habita e trabalha em locais muitas vezes doentios e desequilibrados, vê-se privado dessa fonte maravilhosa de energia. A competitividade, o individualismo e o estresse das grandes cidades agravam esse quadro e favorecem o vampirismo energético, onde todos sugam e são sugados em suas energias vitais.
 
 


 Extraído do Blog "Viver em Harmonia"





De vez em quando é necessário rever coisas que julgávamos realizadas e, em verdade, ainda necessitam de reflexão e reorganização. KyraKally
NÃO FOMOS COLOCADOS NO MUNDO 
PARA NOS SEPARARMOS DELE

Há um ponto de vista que rejeita a ideia de que a privação e a pobreza absoluta sejam os únicos caminhos para a espiritualidade e a substitui pela ideia de que é melhor uma vida simples e de poucas posses. 

A vida de total pobreza é normalmente inadequada e antiestética. Precisamos ter posses suficientes para conseguir eficiência na meneira de viver, bem como ter um lar bem-arrumado para viver a bela vida . Quão mais propício ao sucesso na meditação é, por exemplo, um lar bem-ordenado, um ambiente elegante e refinado, um aposento ou um local ao ar livre, sem barulho e sem pertubações! 

Mas essas coisas custam dinheiro. Por mais que o aspirante possa saturar-se nos anos de sua juventude com o desprezo idealista pelos valores mundanos, descobrirá em tempo que mesmo as coisas importantes para a sua vida espiritual interior geralmente só podem ser obtidas se ele tiver dinheiro para comprá-las. Privacidade, solidão, silêncio e tempo livre para estudo e meditação não são gratuitos e seu preço é alto .
 
Viver uma vida mais simples não é o mesmo que viver uma vida empobrecida. Nossas necessidades não têm fim, e é economia de energia espiritual reduzi-las em certos pontos. Mas isso não quer dizer que todas as coisas belas devam ser jogadas pela janela simplesmente porque não são funcionais ou indispensáveis .
 
O que os estudiosos antigos traduziram do Yoga Sutra de Patanjali como " não-aceitação de presentes " , Mahadevan traduziu como " não-possessão " . A diferença de significado é importante. A idéia é claramente a de evitar fardos que mantenham a atenção ocupada com o cuidado que lhes é dispensado .
 
O que se quer realmente dizer com renúncia do mundo? Eu lhes direi. É aquilo a que o homem chega quando confrontado com a morte certa, quando sabe que dentro de uma hora ou duas terá deixado o mundo dos vivos - quando dita seu último testamento dispondo de todos os seus bens terrenos .
 
Não é o mundo, mas sim o nosso relacionamento mental e emocional com ele que intercepta o nosso caminho, e é a esse relacionamento que devemos renunciar; e isso precisa apenas ser corrigido. Podemos permanecer exatamente onde estamos, sem fugir para um ashram ou convento, desde que façamos uma mudança interior.
 
Há certa loucura nessa ideia de que fomos colocados no mundo para nos separarmos dele!


Paul Brunton





Muitas vezes nos separamos do mundo ao buscar Deus; é essa linha divisória que devemos temer, pois, na realidade, estamos fugindo e não buscando. É aqui mesmo, nesse planeta, que fomos colocados para aprender, fazer experiências e através de relacionamentos entre nós mesmos e os demais Reinos encontrar o verdadeiro sentido da vida; utilizando os recursos que o mundo nos oferece, quer sejam materiais ou naturais com parcimônia e respeito, pois tudo o que aqui existe foi permitido pela inteligência maior que rege esse Universo. KyraKally

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

SOBRE A INTELIGÊNCIA

É preciso inteligência para ser feliz, e as pessoas são ensinadas a permanecer não inteligentes. A sociedade não quer que a inteligência floresça. A sociedade não necessita de inteligência; na verdade a sociedade tem muito medo da inteligência.
 
A sociedade precisa de pessoas estúpidas. Porque? Pessoas estúpidas são manipuláveis. As pessoas inteligentes não são necessariamente obedientes; elas podem obedecer, elas podem não obedecer. Mas a pessoa estúpida precisa de alguém para comandá-la, porque ela não possui nenhuma inteligência para viver por si própria. Ela quer alguém para dirigi-la; ela procura e busca seus próprios tiranos.
 
Os políticos não querem que a inteligência aconteça no mundo, os sacerdotes não querem que a inteligência aconteça no mundo, os generais não querem que a inteligência aconteça no mundo. Ninguém realmente a deseja. Eles querem que todo mundo permaneça estúpido, assim todo mundo é obediente, conformista, nunca sai fora do rebanho, permanece sempre parte da multidão, é controlável, manipulável, manobrável.
 
A pessoa inteligente é rebelde. Inteligência é rebelião. A pessoa inteligente decide por si própria se diz sim ou não. A pessoa inteligente não pode ser tradicional, ela não pode continuar adorando o passado; não há nada no passado para ser adorado.
 
O inteligente deseja criar um futuro, deseja viver no presente. 
 
Seu viver no presente é seu jeito de criar o futuro.
 
