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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

 UMA MENSAGEM DE PAZ

A paz como caminho de esperança” é o mote da mensagem do Papa para o Dia  Mundial da Paz | CNBB 

Uma mensagem de Natal deve ser uma mensagem de paz, em que nossos pensamentos se voltam do conceito de paz que o mundo busca, para a realização da verdadeira paz, “a minha paz”, que vem assim que os homens se encontram prontos a recebê-la.

O mundo busca uma paz que jamais pode ser encontrada, enquanto o senso de paz estiver baseado na cessação de guerra.

Esta paz, ainda quando esteja realizada, é temporária, pois está baseada somente em conferências e relacionamentos entre homens e nações.

A verdadeira paz é consumada, exclusivamente, quando nos despimos da armadura da carne, no momento em que deixamos de erguer a espada em defesa dos temores e ódios do mundo e cessamos de guerrear com as condições terrenas.

A paz duradoura reina somente quando os relacionamentos entre os homens estão alicerçados na conexão de cada um com Deus.

A paz é realizada quando nos encontramos unidos com nossos companheiros através da experiência da vivência de Deus.

A paz é alcançada quando contemplamos antes o Filho de Deus governando nossa vida e, em seguida, também a de nosso irmão.

O mundo está procurando a paz “lá fora”, mas ela deve ser encontrada dentro do nosso próprio ser individual, na medida em que hospedamos o Príncipe da Paz.

Portanto, deixemos de procurar a paz que “o mundo está buscando” e empenhemo-nos em encontrar “A paz de Deus que ultrapassa todo entendimento humano”.

“A Minha Paz vos deixo, a Minha Paz vos dou: não como o mundo vos dá. Que não se turvem vossos corações e nem se receiem”. (Ler Isaías 42: 1-9, em seguida, Isaías 61-62: 1-4 e 62: 12).

As advertências, e as promessas do Velho Testamento, são muitas vezes mal interpretadas, como se fossem dirigidas a algum homem em particular ou a uma determinada raça.

Os amigos Hebreus consideravam-se filhos de Deus, distintos e favorecidos por Ele; tal má interpretação levou à adoração de certas pessoas chamadas de salvadores, como se fossem, por si mesmas, o Cristo. Isto gerou o sectarismo em determinadas religiões, com limitadas diferenças e inimizades.

Deus não ungiu especificamente um homem ou um povo: Deus tem ungido o Seu Bem-amado, o Cristo. O Cristo é uma entidade espiritual, um impulso espiritual – Um espírito que está no homem. É Ele que, em nós, é abençoado, ungido e sustentado pelo Pai.

Ocasionalmente, este divino Impulso Espiritual, o Cristo, se manifesta de uma forma mais pronunciada num indivíduo aqui, noutro acolá; porém, Ele existe na consciência de cada um, na face do globo terrestre. Chega um período específico na vida de cada indivíduo, em que ele recebe a anunciação espiritual e então o Cristo é concebido, nutrido e desenvolvido.

Num dia de Natal, o Cristo nasce; em outras palavras, a presença do Cristo é realizada dentro do nosso ser.

O nascimento de Cristo não ocorre cronologicamente no dia 25 de dezembro nem em lugares de terras santas, mas ocorre, sim, na consciência elevada do indivíduo. Esta consciência elevada é a Cidade Santa – a cidade cuja busca foi esquecida, o lugar de nascimento e o lugar onde habita o Cristo. Onde quer que o Espírito de Deus apareça na consciência humana, todas as bênçãos e profecias em relação aos ricos frutos do Cristo se evidenciam.

Na luz do Cristo, o cenário humano se revela como algo fantástico.

É somente depois da realização do Cristo em consciência, que o sentido profundo da verdadeira humildade é compreendido.

Antes desse acontecimento, sempre haverá um sentido pessoal do ego; mas, com o nascimento do Cristo, todo sentido de exibição pessoal, todo desejo de algo ou de alguém, e toda a espécie de ambição humana são perdidos.

A partir desse ponto de transição em consciência, onde havia necessidades, desejos pessoais ou uma vida incompleta, passa-se a não mais ter uma vida própria para ser plenificada com seus apegos e suas necessidades de êxitos e sucessos.

Neste estado de consciência não existe nem mais um senso de necessidade de Deus, porque há a realização de se contemplar Deus agindo através de si.

Esta atividade nunca é para benefício pessoal, mas se torna uma bênção para aqueles que ainda não experienciaram a concepção e o nascimento de Cristo dentro do seu próprio ser e, portanto, não realizaram a natureza universal de Cristo.

Elias revelou a natureza do Cristo como sendo a “pequenina e silenciosa voz” que está dentro e ao alcance de cada indivíduo que se torna receptivo a ouvir; Daniel revelou o Cristo como uma “pedra cortada da montanha sem mãos”.

Nas palavras de Isaías: (42; 2,3,4) “Não chamará, não se exaltará, nem fará ouvir sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade, produzirá o juízo”.

Quando Cristo Jesus falava daqueles que “tinham olhos, mas não viam”, referia-se a uma capacidade interna que contempla aquilo que jamais os olhos humanos seriam capazes de captar.

A natureza do Cristo é uma atividade espiritual, totalmente sem cumprimento físico, assim mesmo suficiente para destruir os quatro reinos temporais.

As palavras e os pensamentos de Elias, de Daniel, Isaías e outras grandes personagens bíblicas, transitam no meu ser e se unem na revelação de uma Essência espiritual única, de uma Presença e de um Poder. Mesclados com estes pensamentos estão também os das crianças que vêm ao mundo com deficiências. Estas crianças, com seus clamores, indagam: “por que isto?, por que eu?, por que comigo?”, e suas vozes penetram a consciência da Terra, e esta não tem resposta aos seus problemas e às suas necessidades de cura.

Um clamor semelhante se faz dos povos do mundo inteiro, ansiosos por uma cessação de guerras e esperançosos de uma paz mundial, e a Terra também não tem resposta para eles.

Mas há uma resposta! A resposta é o Cristo! Cristo é a influência espiritual dentro de você, de mim e de todas as almas e corações abertos para a anunciação, para a experiência da concepção e nascimento do Cristo.

O Espírito do Senhor Deus Todo-poderoso está sobre o Cristo do seu ser individual e esta suave Presença é manifestada, não pela força e nem pelo poder, mas sim pela unção do próprio Espírito.

É este Cristo a resposta à paz mundial, assim como também é a resposta a todos aqueles pequeninos que clamam por suas heranças divinas de saúde, harmonia e plenitude.

A maior missão do Cristo é curar o mundo, portanto, se torna necessário, para aqueles que sentiram o toque do Cristo para servir, abrir caminho para a atividade do Cristo, que é permear a consciência humana com o conhecimento e o amor do Cristo.

A prece é o canal ativo em nossa consciência, que traz a Presença e o Poder de Deus aos afazeres humanos.

Eventualmente você poderá receber pedidos para uma ajuda específica; e, para estar preparado, é preciso aprender a manter a comunhão com o Príncipe da Paz, com nenhum outro propósito a não ser o da própria comunhão com Ele.

Você deve reservar períodos todos os dias para a meditação e nesses momentos se isentar de qualquer preocupação com os problemas relacionados com sua própria vida. Sua única razão para meditar deve ser experienciar em consciência a comunhão com Deus.

Nesta comunhão, a atividade de Cristo em você se torna o agente curador por todos aqueles que lhe solicitem ajuda.

Pensem acerca da consciência curadora que pode ser suscitada no mundo, quando cada estudante da verdade se conscientizar, em primeiro lugar, que “o único filho bem-amado, que está no âmago do Pai”, é o Cristo do seu ser individual.

Tudo que o Pai tem, está derramado sobre esta Centelha divina, vital, eterna e imortal, e o lugar onde Ele habita é dentro de você, em sua consciência!

Lembre-se sempre de que “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”.

A atividade amorosa do Cristo, em você, é suficiente para derrubar os reinos temporais. Mas, uma coisa é exigida: cada Cristo deve ter o seu Jesus. A criança espiritual deve ter o Seu representante na Terra, e Ela deve ser liberada ao mundo através da conscientização daquelas pessoas que chegaram a realizar o Cristo em si mesmas.

É nossa função recolhermo-nos, diariamente, sem nunca falhar, com o propósito de receber o Príncipe da Paz e, dessa forma, criar-Lhe a possibilidade de atuar em nossos negócios e relacionamentos humanos.

Não é necessário dirigi-Lo ou esclarecê-Lo; a nossa parte consiste em esperar, silenciosamente, sem esforço e sem poder, e deixá-Lo ocupar nossa consciência!

Você pode vislumbrar o que acontece, quando o Cristo realmente realizado começa a tocar a consciência de todas as pessoas na Terra, removendo delas as causas e os efeitos do erro humano? O Cristo, ao nos tocar a consciência, liberta-nos dos ódios e dos medos do mundo, abençoando assim inúmeras pessoas.

A prece feita dessa forma nos abre à visitação e à comunhão com o Príncipe da Paz, fazendo de nossa consciência a Cidade Santa, onde o Cristo habita, e através da qual Ele acha o caminho de entrada em todas as consciências humanas.

