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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

SÓ O CHOQUE DA CRISE 
NOS FORÇA AO SILÊNCIO


... Quando dispensais toda a vossa atenção ao que se está dizendo, não estais apenas escutando palavras e os respectivos significados, mas também, além das palavras, o seu significado essencial; e o próprio ato de dispensardes vossa atenção total é um ato em que se transforma a natureza de vossa ação. Por conseguinte, depois de sairdes daqui, haverá uma ação total e não mera ação intelectual em contradição com vosso inconsciente.

Direis, agora: "Como irei escutar com atenção total? Não sei escutar dessa maneira e, em verdade, não escuto realmente coisa alguma; assim sendo, peço-vos um método, uma maneira, um sistema que me ajude a pensar com todo o meu ser". Ora, que aconteceria, se eu vos desse um tal sistema? Vosso esforço para escutar criaria uma contradição com o vosso hábito de não escutar, e, por conseguinte, de novo estaríeis na mesma situação de antes.

Quando tendes subitamente um grande pesar, que fazeis? Nesse momento, vos achais num estado de choque total, não é verdade? A crise vos forçou ao silêncio; vede-vos, realmente, desafiado por algo que não compreendeis, e momentaneamente ficais paralisado, emudecido. Nesse estado de choque — se não tentais encontrar uma saída dele, ou afastá-lo com explicações — estais olhando, observando, escutando com atenção total. Ora, podeis escutar de igual maneira a vós mesmo? Todo o vosso ser se encontra num estado de constante fluidez, está sempre ativo, e jamais quieto: desejando isto, não desejando aquilo, contradizendo-se, preenchendo-se, em incessante agitação. E podeis escutar essa agitação sem vos tornardes neurótico? É muito fácil um indivíduo tornar-se neurótico, ligeiramente desequilibrado. É o que acontece com a maioria das pessoas. Mas, se fordes capaz de escutar a vós mesmo, sem fugir, nem procurar modificar o que escutais — escutar simplesmente o "silencioso barulho" existente dentro em vós — esse ato de escutar produz uma transformação vital na própria natureza da ação, e não há, então, na ação, nenhuma contradição.


Krishnamurt - Experimente um novo caminho
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A VIDA É O ÚNICO INSTRUTOR


Para mim a vida é o instrutor único, aprendo por meio da experiência da alegria e da tristeza, do êxito e da falência. Jamais ninguém respondeu às minhas perguntas exceto a própria Vida e ela não fala por meio de palavras, suas lições são experiências. Dado Krishnamurti, em sua libertação de tudo quanto é relativo, se ter tornado a própria Vida — o oceano que é todas as coisas — tornou-se o Instrutor. Deve, porém, surgir também em nossa mente a ideia de que seu ensinamento não se evidencia primeiramente por meio de palavras. As palavras apenas escondem, ocultam a verdade que se esforçam por expressar: somente na própria vida do homem é que o eterno se torna o transitório, aí é que a quadratura do círculo tem lugar e não na linguagem ou no símbolo.

As palavras dos grandes instrutores constituem a parte menor de seu ensinamento; o efeito produzido por suas vidas está sempre fora de toda a proporção com as palavras que proferem. Eles, são os Despertadores de uma nova vida, que nele já está plenamente consciente e que vagamente se agita nos seus semelhantes. Posto que a doutrina que eles ensinam possa encontrar-se em ensinos precedentes, no entanto ela é inteiramente nova, pelo fato de a viverem por um modo que jamais pudera ser vivida anteriormente. A nova coisa que despertam é um modo de viver e não uma doutrina. Despertam uma nova faculdade no homem, uma nova resposta para a vida, e fazem isso por meio da vida que vivem, e por serem o que são. No entanto, aquilo que trazem, não é estranho à humanidade dos seus dias. Eles são, acima de tudo, Homens Representativos nos quais já se encontra liberto aquilo que procura libertação nas multidões; assim, eles o trazem à vida e o fazem nascer em outros. São, portanto, Despertadores antes do que Instrutores do Mundo. Não ensinam uma doutrina, vivem uma vida; não possuem discípulos, porém filhos nascidos de uma vida que é a deles.

Quando os "discípulos" tentam propagar-lhes a doutrina, é sinal seguro de que essa vida já se está perdendo. Aqueles que quiserem ajudar na obra do Despertar, tem que viver uma nova vida, e não pregar uma doutrina nova. Livros e conferências, são, portanto, coisas secundárias. Sem a vida da qual eles são as centelhas, não terão significado. As palavras de Jesus teriam sido assim significativas, desprovidas de força; sem a vida que ele comunicava, não poderiam ter persistido. As palavras de Krishnaji, subitamente publicadas por qualquer maneira miraculosa, sem terem seu ser vivo como origem, não produziriam efeito, não teriam vida.

O trabalho supremo, portanto, do Despertar é o viver de uma vida. O que devemos mostrar aos outros não é quão exatamente nos é possível repetir as palavras de Krishnamurti, e ainda menos o como desdenhamos àqueles que não "compreendem", porém, sim, o como vivemos.

A arte da vida, uma nova arte de viver deve ser a nossa atividade criativa. Nenhuma arte é mais exigente do que esta arte de viver; nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossas palavras e ações são todos parte dessa nova criação. Pelo fato de ser criação, pode afetar os outros, despertar a vida neles. Só assim podemos "ensinar", e assim somente. Mais importante, pois, do que a publicação de livros de Krishnamurti é a propagação da vida que ele desperta. E isto somente pode ter lugar por parte do homem na obra de arte que é a sua própria vida. Sem isto, os livros virão a perder sua significação no decurso de uma geração, pois que devem nascer de uma corrente viva de vida.

