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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

 QUER UM ANO NOVO DE VERDADE ?


Quando falamos sobre um feliz ano novo, será realmente, para nós, um novo ano? Ou será o mesmo velho padrão repetido vezes sem conta? Com os mesmos velhos rituais, as mesmas velhas tradições, os mesmos velhos hábitos, a continuação do que sempre fizemos, do que ainda fazemos e, faremos o mesmo no novo ano.

portanto, existe algo novo, algo que seja realmente fresco, algo que nunca viu antes? Penso que isto seja uma questão bastante importante, se a investigar. Trazer para todos os dias de nossa vida algo que nunca vimos antes.

Isso significa um cérebro que se libertou do seu próprio condicionamento, das suas próprias características, das suas próprias idiossincrasias, das opiniões, dos julgamentos e das convicções.

Podemos colocar tudo isso de lado e começar verdadeiramente um novo ano? Seria maravilhoso se o fizéssemos!
 

Jiddu Krishnamurti
https://www.facebook.com/manifestovisionario/videos

 RESOLUÇÕES DE ANO NOVO


Perguntaram a Osho: Se fosse para tomar uma única resolução de ano novo, qual você sugeriria?
 
Esta e só esta pode ser a resolução de ano novo: Eu resolvo nunca fazer qualquer resolução porque todas as resoluções são restrições do futuro. Todas as resoluções são prisões. Você decide hoje em vez de amanhã? Você destruiu o amanhã.

Permita que o amanhã tenha sua própria existência. Deixe que ele venha à maneira dele! Deixe-o trazer seus próprios presentes.

Resolução significa que você irá permitir apenas isso e que você não irá permitir aquilo. Resolução significa que você gostaria que o sol nascesse no oeste e não no leste. Se ele nasce no leste, você não vai abrir as suas janelas, você vai manter as janelas abertas para o oeste.

O que é resolução? Resolução é luta. Resolução é ego. Resolução é dizer: “Eu não posso viver de forma espontânea.” E se você não pode viver de forma espontânea, você absolutamente não vive – você só finge.

Então, deixe apenas uma resolução estar lá: eu nunca vou fazer quaisquer resoluções. Jogue fora todas as resoluções! Deixe a vida ser uma espontaneidade verdadeira. A única regra de ouro é que não existem regras de ouro.
 
Osho
https://blogs.opovo.com.br 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

DA ANIMALIDADE A ANGELITUDE

"A Evolução Espiritual pode ser reduzida a uma simples máxima. Desapareça você, e deixe Deus ser."

 
Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo. Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade. As pessoas que têm animais domésticos surpreendem-se com seu comportamento.
 
Em algumas iniciativas parecem dotados de discernimento, particularmente o cão, o que melhor se relaciona com o Homem. São incontáveis as histórias sobre sua vivacidade. No entanto, as religiões tradicionais situam os irracionais por simples máquinas comandadas por programações biológicas – os instintos. Não seriam, portanto, imortais.
 
Em círculos religiosos obscurantistas, na Idade Média, acreditava-se que as crianças com sérias limitações mentais não possuíam alma. Daí se aproximarem do comportamento instintivo dos irracionais. Ainda hoje, superada essa aberração, a questão constitui sério problema para a teologia ortodoxa, envolvendo a situação dos excepcionais após a morte.
 
Não podem ir para suposto inferno. Sem condições para exercitar o livre-arbítrio, não assumem responsabilidade por suas ações. Mas, pela mesma razão, também não fazem por merecer o Céu.  Por outro lado, há as crianças que morrem ao nascer. Para onde vão suas almas, se não tiveram tempo para opções condenáveis ou louváveis?
 
A solução encontrada por teólogos medievais não satisfaz à lógica. As almas das crianças, bem como dos excepcionais, iriam parar no limbo, região intermediária isenta dos tormentos infernais, mas sem a plenitude das venturas celestiais. Certamente não estariam satisfeitas. Haveriam de reclamar pelo fato de Deus não lhes ter oferecido a possibilidade de conquistar as etéreas paragens.
 
Assim como os animais seriam seres à parte, na Criação, outros haveria, seres especiais, denominados anjos, superiores em inteligência, cuja principal função seria a de atuar como intermediários entre Deus e os homens. Cada ser humano teria o seu, designado pelo Criador para protegê-lo. Poderíamos perguntar, como o fariam os animais se falassem: – Por que Deus não me fez anjo? Por que a existência desses seres privilegiados, situados em patamar superior à Humanidade, não por méritos pessoais, mas por escolha divina?
 
É como um pai que, por vontade própria, gerasse filhos irracionais, ou débeis mentais, ou precariamente racionais, ou inteligências geniais, conforme lhe desse na veneta.
 
Os anjos, embora superiores aos seres humanos, nem sempre foram virtuosos e obedientes. Muitos se rebelaram. Ao invés de ajudar os homens em nome de Deus, passaram a persegui-los em nome de suas ambições, procurando arrastá-los ao mal na Terra, para aprisionar e torturar suas almas no Além. O diabo seria esse anjo rebelde.
 
Essas ideias são questionadas na atualidade, quando o homem vai atingindo sua maturidade intelectual, tornando-se mais exigente quanto aos princípios religiosos, esperando que sejam, sobretudo, racionais, que atendam à lógica.
 
Ideal seria uma teoria mais abrangente, uma ideia que permitisse explicar melhor a vida, os seres vivos e os propósitos de Deus, atendendo aos imperativos da Justiça. É exatamente essa a proposta da Doutrina Espírita a partir de informações colhidas da Espiritualidade, sem especulações teológicas.
 
Segundo o Espiritismo, todos os seres vivos têm um princípio espiritual em evolução. Poderíamos situá-lo como a “alma” dos irracionais. Submetido à experiência reencarnatória, com breves estágios na Espiritualidade, obedece à sintonia vibratória que o liga a determinada espécie.
 
Desenvolvendo-se, habilita-se a encarnação em espécies superiores, como quem sobe os degraus de uma escada. O princípio espiritual chegará um dia à complexidade necessária para conquistar a capacidade de pensar.    Será, então, um Espírito, um ser pensante. Uma senhora, ouvindo a respeito do assunto, suspirou:
 
– Ah! Agora está explicado por que meu marido parece um gorila mal educado. É o próprio!
E ele:
– Agora sei por que minha mulher comporta-se como uma jararaca! Venenosa como ela só!
 
Ambos estão equivocados, caro leitor. A transição entre o princípio espiritual e o Espírito ocorre em outros planos do Infinito, demandando largo tempo.  Entre o irracional e o homem, há longos caminhos a percorrer, fora da Terra.
 
A ideia de que os animais têm um princípio espiritual que evolui, explica por que alguns demonstram lampejos de inteligência.
Estão mais perto dela. Já a possuem, de forma rudimentar.
 