Enquanto a videira recebe a sua substância pelo Pai, cada galho está sendo alimentado. O Santo de Israel, o Espírito de Deus no homem, o Cristo, está sempre presente, porém, disponível somente na medida em que nos abrimos para recebê-Lo, deixando-O em nós habitar.

Nosso único propósito, ao entrarmos em comunhão com o Cristo, é o de Lhe propiciar uma entrada ao mundo, para que possam ser demolidas as crenças humanas cristalizadas e ser estabelecido o Reino de Deus sobre a Terra.

Saibamos que não nos cabe um trabalho pessoal, temos somente que nos aquietar e “deixar fluir”.

No verdadeiro sentido da humildade, não há um “eu” dirigindo esta atividade; ao contrario, há um sentimento profundo de paz e quietude, onde nos tornamos exclusivamente desejosos de deixar o Cristo se encarregar dos negócios do Pai.

Nunca você ou eu poderemos nos ocupar dos negócios do Pai – somente o Cristo pode executar as funções de Deus sobre a Terra, estabelecendo Seu reino nos corações de todos aqueles que são receptivos e responsivos à Sua presença curadora.

E assim, no dia de Natal, façamos votos de boa sorte ao Príncipe da Paz em Sua jornada de amor nas consciências humanas, de modo que cada indivíduo que tenha seu pensamento e mente, Espírito e Alma, abertos à concepção e nascimento de Cristo, possa conhecer essa Presença amorosa capaz de lançar a paz na Terra e a boa vontade entre os homens.

Joel Goldsmith
http://suprimentoinvisivel.blogspot.com

A SABEDORIA TOLTECA 

OS QUATRO COMPROMISSOS

O Quarto Compromisso


Sempre dê o melhor de si

Existe apenas mais um compromisso, porém é o que permite que os outros três se tornem hábitos profundamente enraizados. O quarto compromisso se refere à ação dos outros três: Sempre dê o melhor de si. Sob qualquer circunstância, sempre faça o melhor possível, nem mais nem menos. Porém, tenha em mente que o seu "melhor" nunca será o mesmo de um instante para outro. Tudo está vivo e mudando o tempo todo; portanto, fazer o melhor algumas vezes pode produzir alta qualidade e outras 'vezes não vai ser tão bom. Quando você acorda, descansado e energizado, de manhã, o seu "melhor" tem mais qualidade do que quando você está cansado, à noite. Seu "melhor" possui mais qualidade quando você está saudável do que quando doente, ou sóbrio em contraposição a bêbado. Seu "melhor" vai depender de você estar se sentindo maravilhosamente feliz ou aborrecido, zangado ou ciumento.

Nos diferentes estados de espírito do dia, seu humor pode mudar de um instante para outro, de uma hora para outra ou de um dia para outro. Seu "melhor" também irá se alterar ao longo do tempo. À medida que você se habitua aos quatro compromissos, seu "melhor" irá se tornar mais e mais eficiente.

Independente da qualidade, continue dando o melhor de si, nem mais nem menos. Se você se esforçar demais para conseguir seu "melhor", irá gastar mais energia do que é necessário, e ao final seu "melhor" não será o suficiente. Quando você exagera, esgota seu corpo e vai contra si mesmo, sendo assim necessário mais tempo para alcançar seu objetivo. Se fizer menos do que seu "melhor", vai sujeitar-se a frustrações, auto julgamento, culpas e arrependimentos.

Simplesmente, dê o melhor de si - em qualquer circunstância da sua vida. Não importa se você está doente ou cansado, se der sempre o melhor de si, não haverá forma de julgar a si mesmo. E se não julga a si mesmo, não há forma de ficar sujeito à culpa, ao arrependimento e à autopunição. Fazendo sempre o melhor, você vai quebrar um encantamento sob o qual sempre esteve.

Havia um homem que, desejando transcender seu sofrimento, foi a um templo budista para encontrar um mestre que o ajudasse. Dirigiu-se ao mestre e perguntou:

- "Mestre, se eu meditar quatro horas por dia, quanto tempo vou levar para me iluminar?"

O Mestre olhou para ele e respondeu:

- "Se você meditar quatro horas por dia, provavelmente atingirá a iluminação em dez anos".

Imaginando que poderia fazer melhor, o homem perguntou: - "Mestre , e seu meditar oito horas por dia, quanto tempo levarei para transcender"?

- "Se meditar oito horas por dia, talvez possa atingir a iluminação em vinte anos - respondeu o Mestre".

- "Mas por que levarei mais tempo se meditar mais?" - indagou o homem.

- "Você não está aqui para sacrificar sua alegria ou sua vida. Você está aqui para viver, para ser feliz, para amar. Se puder dar o melhor de si em duas horas de meditação, mas você gasta oito horas, só vai se cansar, perder o objetivo principal e não aproveitará sua vida. Dê o melhor de si e talvez aprenda que não importa quanto tempo você medita, pode viver, amar e ser feliz".

Dando o melhor de si, você vai viver intensamente sua vida. Será produtivo, será bom para você mesmo, porque irá se doar a sua família, a sua comunidade, a todos. Mas é a ação que irá fazê-lo sentir a mais intensa felicidade. Quando você sempre faz o melhor, pode assumir a ação. Fazer o melhor é assumir a ação, porque você ama isso, não porque espera uma recompensa. A maior parte das pessoas faz exatamente o oposto: só age quando espera uma recompensa e não aprecia a ação. E esse é o motivo porque não fazem o melhor.

Por exemplo, a maior parte das pessoas vai para o trabalho todos os dias pensando apenas no pagamento e no dinheiro que irá conseguir com o trabalho feito. Elas mal podem esperar pela sexta-feira e pelo sábado, ou qualquer que seja o dia que o pagamento sair. estão trabalhando pela recompensa e, como resultado disso, resistem ao trabalho. Tentam evitar a ação, o que a torna mais difícil; portanto, não fazem o melhor.

Trabalham muito ao longo da semana, sofrendo pelo trabalho, sofrendo pela ação não porque gostem, mas porque sentem que devem. Precisam trabalhar porque precisam pagar o aluguel sustentar a família. Carregam toda essa frustração e, quando recebem o dinheiro, estão infelizes. Têm dois dias para fazer o que desejarem, e o que fazem? Tentam escapar. Ficam bêbados porque não gostam de si mesmos. Não gostam de suas vidas. Existem muitas formas de magoar a nós mesmos quando não gostamos de quem somos.

Por outro lado, se você agir apenas pelo prazer de agir, sem esperar recompensa, vai descobrir que gosta de todas as suas ações. As recompensas virão, mas você não está ligado à recompensa. Pode até mesmo ganhar mais do que imaginou para si mesmo sem esperar recompensa. Se gostamos do que fazemos e sempre fazemos o nosso melhor, então estamos realmente apreciando a vida. Estamos nos divertindo sem sentir tédio e sem acumular frustrações.

Quando você dá o melhor de si, não dá ao Juiz a oportunidade de descobrir sua culpa ou de condená-lo. Se for seu "melhor" e o Juiz tenta julgá-lo de acordo com seu Livro de Leis, você vai obter a resposta: "Fiz o melhor possível". Não existem arrependimentos. Por isso, sempre fazemos o melhor. Não é um compromisso fácil de manter, mas ele vai libertá-lo de verdade.

Quando você faz o melhor que pode, aprende a aceitar a si mesmo. Mas é preciso estar atento e aprender com os erros. Aprender com os erros significa praticar, observar com honestidade os resultados e continuar praticando. Isso aumenta sua consciência.

Na verdade, fazer o melhor não parece trabalho, porque você gosta do que quer que faça. Sabe que está fazendo o melhor possível quando está apreciando a ação ou realizando-a de uma forma que não lhe provoque reações negativas. Você dá o melhor de si porque tem vontade, não porque precise, nem porque esteja tentando agradar ao Juiz, e não porque esteja tentando agradar a outras pessoas.

Se você age porque precisa agir, então não existe forma de fazer o melhor. O melhor seria não fazer. Deve fazer o melhor porque agir assim em todos os momentos deixa você contente. Quando está realizando o melhor de si apenas pelo prazer de fazer bem-feito, você está agindo porque aprecia agir.

Agir é viver plenamente. Não agir é a forma de negar a vida. Não agir é sentar em frente à televisão todos os dias por muitas horas porque você tem medo de estar vivo e assumir o risco de expressar quem é. Agir significa expressar quem você é. Pode ter muitas ideias na cabeça, mas o que faz toda diferença é a ação. Sem a ação depois de uma ideia não existe manifestação, nem resultados ou recompensas.

Um bom exemplo disso vem da história de Forrest Gump.

Ele não tinha grandes ideias, mas agia. Era feliz porque sempre dava o melhor possível de si em tudo o que fazia. Era ricamente recompensado sem esperar recompensa em absoluto. Assumir a ação estar vivo. É assumir o risco de sair e expressar seu sonho. É diferente de impor seu sonho aos outros, porque todos têm o direito de expressar próprio sonho.

Fazer o melhor é um grande hábito para ser cultivado.

