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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

COMPAIXÃO É O AMOR 
QUE ATINGIU A MAIORIDADE


 A compaixão tem de ser compreendida, 
porque ela é o amor que atingiu a maioridade.

O amor comum é muito infantil, é um joguinho divertido para adolescentes. Quanto mais rápido você superar esse amor, melhor, pois o seu amor é uma força biológica cega. Ele não tem nada a ver com crescimento espiritual.

É por isso que os casos de amor se tornam uma coisa estranha, ficam extremamente amargos. Era tudo tão sedutor, tão excitante, tão desafiador, que por esse romance você poderia até morrer… agora você pode até morrer, mas não por ele — você pode morrer para se livrar dele!

O amor é uma força cega. Os únicos amantes bem-sucedidos são aqueles que nunca conseguiram ficar com a pessoa amada. Todas aquelas grandes histórias de amor… Laila e Majnu, Shiri e Farhad, Soni e Mahival, três histórias orientais de grande amor, comparáveis a Romeu e Julieta.

Mas nenhum desses grandes amantes conseguiu acabar juntos. A sociedade, os pais, tudo era um obstáculo. E eu acho que talvez isso tenha sido bom. Depois que os amantes se casam, não resta mais nenhuma história de amor.

Majnu teve sorte de nunca ter ficado com Laila. O que acontece quando duas forças cegas se encontram? Como as duas são cegas e inconscientes, o resultado não pode ser lá muito harmonioso. Ele só pode ser um campo de batalha de dominação, de humilhação, de todo tipo de conflito.

Mas, quando a paixão passa a ficar alerta e consciente, toda a energia do amor atinge um aprimoramento; torna-se compaixão.

O amor é sempre dirigido a uma pessoa, e o seu desejo mais profundo é possuir essa pessoa. O mesmo vale para a outra pessoa — e isso torna a vida um inferno para ambas.

A compaixão não é dirigida a ninguém. Não é um relacionamento, é simplesmente o seu próprio ser. Você fica feliz em ter compaixão pelas árvores, pelos pássaros, pelos animais, pelos seres humanos, por todo o mundo — incondicionalmente, sem pedir nada em troca.

Compaixão é libertação da biologia cega.
 
Osho

https://bibliotecaoshobrasil.wordpress.com
 
GUARDA TUA ESPADA !


 
Eu sei que apenas na medida em que nossa Consciência aceita a verdade de que você não precisa lutar, a batalha não é sua, a Consciência Espiritual se desdobra.
 
Agora, só porque eu usei a citação “guarda tua espada”, não interprete isso como significando que eu acredito em objeções conscientes.
 
Eu não acredito. Todos somos cidadãos de nossa comunidade, de nossa nação e, como tal, não vivemos inteiramente para nós mesmos.
 
Assim como nos beneficiamos com as leis de nossa comunidade, assim como nos beneficiamos com nossa cidadania, também quando somos chamados a servir, é nosso dever servir.
 
Embora saibamos que as guerras nunca podem estar certas, que são travadas apenas por causa da estupidez, ganância e luxúria, não importa quem lute, e que as guerras não trarão paz ou prosperidade, e nunca o fizeram - elas apenas trouxeram intervalos entre guerras.
 
No entanto, se nossa nação entrar em guerra, lembre-se disso: que para todo homem que se opõe ou se recusa a ser cidadão e cumpre seu dever, ele está realmente dizendo ao próximo: “você vai e será morto por mim”.
 
O governo decide eleger um milhão de homens, ele atrai um milhão de homens e, se você não for um deles, alguém o será.
 
Portanto, realmente não temos o direito moral de dizer: “que o outro sujeito seja morto, e não eu”.
 
Por outro lado, como estudantes espirituais, sabemos que a Vida é eterna. Sabemos que o túmulo não é o fim de nossa vida.
 