Pode parecer estranho, mas é perfeitamente lógico. Segundo Darwin, o corpo que usamos levou bilhões de anos para ser preparado por Deus, na oficina da Natureza. Ora, por que o Espírito, a personalidade imortal, que é incomensuravelmente mais complexo, deveria ser criado num passe de mágica por Deus, dotado da capacidade de pensar e de decidir seu destino?
 
Como não fomos criados todos ao mesmo tempo, já que Deus o faz incessantemente, é natural que encontremos Espíritos encarnados e desencarnados, menos evoluídos, mais evoluídos ou no estágio de evolução em que nos encontramos. A todo momento, no contato com as pessoas, constatamos essa realidade. Não somos iguais, como diferentes são uma criança de cinco anos e um ancião de oitenta.
 
Os Espíritos mais evoluídos moral e intelectualmente tornam-se intermediários de Deus para ajudar seus irmãos menos experientes. Daí a existência dos anjos protetores. Não são seres privilegiados. Apenas irmãos nossos mais vividos, mais esclarecidos e conscientes, a cumprir os programas de Deus.
 
Como a evolução dos Espíritos está subordinada às suas iniciativas, pode ocorrer que avancem intelectualmente e se atrasem moralmente. Não raro, seguindo por caminhos de rebeldia, pretendem impor a desordem na Terra e o domínio sobre aqueles que se rendem à sua influência.
 
O diabo nada mais é que a representação desses Espíritos. Situação transitória, porque Deus nos criou para a perfeição e lá chegaremos quer queiramos ou não, porque essa é a sua vontade. O demônio de hoje será o anjo de amanhã, quando a vida lhe impuser penosas experiências de reajuste, reconduzindo-o aos roteiros do Bem. Da irracionalidade à angelitude há longa jornada.
 
A Doutrina Espírita nos diz que poderemos caminhar mais depressa, com mais segurança, com menos sofrimento, com menos problemas. Sobretudo, podemos caminhar felizes e confiantes. Como? É simples. Basta que nos disponhamos a desenvolver o conhecimento das Leis Divinas, com o estudo, e a sensibilizar o coração, com a prática do Bem.
 
Richard Simonetti
http://www.caminhosluz.com.br
F   É

A fé não é uma renúncia às faculdades de pensar, ela é antes um estado de graça, que vê e conhece por outras vias e conserva em si a sua alegria infinita; é uma doação em que nada se perde, porque àquele amor e àquela confiança responde o Universo, retribuindo com novas doações; não é cegueira senão para os cegos, porque naquela cegueira se abre a visão e se revelam os céus e aparece fulgurante o pensamento de Deus.

Concebo a consciência como unidade radiante, o eu evolvido como noúre* que tende perenemente à difusão, à dilatação de si mesma, que é centro de emanações contínuas. Como, pois, se rompe o círculo fechado da razão e se penetra no céu da intuição e da visão? Como se conquista, com os limitados meios de uma dimensão conceitual inferior, o domínio da dimensão superior? Com a fé. A técnica vibratória nos dá a chave do mistério.
 
A razão é objetiva. Quer, antes de crer, assegurar-se e, só debaixo de seu controle, confiar. Mas, o método da prudência e da segurança não é o método do voo. Se não rompermos, por evolução, o círculo em que se fechou a razão, esta jamais sairá dele e dentro dele, impedida de evadir-se, retorna sempre sobre si mesma. E é impossível rompê-lo por evolução, a não ser mediante a introdução na consciência de fatores novos, capazes de lhe dilatarem a potencialidade. Fé é como se designa o ato psicológico com que se introduzem esses fatores novos.

Para que serve permanecer no campo da positividade e da segurança, se este é tão limitado e não oferece possibilidade de expansão? A verdade universal já está totalmente pronta e presente, escancarada diante de nossos olhos. Criá-la não é o que nos compete fazer, mas sim desenvolver a vista para vê-la. Retoma-se, pois, todo o problema, mediante uma transformação de consciência.

Não se trata de fé louca, do credo quia absurdum ("Creio porque é absurdo"), desesperada capitulação da razão que pretende ser sempre a única a falar, até fora de seu campo. Que esta se extinga para sempre, dobre-se em suas expressões caricatas e permaneça fechada em seu âmbito. Podemos compreender que o problema do conhecimento na sua essência e integridade consiste num problema de unificação entre o eu humano e a Divindade, representa um problema de acesse mística, de revelação, porque em nossa consciência aquela Divindade é limitada somente por nossa capacidade de conceber, e se entrega à nossa alma em relação à sua potência de harmonização. Ora, aquele que, em vez de seguir estas vias e pôr-se em estado positivo de confiança que estabelece ressonância, se põe no estado vibratório negativo de dúvida e de desconfiança, que se afasta na dissonância, a si mesmo fechará automaticamente as portas do conhecimento.

Se nos pusermos em posição de resistência, em estado vibratório fechado, qual se nos recusássemos a subir, então nós mesmos nos deteremos e nos privaremos da recepção amplificadora que desce das correntes vivificantes difusas no todo. A razão é um círculo de forças fechadas, é um egoísmo conceitual que a si mesmo não sabe ultrapassar, não se dá por simpatia e não conhece as vias vibratórias da atração que levam à fusão com o não-eu e, portanto à sua dilatação até ele. Necessário se faz subjugar este equilíbrio e reconstruí-lo em mais alta e completa forma, embora seja mais instável e, não obstante, mais dinâmica. E a fé é o primeiro salto para a frente. A fé é, pois, ato criativo por excelência que acompanha a realidade em formação, que voluntariamente pode e sabe antecipar os futuros estados da evolução.

No duvidoso tormento, tenho interrogado o mais profundo de mim mesmo, dizendo-me: "como posso eu confiar-me a um imponderável que em mim ainda não existe e ao qual devo eu mesmo criar?" E o profundo me tem respondido: crê, porque só a tua fé, base de impulsos ascensionais, tornará objetivas e tangíveis aquelas realidades mais altas que hoje te escapam.
 
Pietro Ubaldi
http://www.pietroubaldi.org.br 
 
* Significa simpatia, afinidade...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

D  O  R


Grande e maravilhosa lei de equilíbrio e de justiça esta pela qual a dor, quando cumpriu sua função de levar a alma até a superação da animalidade,  afasta-se em silêncio!

 
O mistério da redenção é um mistério de dor e de amor.  A dor é o cansaço da ascensão, que laboriosamente leva à felicidade, que assim deve ser conquistada. Mas, se a dor faz a evolução, a evolução anula progressivamente a dor. Então, a anulação da dor se processa através da dor. Com seu exemplo, Cristo nos veio mostrar estes profundos aspectos da Lei. A dor é uma característica de determinada fase de nossa evolução, em que funciona necessariamente como agente de transformação; desaparece quando preenchida a sua finalidade, apenas seja alcançado um alto plano de vida. A dor é uma condição de vida inerente à matéria, durante a fase humana. Na desmaterialização do ser essa condição desaparece. A dor é uma dissonância que vem reabsorvida na harmonização; é uma densidade que se vaporiza na espiritualização.