Faço o melhor em tudo o que realizo e sinto. Fazer meu melhor tornou-se um ritual em minha vida porque fiz a escolha para que se tomasse um ritual. É uma crença como qualquer outra que escolhi acreditar. Tomar um banho é um ritual para mim, e com essa ação digo a meu corpo quanto gosto dele. Faço meu melhor para preencher as necessidades de meu corpo. Faço o melhor para dar ao meu corpo e receber o que ele tem a me dar.

Na Índia, realizam um ritual chamado puja. Nesse ritual, tomam ídolos que representam Deus de muitas formas diferentes e os banham, alimentam-nos e dão amor a eles. O ídolo em si não é importante. “O que é importante é a forma como realizam o ritual, a maneira como dizem:” Amo você, Deus”.

Deus é vida. Deus é vida em ação. A melhor forma de dizer "Amo você, Deus" é deixando o passado de lado e viver no momento presente, aqui e agora. Qualquer coisa que a vida tome de você, deixe que vá. Quando você se rende e deixa o passado para trás significa que você pode aproveitar o sonho que está acontecendo no presente. Deixar o passado para trás significa que você pode aproveitar o sonho que está acontecendo no presente.

Se você vive num sonho de passado, não pode aproveitar o que está acontecendo agora, porque sempre deseja que ele seja diferente do que é. não existe tempo para ter saudade de algo ou de alguém, porque você está vivo. Não aproveitar o que acontece no aqui agora é viver no passado é estar vivo pela metade. Isso leva à auto piedade, sofrimento e lagrimas.

Você nasceu com o direito de ser feliz . Nasceu com o direito de amar, de aproveitar e compartilhar seu amor. Você está vivo; portanto, tome sua vida e a aproveite. Não resista a vida está passando através de você, porque é Deus passando através de você. Apenas sua existência prova a existência de Deus. Sua existência prova a existência da vida e da energia.

Não precisamos saber ou provar coisa alguma. Simplesmente ser, assumir o risco e apreciar a da é tudo o que importa. Diga "não" quando tiver de dizer "não", e "sim" quando tiver de dizer "sim.". Você tem o direito de ser você. E só pode ser você quando dá o melhor de si. Quando não dá o melhor de si, está se negando o direito de ser você. Essa é urna semente que deve alimentar em sua mente. Você não precisa de grande sabedoria nem de grandes conceitos filosóficos. Não precisa da aceitação dos outros. Você expressa sua divindade estando vivo e amando a si mesmo e aos outros. É uma expressão divina dizer: "Ei, eu amo você".

Os primeiros três compromissos só vão funcionar se você fizer o melhor. Não espere sempre poder ser impecável com as palavras. Seus hábitos rotineiros são fortes e enraizados demais em sua mente. Mas você sempre pode fazer o melhor. Não espere que nunca vá levar nada para o lado pessoal; faça o melhor possível. Não espere que vá parar de tirar conclusões, mas com certeza você pode fazer o seu melhor.

Dando o melhor de si, os hábitos de usar errado a palavra, de levar as coisas para o lado pessoal e de tirar conclusões irão se tornando cada vez mais fracos e menos frequentes. Você não precisa julgar a si mesmo, sentir-se culpado ou castigar-se se não conseguir manter os compromissos. Se estiver fazendo o melhor possível, irá sentir-se bem consigo mesmo, ainda que tire conclusões, que leve as coisas para o lado pessoal e que não seja impecável com sua palavra.

Se você sempre fizer o melhor, uma vez depois da outra, irá tornar-se um mestre da transformação. A prática faz o mestre. Fazendo o melhor, irá

tornar-se um mestre Tudo o que você já aprendeu, aprendeu por meio da repetição. Aprendeu a escrever, a dirigir e até mesmo a andar por repetição. Você é um mestre em utilizar sua linguagem porque praticou. A ação faz a diferença.

Se você der o melhor de si na procura de liberdade pessoal, na procura do amor próprio, vai descobrir que é apenas uma questão de tempo até conseguir o que deseja. Não é sobre sonhar acordado ou passar horas em meditação. Você precisa levantar-se e ser humano. Precisa honrar O homem. ou a mulher que é. Respeite seu corpo, aproveite seu corpo, ame seu corpo, alimente-o, limpe-o e cure-o. Exercite-o e faça o que ele se sente bem em fazer. Esse é o puja de seu corpo, e isso é a comunhão entre você e Deus.

Você não precisa adorar ídolos da Virgem Maria, de Cristo ou de Buda. Você pode se quiser; se é bom, faça. Seu próprio corpo é uma manifestação de Deus, e se você honrar seu corpo, tudo vai mudar em sua vida. Quando pratica o hábito de amar cada parte de seu corpo, planta sementes em sua mente, e quando elas germinarem, você irá amar, honrar e respeitar seu corpo imensamente.

Cada ação se torna um ritual no qual você está honrando a Deus. Depois disso, o passo seguinte é honrar a Deus com todos os pensamentos, emoções, crenças, até com o que é "certo" e "errado". Cada pensamento torna-se uma comunhão com Deus, e você irá viver um sonho sem julgamentos, sem fazer o papel de vítima, além de libertar-se da necessidade de mexericar e provocar autossofrimento.

Quando você honra esses quatro compromissos juntos, não existe maneira de viver no inferno. É impossível. Se você for impecável com sua palavra, se não levar nada para o lado pessoal, se não tirar conclusões e sempre der o melhor de si, terá uma bela vida. Irá controlar cem por cento de sua vida.

Os Quatro Compromissos são um sumário do domínio da arte da transformação, um dos domínios dos toltecas. Você transforma o inferno no céu. O sonho do planeta é transformado em seu sonho pessoal de céu. A sabedoria está lá, só esperando que você a use. Os Quatro Compromissos estão lá; você só precisa adotar esses compromissos e respeitar seu domínio e poder. Você simplesmente dá o melhor de si para respeitar esses compromissos. Você pode fazer esse compromisso hoje: escolho honrar os Quatro Compromissos. São tão simples e lógicos que até uma criança pode compreendê-los. Mas você precisa ter uma grande força de vontade, para cumprir esses compromissos. Por quê? Porque aonde quer que vamos, encontramos nosso caminho cheio de obstáculos. Cada um tenta sabotar nosso acordo com esses quatro compromissos, e tudo ao nosso redor é uma armadilha para quebra-lo. O problema é que os outros compromissos são parte do sonho do planeta. Estão vivos, e são muito fortes.

Por isso, você precisa ser um grande caçador, um grande, guerreiro que possa defender esses Quatro Compromissos com sua vida. Sua felicidade, sua liberdade, toda a sua maneira de viver depende disso.O objetivo do guerreiro é transcender esse mundo, escapar desse inferno e nunca mais voltar. Como os toltecas nos ensinaram, a recompensa é transcender a experiência humana de sofrimento, tomar-se a encarnação divina. Essa é a recompensa.

Realmente, precisamos usar cada migalha de poder que possuímos para ter sucesso ao manter esses compromissos. Eu não esperava poder conseguir, de início. Caí muitas vezes, mas me levantei e continuei. Caí outras vezes e continuei. Não senti pena de mim mesmo. Não havia forma de sentir pena de mim mesmo. Eu dizia: "Se caí, sou forte o suficiente, sou inteligente o suficiente, e posso conseguir". Fiquei em pé e continuei meu caminho. Caí e continuei caminhando, e a cada vez foi mais fácil. Ainda assim, no início foi muito duro e difícil.

Portanto, se cair, não julgue. Não dê ao seu Juiz a satisfação de transformar você em vítima. Não seja duro com você mesmo. Erga-se e faça o compromisso novamente. "Muito bem, quebrei meu compromisso de ser impecável com minha palavra. Vou começar outra vez. Vou manter os Quatro Compromissos só por hoje. Hoje serei impecável com minha palavra. Não levarei nada para o lado pessoal, não tirarei conclusões e farei o melhor possível."

Se você quebrar um compromisso, comece outra vez no dia seguinte, e novamente no dia que virá depois. Será difícil no início, mas a cada dia se tornará mais e mais fácil, até que um dia você descobre que está controlando a sua - vida com esses Quatro Compromissos. Você ficará surpreso com a maneira como sua vida foi transformada.

Você não precisa ser religioso nem ir à igreja todos os dias. Seu amor e auto respeito irão crescer cada vez mais. Você pode fazer isso. Se eu consegui, você também pode conseguir. Não se preocupe com o futuro; mantenha sua atenção no hoje e fique no momento presente. Viva apenas um dia de cada vez. Sempre dê o melhor de si para manter esses compromissos, e logo ,será fácil para você também. Hoje é o início de um novo sonho.

Don Miguel Ruiz
http://busca-espiritual.blogspot.com

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

A SABEDORIA TOLTECA 
OS QUATRO COMPROMISSOS
 
O Terceiro Compromisso 
 
Não tire conclusões

O terceiro compromisso é não tire conclusões.