Portanto, estamos em uma posição muito melhor para perder nossa vida humana do que aqueles que sofrem com isso, temem a experiência e pensam que é o fim de todas as coisas. Fazemos muito menos sacrifício do que eles, pois certamente não podemos ter medo de perder esse senso humano de existência, na mesma medida que aqueles que não têm visão espiritual. Portanto, é melhor nos colocarmos em perigo do que aqueles que temem a experiência.
 
Além disso, ainda há outro motivo. Com nosso entendimento da Lei Espiritual, não se segue necessariamente que seremos mortos ou feridos, mesmo se formos à guerra. Isso foi demonstrado na Primeira Guerra Mundial e na Segunda Guerra Mundial.
 
Para aqueles que haviam sido treinados metafisicamente e espiritualmente, os resultados de irem à guerra foram muito diferentes das estatísticas.
 
Muitas vezes, as coisas são um ato de serviço e de bem. Estou pensando agora em um homem que era capelão da Ciência Cristã, que estava na linha de frente durante a Segunda Guerra Mundial. Havia um ninho de metralhadora que não podia ser localizado e destruído, e impedia o avanço do batalhão.
 
Os voluntários foram chamados para sair e chamar fogo do local da arma, para que ela pudesse ser localizada e exterminada.
 
O grupo de voluntários se reuniu rapidamente, mas é claro que não havia possibilidade de eles voltarem. Sua missão era sair e levar um tiro para que o local pudesse ser localizado.
 
Esse capelão apareceu bem a tempo de ir com eles, mas o capitão disse que ele não podia ir.
 
A resposta dele foi: “vou desobedecer ao seu pedido. Você pode me matar agora ou quando eu voltar”. E ele foi com esses voluntários.
 
E você sabe, nem um único homem se perdeu, nem um único homem foi ferido, e o objetivo foi cumprido. Mais tarde, esse capelão foi condecorado pelo governo por bravura, além da chamada de seu serviço.
 
Também me lembro de outro capelão da Ciência Cristã na Primeira Guerra Mundial, que navegou em navios que lançavam minas durante a epidemia de gripe que causou tanto dano à vida. Ele trouxe treze navios de volta sem que um único homem estivesse gripado.
 
Portanto, acima de todos os outros, não apenas temos menos a perder, ou provavelmente nada, mas temos tremendas oportunidades para trazer essa Consciência à expressão ativa.
 
Então, eu não estava me referindo a ser um objetor consciente, quando disse para não pegar a espada.
 
Mas quero dizer que não devemos lutar física ou mentalmente, mas desenvolver essa Consciência de Cristo que não precisa pegar a espada ou resistir ao mal, mas que pode permanecer na Palavra que diz “tu, Pilatos, não tem poder sobre mim”, porque existe apenas Um Poder, e esse Poder é Deus.


joel Goldsmith
http://suprimentoinvisivel.blogspot.com
 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

USO DOS BENS TERRENOS

  
Que devo fazer para alcançar a vida eterna”?
– “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá-os aos pobres – e terás um tesouro nos céus
– depois vem e segue-me”. 
(Mt 19,16; Mc 10,17; Lc 18,18.)

TRECHOS DA PALESTRA: O JOVEM RICO 
 Huberto Rohden 

Agora vamos fazer um pouco de consideração sobre este problema crucial do nosso tempo. Hoje em dia estamos num país de capitalistas aqui. Pode alguém viver sem ter nada? Pode alguém viver uma vida decentemente humana sem ter nada, nem o necessário para viver? Bem, não é possível. Só tem duas alternativas: ou pedir esmola ou morrer de fome. Não tem alternativa. Pedir esmola é proibido por lei. Não podemos pedir esmola e não queremos morrer de fome.
 