Cristo veio ensinar o caminho da superação da dor, através da dor e da espiritualização. Antes de Cristo a dor era feroz, terrível, sem piedade. Cristo fez dela a via mestra da ascensão, da liberdade, da redenção. Fez dela uma força amiga, indispensável para a conquista do nosso bem e da nossa felicidade. A fera inimiga suavizou-se, domesticou-se, é útil colaboradora: a coisa temida e maldita se faz santa e amada e nós a apertamos ao coração como um salva-vidas. Cristo derrubou e refez a concepção humana, fazendo do vencido um santo, um herói, um vencedor. Cristo desceu e se fez presente e sensível no fundo das almas que sofrem, irmanando-se com elas no Seu amor, tomando própria a sua dor, a cada dia, justamente como o fez sobre a cruz.

É lógico que a dor, sendo um instrumento de ascensão, se destaque do eu quando a ascensão é terminada. É necessário, na ordem do universo, que a dor caia quando for superada a função evolutiva de prova e de lição. Quando tivermos compreendido tudo e com isso houvermos esgotado sua função de escola e de expiação equilibradora na ordem dos impulsos morais, ela cai, como as outras ilusões da vida. Então, não só não se verificam mais - por haver sido alcançada a medida do débito - as condições exteriores da dor , mas advém um fato novo: mesmo que a dor permaneça como fato exterior, advém por evolução uma tão profunda transformação de personalidade, que ela lhe escapa. A evolução, levando-a a uma fase nova, deu-lhe um novo modo de ser no qual a dor não repercute com as mesmas reações do nível humano; em outros termos, a ascensão levou o espírito a tal grau de harmonização (amor divino), que não existe mais dissonância que tenha força para a penetrar e alterar. Então, mesmo que permaneçam idênticas as condições ambientes, o choque daquela força não encontra mais impulsos antagônicos nem reações contra as quais se assanhe por sua expansão — e desaparece sem resistência. O instrumento receptivo mudou e bastou esta mudança de natureza, para que se transformasse completamente a gama de suas ressonâncias.

Pietro Ubaldi, do livro " Ascese Mística"
http://www.pietroubaldi.org.br 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

A RELIGIÃO CÓSMICA

O Espírito Científico Propõe
Uma Religiosidade Livre de Igrejas
 
 
Albert Einstein
 
Todas as ações e todas as imaginações humanas têm em vista satisfazer as necessidades dos homens e trazer alívio às suas dores. Negar essa evidência é não compreender a vida do espírito e seu progresso. Porque experimentar e desejar são os impulsos primários do ser, antes mesmo de considerar a majestosa criação desejada.
 
Sendo assim, que sentimentos e condicionamentos levaram os homens a pensamentos religiosos, e os incitaram a crer, no sentido mais forte da palavra? Descubro logo que as raízes da ideia e da experiência religiosa são múltiplas. No homem primitivo, por exemplo, o temor suscita representações religiosas para atenuar a angústia da fome, o medo das feras, das doenças e da morte. Neste momento da história da vida, a compreensão das relações causais mostra-se limitada e o espírito humano tem de inventar seres mais ou menos à sua própria imagem. [1] Ele transfere para a vontade e o poder desses seres as experiências dolorosas e trágicas de seu destino. Ele acredita mesmo poder obter sentimentos propícios desses seres através da realização de ritos ou de sacrifícios. A memória das gerações passadas lhe faz crer no poder propiciatório do rito para alcançar as boas graças de seres que ele próprio criou.

A religião é vivida antes de tudo como angústia. Não é inventada, mas essencialmente estruturada pela casta sacerdotal, que cumpre o papel de intermediário entre seres temíveis e o povo, fundando assim a sua hegemonia. Com frequência o chefe, o monarca ou uma classe privilegiada, de acordo com os elementos de seu poder e para salvaguardar a soberania no mundo, se atribuem as funções sacerdotais. Ou então se estabelece uma comunidade de interesses entre a casta política dominante e a casta sacerdotal.

Os sentimentos sociais constituem a segunda causa dos fantasmas religiosos. Porque o pai, a mãe ou o chefe de imensos grupos humanos, todos enfim, são falíveis e mortais. Então a paixão pelo poder, pelo amor e pela forma externa impele a imaginar um conceito moral ou social de Deus. O Deus-Providência preside o destino, socorre, recompensa e castiga. Segundo a imaginação humana, esse Deus-Providência ama e favorece a tribo, a humanidade, a vida, consola na adversidade e no malogro, protege a alma dos mortos. É este o sentido da religião vivida de acordo com o conceito social ou moral de Deus. Nas Sagradas Escrituras do povo judeu, manifesta-se claramente a passagem de uma religião-angústia para uma religião-moral. As religiões de todos os povos civilizados, particularmente dos povos orientais, se manifestam como basicamente morais. O progresso de um grau ao outro constitui a vida dos povos. Por isto desconfiamos do preconceito que define as religiões primitivas como religiões de angústia e as religiões dos povos civilizados como morais. Todas as simbioses existem, mas a religião-moral predomina onde a vida social atinge um nível superior. Estes dois tipos de religião constroem uma ideia de Deus pela imaginação do homem.

Somente indivíduos particularmente profundos e comunidades particularmente sublimes se esforçam por ultrapassar esta experiência religiosa. Todos, no entanto, podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza total. Dou a isto o nome de religiosidade cósmica, e não posso falar dela com facilidade, já que se trata de uma noção muito nova, e a ela não corresponde conceito algum de um Deus antropomórfico.

O ser experimenta o nada das aspirações e vontades humanas, e descobre a ordem e a perfeição, ali onde o mundo da natureza corresponde ao mundo do pensamento. A existência individual é vivida então como uma espécie de prisão, e o ser deseja vivenciar a totalidade do Ser como um conjunto perfeitamente inteligível. Notam-se exemplos dessa religião cósmica, nos primeiros momentos da sua evolução, em alguns salmos de Davi ou em alguns profetas. Em grau infinitamente mais elevado, o budismo organiza os dados do cosmos, que os maravilhosos textos de Schopenhauer nos ensinaram a decifrar. Ora, os gênios religiosos de todos os tempos se distinguiram por essa religiosidade diante do cosmos. Ela não tem dogmas nem um Deus concebido à imagem do homem; portanto nenhuma Igreja ensina a religião cósmica. Temos também a impressão de que os hereges de todos os tempos da história humana se nutriam com esta forma superior de religião. Contudo, seus contemporâneos muitas vezes os consideravam suspeitos de ateísmo, e às vezes, também, de santidade. Encarados deste ponto de vista, homens como Demócrito, Francisco de Assis, Spinoza se assemelham profundamente.