Nós temos a tendência para tirar conclusões sobre tudo. Presumir. O problema com as conclusões é que acreditamos que elas são verdadeiras. Poderíamos jurar que são reais. Tiramos conclusões sobre o que os outros estão fazendo e pensando - levamos para o lado pessoal-, e então os culpamos e reagimos enviando veneno emocional com nossa palavra. Por isso sempre que fazemos presunções estamos pedindo problemas. Quando tiramos uma conclusão, entendemos errado, levamos isso para o lado pessoal e acabamos criando um grande drama do nada.

Toda tristeza e drama que você passou em sua vida foram causados por tirar conclusões e levar as coisas para o lado pessoal. Pare um instante para examinar essa afirmativa. Toda a teia de controle entre seres humanos é sobre tirar conclusões e levar as coisas para o lado pessoal. Todo o nosso sonho de inferno é baseado nisso.

Criamos muito veneno emocional apenas tirando conclusões e fazendo isso de forma pessoal porque geralmente começamos a fofocar sobre nossas conclusões. Lembre-se, fofocar é a forma como nos comunicamos uns com os outros no sonho do inferno e transferimos veneno de uns para os outros. Como ficamos com medo de pedir esclarecimentos, tiramos conclusões e acreditamos estar certos sobre essas conclusões; depois defendemos nossas conclusões e tentamos tornar a outra pessoa errada. Sempre é melhor fazer perguntas do que tirar conclusões, porque as conclusões nos predispõem ao sofrimento.

O grande mitote na mente humana cria um bocado de caos, que faz com que interpretemos mal e tudo errado. Apenas enxergamos o que queremos enxergar e escutamos o que queremos escutar. Temos o hábito de sonhar sem base na realidade. Literalmente, sonhamos coisas com nossas imaginações. Quando não entendemos algum fato, tiramos uma conclusão sobre o significado daquilo. Assim que a verdade aparece, as bolhas de nossos sonhos estouram e descobrimos que não coincidem em absoluto com o que imaginávamos.

Um exemplo: você está andando no shopping e encontra uma pessoa de quem gosta. A pessoa se volta para você, sorri e afasta-se. Você pode tirar várias conclusões baseado nessa experiência. Com essas conclusões, pode criar toda uma fantasia. E você quer de verdade acreditar nessa fantasia e torná-la real. Todo um sonho começa a formar-se baseado nessas conclusões e você pode acreditar: "Puxa, essa pessoa gosta de mim". Em sua mente, Um relacionamento inteiro pode começar daí. Talvez você até se case com ela nessa sua terra da fantasia. "Mas a fantasia é na sua mente, em seu sonho pessoal.

Tirar conclusões em relacionamentos é pedir problemas. Frequentemente, presumimos que nossos parceiros sabem o que pensamos e que não temos necessidade de expressar nossos desejos. Presumimos que eles irão fazer o que queremos porque nos conhecem muito bem. Se não fizerem o que presumimos que fariam, nos sentimos magoados e dizemos: "Você devia saber".

Outro exemplo: você resolve se casar, e pressupõe que sua companheira enxerga o casamento da mesma forma que você. Depois, vivem juntos e descobrem que não é verdade. Isso cria um bocado de conflito, mas, mesmo assim, você não tenta esclarecer seus sentimentos sobre casamento. O marido chega do trabalho e a esposa está brava, e o marido não sabe porquê. Talvez seja porque a mulher tirou uma conclusão. Sem lhe dizer o que quer, ela presume que ele a conheça tão bem que saiba o que ela deseja, como se pudesse ler sua mente. A mulher fica brava porque o marido não atinge essa expectativa. Tirar conclusões num relacionamento leva a muitas brigas, muitas dificuldades e desentendimentos com pessoas que supostamente amamos.

Em qualquer tipo de relacionamento podemos presumir que os outros sabem o que pensamos e que não precisamos dizer o que queremos. Eles farão o que quisermos porque nos conhecem muito bem. Se não fizerem o que desejamos, quando presumimos que fariam isso, nos sentimos magoados e pensamos: "Como é que você pôde fazer isso comigo? Deveria saber". Outra vez presumimos que o outro deveria saber o que nós queremos. Todo um drama é criado porque tiramos uma conclusão e em seguida tiramos novas conclusões sobre a primeira.

É interessante observar como a mente humana trabalha. Temos a necessidade de justificar tudo, de explicar e compreender tudo para sentir segurança. Temos milhões de perguntas que precisam de respostas porque existe muitas coisas que a mente racional não consegue explicar. Não importa se a resposta é correta; uma resposta já nos faz sentir seguros. Por isso presumimos.

Se os outros nos contam algo, tiramos conclusões; se não nos contam, também tiramos, para preencher nossa necessidade de saber e suprir a necessidade de comunicação. Mesmo que escutemos alguma coisa e não compreendamos, tiramos conclusões sobre o significado e depois acreditamos nelas. Tiramos todas essas conclusões porque não temos a coragem de fazer perguntas.

Essas conclusões são rápidas e inconscientes porque na maior parte do tempo mantemos compromissos nesse sentido. Concordamos conosco que não é seguro fazer perguntas; concordamos com que se as pessoas nos amam, devem saber exatamente o que desejamos e como nos sentimos. Quando acreditamos em algo, presumimos que estamos certos sobre aquilo, até o ponto em que destruiremos relacionamentos para defender nossas posições.

Presumimos que todos enxergam a vida da mesma forma que nós. Presumimos que os outros pensam da mesma forma que nós, sentem da mesma forma que nós, julgam como nós julgamos e sofrem como nós sofremos. Essa é a maior presunção que o ser humano pode ter. Por isso, temos medo de ser nós mesmos na presença dos outros. Porque achamos que todos estarão julgando, nos vitimando, nos fazendo sofrer e nos culpando, como fazemos a nós mesmos. Portanto, antes que os outros tenham uma chance de nos rejeitar, nós já nos rejeitamos. É assim que funciona a mente humana.

Também tiramos conclusões sobre nós mesmos, e com isso criamos um bocado de conflito interior. "Acho que sou capaz de fazer isso." Você tira essa conclusão, e depois descobre que não foi capaz de fazer. Você superestima ou subestima a si mesmo porque não resolveu parar e formular perguntas a si mesmo, depois respondê-las. Talvez precise reunir mais fatos sobre uma situação determinada. Ou talvez você precise parar de mentir a si mesmo sobre o que deseja.

Frequentemente, quando você inicia um relacionamento com alguém de quem gosta, precisa justificar porque gosta daquela pessoa. Enxerga apenas o que deseja enxergar e nega que existam coisas naquela pessoa de que você não gosta em absoluto. Mente para si mesmo, a fim de ficar com a razão. Em seguida, passa a tirar conclusões, e uma delas pode ser: "Meu amor vai mudar essa pessoa". Porém, isso não é verdade. Seu amor não pode mudar ninguém. Se os outros mudam, é porque desejam mudar, não porque você pode mudá-los. Então, algo acontece entre os dois e você se magoa. Repentinamente, enxerga o que não quis enxergar antes, e amplificado pelo seu veneno emocional. Agora você precisa justificar sua dor emocional e culpa os defeitos por suas escolhas.

Não precisamos justificar o amor de forma alguma; está ali ou não está ali. O amor verdadeiro é aceitar a outra pessoa da forma que ela é, sem tentar mudá-la. Se tentamos mudá-la, isso significa que na verdade não gostamos dela. Claro, se decide viver com alguém, se firmou tal compromisso, sempre é melhor fazer isso com alguém que seja exatamente da forma que você deseja. Descubra alguém que você não precise mudar em absoluto. É muito mais fácil encontrar alguém que já é da forma que você gosta, em vez de tentar mudar essa pessoa. Igualmente, essa pessoa precisa amá-la da forma que você é. Por que estar com alguém, se essa pessoa não é quem você desejaria que fosse?

Devemos ser quem somos, de forma que não precisemos apresentar uma falsa imagem. Se você me ama da forma como sou, "Muito bem, me aceite". Se você não me ama da forma como sou, "Muito bem, até logo. Procure outra pessoa". Pode soar rigoroso, mas esse tipo de comunicação significa que os compromissos pessoais que fazemos com outros são claros e impecáveis.

Imagine o dia em que você não vai tirar conclusões sobre seu parceiro e, mais tarde, com todas as outras pessoas em sua vida. Sua forma de se comunicar irá mudar completamente e seus relacionamentos não mais sofrerão com os compromissos criados por falsas presunções.

A forma de evitar tirar conclusões é fazer perguntas. Se você não compreende, pergunte. Tenha a coragem de perguntar até que as coisas fiquem tão claras quanto possível, e, mesmo assim, nunca imagine que sabe tudo o que há para saber numa determinada situação. Uma vez ouvida a resposta, não terá de tirar conclusões, porque saberá a verdade.

Da mesma forma, prepare-se para perguntar o que quiser saber. Todos têm o direito de responder sim ou não, mas você também tem o direito de perguntar.

Se não compreende alguma coisa, é melhor perguntar e saber do que tirar qualquer conclusão. No dia em que você parar de tirar conclusões, irá se comunicar com clareza e pureza, livre de veneno emocional. Sem tirar conclusões, sua palavra se torna impecável.