Quer dizer, se não temos mais nada, ou temos de pedir esmola tristemente de casa em casa, incomodar todo o mundo, ou temos que morrer de fome de uma vez – seria, mas honroso de tudo morrer. Mas o Mestre não recomenda nenhuma das duas alternativas. Ele nunca pediu esmola a ninguém e nunca mandou seus discípulos pedirem esmola. Os monges budistas sim – pedem esmola para poderem viver, mas isto não é recomendação de Jesus. Ele nunca pediu e nunca morreu de fome. Ele acha uma terceira alternativa que não seja nem pedir esmola e nem morrer de fome.
 
Em outro trecho Rohden diz:
O reino dos céus não pode existir sem uso dos bens terrenos. Se o reino dos céus deve ser proclamado na terra, é claro que o reino dos céus não pode ser de mendigos. Morrer de fome? E pedir o que, se não há ninguém que possua bens materiais. O reino dos céus supõe que o homem possua os bens terrenos aqui. Se a humanidade vier aqui algum dia no reino os céus, vai usar os bens terrenos, mas não vai abusar. Também não vai mais recusar. Mas para chegar até usar há uma linha quebrada. O mestre diz: estreito é o caminho e apertada é a porta que conduz ao reino dos céus. O reino os céus ele chama isto (ver gráfico). Vai através do caminho estreito e porta apertada. Mas o reino dos céus não é caminho estreito e porta apertada. Isto não seria o reino dos céus, isto seria um sofrimento contínuo. Ele diz que o caminho que conduz para o reino dos céus, este é caminho estreito e porta apertada. Mas depois de alguém ter passado pelo caminho estreito e pela porta apertada e depois de ter já entrado no reino os céus, então aqui há somente jugo suave e peso leve. Se o jugo é suave, não é doloroso. Se o peso é leve não é pesado. 

No final da palestra Rohden conclui:
A humanidade ainda não saiu do falso possuir e do falso gozar, porque nós só enxergamos o nosso querido ego que fecha o caminho. O ego não quer saber deste caminho aqui, ele queria saber deste caminho reto, mas enquanto nós não descobrirmos o nosso Eu superior aqui, nós não faremos nunca este caminho através da renúncia. Isto só é possível através do autoconhecimento. Quando o homem chega a saber: “eu não sou o meu corpo” (O corpo, a mente e as emoções fazem o falso possuir e o falso gozar). Se ele consegue libertar-se da escravidão do seu corpo, da sua mente e das suas emoções ele se liberta do falso possuir e do falso gozar. Está disposto a passar pelo sacrifício da libertação. Isso seria o caminho para a humanidade, mas o 1º passo é autoconhecimento.
 
A humanidade ainda não soletrou o ABC do autoconhecimento. Ninguém trata disto. Nem o governo nem a igreja, cada um tem de tratar disto individualmente. Ele tem de convencer-se que ele é o seu espírito, que ele é a sua alma, que ele não é o seu corpo, que ele não é a sua mente, que ele não é as suas emoções. Se a humanidade se convencesse disto ela passaria da escravidão do falso possuir para a liberdade do reto possuir. O caminho é que é doloroso. Não é o reto possuir que é doloroso, é o caminho para lá que é doloroso, que não é o caminho reto.
 
Quer dizer que o Mestre está ensinando coisas dolorosas. Nós podemos ouvir isto e dizer que está certo, o Mestre falou a verdade. Em teoria, eu creio que estamos todos de acordo, mas na prática… Nem no cristianismo nem na Alvorada, não há 1%… Se em 2000 anos a cristandade não conseguiu fazer isto em grande escala… Eu não nego que um ou outro – um entre milhões tenha feito isto, mas nego que o cristianismo tenha feito isto e nego que a Alvorada esteja fazendo.

https://ihgomes.wordpress.com 
 
RELAXAMENTO PROFUNDO


Este é um exemplo de como se guiar a si mesmo e aos outros no relaxamento profundo. É muito importante permitir que o corpo relaxe. Quando o corpo está à vontade e relaxado, a mente também fica tranquila. Procure praticar com frequência este relaxamento. Embora ele possa durar meia hora, modifique-o livremente para que ele se encaixe na sua situação.