Como poderá transmitir-se de homem a homem esta religiosidade, uma vez que ela não pode chegar a nenhum conceito determinado de Deus, a nenhuma teologia? Para mim, o papel mais importante da arte e da ciência consiste em despertar e manter desperto o sentimento dela naqueles que estão abertos para isso. Estamos começando a conceber a relação entre a ciência e a religião de um modo totalmente diferente da concepção clássica. A interpretação histórica considera ciência e religião adversários irreconciliáveis, por uma razão fácil de ser percebida. Aquele que está convencido de que a lei causal rege todo acontecimento não pode absolutamente encarar a ideia de um ser que intervém no processo cósmico, e ao mesmo tempo refletir seriamente sobre a hipótese da causalidade. Não pode encontrar um lugar para um Deus-angústia, nem mesmo para uma religião social ou moral: de modo algum pode conceber um Deus que recompensa e castiga, já que o homem age segundo leis rigorosas internas e externas, que lhe proíbem projetar a responsabilidade sobre a hipótese-Deus, do mesmo modo que um objeto inanimado é irresponsável por seus movimentos. Por este motivo, a ciência foi acusada de prejudicar a moral. Coisa absolutamente injustificável. E como o comportamento moral do homem se fundamenta eficazmente sobre a simpatia ou os compromissos sociais, de modo algum implica uma base religiosa. A condição dos homens seria lastimável se tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte.

É compreensível, portanto, que as Igrejas tenham, em todos os tempos, combatido a Ciência e perseguido os seus adeptos. Mas eu afirmo com todo o vigor que a religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica. Só aquele que pode avaliar os gigantescos esforços e, antes de tudo, a paixão, sem os quais as criações intelectuais e científicas inovadoras não existiriam, é capaz de pesar a força do sentimento único que cria um trabalho totalmente desligado da vida prática. Que confiança profunda na inteligibilidade da arquitetura do mundo, e que vontade de compreender, nem que seja uma parcela minúscula da inteligência que desvenda o mundo, devia animar Kepler e Newton, para que tenham podido explicar os mecanismos da mecânica celeste, através de um trabalho solitário de muitos anos?

Aquele que só conhece a pesquisa científica por seus efeitos práticos vê depressa demais e incompletamente a mentalidade de homens que, rodeados de contemporâneos céticos, indicaram caminhos aos indivíduos que pensavam como eles. Ora, eles estão dispersos no tempo e no espaço. Só aquele que devota sua vida à mesma finalidade possui uma imaginação que permite compreender estes homens, e aquilo que os anima, que lhes estimula a força necessária para conservar seu ideal apesar de inúmeros fracassos. A religiosidade cósmica é pródiga em tais forças. Um contemporâneo declarava, não sem razão, que, em nossa época, instalada no materialismo, reconhece-se nos sábios escrupulosamente honestos os únicos espíritos profundamente religiosos.

A Religiosidade da Pesquisa

O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem a religiosidade cósmica. Ela se distingue da crença das multidões ingênuas que consideram Deus um Ser de quem se espera benevolência e do qual se teme o castigo – uma espécie de sentimento exaltado da mesma natureza que os laços do filho com o pai -, um ser com quem também estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam.

Mas o sábio, bem consciente da lei de causalidade que determina qualquer acontecimento, decifra o futuro e o passado, que estão submetidos às mesmas regras de necessidade e determinismo. A moral não lhe cria problemas com os deuses, mas simplesmente com os homens.

Sua religiosidade consiste em espantar-se e extasiar-se diante da harmonia das leis da natureza, as quais revelam uma inteligência tão superior que todos os pensamentos dos homens e todo o seu engenho não podem desvendar, diante dela, a não ser o seu nada irrisório. Este sentimento mostra a regra dominante de sua vida, de sua coragem, na medida em que supera a servidão dos desejos egoístas. Indubitavelmente, este sentimento se compara àquele que animou os espíritos criadores religiosos de todos os tempos.
 
NOTA:

[1] Sobre o fato de Deus ter sido inventado pelos homens à sua própria imagem a semelhança, H. P. Blavatsky escreveu em “A Doutrina Secreta”, obra que parece ter sido detalhadamente estudada por Albert Einstein: “Em sua infinita presunção e no orgulho e vaidade que lhes são inerentes, seres humanos criaram eles mesmos Deus com suas mãos sacrílegas, tendo como base o material que encontraram em suas próprias e reduzidas estruturas cerebrais; e o impuseram à humanidade como se fosse uma revelação vinda do ESPAÇO não-revelado.” (“A Doutrina Secreta”, Edição Original Online, publicação gradual, disponível em nossos websites associados, ver o Proêmio.) (CCA)

https://www.filosofiaesoterica.com

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

O VERDADEIRO SIGNIFICADO 
DA ENTREGA A UMA VIDA SUPERIOR

"Quem se ajoelha, eleva-se.  Conquista-se por meio da total rendição de si. É renunciando que se ganha"

 
Estes são os ensinamentos do Instrutor de Hércules, ao incumbi-lo de libertar Lerna da hidra que a devastava - um dos trabalhos do herói da mitologia grega.

Nas palavras do Instrutor de Hércules encontra-se a essência da entrega. Na sua acepção espiritual, a entrega designa um estado de receptividade incondicional às energias supraconscientes do próprio ser, ou à Consciência Única, que é imanente à Criação e ao mesmo tempo a transcende. Esse estado é atingido gradualmente, no decorrer das etapas da acesse daquele que trilha o caminho evolutivo. Significa superar o livre-arbítrio, conscientizar-se do próprio potencial interno e assumi-lo, deixando-se conduzir por sua sabedoria intrínseca. É o "abandono" do ser ao seu núcleo divino, a rendição do ego ao poder monádico (espiritual). Nesse estado, a ansiedade é substituída por uma visão consciente dos ciclos a serem cumpridos.

Quando as forças construtoras e destruidoras que se movem no interior da matéria estão entregues de modo incondicional a propósitos superiores, ela ganha nova vibração, um pulsar que a eleva além dos planos mais densos. A maior parte da humanidade procura de todas as maneiras fazer prevalecer suas ideias, gostos e preferências. Para ela, ter a própria opinião acolhida pelos demais é uma vitória. Fazem-se eleições, acirram-se disputas, instiga-se o aferramento a pontos de vista e pouco ou nada se ouve falar do valor oculto que há na renúncia e na entrega. Todavia, uma civilização erigida sobre bases partidárias está destinada à destruição, pois nela não há flexibilidade para a ligação do homem com o Todo.

A entrega sincera abre caminhos; nela não há acomodação, mas um dinamismo interior, cuja potência rompe obstáculos ao contato com a Luz. A verdadeira entrega nasce de uma premência interna; o indivíduo necessita tanto dela quanto o ar que respira. Ela se torna sua vida e não só uma atitude humana ou uma busca. Nessa sintonia, sua aspiração se intensifica, atrai energias que curam e transmutam a matéria.

Ao viver esse processo, seus corpos poderão apresentar conflitos e, muitas vezes, males aparentes. Isso faz parte da sua purificação, pois à medida que a luz das células se expande, remanejamentos vibratórios realizam-se e elementos impuros são eliminados.