Esta criação nova é essencialmente obra do indivíduo, ninguém pode ajudar a outrem neste sentido, nada pode ser utilizado como apoio ou auxílio. É, porém, em nossas relações para com outrem, com o nosso trabalho, que o nosso novo modo de viver se evidência, sendo a vida de comunidade a orquestração da nossa música.

Necessitamos criar Ashrans nos quais a nova vida seja uma realidade vivida e não um ensinamento repetido com frases de algibeira que venham constituir os primórdios de uma nova ortodoxia.

Permito-me imaginar comunidades tais, no futuro, em todos os países.

Poderíamos chamar-lhes mosteiros modernos posto que essencialmente difiram do tipo medieval.

Neste caso é o amor da Vida que reina e não o pensamento da evasão ou refúgio da Vida.

Aqui será o homem o seu próprio libertador e não um deus qualquer criado por ele.

Nestes a Vida não será atada pelo dogma, pelo rito ou pela autoridade, porém fluirá livre e opulentamente.

Tais mosteiros modernos deveriam ser como oásis num deserto; homens sedentos de realidade, de vida livre, a eles recorreriam e, na atmosfera da nova Vida, encontrariam a orientação perdida, a solução dos seus prazeres. Pois a Vida é a única solucionadora dos problemas e pesares do homem, de suas interrogativas e perplexidades.

Um lugar como Eerde deveria ser, penso eu, o primeiro dentre esses mosteiros. Uma vez que o novo modo de Vida houvesse sido estabelecido pelo grupo dali, poderia ramificar-se e outros Ashrans semelhantes, ser fundados. O que em primeiro lugar se necessita é de u grupo de pessoas suficientemente sinceras para cooperarem neste trabalho de criação. Sem as pessoas adequadas para principiar, nada pode ser executado.

Em segundo lugar é necessário passar em revista o modo de vida exterior. Esta Vida nova dificilmente poderá ser vivida em ambientes que expressem o desejo do conforto de uma idade passada. Uma certa severidade do ambiente é necessária para manter o indivíduo desperto, pois o conforto acalenta o sono, os objetos supérfluos tem um efeito distrativo e desintegrador. A mais completa simplicidade nos dispositivos para a vida e uma atmosfera de tranquilo recolhimento e infatigável concentração sobre o que é real, todas essas coisas necessitam ser criadas para fazer da nova vida uma realidade. O conforto que faz adormecer a vigilância, e a intensidade da vida, todo o burburinho e tumulto que afogam a voz da Vida, todas as distrações que mais não são que substitutos para uma vida que não tem propósito, tudo isso deve ir-se; o trabalho deve ser feito na tranquilidade de uma perseverança amplamente desperta.

Então um estrangeiro deprimido e fatigado pela vida, que haja perdido a orientação e ande em busca de certeza, pode vir a um lugar desses e, em sua atmosfera, despertar para uma vida nova. Não há necessidade de pregar homilias sobre o que se deve e o que não deve fazer-se; a vida é a nova moral e, se estiver desperta em um homem, será um guia seguro a todos os instantes.

Assim, o novo mosteiro pode ser um oásis no deserto, a ele os homens, virão beber vida para retirarem-se depois renovados, bastando-se a si mesmos, apercebidos de sua meta.

Esta é para mim, a maneira de ensinar de que se necessita agora e é uma tarefa e um propósito para as muitas propriedades existentes por todo o mundo no sentido de continuarem o trabalho de Krishnamurti.

Naturalmente, na vida de cada indivíduo a mesma criação de vida nova tem que ter lugar, pois que a criação individual é sempre a base para o esforço em comunidade.

Ninguém necessita esperar por uma comunidade ou um novo mosteiro; cada qual pode ser um oásis de vida em torno de si, para todos, pode ser um instrutor pela vida que viver ele próprio. Pois ensinar é, primordialmente viver.



J.J. Van Der LeeuW
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terça-feira, 30 de outubro de 2018

A PAZ NASCE NO CORAÇÃO
E NÃO NA MENTE
 
 
"Que eu nunca mendigue paz para a minha dor,
mas coração forte para dominá-la". 
(Tagore)
 
Se pudermos compreender o que significa “estar em paz”, o que significa a paz, haverá a possibilidade de se compreender o verdadeiro significado do amor. Supomos que a paz é algo que se obtém com a mente, com a razão; mas pode a paz resultar de algum processo de quietação, de controle, de domínio do pensamento? Todos desejamos a paz. Para a maioria de nós, “paz” significa estar livre de importunação, de intromissões, cercar a nossa mente com uma muralha de idéias. Esta questão é de grande importância em nossas vidas; porque, ao vos tornardes mais velhos, tereis de encarar estes problemas concernentes à guerra e à paz. Será a paz algo que a mente deva perseguir, pegar, e domesticar? A paz, como em regra a entendemos, é um lento declínio; onde quer que estejamos, aparece a estagnação; pensamos, que se nos apegamos a uma ideia, se levantamos muralhas de segurança, de proteção, de hábitos, de crenças; se cultivamos um princípio, uma determinada tendência, uma determinada fantasia, um determinado desejo, encontraremos a paz. É o que quer a maioria: evitar canseiras e viver, sem esforço, numa condição qualquer de estagnação. Quando reconhecemos a impossibilidade de ter essa espécie de paz, forcejamos para conseguir paz, para encontrar algum canto no universo ou em nosso ser, para onde possamos arrastar-nos, e viver fechados na escuridão do “eu”. É isso o que queremos, em geral, nas relações com nossos maridos, nossas esposas, pais, amigos. Inconscientemente, queremos a paz a qualquer preço, e por isso a buscamos.