Com clareza de comunicação, todos os seus relacionamentos irão mudar, não apenas com seu companheiro, mas com todos os outros. Não será necessário tirar conclusões, porque tudo se tornará claro. É isso o que desejo; é isso o que você deseja. Se nos comunicarmos sempre assim, nossa palavra se tornará impecável. Se todos os humanos pudessem se comunicar com a impecabilidade da palavra, não existiriam guerras, violência ou mal-entendidos. Todos os problemas humanos poderiam ser resolvidos se tivéssemos uma comunicação boa e clara.

Este, portanto, é o Terceiro Compromisso: não tire conclusões. Dizer isso parece fácil, e sei que é uma coisa muito difícil de fazer. É difícil porque fazemos o oposto com muita frequência. Temos hábitos e rotinas mentais dos quais não nos damos conta. Tornar-se consciente desses hábitos e compreender a importância desse compromisso é o primeiro passo. Mas compreender sua importância não é o suficiente. A informação ou a ideia é apenas a semente em sua cabeça. O que realmente faz diferença é a ação. E afirmar a ação várias vezes fortalece sua vontade, alimenta a semente e estabelece uma base sólida para que os novos hábitos germinem. Depois de muitas repetições, esses novos compromissos se tornarão uma segunda natureza, e você perceberá a mágica de sua palavra transformá-lo de um praticante de magia negra em praticante de magia branca.

Um praticante de magia branca usa a palavra para criar, dar, partilhar e amar. Tornando esse compromisso um hábito, toda a sua vida será completamente transformada.

Quando você transforma todo o seu sonho, a mágica acontece em sua vida. Aquilo de que precisa lhe vem facilmente, porque o espírito se move com liberdade através de você. É o domínio da intenção, o domínio do espírito, o domínio do amor, O domínio da gratidão e o domínio da vida. Esse é o objetivo dos toltecas. Esse é o caminho para a liberdade pessoal.

Don Miguel Ruiz
http://busca-espiritual.blogspot.com

A SABEDORIA TOLTECA 
OS QUATRO COMPROMISSOS

Escultura tolteca | La Rosa Mexicana

O Segundo Compromisso

 
Não leve nada para o lado pessoal

Os três compromissos seguintes na verdade se originam do primeiro. O segundo compromisso é: não leve nada para o lado pessoal.

O que quer que aconteça com você, não tome como pessoal. Usando o exemplo já mencionado, se o vejo na rua e digo: "Você é um estúpido", sem conhecê-lo, não estou falando de você, estou falando de mim. Se você levar para o lado pessoal, talvez acredite que é estúpido. Talvez possa dizer para si mesmo: "Como ele sabe? Será clarividente ou todos percebem que sou estúpido?".

Você leva tudo para o lado pessoal porque concorda com o que está sendo dito. Assim que concorda, o veneno passa através de você e o prende no sonho do inferno. O que causa a sua própria captura é o que chamamos de importância pessoal. Importância pessoal, ou levar as coisas para o lado pessoal, é a expressão máxima do egoísmo porque cometemos a presunção de achar que tudo é sobre "nós". Durante o período de nossa educação, ou domesticação, aprendemos a levar tudo para o lado pessoal. Achamos que somos responsáveis por tudo. Eu, eu, eu e sempre eu!

Nada do que os outros fazem é motivado por você. É por causa deles mesmos. Todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente; estão num mundo completamente diferente do que aquele no qual vivemos. Quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está em nosso mundo e tentamos impor nosso mundo ao deles.

Mesmo quando uma situação parece pessoal, mesmo que os outros o insultem diretamente, não tem nada a ver com você. O que eles dizem, o que fazem e as opiniões que emitem estão de acordo com os compromissos que as pessoas possuem em suas mentes. O ponto de vista deles provém de toda a programação que receberam durante a domesticação.

Se alguém emite uma opinião e diz "Nossa, como você engordou!", não a leve para o lado pessoal, porque a verdade é que essa pessoa está lidando com os próprios sentimentos, crenças e opiniões. Aquela pessoa tenta envenená-lo, e, se você levar isso para o lado pessoal, então estará aceitando esse veneno, que se torna o seu. Levar as coisas para o lado pessoal torna você presa fácil para esses predadores, os feiticeiros de palavras. Eles conseguem captar sua atenção com uma pequena opinião e injetam todo o veneno que desejam; como você levou para o lado pessoal, aceita tudo.

Você aceita o lixo emocional deles, que passa a ser o seu. Se você não levar para o lado pessoal, estará imune, mesmo no meio do inferno. Imunidade ao veneno no meio do inferno é a dádiva desse compromisso.

Quando você leva as coisas para o lado pessoal, sente-se ofendido e sua reação é defender suas crenças e criar conflitos. Você faz uma tempestade num copo de água, porque tem a necessidade de estar certo e tornar todos os outros errados. Você também tenta estar certo, fornecendo suas próprias opiniões. Da mesma forma, o que quer que sinta e faça é apenas uma projeção de seu sonho pessoal, um reflexo dos próprios compromissos. O que você diz, o que faz e as opiniões que emite estão de acordo com os compromissos que firmou - e esses compromissos nada têm a ver comigo.

Não é importante para mim o que você pensa sobre mim, então não levo para o lado pessoal. Não levo para o lado pessoal quando as pessoas dizem: "Miguel, você é o máximo", e não levo para o lado pessoal quando eles dizem: "Miguel, você é péssimo". Sei que, quando estiverem felizes, vão me dizer: "Miguel, você é um anjo". Mas quando estão zangados, devem me dizer: "Você é nojento. Como pode dizer uma coisa dessas?". De qualquer forma, não me afeta porque sei o que sou. Não tenho a necessidade de ser aceito. Não tenho a necessidade de ter alguém dizendo: "Nossa, como você é bom" ou "Como ousa dizer uma coisa dessas?".

Não levo as coisas para o lado pessoal. O que quer que você pense, como quer que se sinta, sei que é problema seu, e não meu. É a forma como você vê o mundo. Não se trata de nada pessoal, pois você está lidando consigo mesmo, não comigo. Os outros vão ter outra opinião, de acordo com seu próprio sistema de crenças; portanto, nada do que pensem sobre mim corresponde a mim, mas a eles.

Você pode me dizer: “Miguel, o que esta dizendo me magoa”. Mas não é o que estou dizendo que o está magoando; é que você possui ferida que eu toco com o que digo. Você está magoando a si mesmo. Não existe forma de eu levar para o lado pessoal. Não porque eu não acredite em você ou não confie em você, mas porque sei que enxerga o mundo com olhos diferentes, os seus olhos. Você cria uma imagem ou um filme em sua mente, e nessa imagem você é o diretor, o produtor e o protagonista. Todos os outros são coadjuvantes. É o seu filme.

A forma como você vê esse filme é resultado dos compromissos que firmou com a vida. Seu ponto de vista é estritamente pessoal. Não é a verdade de ninguém, e sim a sua. Então, se você ficar bravo comigo, sei que está lidando consigo mesmo. Sou uma desculpa para você se irritar. E você fica bravo porque está lidando com o medo. Se não está com medo, não existe motivo para se irritar comigo. Se você não tem medo, não há motivo para me odiar. Se você não tem medo, não há motivo para sentir ciúme ou tristeza.

Se você vive sem medo, se ama, não existe lugar para essas emoções. Se não sentir nenhuma dessas emoções, é lógico e normal que se sinta bem. Quando se sente bem, tudo ao seu redor está bem. Quando tudo ao seu redor está ótimo, qualquer coisa o faz feliz. Você está amando tudo ao redor porque está amando a si mesmo. Porque gosta da maneira como você é. Porque está contente consigo mesmo. Porque está contente com sua vida. Você está contente com o filme que está produzindo, contente com seus compromissos de vida. Você está em paz e sente-se feliz. Vive nesse estado de graça, no qual tudo é maravilhoso e tudo é tão bonito. Nesse estado de graça, você está produzindo amor o tempo todo com tudo o que percebe.

O que quer que as pessoas façam, sintam, pensem ou digam, não leve para o lado pessoal. Se eles disserem como você é maravilhoso, não o estão dizendo por sua causa. Você sabe que é maravilhoso. Não é necessário acreditar quando as pessoas dizem que você é maravilhoso. Não leve nada para o lado pessoal. Mesmo se alguém pegou uma arma e deu um tiro em sua cabeça, não foi nada pessoal. Até nessa situação extrema.

A opinião que você faz de si mesmo pode não ser verdadeira; portanto, não há necessidade de levar para o lado pessoal tudo o que escuta em sua própria mente. A mente possui a capacidade de falar consigo mesma, mas também tem a capacidade de ouvir informações de outros reinos. Algumas vezes você escuta uma voz em sua mente e pode ficar imaginando de onde ela vem. A voz pode ter vindo de outra realidade na qual os seres humanos são muito semelhantes à mente humana. Os toltecas chamam esses seres de Aliados. Na Europa, África e Índia são chamados de Deuses.