A pessoa inteligente não se apega ao passado morto, não carrega cadáveres. Por mais belos que tenham sido, por mais preciosos, ele não carrega cadáveres. Ele acabou com o passado; este se foi e se foi para sempre. Mas o tolo é tradicional.
 
Ele está pronto para seguir o sacerdote, está pronto para seguir qualquer político estúpido, pronto para seguir qualquer ordem; qualquer um com autoridade e ele está pronto para se jogar aos seus pés. Sem inteligência não pode haver nenhuma felicidade. O homem só pode ser feliz se for inteligente, totalmente inteligente.
 
A meditação é o meio de libertar sua inteligência. Quanto mais meditativo você for, mais inteligente você se torna. Mas lembre-se, por inteligência não quero dizer intelectualidade. Intelectualidade é a parte da estupidez.
 
Inteligência é um fenômeno totalmente diferente, ela não tem nada a ver com a cabeça. Inteligência é algo que vem de seu próprio centro. Ela brota em você e com ela muitas coisas começam a crescer em você. Você se torna feliz, você se torna criativo, você se torna rebelde, você se torna aventureiro, você começa a amar a insegurança, você começa a se mover para o desconhecido. Você começa a viver perigosamente porque essa é a única maneira de viver.
 
Para as pessoas estúpidas existem super avenidas onde as multidões se movimentam. E por séculos e séculos elas têm estado se movimentando, indo a lugar nenhum, girando em círculos. Assim você tem o conforto de que você está com muitas pessoas, você não está s .
 
Inteligência lhe dá a coragem de estar só, lhe dá a visão para ser criativo. Surge um grande anseio, uma grande fome para ser criativo. E só assim, como uma consequência, você pode ser feliz, você pode estar contente .
 
 
 
 Osho
 
 
 
 
"A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista, a inteligência coloca-se na retaguarda para poder ver". Bertrand Russel está certo, o homem inteligente é recatado, silencioso, amoroso... Antoine de Saint-Exupéry diz que "A inteligência apenas vale à serviço do amor". É verdade, pois quando a inteligência não é temperada com amor, assemelha-se a uma força em movimento sem direção. KyraKally

TAO

 

Um Mestre Zen vive a vida comum, exatamente como todo mundo, mas vive de um modo extraordinário, com uma visão totalmente nova, com tremenda sensibilidade, com consciência alerta, observação e estado meditativo.

 
Esteja onde quer que você esteja, mas esteja de modo novo.
E qual é esse novo modo?
Seja não-competitivo.
Ser competitivo é ser mundano.
 
Não é uma questão de se viver no mundo ou de ir para as montanhas.
Você poderá ir para as cavernas e lá haverá outros santos vivendo em outras cavernas e haverá competição.
Então, eles estarão falando sobre quem tem mais poderes, quem pode jejuar mais, quem pode se deitar numa cama de pregos, quem é mais santo.
 
O Zen tem uma abordagem diferente. Ele diz: Esteja na vida – a vida não é errada.
Se algo está errado, está errado na sua visão.
Seu espelho da consciência está empoeirado.
Limpe-o! Crie mais claridade.
 
Se a ambição e a competição desaparecerem, então, não sobra nada no mundo.
Mas como a ambição e a competição podem desaparecer?
Nós continuamos criando novos meios.
Alguém está tentando ter mais dinheiro do que você e outro está tentando ter mais virtudes do que você.
 
Qual é a diferença?
Alguém está tentando ser mais instruído do que você, outro está tentando ter mais caráter do que você.
É o mesmo desejo, o mesmo sonho, a mesma sonolência.
E as pessoas continuam nos seus sonhos.
Os sonhos mudam, mas as pessoas nunca acordam.
E você continua caindo neste ou naquele sonho, e continua perdendo-se na escuridão.
 
A questão é acordar, não mudar de sonhos, não de criar um novo sonho no lugar do velho.
Estão todos dormindo de maneira diferente, em diferentes posições, sonhando diferentes sonhos.
 
Você pode trocar a Bíblia pelo Gita ou o Alcorão, mas você é a mesma pessoa.
A menos que sua consciência passe por uma radical transformação, nada muda.
Você permanecerá mecânico, sua vida continuará a ser mecânica.
 
As pessoas vivem através dos hábitos, não através da consciência – as pessoas vivem mecanicamente.
A questão é como essa mecanicidade pode ser abandonada.
A questão é muito mais profunda do que os sintomas externos... As raízes têm que ser mudadas.
 
 
Osho 
 
 
 
 
"É tão bom morrer de amor e continuar vivendo". "Não faça da vida um rascunho, poderá não ter tempo de passá-lo a limpo". "Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente me impede de ver as pessoas..." "A gente deve atravessar a vida como quem está gazeando a aula, e não como quem vai para a escola". "Maravilhas nunca faltam ao mundo, o que sempre falta é a capacidade de senti-las e admirá-las". Essas frases de Mario Quintana nos faz reviver o TAO: Morrer para a paixão e abraçar o amor; vivendo cada minuto como se fosse o último; pessoas fúteis nos leva ao isolamento; apreciar a vida como ela é e não através de conceitos; está presente em todos os momentos da vida com sentimento e admiração, não importando se possam parecer amargos ou doces. KyraKally