Pode a mente porventura encontrar a paz? A mente não é, ela própria, uma fonte de perturbação? A mente só é capaz de juntar, acumular, negar, afirmar, lembrar e seguir. Será a paz, que é tão essencial — porque sem ela não se pode viver, não se pode criar — será à paz algo realizável por meio de lutas, de renúncias, de sacrifícios espirituais? Compreendeis o que estou dizendo? Quando nos tornarmos mais idosos, se não formos sensatos e não nos conservarmos vigilantes, — ainda que agora, na juventude, tenhamos descontentamento, esse descontentamento se canalizará para alguma forma de pacata resignação diante da vida. A mente está sempre procurando criar, em alguma parte, algum hábito, crença ou desejo, onde possa viver isolada e em paz com o mundo. Mas ela não pode achar a paz, porque só é capaz de pensar dentro dos limites do tempo — seu passado, seu presente, seu futuro — o que foi, o que é, e o que será — sempre condenando, e julgando, e pesando, alimentando suas próprias vaidades, hábitos e crenças. A mente nunca pode estar em paz, ainda que às vezes se refugie numa paz ilusória. Mas isso não é paz. Ela pode hipnotizar-se com palavras, com a repetição de frases, com o seguir meramente a alguém, com o saber; mas não se mantém em paz, porque ela mesma é o centro de atração, e, por sua própria natureza, a essência do tempo. Assim, a mente, com que pensais, com que calculais, com que planejais, com que comparais, não pode encontrar a paz.

A paz não é produto da razão; e, todavia, se observais as religiões organizadas que conheceis, vereis como todas elas preconizam a paz que é produto do pensamento. Mas a paz é algo tão criador quanto a guerra é destrutiva, tão pura quanto a guerra é corruptora; e para termos essa paz, precisamos compreender a beleza. Eis porque tanto importa que, na juventude, estejamos rodeados de beleza, a beleza dos edifícios, das proporções harmônicas, da exata apreciação, do asseio, da lúcida conversação — de modo que, compreendendo o que é belo, saibamos o que é o amor, e que a beleza do coração é a paz do coração.

A paz nasce no coração e não na mente. Cumpre, pois, compreender o que é a beleza. Muito importa a maneira como falais; porque as palavras que empregais, os gestos que fazeis, revelam o grau de excelência do vosso coração. Porque a beleza é algo indefinível, inexplicável. Só podemos chamá-la ou compreendê-la com o espírito tranquilo.

Assim, quando jovens e sensíveis, é essencial que crieis — tanto vós como os responsáveis pela mocidade, pelos estudantes — é essencial criardes essa atmosfera de beleza. A maneira de vestir, a maneira de sentar-se, a maneira de falar e comer, tanto quanto as coisas que nos circundam, são de grande importância. Porque, ao crescerdes, ireis encontrar todas as fealdades da vida — edifícios feios, gente feia, malícia, inveja, ambição, crueldade — e, se não houver nos vossos corações o sentimento da beleza, solidamente alicerçado em vós mesmos, podeis ser facilmente arrastados pela monstruosa correnteza da vida; e ver-vos-eis empenhados na luta pela obtenção da paz que é produto da mente. A mente cria a ideia da paz, procura cultivar essa ideia e fica emaranhada na rede das palavras, das fantasias, das ilusões.
 
A paz, por conseguinte, só poderá vir ao compreendermos o que é o amor. Porque, se temos a paz unicamente na segurança, financeira ou de outra natureza, a paz proporcionada pelo dinheiro ou por certos dogmas, ritos e repetições, não existirá criação; não existe em nós nenhum impulso para realizarmos no mundo uma revolução fundamental, radical; porque essa paz só significa estagnação e resignação. Mas, quando compreenderdes a quietude em que existe amor e beleza, compreenderdes a sua extraordinária originalidade, tereis então essa paz — aquela que a mente não pode alcançar. Eis a paz criadora, a que implanta a ordem dentro em nós, dissipando toda confusão. Mas essa serenidade não resulta de esforço nenhum. Manifesta-se quando estamos em constante vigilância, sensíveis tanto para o feio como para o belo, para o bom e para o mau, para todas as vibrações da vida. Porque a paz é uma coisa de rara grandiosidade e extensão, e não uma frivolidade da imaginação. Ela só pode ser compreendida com a plenitude do coração.

 
Krishnamurti 
http://pensarcompulsivo.blogspot.com 
 
COMO REALIZAR SEUS DESEJOS



O ser humano é movido pelo desejo. A vida é mantida pela esperança de conseguir realizar os desejos.
 
Desejos instintivos, desejos impulsivos, desejos racionais, desejos irracionais, desejos mundanos, desejos espirituais – eles caçam o ser humano por toda sua vida. Até mesmo uma pessoa idosa, cujo fim da vida se aproxima, têm inúmeros desejos em sua mente. Como Swami Sivananda diz, "A capacidade de realizar o desejo pode não existir mais, mas o desejo permanece".

"Seja sem desejos" diz o instrutor espiritual, mas ele mesmo frequentemente deseja mais dinheiro, mais seguidores, maior reputação.
 
É quase impossível permanecer sem desejos. É por isso que o buscador espiritual deve substituir os maus desejos por bons desejos, e mais tarde, substituir a todos os desejos pelo desejo do Divino.