Hoje a Hierarquia contata o homem por intermédio de sua mônada (espírito), e não mais da alma ou personalidade. Quando o homem polariza-se no plano monádico é que ele contribui mais amplamente ao plano evolutivo. Ao conscientizar-se desse fato, sua entrega é facilitada, pois compreende que o mundo real transcorre no mundo das energias, no limiar da existência imaterial.

Então, por meio do desapego e do serviço prestado no mundo das formas, o indivíduo consuma sua entrega ao eu supremo e sabe a que meta se dirigir. Acolhe as provas com gratidão, firmeza e fé. Compreende que, dentro de si, além das forças humanas, está a síntese das linhagens hierárquicas, representada por denominações simbólicas e expressivas: o Guerreiro interno, o Sacerdote, o Sábio, o Guardião do Espelho Interior, o Governante da sua existência, o Curador de todos os males, e Aquele que contempla a face do Inominável.

Quem busca sabe que acima da dor e do conflito está a Verdade.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

POEMAS DE UMA ALMA AO SAGRADO E BENDITO CORAÇÃO DE JESUS 

Quarto Poema

 
Antes de tudo, amado Jesus,
libera-me das correntes e das amarras dos desejos, 
para que minha condição humana seja completamente purificada.

Que por meio de Teu Corpo e de Teu Sangue
eu alcance a sublimação das células e de toda a matéria.

Que eu me torne tão cristalino em Tuas Mãos
para que Tu, Senhor meu,
possas usar a minha consciência
como um sagrado espelho,
e todos os atributos de Teu Coração
sejam derramados nas almas desta humanidade.

Que o Amor de Teu Coração se dê a conhecer ao mundo
por meio do sacrifício da minha vida e de toda a minha consciência.

Para isso, Senhor, fielmente, faz-me partícipe
de Teus Sagrados Sacramentos
para que, em cada um deles,
eu encontre o motivo para tornar a minha vida
cada dia mais sagrada e elevada.

Retira de minha consciência, querido Jesus,
os aspectos inferiores que me dominam e regem a minha vida,
porque só espero e aguardo que Tua divina Luz
se faça presente nos espaços e cantos mais profundos do meu ser,
para que me reveles a verdadeira realidade da consciência
e, em constante oferta, eu possa transformar tudo.

Faz-me semelhante aos apóstolos
em consagração e entrega.

Deixa, Senhor, que eu Te demonstre,
até nos pequenos detalhes,
como eu Te amo e quanto eu Te amo
através de meus irmãos.

Que tudo isso não seja meio nem forma
de vangloriar a minha consciência
e, menos ainda, de fazê-la aparecer ante os demais.

Esvazia-me de mim completamente, Divino Jesus;
que em tudo eu possa servir-Te.

Mas concede-me a Graça de um serviço anônimo e silencioso,
para que os demais corações possam encontrar-Te antes de mim,
e que eu seja apenas o modelo,
segundo os Teus Princípios e Desígnios.

Abençoado Jesus,
converte tudo aquilo que eu não consigo transformar
e guia-me até que eu possa caminhar ao Teu lado,
em total confiança e entrega.

Amém!

https://www.mensajerosdivinos.org   

COMO ENTENDER O CHAMADO - III

"Se não perdoardes aos homens suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará... ’ (quando tiveres amor e compreensão suficientes para perdoar as ofensas dos outros, talvez seja sinal de que estás próximo da percepção do Pai; aí, verás que nada há a ser perdoado a ninguém; não escolhemos os erros nem os acertos; toda escolha vem de Deus; talvez, ignorantes por não termos chegado ainda lá, julguemos que não somos perdoados, pelo Pai, pelos erros que praticamos e que, por isso, ainda somos castigados, pois, para nós, ainda haverá sofrimento, sinal de que estamos distantes daquela percepção, distantes da compreensão).

‘Não ajunteis para vós tesouros na terra...’ (trarão mais apego e tornarão mais difícil a busca, pois isso traz preocupação, desatenção, medo que são obstáculos à meditação). ‘Ajuntai tesouros nos céus... ’ (isto é, buscai a Deus cuja percepção é o maior tesouro que se pode encontrar, inimaginável e incomparável, tanto que quem o deseja até ‘abandona pai e mãe’, ou ‘vende tudo o que tem para comprar aquele campo’).
 
‘O olho é a luz do corpo; se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado; se teu olho estiver em mau estado, todo teu corpo estará em trevas; se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser tuas trevas...’ (o olho, o canal mais importante e perfeito de comunicação com o exterior, que nos proporciona a percepção do mundo e sua interpretação pela mente; se esse canal é são, isto é, se já proporciona a interpretação correta, será porque tivemos a percepção do divino; então conhecerás que tu mesmo és muito mais do que aparentas ser porque já superastes os condicionamentos; para isso, autoconhecimento, que só pode vir com a meditação...; se teu olho é são, isto é, se já vês sem obstáculos (se já interpretas corretamente) é que tens aquela percepção, estás iluminado; se teu olho está em mau estado, isto é, se ainda interpretas erradamente, é sinal de que estás ainda condicionado pelas crenças, religiões, cultura, ilusões, suposições, isto é, estás ainda distante da percepção de Deus e, para ti, ainda haverá trevas, sofrimentos e conflitos).
 
‘Ninguém pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e às riquezas... ’ (dinheiro, poder, glória, fama, tudo que o dinheiro, o poder ou outra qualquer coisa pode comprar, o que faz aumentar o orgulho ou a vaidade de ter mais, que, como vimos, são obstáculos à meditação).
 
‘Não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, como vos vestireis...’ (nada escolhemos e o Pai é o supridor, o suprimento e o suprido; a preocupação não nos deixa viver no presente eterno; faz-nos viver com as lembranças das coisas que não fizemos ou que fizemos no passado e, com a imaginação naquilo que temos a fazer no futuro, no vir a ser; assim, sempre lembrando ou esperando, nunca estamos no Agora (que é o único tempo que existe), fato que mostra que não estamos atentos ao presente; a atenção impede a dissipação de energia necessária para o despertar, energia que se perde com as operações mentais).
 
‘Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e tudo o mais vos virá por acréscimo... ’ (este é o mais importante trabalho que o ser humano tem de fazer, senão porque deveria, esse estado de bemaventurança, o reino, ser buscado em ‘primeiro lugar’, ser a primeira coisa a ser procurada? Com o percebimento do divino, estaremos completos; à luz dessa percepção cessam todos os conflitos, ignorância, dores e necessidades; e, conforme Jesus, é o que deve ser feito em primeiro lugar, antes de qualquer outra coisa, pois essa condição, o reino, é maior que qualquer outra posse ou bem. Encontrado o reino compreenderemos a afirmação de Jesus quando disse: ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’, porque isso é a nossa libertação de toda a ignorância e de todo o sofrimento).
 