Nossa mente também existe no nível dos Deuses. Nossa mente vive nessa realidade e pode percebê-la. A mente vê com os olhos e percebe essa realidade física em estado de vigília. Mas a mente também vê e percebe sem os olhos, embora a razão raramente se dê conta dessa percepção. A mente vive em mais de uma dimensão. Existem ocasiões em que você tem ideias que não se originaram em sua mente, mas as está percebendo com sua mente. Você tem o direito de acreditar ou não acreditar nessas vozes e o direito de não levar para o lado pessoal o que elas dizem. Temos a opção de acreditar ou deixar de acreditar nas vozes que escutamos no interior de nossas mentes, assim como temos uma opção ao decidir no que acreditar e concordar no sonho do planeta.

A mente também pode falar e escutar. A mente é dividida da mesma forma que o seu corpo é dividido. Assim como você pode dizer: "Penso numa das mãos e posso sacudir e sentir minha outra mão", a mente também pode dizer o mesmo para si. Parte da mente está falando e outra parte está escutando. Torna-se um grande problema quando milhares de partes de sua mente estão falando ao mesmo tempo. Chamamos isso de mitote, lembra?

O mitote pode ser comparado a um grande supermercado onde milhares de pessoas estão falando e negociando ao mesmo tempo. Cada uma tem pensamentos e sentimentos diferentes; cada uma tem um ponto de vista diferente. A programação da mente, todos os compromissos que assumimos, não são necessariamente compatíveis uns com os outros. Cada compromisso comporta-se como um ser humano separado; possui sua própria personalidade e sua própria voz. Existem compromissos conflitantes que vão contra outros compromissos e continuam até se tornar uma grande guerra na mente. O mitote é o motivo pelo qual os humanos mal sabem o que querem, como querem ou quando querem. Não concordam consigo mesmos porque existem partes da mente que desejam uma coisa e outras partes que desejam exatamente o oposto.

Algumas partes da mente possuem objeções a certos pensamentos e ações, e outra parte suporta as ações de pensamentos conflitantes. Todos esses pequenos seres criam conflito interior porque estão vivos e cada um possui uma voz. Apenas fazendo um inventário de nossos compromissos é que poderemos descobrir quais os conflitos na mente e, mais tarde, ordenar o caos do mitote.

Não leve nada para o lado pessoal, porque ao fazer isso você sofre por nada. Os seres humanos são viciados em sofrer de várias formas diferentes, e apoiam uns aos outros quando se trata de manter esse vício. Os seres humanos concordam em ajudar uns aos outros a sofrer. Se você tem necessidade de sofrer, vai encontrar facilmente quem o faça sofrer. Da mesma forma, se está com pessoas que precisam sofrer, algo em você faz com que produza esse sofrimento para elas. É como se elas tivessem um cartaz nas costas dizendo: "Por favor, me chute". Estão pedindo uma justificativa para o próprio sofrimento. O vício de sofrer não passa de um compromisso reafirmado todos os dias.

Aonde quer que vá, encontrará pessoas mentindo para você. E, quando sua consciência aumenta, vai reparar que você também mente para si mesmo. Não espere que as pessoas lhe digam a verdade, porque também mentem para si mesmas. Você precisa confiar em si mesmo e escolher acreditar ou não no que alguém lhe diz.

Quando realmente enxergamos outras pessoas como elas são - sem levar para o lado pessoal -, nunca poderemos ser feridos pelo que os outros digam ou façam. Mesmo que os outros mintam para você, não há problema. Estão mentindo porque têm medo. Têm medo de que você descubra que eles não são perfeitos. É doloroso retirar a máscara social. Se os outros dizem uma coisa e fazem outra, você estará mentindo para si mesmo se não prestar atenção nos atos deles. Se for verdadeiro consigo mesmo, irá poupar um bocado de dor emocional. Dizer a si mesmo a verdade pode magoar, mas você não precisa ficar ligado a essa dor. A cura é iniciada e torna-se apenas uma questão de tempo para que as coisas melhorem para você.

Se alguém não o está tratando com amor e respeito, é benéfico que se afaste de você. Se essa pessoa não se afastar, você vai permanecer anos a fio sofrendo com ela. Afastar-se pode magoar por um instante, mas seu coração irá curar-se disso. Então você pode escolher o que realmente deseja. Irá descobrir que não precisa confiar nos outros tanto quanto precisa confiar em si mesmo para fazer as escolhas corretas.

Quando você torna um hábito forte não levar as coisas para o lado pessoal evita muitos aborrecimentos em sua vida. Sua raiva, inveja e ciúme irão desaparecer, e até mesmo a tristeza irá dissolver-se quando você aprender a não levar as coisas para o lado pessoal.

Se você tomar esse segundo compromisso um hábito, irá descobrir que nada pode te colocar de volta no inferno. Uma grande quantidade de liberdade fica acessível quando você deixa de levar as coisas para o lado pessoal. Você se torna imune à magia negra, e nenhum encantamento pode afetá-lo, não importa quão poderoso seja. Todo mundo pode mexericar a seu respeito, mas se você não levar para o lado pessoal, estará imune. Alguém pode enviar veneno emocional intencionalmente, mas se você não levar para o lado pessoal, estará imune. Quando não aceita a dor emocional, ela se torna pior para quem a enviou, mas não atinge você.

Pode perceber como esse compromisso é importante? Não levar nada para o lado pessoal ajuda a quebrar muitos hábitos e rotinas que o prendem ao sonho do inferno e causam sofrimento desnecessário. Apenas praticando esse segundo compromisso você pode começar a quebrar dúzias de pequenos outros compromissos que lhe causam sofrimento. E se pratica os primeiros dois compromissos, irá quebrar setenta e cinco por cento dos pequenos compromissos que o mantinham ligado ao inferno.

Escreva o compromisso num papel e coloque na geladeira para lembrar você todo o tempo: Não leve nada para o lado pessoal.

Enquanto você se acostuma à prática de não levar as coisas para o lado pessoal, não vai precisar colocar sua confiança no que os outros dizem ou fazem. Só precisará confiar em si mesmo para fazer escolhas responsáveis. Você nunca é responsável pela ação dos outros; só é responsável por si próprio. Ao compreender verdadeiramente isso recusando-se a levar as coisas para o lado pessoal, você mal pode ser atingido pelos comentários descuidados ou ações dos outros.

Se você mantém esse compromisso, pode viajar ao redor do mundo com o coração completamente aberto e ninguém será capaz de lhe fazer mal. Pode dizer "eu amo você" sem medo de ser ridículo ou rejeitado. Você aprende a pedir o que precisa. Pode dizer sim ou não - qualquer que seja sua escolha - sem culpa ou auto julgamento. Você pode escolher sempre seguir seu coração. Então estará no meio do inferno e será capaz de experimentar paz e felicidade. Você pode permanecer em seu estado de graça e o inferno não será capaz de afetá-lo.

Don Miguel Ruiz
http://busca-espiritual.blogspot.com

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A SABEDORIA TOLTECA

OS QUATRO COMPROMISSOS

4 princípios que os toltecas nos ensinaram sobre relacionamentos -  Maestrovirtuale.com 

O Primeiro Compromisso


Seja impecável com sua palavra

O primeiro compromisso é o mais importante e também o mais difícil de cumprir. É tão importante que apenas com esse primeiro compromisso você será capaz de transcender ao nível de existência que chamo de céu na Terra.

O primeiro compromisso é ser impecável com sua palavra.

Parece simples, mas é extremamente poderoso. Por que sua palavra? A palavra é o poder que você tem de criar. Sua palavra é o dom que vem diretamente de Deus. O Livro do Gênesis, na Bíblia, falando da criação do universo, diz: "No início havia o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus". Mediante a palavra você expressa seu poder criativo. É por meio da palavra que você manifesta tudo. Independentemente de qual língua você fale, sua intenção se manifesta por intermédio da palavra. O que você sonha, o que você sente e o que você realmente é será manifestado mediante a palavra.

A palavra não é apenas um som ou um símbolo escrito.

A palavra é força; é o poder que você possui de expressar-se e comunicar-se, de pensar, e, portanto, de criar os eventos em sua vida. Você pode falar. Que outro animal no planeta pode falar? A palavra é a mais poderosa ferramenta que você possui como ser humano; é a ferramenta da magia. Porém, como uma espada de dois gumes, sua palavra pode criar o sonho mais belo ou destruir tudo ao seu redor. Uma das lâminas é o mau uso da palavra, que cria um verdadeiro inferno. A outra lâmina é a impecabilidade da palavra, que apenas cria beleza, amor e o céu na Terra. Dependendo de como é usada, a palavra pode libertar você ou pode escravizá-lo mais do que imagina. Toda a magia que você possui está baseada em sua palavra: Sua palavra é magia pura, e o mau uso dela e magia negra.

A palavra é tão poderosa que uma única pode mudar ou destruir as vidas de milhões de pessoas. Alguns anos atrás, um homem, na Alemanha, pelo uso da palavra, manipulou todo um país formado de pessoas inteligentes. Ele as conduziu a uma guerra mundial usando apenas o poder de sua palavra. Convenceu os outros a cometerem os piores atos de violência. Ativou ou o medo das pessoas com a palavra e, como uma grande explosão em cadeia, aconteceram assassinatos e guerra pelo mundo inteiro. Pelo mundo afora, seres humanos destruíram outros seres humanos porque tinham medo uns dos outros. A palavra de Hitler, baseada em crenças e compromissos gerados pelo medo, será lembrada por muitos séculos. A mente humana é como um terreno fértil onde sementes estão sendo plantadas continuamente. As sementes são opiniões, ideias e conceitos. Você planta uma semente, e a mente humana é tão fértil! O único problema é que, frequentemente, também é fértil para as sementes do medo. A mente do ser humano é fértil, mas apenas para as sementes para as quais é preparada. O que é importante é saber para que tipo de semente nossa mente é fértil, e então prepará-la para receber as sementes do amor.