Como conseguir realizar os bons desejos? Qual é o segredo do sucesso para conseguir suas ambições, para realizar suas aspirações e esperanças? O ser humano se preocupa com a resposta a esta pergunta.
 
Se você deseja algo, deve trabalhar para realizá-lo. Todos entendem isso. Mas o que confunde as pessoas frequentemente é como elas falham, após repetidos esforços, em conseguir o resultado desejado.
 
"Destino!" diz o instrutor espiritual, "Não está no seu destino conseguir isso". Então ele continua explicando a lei do karma para o homem desapontado. Mas isso quase não lhe serve de consolo!
 
Será que não existe um método para se conseguir realizar os desejos? Existe. É o método dos Mantras. Existem tantos Mantras quantos são os desejos. Repita o Mantra apropriado com fé e devoção e consiga o que você quer.

Eu sugeri o mantra de Sarasvati a uma pessoa que era quase analfabeta. Hoje ela possui mais sabedoria que muitos eruditos. Coloquei o mantra de Lakshmi perante um homem desempregado. Ele arrumou emprego em seis meses. Recomendei o mantra de Katyayani a uma mulher solteira de quarenta anos cujo único problema era um defeito nas combinações planetárias em seu horóscopo. Essa mulher casou-se dois anos depois de começar a repetir o mantra.

Mas devo confessar que a fé destas três pessoas na potência do mantra era até maior que a minha. E agora o sucesso delas aumentou minha própria fé nos Mantras e seus poderes.

Se você não gosta do método dos Mantras, tome o método da oração, feita de todo coração, vinda do mais profundo de sua alma, e não apenas de seus lábios. Você deve sentir que Deus está ouvindo sua oração, sentir que Ele tem o poder e a compaixão para responder. Então sua oração será respondida.

Um outro método de conseguir os objetos desejados é abandonar o desejo por eles. É paradoxal, mas verdadeiro. A lei espiritual que governa a operação desse paradoxo é mais acurada que as leis matemáticas e físicas. Essa lei determina: "Deseje uma coisa e ela se afasta de você. Abandone algo e isso vem para você sem que o procure".

Mas esse abandono deve ser total e espontâneo. Se você disser com sua boca, "Abandono meu desejo por riqueza", mas acalentar o desejo em seu coração, a riqueza não virá. Mas se realmente não se importar em nada com a riqueza, então o dinheiro virá de todos os lados. E o mesmo se dá com os outros objetos do desejo.

Quando você está farto dos objetos do desejo, então eles aparecerão à sua volta. Mas nesse momento, mesmo tendo-os à disposição, não verá mais utilidade neles. Não precisa mais deles. Esse é o estado do monge.


Sri N. Ananthanarayanan
http://yoga-ensinamentos.blogspot.com 
 
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

EM BOAS MÃOS


Você se cansa de meias verdades, não é mesmo?
Você se cansa do fingimento
Você se cansa das promessas do mundo
Você se cansa ... de esperar
Você também se cansa de estar cansado.

Você se cansa de 'você' -
Daquele que 'se cansa de'.

Uma divina desilusão
E um grande paradoxo -
Pois quem se cansa de quem?

Em meio ao desespero
Você se depara face a face com a vida
Nu e desprotegido
em frente da sua sacralidade
E pela primeira vez
(Por qualquer razão)
Você não lhe dá as costas.

Isso rompe (quebra) você
Destrói os seus sonhos
Queima a sua certeza.
Até mesmo os seus sonhos de iluminação
não têm mais chance alguma.

Você grita por socorro
(Por que fui abandonado?)

E então
Pela primeira vez
Você se sente profundamente vivo
Indivisível da própria vida
Descansando nos braços Daquele
que você sempre buscou
Desprotegido, mas completamente seguro
Finalmente livre
Livre enfim.

Isso destruiu o que você achava que era
Mas jamais tocou Aquilo que você realmente é.

Este é o caminho menos transitado, dizem.
Um caminho que não leva até o futuro
Nem à terra prometida
Mas sim até aquele que está lendo 
estas palavras agora
Aquele que sabia desde o princípio
Que ao longo das margens ancestrais deste caminho
encontra-se a velha pele das identidades perdidas
E das promessas não cumpridas.

Limpe-se, meu amigo
Você está em boas mãos.


Jeff Foster


http://mestresdosilencio.blogspot.com
O AMOR NÃO TEM 'NADA VER'*
 COM OS INTERESSES DA MENTE


 O amor é quase impossível no estado comum 
da mente humana. O amor só é possível quando a pessoa já atingiu o ser, não antes. Antes disso, é sempre alguma outra coisa. Continuamos chamando-o de amor, mas, algumas vezes, é quase estúpido chamá-lo de amor.


Um homem se enamora de uma mulher porque gosta do modo como ela caminha ou da sua voz, ou do modo como ela diz "olá", ou de seus olhos. Outro dia eu estava lendo que uma amiga e Jerry Brown da Califórnia disse: "Ele tem as mais lindas sobrancelhas do mundo". Não há nada de errado nisso — sobrancelhas podem ser belas — se você se apaixona pelas sobrancelhas, então mais cedo ou mais tarde, fica frustrado, porque as sobrancelhas são uma parte muito pouco essencial da pessoa.