‘Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã... a cada dia basta seu cuidado... ’ (as experiências do dia-a-dia trazem amadurecimento; por isso, sempre atenção ao presente, particularmente às nossas reações internas, psicológicas, decorrentes da percepção dos eventos externos, do mundo. Não nos preocupemos com os dias futuros, nem com os dias passados, pois isso nos afasta da única coisa real, o Agora... Atenção, apenas, ao presente sem fim, que é a própria eternidade; e, além disso, não nos esqueçamos de que não escolhemos, não decidimos nada em nossa vida, embora nos pareça que escolhemos e que decidimos).
 
‘Não julgueis..., não olheis o argueiro no olho de vosso irmão...’ (nem sabemos o tamanho da trave que está em nossos olhos; nada escolhemos; o argueiro no olho do irmão (o erro, o defeito, o vicio) não foi culpa dele, portanto; quando não nos preocupamos com julgamentos etc, não estamos dissipando energia que é necessária para o ‘satori’...).
 
‘Não lanceis aos cães as coisas santas...’ (para muitos, o momento de se interessar pela auto-realização ainda não chegou; como no budismo Zen: ‘se você tem alimentos (conhecimentos) sobrando, deixe a porta aberta e os alimentos à vista; aquele que desejar, entre e se sirva’; não force ninguém. No entanto, Jesus ensinou que se deve colocar a luz, não sob o alqueire, mas sobre o velador, para que ilumine a todos. Mas, disse também: ‘Não atireis pérolas aos porcos que eles as destruirão com as patadas’, isto é, nunca tente impor sua verdade).
 
‘Pedi, buscai, batei...’ (isto é, seja perseverante na tentativa de ir além; tente e tente a meditação).
 
‘Quem dentre vós dará uma pedra ou uma serpente se vosso filho vos pedir pão ou peixe? Se vós, que sois maus (que ainda não percebestes), sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem...’ (novamente, pedi, buscai, batei, isto é, perseverai... pois as coisas que o Pai tem para nos dar são inimagináveis; como Paulo falou: ‘vi e ouvi coisas inefáveis’).
 
‘Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os Profetas... ’ (isto é, isto resume os ensinamentos do velho testamento para uma vida melhor no espaço-tempo; agora, Jesus trouxe novas lições, não só para uma vida melhor, mas para a calma da mente e a preparação para a percepção da verdade; remorsos ou culpas são obstáculos à meditação, pois perturbam a atenção...).
 
‘Entrai pela porta estreita, pelo caminho apertado... ’ (a porta larga e fácil é a já conhecida, a vida comum; a estreita é a da busca, a desconhecida, incompreendida por muitos, e pode levar a Deus; é estreita só na aparência... e, aparências não são a verdade. Segundo os sábios, ‘o mundo aceita e segue o caminho tradicional’, a porta larga e fácil, imitando e repetindo os mesmos erros, sempre e sempre e, por isso, sofre... )
 
‘Pelos frutos os conhecereis...; uma árvore boa não pode dar maus frutos... ’ (pelos frutos conhecereis os que estão próximos ou que já chegaram ‘lá’; a estes, o estarem ‘lá’ lhes despertou discernimento e compaixão; só agirão corretamente, só darão bons frutos, pois tiveram o percebimento).
 
‘Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo... ’ (‘não dão bons frutos’ porque ainda errarão, pois não conheceram a verdade; os que ainda não chegaram ‘muitos pesares ainda terão’, como diz o poema Zen; mas não como castigo, e sim porque permanecem na escuridão, sem compreender e, assim, continuarão no ‘fogo’ do sofrimento).
 
‘Nem todo aquele que diz: ‘Senhor! Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai...’ (essa vontade é a vontade daquele que ensinou: ‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus... ’ Este versículo é importantíssimo, pois mostra claramente o que deve ser procurado em primeiro lugar na vida de qualquer um; não as riquezas, o amor, o poder, a paz, ou a felicidade, mas o reino dos céus que, quando encontrado, supre todas as necessidades; nada mais precisa ser buscado; ‘... tudo o mais virá como acréscimo’. Analise e perceba!).
 
‘Aquele que ouve minhas palavras e não as cumpre é semelhante a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, e ela caiu, e grande foi sua ruína.’ (se não chegaram lá, ‘muitos pesares ainda terão’. As palavras mais importantes de Jesus devem ter sido estas: 
 
‘Buscai em primeiro lugar o reino... ’, coisa que os insensatos, isto é, os ignorantes das coisas de Deus, não fazem; por isso, é como se houvessem construído sua casa sobre a areia; por mais que queiram e alcancem aquilo que, no espaço-tempo, ambicionam, nunca estarão completamente felizes porque logo estarão desejando novas coisas que os satisfaçam, novas satisfações).
 
‘A tua fé te curou...’ (não a fé na palavra do pastor, do sacerdote, mas a fé-convencimento vinda de um ‘insight’ que, instantâneo, pode acontecer não ser percebido pela nossa mente (inconsciente, portanto), ou vinda da percepção de Deus; para aquele que ‘percebeu’ não há obstáculos; ‘tudo o mais virá por acréscimo...’, como ensinou Jesus).
 
‘Que te importa a ti? Segue-me tu.’ (não se importe com o que o mundo faz, diz, ou pensa; ‘não ponha outra cabeça acima da sua’, como ensinam os sábios; seja você mesmo, independente e sem apegos; procure sua própria experiência, sem deixar que a opinião dos outros o perturbe e o faça afastar-se do caminho).
 
‘Porque receais, gente de pouca fé?’ (se não cremos, estaremos cheios de medos; tentemos, ao menos, experimentar. Alguém só pode afirmar que algo é falso, ou absurdo, depois de experimentá-lo ele mesmo).
 
‘São os doentes que precisam de médico...’ (os sãos, os que chegaram ‘lá’, não mais precisam, nem de religiões, escrituras ou crenças, nem de mais nada, pois ‘o demais lhes virá por acréscimo’).
 
‘Não vim chamar os justos, mas os pecadores.’ 
 
Postado por Conforti
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domingo, 26 de dezembro de 2021

 COMPREENDENDO O DESTINO


A alma, depois de residir temporariamente no Espaço, renasce na condição humana, trazendo consigo a herança, boa ou má, do seu passado; renasce criancinha, reaparece na cena terrestre para representar um novo ato do drama da sua vida; pagar as dívidas que contraiu, conquistar novas capacidades que lhe hão de facilitar a ascensão, acelerar a marcha para frente.

A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da imortalidade. A evolução do ser indica um plano e um fim. Esse fim, que é a perfeição, não pode realizar-se em uma existência só, por mais longa que seja. Devemos ver na pluralidade das vidas da alma a condição necessária de sua educação e de seus progressos. É à custa dos próprios esforços, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau, na Terra primeiramente, e, depois, através das inumeráveis estâncias do céu estrelado.
 