Vamos tomar o exemplo de Hitler: ele enviou todas aquelas sementes de medo e elas germinaram e conseguiram provocar destruição em massa. Percebendo o enorme poder da palavra, precisamos compreender que tipo de poder sai de nossas bocas. Um temor ou dúvida plantados em nossas mentes pode gerar um drama infinito de eventos. A palavra é como um encantamento, e os seres humanos usam a palavra como feiticeiros, colocando impensadamente encantamentos uns nos outros.

Cada ser humano é um mágico, e podemos colocar alguém sob encantamento com nossas palavras ou libertar alguém de um encantamento. Lançamos encantamentos a todo instante com nossas opiniões. Um exemplo: vejo um amigo e lhe dou uma opinião que acabou de passar por minha mente. Digo: "Hum... estou vendo no seu rosto aquela cor de uma pessoa que vai ter câncer". Se ele me ouvir e concordar, irá desenvolver câncer em menos de um ano. Esse é o poder da palavra.

Durante nossa domesticação, nossos pais e irmãos deram suas opiniões sobre nós sem ao menos pensar. Acreditamos nessas opiniões e vivemos com medo dessas opiniões, como não ser bom em natação, ou no esporte, ou em escrever. Alguém dá sua opinião e diz: "Veja, aquela menina é feia!” A menina escuta, acredita que é feia e cresce com a ideia de que é feia. Não importa quão bonita ela seja: enquanto mantiver esse compromisso consigo mesma, irá acreditar que é feia. Esse é o encantamento que a atinge.

Ao captar nossa atenção, a palavra pode entrar em nossa mente e alterar todo um conceito para melhor ou para pior. Outro exemplo: você acredita que é estúpido, e por ter acreditado nisso até onde vai sua lembrança. Esse compromisso pode ser capcioso, levando você a fazer muitas coisas para provar que é estúpido. Você pode dizer a si mesmo: "Gostaria de ser esperto, mas devo ser estúpido ou não teria feito aquilo". A mente vai em centenas de direções diferente e poderíamos passar dias tendo a atenção atraída apenas por aquela crença, em sua própria estupidez.

Então, um dia alguém prende sua atenção e, usando a palavra, diz que você não é estúpido. Você acredita no que aquela pessoa está dizendo e faz um novo compromisso. Como resultado disso, você não se sente nem age mais como estúpido. Um encantamento inteiro é quebrado apenas pelos poderes de uma palavra. De forma análoga, se você acredita ser estúpido e alguém prende sua atenção e diz: "É verdade, você é a pessoa mais estúpida que eu já conheci", o acordo será reforçado e vai se tornar ainda mais forte.

Agora vamos examinar o significado da palavra impecabilidade. Impecabilidade quer dizer "sem pecado". Impecável vem do latim peccatu, que significa "pecado". O prefixo im é igual a "sem"; portanto, impecável é "sem pecado". As religiões falam sobre pecado e pecadores, mas vamos compreender o que realmente significa pecar.

Um pecado é uma coisa que você faz e que vai contra você mesmo. Tudo o que sente, em que acredita ou diz que vai contra você mesmo é um pecado. Você vai contra si mesmo quando se julga ou se culpa por alguma coisa. Estar sem pecado significa exatamente o oposto. Ser impecável é não ir contra a sua natureza. Quando você é impecável assume a responsabilidade por seus atos, mas não julga nem culpa a si mesmo.

Desse ponto de vista, todo o conceito de pecado muda de alguma coisa "moral" ou "religiosa" para algo pertencente ao senso comum. O pecado começa com a rejeição de você mesmo. Auto rejeição é o maior de todos os pecados que você pode cometer. Em termos religiosos, a auto rejeição é um "pecado mortal", que leva à morte. Impecabilidade, por outro lado, leva à vida.

Ser impecável com sua palavra é não usá-la contra você mesmo. Se eu o vir na rua e o chamar de estúpido, parece que estou usando a palavra contra você. Na realidade, estou usando minha palavra contra mim mesmo, pois você vai me odiar por isso, e o seu ódio não é bom para mim. Portanto, se eu ficar zangado e com minha palavra mandar todo o veneno emocional para você, estou usando minha palavra contra mim.

Se amo a mim mesmo, irei expressar esse amor em minha interação com você, e então serei impecável com a palavra, porque aquela ação irá produzir uma reação análoga. Se eu amo você, então você irá me amar. Se eu insultá-lo, você irá me insultar. Se eu demonstrar gratidão por você, você terá gratidão por mim. Se eu for egoísta com você, você será egoísta comigo. Se eu usar a palavra para colocar um encantamento em você, você irá colocar um encantamento em mim.

Ser impecável com a própria palavra é o emprego correto de sua energia; significa usar sua energia na direção da verdade e do amor por você. Se você fizer um compromisso com você mesmo de ser impecável com sua palavra, com apenas essa intenção a verdade irá se manifestar por seu intermédio e limpar todo o veneno emocional que existe em seu interior. Mas firmar esse compromisso é difícil porque aprendemos a fazer exatamente o oposto. Temos aprendido a mentir como hábito de comunicação com os outros, e, mais importante, conosco. Não somos impecáveis com a palavra.

O poder da palavra é usado de forma completamente errada no inferno. Usamos a palavra para amaldiçoar, culpar, encontrar remorso, destruir. Claro, podemos usar no sentido correto, mas não com muita frequência.

Na maior parte do tempo usamos a palavra para espalhar nosso veneno pessoal - para expressar raiva, ciúme, inveja e ódio. A palavra é magia pura - o presente mais poderoso que temos como seres humanos - e a usamos contra nós mesmos. Planejamos vingança. Criamos o caos no mundo. Usamos a palavra para criar ódio entre raças diferentes, entre pessoas diferentes, entre famílias, entre nações. Fazemos mau uso da palavra com muita frequência, e esse mau uso é nossa forma de criar e perpetuar o sonho do inferno. O mau uso da palavra é como empurramos uns aos outros para baixo e nos mantemos em estado de medo e dúvida. Como a palavra é a mágica que os seres humanos possuem e o mau uso da palavra é magia negra, estamos o tempo todo usando magia negra sem saber que nossa palavra produz magia.

Havia uma mulher, por exemplo, que era inteligente e tinha um ótimo coração. Ela possuía uma filha a quem adorava e amava muito. Uma noite ela voltou para casa depois de um dia no trabalho, cansada, cheia de tensão emocional e com uma terrível dor de cabeça. Ela queria paz e sossego, mas sua filha estava cantando e pulando alegremente. A filha estava inconsciente de como a mãe se sentia, encontrava-se em seu próprio mundo, em seu próprio sonho. A menina sentia-se maravilhosa, saltava e cantava cada vez mais alto, expressando sua alegria e seu amor. Cantava tão alto que piorava a dor de cabeça de sua mãe, e num determinado momento a mãe perdeu o controle. Irritada, olhou para a menina e disse: "Cale a boca! Você tem uma voz horrível. Não pode ficar quieta?".

A verdade é que, naquele momento, a tolerância da mãe para qualquer coisa era nula. Mas a filha acreditou no que a mãe disse, e naquele instante fez um compromisso consigo mesma. Depois disso, não cantou mais, porque acreditava que a própria voz era feia e iria incomodar qualquer um que a ouvisse. Mostrou-se tímida na escola e, quando lhe pediam que cantasse, ela recusava. Até mesmo falar com os outros tornou-se difícil para ela. Tudo mudou nessa menina por causa do novo compromisso: ela acreditava que devia suprimir suas emoções para ser aceita e amada.

Sempre que escutamos uma opinião e acreditamos nela, fazemos um compromisso que se torna parte do nosso sistema de crenças.

Quantas vezes fazemos isso com nossos próprios filhos? Damos a eles esse tipo de opinião, e nossos filhos carregarão essa magia negra por anos e anos a fio. As pessoas que nos amam fazem magia negra conosco, mas não se dão conta. Por isso precisamos perdoá-las; não sabem o que fizeram.

Outro exemplo: você acorda de manhã sentindo-se muito feliz. Sente-se tão bem que permanece por uma ou duas horas em frente ao espelho, embelezando-se. Bem, um de seus melhores amigos diz: "O que aconteceu com você? Está horrível!. Olhe só esse vestido que está usando; é ridículo". Pronto, isso é o suficiente para colocar você a caminho do inferno. Talvez seu amigo só tenha dito isso para magoar você. E conseguiu. Emitiu a opinião com todo o poder da palavra dele como apoio. Se você aceita a opinião, ela se torna um compromisso e você coloca todo o seu poder nessa opinião. Essa opinião se torna magia negra.