E por coisa tão pouco essenciais as pessoas se apaixonam: o formato do nariz, a cor da face, a proporção do corpo ou os olhos. Essas coisas não são essenciais, porque quando você vive com uma pessoa, não está vivendo com a proporção do corpo. Não está vivendo com as sobrancelhas ou com a cor do cabelo. Quando você vive com uma pessoa, ela é uma coisa muito grande e vasta... quase indefinível e essas pequenas coisas na periferia logo perdem o sentido. Mas, então, de repente, fica-se surpreso. O que fazer?

Todo amor começa de um jeito romântico. Mas no momento em que a lua-de-mel termina, ele termina, porque não se pode viver com romance. Tem-se de viver com a realidade — e a realidade é totalmente diferente. Quando você vê uma pessoa, não vê a totalidade da pessoa; vê apenas a superfície. É como se você tivesse se enamorado de um automóvel por causa da sua cor. Você nem mesmo olhou sob o capô; pode não haver nenhum motor ou talvez alguma coisa esteja com defeito. No final, a cor não importará.

Quando duas pessoas ficam juntas, suas realidades, suas realidades interiores entram em conflito e as coisas mais exteriores tornam-se sem sentido. O que fazer, então, com as sobrancelhas, com os cabelos e com o estilo do cabelo? Você quase começa a esquecê-los. Eles não o atraem mais porque estão lá. E quanto mais você conhece a pessoa, mais fica com medo, porque então, você chega a conhecer a loucura dela e ela fica conhecendo a sua. Então ambos se sentem trapaceados e ficam com raiva. Um começa a se vingar do outro como se um estivesse enganando ou trapaceando o outro. Ninguém está trapaceando ninguém, embora todos sejam trapaceados.

Uma das mais básicas coisas a se compreender é que quando você ama uma pessoa, você a ama porque ela não está disponível. Agora ela está disponível, então como pode o amor existir?

Você queria ficar rico porque era pobre. Todo o desejo de se tornar rico era por causa da sua pobreza. Agora que você está rico não faz caso disso. Ou veja isso de uma outra forma: você está com fome, então fica obcecado por comida. Mas quando está se sentindo bem e seu estômago está cheio, quem se importa, quem pensa em comida?

O mesmo acontece com o que você chama de amor. Você está correndo atrás de uma mulher e ela continua se retraindo, fugindo de você. Você fica cada vez mais apaixonado e então corre ainda mais atrás dela. E isso faz parte do jogo. Toda mulher sabe, intimamente, que ela tem de fugir para que a perseguição continue por mais tempo. É claro que ela não foge muito a ponto de você esquecê-la completamente. Ela tem de permanecer à vista, seduzindo, fascinando, chamando, convidando — e ainda assim fugindo.

Então, primeiro o homem corre atrás da mulher e ela tenta fugir. Uma vez que o homem apanhou a mulher, imediatamente toda a direção muda. Então o homem começa a fugir e a mulher começa a perseguir — "Onde você vai? Com quem você está falando? Por que está atrasado? Com quem você esteve?"

E o problema todo é que ambos se sentiam atraídos um pelo outro porque eram desconhecidos um para o outro. O desconhecido foi o que atraiu, o não familiar foi a atração. Agora ambos conhecem bem um ao outro. Conhece a topografia do outro — o corpo, a mente. Fizeram amor muitas vezes, e agora isso se tornou quase uma repetição. No máximo, é um hábito, um relaxamento, mas o romance se foi.

Então eles se sentem entediados. O homem tornou-se um hábito, a mulher se tornou um hábito. Um não pode viver sem o outro por causa do hábito e não podem viver juntos porque não há nenhum romance.

Este é o ponto real onde a pessoa tem de compreender se isso é amor ou não. E não se deve iludir a si mesmo,deve-se ser claro. Se era amor, ou se apenas um fragmento disso era amor, essas coisa passarão. Então a pessoa deve entender que essas coisas são naturais. Não há nada para se ficar com raiva. E você ainda ama a pessoa. Mesmo conhecendo-a você ainda a ama.

Na verdade, se o amor existe, você ama a pessoa ainda mais, porque a conhece. Se o amor está presente, ele sobrevive. Se não está, desaparece. As duas coisas são boas. Para um estado comum da mente, o que eu chamo de amor não é possível. Ele só acontece quando você tem um ser muito integrado. O amor é uma função do ser integrado. Não é romance. Não tem nada a ver com essas tolices. Ele vai diretamente para a pessoa e vê dentro da alma.

O amor, assim, é um tipo de afinidade com o ser mais interior da pessoa — e, então, ele é totalmente diferente. Todo amor pode crescer dessa forma, deve crescer dessa forma, mas noventa e nove por cento dos amores nunca crescem até esse ponto. Esses tumultos e problemas são tantos que podem destruir tudo.

Mas não estou dizendo que a pessoa deva se apegar. A pessoa deve estar alerta e consciente. Se o amor era apenas essas tolices, desaparecerá. Não vale a pena se preocupar a respeito. Mas se ele é real, sobreviverá através de todos os tumultos. Portanto, apenas observe...

O amor não é a questão. A questão é a sua consciência. Isso pode ser apenas uma situação na qual a sua consciência crescerá e você se tornará alerta sobre si mesmo. Talvez esse amor desapareça, mas o próximo será melhor; você escolherá com uma melhor consciência. Ou talvez este amor, com uma melhor consciência, mude de qualidade. Assim, aconteça o que acontecer, deve-se permanecer aberto.


Portanto, apenas observe. 
 
Tudo está indo bem.