A reencarnação, afirmada pelas vozes de além-túmulo, é a única forma racional por que se pode admitir a reparação das faltas cometidas e a evolução gradual dos seres. Sem ela, não se vê sanção moral satisfatória e completa; não há possibilidade de conceber a existência de um Ser que governe o Universo com justiça.

Se admitirmos que o homem vive atualmente pela primeira e última vez neste mundo, que uma única existência terrestre é o quinhão de cada um de nós, a incoerência e a parcialidade, forçoso seria reconhecê-lo, presidem à repartição dos bens e dos males das aptidões e das faculdades, das qualidades nativas e dos vícios originais.

Por que para uns a fortuna, a felicidade constante e para outros a miséria, a desgraça inevitável? Para estes a força, a saúde, a beleza; para aqueles a fraqueza, a doença, a fealdade? Por que a inteligência, o gênio, aqui; e, acolá, a imbecilidade? Como se encontram tantas qualidades morais admiráveis, a par de tantos vícios e defeitos? Por que há raças tão diversas? Umas inferiores a tal ponto que parecem confinar com a animalidade e outras favorecidas com todos os dons que lhes asseguram a supremacia? E as enfermidades inatas, a cegueira, a idiotia, as deformidades, todos os infortúnios que enchem os hospitais, os albergues noturnos, as casas de correção? A hereditariedade não explica tudo; na maior parte dos casos, estas aflições não podem ser consideradas como o resultado de causas atuais. Sucede o mesmo com os favores da sorte. Muitíssimas vezes, os justos parecem esmagados pelo peso da prova, ao passo que os egoístas e os maus prosperam!

Por que também as crianças mortas antes de nascer e as que são condenadas a sofrer desde o berço? Certas existências acabam em poucos anos, em poucos dias; outras duram quase um século! Donde vêm também os jovens-prodígio - músicos, pintores, poetas, todos aqueles que, desde a meninice, mostram disposições extraordinárias para as artes ou para as ciências, ao passo que tantos outros ficam na mediocridade toda a vida, apesar de um labor insano? E igualmente, donde vêm os instintos precoces, os sentimentos inatos de dignidade ou baixeza contrastando às vezes tão estranhamente com o meio em que se manifestam?
 
Se a vida individual começa somente com o nascimento terrestre, se, antes dele, nada existe para cada um de nós, debalde se procurarão explicar estas diversidades pungentes, estas tremendas anomalias e ainda menos poderemos conciliá-las com a existência de um poder sábio, previdente, equitativo. Todas as religiões, todos os sistemas filosóficos contemporâneos vieram esbarrar com este problema; nenhum o pôde resolver. Considerado sob seu ponto de vista, que é a unidade de existência para cada ser humano, o destino continua incompreensível, ensombra-se o plano do Universo, a evolução para, torna-se inexplicável o sofrimento. O homem, levado a crer na ação de forças cegas e fatais, na ausência de toda justiça distributiva, resvala insensivelmente para o ateísmo e o pessimismo. Ao contrário, tudo se explica, se torna claro com a doutrina das vidas sucessivas. A lei de justiça revela-se nas menores particularidades da existência. As desigualdades que nos chocam resultam das diferentes situações ocupadas pelas almas nos seus graus infinitos de evolução. O destino do ser não é mais do que o desenvolvimento, através das idades, da longa série de causas e efeitos gerados por seus atos. Nada se perde; os efeitos do bem e do mal se acumulam e germinam em nós até ao momento favorável de desabrocharem. Às vezes, expandem-se com rapidez; outras, depois de longo lapso de tempo, transmitem-se, repercutem, de uma para outra existência, segundo a sua maturação é ativada ou retardada pelas influências ambientes; mas, nenhum desses efeitos pode desaparecer por si mesmo; só a reparação tem esse poder.

Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a semente do passado. Essa semente há de espalhar seus frutos, conforme a sua natureza, ou para nossa felicidade ou para nossa desgraça, na nova vida que começa e até sobre as seguintes, se uma só existência não bastar para desfazer as consequências más de nossas vidas passadas. Ao mesmo tempo, os nossos atos cotidianos, fontes de novos efeitos, vêm juntar-se às causas antigas, atenuando-as ou agravando-as, e formam com elas um encadeamento de bens ou de males que, no seu conjunto, urdirão a teia do nosso destino.

Assim, a sanção moral, tão insuficiente, às vezes tão sem valor, quando é estudada sob o ponto de vista de uma vida única, reconhece-se absoluta e perfeita na sucessão de nossas existências. Há uma íntima correlação entre os nossos atos e o nosso destino. Sofremos em nós mesmos, em nosso ser interior e nos acontecimentos da nossa vida, a repercussão do nosso proceder. A nossa atividade, sob todas as suas formas, cria elementos bons ou maus, efeitos próximos ou remotos, que recaem sobre nós em chuvas, em tempestades ou em alegres claridades. O homem constrói o seu próprio futuro. Até agora, na sua incerteza, na sua ignorância, ele o construiu às apalpadelas e sofreu a sua sorte sem poder explicá-la. Não tardará o momento em que, mais bem instruído, penetrado pela majestade das leis superiores, compreenderá a beleza da vida, que reside no esforço corajoso, e dará à sua obra um impulso mais nobre e elevado.

Leon Denis, do Livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor"
http://www.caminhosluz.com.br
 
NOTA DO POSTADOR: o título original da postagem é "O Problema do Destino"
COMO ENTENDER O CHAMADO - II

O PAI NOSSO

‘Quando orardes, entrai no vosso quarto (dentro de vós mesmos) e, fechada a porta (da visão, da audição etc, isto é, cessada a ação dos sentidos e da mente) orai a vosso Pai que vos ouve em oculto (no mais íntimo de vosso ser; orai em silêncio, a ‘oração de recolhimento’, ensinada por Teresa de Ávila e pelos místicos, oração sem palavras ou pensamentos, oração em que todos os sentidos, memória e esperanças são ‘recolhidos’; oração sem qualquer movimento ou operação da mente; essa oração, se bem feita, pode resultar na ‘oração de quietude’, na qual há completo silêncio mental, o ego cessa (‘ou eu, ou Deus’) e, com ele cessam todos os condicionamentos e ilusões, e a ‘coisa’ pode acontecer... (MT 6:5). Como disse o profeta do Antigo Testamento "Aquieta-te e sabe: eu sou Deus". Aquiete totalmente sua mente; quando o silencia é total, é sinal de que o 'ego' se afastou, não está mais presente, interferindo com seus 'ruídos', e abriu 'espaço' para o percebimento de que "eu sou Deus".

A oração ‘Pai Nosso’, contida nos Evangelhos, é bem possível que fosse assim, pois Jesus já conhecia a verdade de que era ‘um com o Pai’; sabia que todos somos um só; que a vontade de Deus sempre é feita.