Esses tipos de encantamento são difíceis de quebrar. A única coisa que pode quebrar um encantamento é fazer novo compromisso baseado na verdade. A verdade é a parte mais importante de ser impecável com sua palavra. De um lado do fio da espada estão as mentiras, que cria magia negra, e do outro está a verdade, que possui o poder de quebrar o encantamento da magia negra. Apenas a verdade pode nos libertar. Observando as reações diárias dos seres humanos, imagine quantas vezes atiramos encantamentos uns nos outros com nossa palavra. Com o tempo, essa interação se torna a pior forma de magia negra, e a chamamos de mexerico ou fofoca.

Fofocar é praticar magia negra em seu pior aspecto, porque é puro veneno. Aprendemos como fofocar firmando um compromisso. Quando éramos crianças, escutávamos os adultos ao nosso redor mexericando o tempo todo, dando abertamente suas opiniões sobre outras pessoas. Eles chegavam até a emitir opiniões sobre pessoas que não conheciam. O veneno emocional era transferido com as opiniões e aprendíamos que essa era uma forma normal de comunicar-se.

Mexericar tornou-se a forma principal de comunicação na sociedade humana. Tornou-se a forma de nos aproximar uns dos outros, porque nos faz sentir melhor ao ver que outros se sentem tão mal quanto nós. Existe uma antiga expressão que diz: “A miséria gosta de companhia”, e as pessoas que sofrem no inferno não querem ficar sozinhas. O medo e o sofrimento são uma parte importante no drama do planeta; são a maneira de o sonho do planeta nos manter abaixados.

Fazendo a analogia da mente humana com o computador, as fofocas poderiam ser comparadas aos vírus. Um vírus de computador é um programa escrito na mesma linguagem que todos os outros códigos de programas, porém carrega uma intenção danosa. Esse código é introduzido no interior do programa do seu computador quando você menos espera, e sem o seu conhecimento. Depois que esse código foi introduzido, seu computador não funciona direito, ou simplesmente não funciona porque os códigos se confundem tanto com as mensagens conflitantes que param de produzir os resultados esperados.

As fofocas humanas funcionam exatamente da mesma forma. Por exemplo, você está começando uma nova aula com um professor, e aguarda isso há muito tempo. No primeiro dia de aula, você se encontra com alguém que já cursou aquela matéria, que lhe diz : "Ah, aquele professor é um sujeito pernóstico. Ele não faz ideia sobre o que está falando e, cuidado já ouvi dizer que é tarado!". Você imediatamente se impressiona com aquelas palavras e com o código emocional da pessoa quando disse isso, mas não está consciente das motivações dela para lhe dizer aquilo. Essa pessoa poderia estar irritada por não ter conseguido passar na prova, ou simplesmente está fazendo uma suposição baseada em medo e preconceito; mas como você aprendeu a ingerir informações como uma criança, alguma parte do seu ser acredita na fofoca e você vai assistir à aula.

Enquanto o professor fala, você sente o veneno se formando em seu espírito e não percebe que está vendo o professor através dos olhos da pessoa que fez a fofoca. Então você começa a falar para as outras pessoas na classe da mesma forma: "ele é um pernóstico e tarado". Você odeia a aula, e logo decide desistir. Culpa o professor, mas a verdadeira culpada é a fofoca. Toda essa confusão pode ser causada por um único vírus de computador. Um pequeno trecho de desinformação pode interromper a comunicação entre pessoas, infectando cada indivíduo, que passa a contagiar outros. Imagine que cada vez que os outros fofocam com você, inserem um vírus de computador em sua mente, fazendo com que pense menos claramente. Depois imagine que, num esforço para limpar a própria confusão e conseguir alívio do veneno, você fofoca e espalha esses vírus para mais alguém.

Agora, imagine esse padrão caminhando numa corrente infinita entre todos os seres humanos da Terra. O resultado é um mundo cheio de pessoas que podem apenas receber informações através dos circuitos entupidos com um vírus contagioso e venenoso. Uma vez mais, esse vírus venenoso é o que os toltecas chamam de mitote, o caos de milhares de vozes diferentes, todas tentando falar ao mesmo tempo na mente.

Ainda pior são os feiticeiros ou "hackers de computador", os que intencionalmente espalham o vírus. Recorde a época quando você ou algum conhecido seu estava zangado com outra pessoa e desejava se vingar. Para buscar a vingança, você disse alguma coisa para/sobre a pessoa com a intenção de espalhar veneno e fazer com que essa pessoa se sentisse mal consigo mesma. Quando crianças, fazemos isso sem pensar, mas quando crescemos nos tornamos muito mais calculistas em nossos esforços para rebaixar outra pessoa. Então mentimos para nós mesmos e dizemos que essa pessoa recebeu um castigo justo para seus malfeitos.

Quando enxergamos o mundo através de um vírus de computador, é fácil justificar o comportamento mais cruel. O que deixamos de perceber é que o mau uso de nossa palavra está nos enterrando cada vez mais no sonho do inferno.

Por anos a fio recebemos fofocas e opiniões do outros, mas também da forma como usamos a palavra conosco. Falamos conosco constantemente a maior parte do tempo dizendo coisas como: "Puxa, estou gordo. Estou feio. Estou ficando velho, estou perdendo os cabelos. Sou estúpido, nunca entendo nada. Jamais serei bom o suficiente, e nunca serei perfeito". Está vendo como usamos nossa palavra contra nós mesmos? Precisamos começar a compreender o que a palavra é e o que a palavra faz. Se você compreender o primeiro compromisso - Ser impecável com sua palavra -, você começa a perceber todas as mudanças que podem acontecer em sua vida. Primeiro, na forma como você lida consigo mesmo, e, depois, na forma como lida com outras pessoas, especialmente aquelas a quem ama mais.

Considere quantas vezes você mexericou sobre a pessoa que ama para conquistar o apoio de outros para o seu ponto de vista. Quantas vezes você capturou a atenção dos outros e espalhou veneno sobre quem mais ama, a fim de tornar sua posição correta? Sua opinião não é nada além do seu ponto de vista. Não é necessariamente verdadeira. Sua opinião deriva de suas crenças, do seu próprio ego e do seu próprio sonho. Criamos todo esse veneno e o espalhamos aos outros, de forma que possamos imaginar certos em nosso ponto de vista.

Se adotarmos o primeiro acordo e nos tornarmos impecáveis em relação a nossa palavra, qualquer veneno emocional será limpo de nossa mente e de toda a comunicação em nossos relacionamentos pessoais, incluindo nosso animal de estimação, cão ou gato.

A impecabilidade no mundo também irá conferir imunidade em relação a alguém colocando um encantamento em você. Você apenas receberá a ideia negativa se sua mente for um terreno fértil para essa ideia. Quando você se torna impecável em relação a sua palavra, sua mente não mais se constitui em terreno fértil para as palavras que formam a magia negra. Ao invés disso, é um terreno fértil para palavras que vêm do amor. Você pode medir a impecabilidade de sua palavra pelo seu nível de amor próprio.

Quanto você ama a si mesmo e como se sente consigo são diretamente proporcionais à qualidade e integridade de sua palavra. Quando você é impecável com suas palavras, sente-se bem, feliz e em paz.

Você pode transcender o sonho do inferno apenas firmando o compromisso de ser impecável com sua palavra. Neste instante estou plantando essa semente em sua cabeça. Se ela vai ou não crescer, depende de quão fértil sua mente é para as sementes do amor. Cabe a você firmar esse compromisso com você mesmo: "Sou impecável com minha palavra". Cuide dessa semente e, à medida que ela germinar em sua mente, irá gerar mais sementes de amor para substituir as sementes de ódio. Esse primeiro compromisso irá mudar o tipo de sementes que brotam de sua mente.

Ser impecável com a própria palavra. Este é o primeiro compromisso que você deve fazer se quiser ser livre, se quiser ser feliz, se quiser transcender o nível de existência que é o inferno. Use a palavra para espalhar o amor. Use magia branca, começando com você mesmo. Diga a si próprio quão maravilhoso você é, como é grande. Diga a si mesmo como gosta de você. Use a palavra para quebrar todos os pequenos compromissos que o fazem sofrer.

É possível. É possível porque eu fiz isso, e não sou melhor do que você. Não, somos exatamente a mesma coisa. Temos o mesmo tipo de cérebro e o mesmo tipo de corpo; somos humanos. Se eu fui capaz de quebrar esses compromissos e criar novos compromissos, então você pode fazer a mesma coisa. Se posso ser impecável com a minha palavra, por que você não pode? Apenas esse único compromisso pode mudar toda a sua vida. A impecabilidade da palavra pode levar à liberdade pessoal ao sucesso e à abundância; pode facilmente dissolver todo o medo e transformá-lo em alegria e amor. Imagine só o que você pode criar com a impecabilidade da palavra. Com a impecabilidade da palavra, você pode transcender o sonho do medo e viver uma vida diferente. Pode viver no céu no meio de milhares de pessoas que vivem no inferno, porque você é imune a esse inferno. Você pode atingir o reino do céu apenas com este compromisso: seja impecável com sua palavra.

Don Miguel Ruiz 
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