 
Osho — O Cipreste no Jardim
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* Não está relacionado
 

domingo, 28 de outubro de 2018

A ALMA, OS ÁTOMOS PERMANENTES, HERANÇA ANCESTRAL E DIVINA


NOTA DO EDITOR 

Este texto é uma reflexão e copilação, resultado de pesquisa realizada através dos ensinamentos de vários mestres e autores tais como Alan Oken, Torkon Saraidaryan, alice Bailey e Rudolf Steiner, etc.

 
Os desejos, necessidades e emoções plasmam na mente a nossa realidade, nosso destino. Não devemos esquecer que existe a Lei da Atração e a Lei de Causa e Efeito.
 
Nossa missão é compartilhar a Luz da Fonte para o bem de todos. Quando a Alma assume o comando da nossa vida começamos a pensar como ser Univérsico, como Unidade.

Steiner afirma que “a alma e o espírito não vivem nos planos moleculares. A alma e o espírito vivem nos planos eletrônicos. Os planos moleculares são regiões de inconsciência. Os planos eletrônicos são regiões de consciência pura. Auto conhecimento verdadeiro só é dado ao homem quando ele desenvolve interesse afetuoso por outros; o homem só alcança o conhecimento verdadeiro do mundo quando procura conhecer seu próprio ser. Uma personalidade espiritual desenvolvida e útil requer um enriquecimento da Alma com ideias e conceitos elevados, impondo uma transformação do seu temperamento, do caráter, de um aperfeiçoamento que influencia o corpo etérico ou vital”.

Quando o homem se submete a um treino superior, ou a uma educação chamada oculta, cabe-lhe obter essa transformação com as forças genuínas do eu. Ele deve trabalhar nessa transformação de hábitos, temperamento, caráter, memória, etc., com um esforço consciente e individual. Na medida em que remodela o corpo etérico, ele o transforma , segundo a terminologia da Ciência espiritual, em “espírito vital”, (ou Budhi, segundo a nomenclatura oriental).

Em um nível mais elevado o homem consegue adquirir forças através das quais pode atuar e plasmar em seu corpo físico. ( por exemplo, modificar a circulação do sangue, o pulso) Chama-se “homem espírito (na terminologia indiana, Atman) aquilo que, do corpo físico, foi transformado dessa maneira”.
 
Precisamos trabalhar para que a criança do futuro, da Nova Era possa ser participante no processo da evolução da humanidade. A formação educacional transpessoal da criança irá possibilitar a realização do potencial da Alma e a sua manifestação no mundo objetivo. A educação correta poderá mudar o mundo. Em alguns anos nós veremos uma nova humanidade com o coração aberto para compartilhar e, assim, haverá abundância para todos.
 
A prática educativa abrange o sujeito humano para ser social e historicamente situado. A educação não deve ser somente centrada no indivíduo, mas deve considerar o ambiente no qual ele vive e pelo qual é responsável.

"Hoje nós nos deparamos com uma nova geração. Uma nova onda está crescendo, ou em outras palavras, um novo nível da alma comum está despertando em toda a humanidade". Há uma tendência global para a União e para a Paz no exercício da cidadania, para o envolvimento fraterno em comunidades com a participação coletiva.

Rudhyar nos diz que “Um bebê nasce para a vida totalmente livre e sem conteúdo – uma entidade nova, imaculada, apenas esperando receber as impressões de seus pais e de seu ambiente. Um recém-nascido traz uma história antiga para a vida, que é a história humana. Ela está contida nos genes, a qual é transportada pela memória dos nossos ancestrais e este registro é, certamente, carregado na Alma, e quanto mais uma pessoa se torna consciente, durante o transcurso de sua vida, mais a Alma revela essa história para a mente consciente. Este é um dos fatores da evolução humana”.
 
O processo de ativação do DNA está relacionado com o contato da Alma - Consciência Divina - com o Espírito, inicia-se na “mente movida pelo coração” e faz uso do Poder da Intenção. “Quando a consciência de Deus e a consciência do DNA falam, o destino se revela”. Há uma câmara de compensação em nossa memória ancestral e espiritual, que contem todas as informações obtidas através de uma longa série de personalidades. Com a Luz da Alma será possível resgatar o que há de melhor da essência humana.
 
Porque, bem entendido, o que vimos a propósito do zodíaco arquetípico (memória atávica que está viva no arquétipo solar do ADN, modelo ou referência da evolução para o ser humano) é transposto no ser humano atual através do seu próprio tema de nascimento progressivo, imagem da página do ADN «em leitura» pelo ser no caminho para si mesmo.

Porque convém não esquecer que a memória do ADN contém a evolução da humanidade, sua história, as páginas escritas pelas diferentes civilizações: é o nosso patrimônio coletivo, a «codage» de certas experiências raciais marcantes que modificaram a «trajetória» da consciência do Grande Ser que é a humanidade tomada como um Todo.

Quando compreendemos o significado esotérico da palavra Alma, podemos pensar na educação da criança para viver como Alma.

“A Alma pode ser denominada de Filho do Pai e da Mãe – Espírito-Matéria, portanto é a personificação da vida de Deus e encarna a qualidade da natureza de Deus, o amor essencial”.Oken

A Alma pode ser considerada como o princípio inteligente. O desenvolvimento da inteligência espiritual de uma criança contribui para a expansão da sua consciência e para sua adaptação em comunidade, em grupos; o que por sua vez se revela no poder do seu pensamento, da sua mente em analisar, discernir, avaliar, escolher, ou rejeitar; e todas as implicações que estes termos significam em suas intenções e motivações para o bem de todos.