‘O Pai nosso está no céu e em todo o universo; seja o seu nome, Eu Sou, que é o mesmo ‘eu sou’ de todos nós, considerado sagrado por todos (considerado de suma importância, pois representa a própria divindade, a Consciência Universal, o objetivo de todos nós). Venha a nós a percepção de que somos de seu 'reino', de sua mesma natureza ('fomos criados à sua imagem e semelhança'). Que saibamos que a vontade de Deus é feita, inapelavelmente, tanto em nós (pois a escolha, as decisões não são nossas), na terra, como nos céus, e em todo o universo (portanto temos de aceitá-la, pois não há o que fazer contra ela; não há como fugirmos dela). E que tenhamos, cada dia, a energia (o pão) para o impulso necessário para nos levar a essa percepção. Perdoemos sempre os nossos devedores, isto é, aqueles que nos fizeram qualquer mal (pois as ações que fazemos, como as que eles fazem, não são nossas ações; nada escolhemos, pois “É o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer”). Que não caiamos na tentação de praticar atos errados, dos quais mais tarde mais tarde nos arrependamos (e, por isso, soframos remorsos); e saibamos, pois, livrar-nos da prática de todo o mal e, por experiência própria, que o reino divino de poder e glória já é nosso desde todo o sempre. Assim seja’

A oração não conteria pedidos a Deus, mas exortações, lições aos homens; não há nada a pedir a Deus porque tudo já é perfeito; apenas não percebemos isso devido ao fato de, ainda, não conhecermos a verdade. Afirmam os sábios e, hoje, a filosofia da física quântica, que nada fazemos por nós mesmos, não escolhemos, nada decidimos; logo, não há o que perdoar ou pedir para nós ou para outrem; já estamos ‘lá’, só nos falta a percepção desse fato, percepção que é a coisa mais importante a ser tentada pelo homem, como disse Jesus ('Buscai em primeiro lugar...'), como asseguram os iluminados e os grandes psicólogos da moderna psicologia transpessoal e outros, como o renomado psicoterapeuta Carl G. Jung. Com também disse Jesus, essa percepção é mais importante do que tudo o mais, do que qualquer outra conquista ou posse. "Aquele que não abandonar pai e mãe...", a parabola do homem que encontrou o tesouro, e se desfez de tudo que possuia, para comprar 'aquele campo', a história do jovem que desejava primeiro enterrar seu pai etc.

‘Não jureis de modo algum... Dizei somente ‘Sim’, se é sim; ‘Não’, se é não. Tudo o que vai além disso vem do maligno...’.
Sê sempre sincero, leal, franco, amigo, honesto de modo que todos creiam em ti, sem necessidade de juramentos; agindo assim, as condições mentais (tranqüilidade) para a meditação melhoram. Se não agimos assim é porque estamos ainda mergulhados na ignorância; na escuridão que representa o maligno...

‘Não resistas ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe, também, a esquerda. Se alguém te tirar a túnica, dá-lhe, também, a capa. Se alguém obrigar-te a andar uma milha com ele... ’.
Sê pacífico, sereno, paciente, mesmo que te julguem tolo, fraco, covarde...; lembra-te que ‘a sabedoria de Deus é loucura para os homens’, como disse Paulo; e a serenidade é um dos requisitos para a preparação da mente que tenta a meditação; e, ainda, segundo as escrituras e, hoje, também a física quântica, nós não escolhemos, não decidimos nada, pois ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer’.

‘Dai a quem vos pede e não fujais daquele que vos quer pedir emprestado...’.

Quando auxilias alguém, estás auxiliando a todos em geral, e, logo, a ti mesmo; não esquecer que todos nós somos apenas um.

‘Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e maltratam...’.
Esse é o ponto de vista do iluminado; ele compreendeu que a harmonia entre todos é importante para a qualidade de vida e, logo, para a tentativa de meditação; e mais: a escolha, a decisão para fazer alguma coisa não é nossa, pois ‘é o Senhor que opera em nós o pensar e o fazer’.

Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?’
Que fazeis de mais? E, por cima, estais ainda na ignorância, errando, pois todos somos um e ninguém escolheu ter esse ou aquele comportamento. Ainda mais, o amor verdadeiro só se adquire quando se tem o percebimento de que ‘eu e o Pai somos um’, que a perseverança na meditação pode trazer. Antes desse percebimento não existe amor; somente apego, admiração, afeto, dependência.

‘Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito... ’.
Busque a Deus, a verdade, cujo encontro traz tudo aquilo que denominamos perfeição; isso se pode conseguir pela meditação; e Jesus disse: ‘buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus, que tudo o mais virá por acréscimo’, isto é, com o auto-conhecimento, que é o percebimento de quem realmente somos, não teremos necessidade de mais nada; estaremos plenificados e livres: ‘conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’.

‘Que tua mão esquerda não saiba o que faz a direita... ’.
Dá teu auxílio, amor, vibração, atenção, em segredo; ninguém precisa saber; se permites que outros saibam, é provável que te enchas de orgulho e vaidade, coisas que constituem distrações e perturbam a meditação. Conforme o cristianismo primitivo, o cristianismo ensinado por Jesus, a distração ou desatenção era o mais grave pecado, pois era o mais sério obstáculo à meditação, e a maior virtude era a atenção.

‘Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue de modo algum andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida'.
O caminho, para se seguir Jesus, é para dentro de nós, em direção ao ‘eu’; como disseram Jesus, Paulo, Sto Agostinho, Teresa de Ávila e tantos outros sábios, ‘o reino de Deus está dentro de nós’; para aquele que chegou onde está Deus não haverá mais trevas; somente luz e bem-aventurança; pela iluminação o mundo não mudará, mas nossa visão do mundo será totalmente mudada para melhor, para a realidade, e teremos, não mais a escuridão da ignorância, mas a ‘luz da vida’.

‘Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja..., mas aquele que os guardar e ensinar...’.
Este é feliz, pois, se souber ensinar, é porque já chegou ‘lá’, como Jesus, Buda e outros; aquele que violar os mandamentos sofrerá, não pela violação, mas porque ainda não chegou lá (sofrimento natural para todos que não chegaram, pois a compreensão, fruto do percebimento do sagrado, ainda não lhes despontou).

‘Todo aquele que se irar contra seu irmão...’.
Ainda não compreendeu; ira-se contra si mesmo, pois, conforme as tradições místicas e, hoje, a própria ciência mais avançada, ‘todos somos a mesma consciência’; por isso Jesus afirmou: ‘o que fizerdes a um destes pequeninos, a mim mesmo o fizestes’.

‘Reconcilia-te, primeiro, com teu irmão;... só então vem diante do altar fazer tua oferta... ’.

Nada de ressentimentos; a escolha não é nossa, como ensinam os místicos e as escrituras e, hoje, a física quântica: ‘é o senhor que opera em nós o pensar e o fazer’; em consequência, nem o acerto, nem o erro são nossos; logo, nem o irmão, nem nós somos culpados; e, se há ressentimentos, não há a tranquilidade necessária para a tentativa de meditação.

Postado por Conforti
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