A Alma é a expressão de sua Divindade, do Eu Superior, do Espírito e representa a Luz do nosso corpo de Luz e está ativa em nosso DNA: a matriz divina dentro de nós. A inteligência do DNA, ou do nosso corpo de Luz quando ativados pela Luz da Alma nos liberta da dualidade, do egocentrismo, do carma, da separação.

“A Alma humana é uma fase no desenvolvimento da Centelha da divindade dentro de nós. O Self e a Alma são quase o mesmo. A centelha é a semente, a Alma é o broto e o Self é a flor totalmente desabrochadas. A Centelha é o reflexo da mônada, mas estágio da vida humana, o homem é a Centelha, ego ou Alma.

Quando a Alma expande sua consciência as revelações vem de forma intuitiva, desde que você deixe bem abertos seus ouvidos internos. A sabedoria torna-se a base do seu processo de decisões, escolhas na medida em que novas informações sobre sua saúde, as suas emoções e o seu destino vão se revelando sutilmente.

“É necessário trabalhar internamente em transformar a alma, purificando o desejo com a Luz que Corrige, não podemos intervir com ações físicas mecanicamente, sem corrigir o coração. A humanidade está vivendo uma crise, porque nossa vida é construída sobre a natureza egoísta que chegou ao final do seu desenvolvimento. Esta é precisamente a causa dos distúrbios sociais, autismo e problemas de desenvolvimento e comportamento”.

No corpo causal, no qual a Alma vive, somente os pensamentos bons, verdadeiros e belos penetram neste corpo porque ele é formado de vibrações de uma natureza divina definida e sublime. A educação espiritual de uma criança iria iluminar sua inteligência, mente e seu coração com a sabedoria espiritual que auxilia o processo de sintetização, discernimento e intuição.

“O homem é um agregado de diferentes elementos, indo do mais alto até o mais baixo, que formam seus veículos e velam sua luz. O desígnio do homem em evolução será portanto transcender cada um desses veículos para reconhecer o que ele era na origem, Atma ou Sat, a pura divindade infinita e permanente.

O corpo causal é o Budhi - a Alma Espiritual. Ali se vai encontrar, ocultamente falando, um ponto de luz contendo três átomos permanentes, e ele mesmo encerrado em uma espécie de estojo de matéria mental a que chamamos de corpo causal. O átomo permanente é uma síntese das memórias que vão sobreviver à morte do corpo físico e dos corpos etérico, astral e mental.

Há três átomos permanentes para os quatro corpos inferiores, o físico-etérico, o astral e o mental. Após a morte e o descarte desses corpos pela mônada, espírito ou centelha divina, os átomos permanentes são absorvidos pelo corpo causal, o corpo que guarda todas as memórias de uma alma. Através da ação magnética dos átomos permanentes e dos veículos de expressão da mônada, o homem atua e experiência dentro das diferentes vibrações dos planos mais densos da criação”.

Resumindo Rama Rakoczy, “Dentro do estudo da evolução do homem e, por conseguinte, da sua consciência, os átomos permanentes representam o nexo ou união da realidade íntima do ser humano, com a mônada ou espírito, com a forma do mesmo homem evolucionante, encarnado na forma física.

“Poder-se-iam contemplar os átomos permanentes como centros inteligentes, de energias magnéticas e sensíveis, dotados de intensa atividade renovadora e transmutadora, localizados em cada um dos veículos de manifestação e experimentação do homem. As suas características principais são, que: - Residem no primeiro nível de cada um dos planos de evolução do nosso universo, sendo constituídos pela matéria mais sutil de cada um desses níveis. Possuem grande afinidade magnética com os átomos livres do plano a que pertencem, o que torna possível a construção dos veículos de experimentação e evolução da mônada.
 
- Dada a sua grande sensibilidade, estes átomos são capazes de detectar e responder a uma ampla gama de vibrações, tanto físico-etéricas como emocionais e mentais. Esta capacidade de resposta e sensibilidade está condicionada pelo grau de evolução da consciência que os anima. Os átomos permanentes recebem as impressões exteriores detectadas pelos veículos e pela consciência. Os vários tipos de energias que chegam aos veículos são processados pela consciência que se encarrega de desencadear os mecanismos das respectivas ações de resposta que irão ter lugar em cada um dos planos correspondentes.

- A qualidade ou qualidades das energias que a consciência é capaz de detectar através dos seus veículos transmitem-se aos átomos permanentes, que regeneram, renovam e transmutam as estruturas atómico-moleculares de cada um dos veículos de experimentação do ser humano. Da inter-relação entre os impactos e respostas aos tipos de energia, cada vez mais sutis e espirituais, surge uma mais irradiante e abarcante aura em cada um dos veículos, que faz com que seja também maior a sensibilidade à gama de vibrações a que a consciência poderá responder e perceber.

Desta forma, a consciência expande-se cada vez mais, conseguindo assim uma visão mais ampla da realidade e um conhecimento muito mais profundo da vida universal de que é parte. “Uma das principais características dos átomos permanentes é possuir, nas suas estruturas magnéticas internas, partículas de energias muito sensíveis e facilmente alteráveis, tanto à atividade existencial dos diferentes estados físicos, emocionais e mentais, como ao que é transmitido pelos próprios veículos de manifestação.

Estes dispositivos ou mecanismos energéticos internos têm a missão de reproduzir qualquer tipo de vibração anteriormente detectada. Este o motivo por que se insiste no treino interno até ao estado de alerta e de atenção quanto aos pensamentos, sentimentos e reações quotidianas, base inevitável para se conseguir que aflorem as qualidades e virtudes internas do espírito.

"Eu quero me lembrar quem sou. Eu quero assumir os meus verdadeiros dons".

Como consequência das múltiplas e diversas experiências que os átomos permanentes recebem sob a forma de vibrações, a partir da personalidade, nas estruturas internas destes átomos desencadeia-se todo um processo de reajuste e atualização permanente no que poderia definir-se como o código genético-espiritual, semelhante ao ADN, do homem.

A cada impacto externo ou de resposta interna realizado pela consciência, os átomos permanentes respondem com um processo de atualização da composição atómico-molecular dos veículos periódicos do ser humano, eliminando e atraindo para os seus núcleos respectivos a qualidade de matéria afim de cada um destes tipos de vibrações e energias nos planos e níveis correspondentes.

Este código genético-espiritual contido em cada átomo permanente de qualquer ser humano vem a ser esse “Bilhete de Identidade Espiritual”, definido internamente pelas constantes de luz, cor e som ocultos em cada mônada, que faz com que cada ser seja único e distinto do resto dos seres do seu próprio reino.

Qualquer pensamento, sentimento, emoção, inspiração, palavra ou ação, altera e atualiza, em cada instante, estes códigos evolutivos dos átomos permanentes. Mudamos contínua e permanentemente. Agora mesmo somos diferentes do que éramos há momentos, há segundos ou minutos.

A nossa forma de pensar, de sentir e de nos comportarmos na vida de todos os dias faz com que estejamos mudando, transformando-nos e evoluindo constantemente sem que disso nos demos conta.

Também se pode deduzir que neste código genético-espiritual dos átomos permanentes estão logicamente impressas as experiências e vivências positivas e negativas de todas as vidas passadas nos planos inferiores”.

Podemos tentar compreender a motivações, necessidades, emoções tensões ou forças que agem através de um ser, conforme a sua consciência, através do auto conhecimento, da psicologia, da teosofia, do esoterismo, da astrologia... e de uma boa intuição.

"Conhece-te a ti mesmo e a verdade vos libertará."

Seria preciso re-desenvolver o tema do nascimento (arquétipo humano do ADN) nos planos do corpo, Alma e do Espírito e o tema das chaves de passagem de um plano a outro, quais são as energias planetárias predominantes sobre:


- o corpo físico o foco de energia criadora que envolve relações com o corpo etérico ou vital - tipo de energia, temperamento, vitalidade, saúde, instinto de vida e de morte.

- o corpo emocional, corpo dos desejos ou corpo astral inferior - envolve formas feitas de matéria emocional relacionadas com as pulsões, paixões, emoções, sensação, desejos, necessidades, ilusões, dificuldades racionais e criatividade.

- o corpo mental - formas pensadas - orientação do trabalho. Pensamento abstrato e concreto. Mente superior e inferior
 
- corpo de Luz
 
- Plano Monádico, Átmico e Búdico.


Procura no próprio ser:

E tu encontrarás o mundo;

Procura na ação do mundo:

E tu encontrarás a ti próprio...


Sentimentos puros e verdadeiros são atributos do legítimo corpo astral. Paixões, desejos, sentimentos de ódio, vingança, orgulho, etc. são próprios do corpo de desejos.

Tem-se aqui um dilema: as pessoas alimentam e cultivam seu corpo emocional com filmes de terror, esportes violentos, lutas de boxe, etc. porque possuem um corpo de desejos ou porque, não possuindo um "legítimo" corpo astral, tem necessidade de sentimentos e emoções de ódio, vingança, violência, terror, pornografia, inframúsica, etc.?

Por isso é que se torna indispensável o trabalho alquímico: para transmutar a natureza animal em natureza humana; para transformar as baixas paixões nos autênticos sentimentos de amor, afeto, carinho, caridade ou nas emoções extasiantes e arrebatadoras dos místicos e grandes músicos e artistas.

É preciso começar a alimentar nosso corpo emocional com impressões nobres, seletas e elevadas, colhidas no convívio familiar e social positivos onde não haja calúnias, difamações, invejas, fofocas, intrigas; na música erudita dos grandes mestres; na arte dos grandes expoentes da Arte Régia; nos passeios junto à mãe natureza e na prática de tarefas que atendam e preencham nossas necessidades e impulsos de crescimento e desenvolvimento internos.

“Na doação de si mesmo, no trabalho - seja material ou espiritual - que encontramos uma das formas de exteriorizar, manifestar nossos potenciais, os atributos divinos infinitos que nos caracterizam.

Ao mobilizar forças e sentimentos, o Espírito tira de si mesmo aquilo que achava que não possuía. E nessa doação ao meio, à sociedade, sentimos inusitada alegria interior.

É assim que conhecer-se implica, sobretudo, em vivenciar nossa condição de coparticipantes da Criação, em revelar a si mesmo sua essência. Nisso consiste "dar testemunho", como dizia Jesus, ou seja, revelar a nós mesmos nossa destinação original, trazer à luz, ao conhecimento, a essência perfeita que nos habita - assim como o Pai é perfeito”.
 
“O som de universos distantes toca vosso ser, desperta em vós a consciência-luz. Escutai Minha voz. Ela é a Voz dos universos. Ela vos indica o rumo a seguir. Ela vos alerta para o clamor dos que necessitam ajuda. Por Ela convoco-vos ao serviço. Por Ela revelo-vos a Luz. Penetrai a Chama. É chegado o momento, tendes a Minha bênção. Amhaj" (Trigueirinho)



Pesquisado por Dharmadhannya
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