Pode torná-lo mais curto, para que dure apenas cinco ou dez minutos, e fazê-lo de manhã ao acordar, antes de ir para a cama à noite, ou durante um pequeno intervalo em meio de um dia agitado. Também pode torná-lo mais longo e ainda mais profundo. O importante é que você usufrua dele. Se quiser, grave o texto que se segue, para que ele o guie durante o relaxamento.

Deite-se confortavelmente de costas no chão ou na cama. Feche os olhos. Deixe os braços descansarem suavemente ao longo do corpo e as pernas relaxarem voltadas para fora.

Enquanto inspira e expira, tome consciência de todo o corpo. Sinta as áreas do corpo que estão a tocar o chão ou a cama: os calcanhares, a parte de trás das pernas, as nádegas, as costas, a parte de trás das mãos e dos braços, a parte de trás da cabeça. Cada vez que expirar, sinta-se a mergulhar mais profundamente no chão ou na cama, libertando a tensão, livrando-se das preocupações e não se prendendo a nada.

Ao inspirar o ar, sinta o abdômen a subir e, ao soltar o ar, sinta o abdômen a descer. Durante várias respirações, preste atenção apenas ao subir e descer do abdômen.

Agora, ao inspirar, tome consciência dos pés. Ao expirar, deixe que eles relaxem. Ao inalar o ar, envie amor para os pés e, ao soltar o ar, sorria para eles. Enquanto inalar e soltar o ar, sinta como é maravilhoso ter dois pés que lhe permitem que ande, corra, pratique desportos, dance, conduza e faça inúmeras outras atividades durante o dia. Envie a sua gratidão para os seus pés por estarem sempre presentes quando precisa deles.

Ao inspirar, tome consciência das pernas. Ao soltar o ar, permita que todas as células das pernas relaxem. Ao inalar o ar, sorria para as suas pernas e, ao expirar, envie-lhes amor. Aprecie a força e a saúde existentes nas suas pernas. Enquanto inala e solta o ar, mande-lhes carinho e ternura. Deixe que elas descansem, afundando-se suavemente na superfície da cama ou do chão. Liberte qualquer tensão que possa estar a sentir nas pernas.

Ao inspirar, tome consciência das suas mãos pousadas sobre a cama ou no chão. Ao soltar o ar, relaxe completamente os músculos das mãos, libertando qualquer tensão que possa existir nelas. Ao inalar o ar, sinta como é maravilhoso ter duas mãos. Ao soltar o ar, envie um sorriso de amor para as suas mãos. Ao inspirar e expirar, permaneça em contacto com todas as coisas que as suas mãos lhe permitem fazer: cozinhar, escrever, conduzir, dar a mão a outra pessoa, segurar um bebê, lavar o corpo, desenhar, tocar um instrumento musical, digitar, construir e reparar coisas, acariciar um animal, segurar uma chávena de chá. Tem todas essas coisas à sua disposição por causa das suas mãos. Deleite-se com o facto de ter duas mãos e deixe que todas as células que fazem parte delas descansem realmente.

Ao inspirar, tome consciência dos seus braços. Ao expirar, deixe que eles relaxem completamente. Ao inalar o ar, envie amor para os braços e, ao soltar o ar, sorria-lhes. Fique algum tempo a apreciar os seus braços e a força e a saúde que eles encerram. Envie-lhes a sua gratidão por permitirem que abrace os outros, ajude e sirva outras pessoas, faça trabalhos pesados como limpar a casa e cortar a grama e execute muitas outras coisas no decorrer do dia. Ao inspirar e soltar o ar, deixe que os seus braços descansem completamente na superfície da cama ou no chão. A cada expiração, sinta a tensão a deixar os seus braços. Ao abraçar os braços com a sua consciência plena, sinta alegria e descontração em cada parte deles.

Ao inspirar o ar, torne-se consciente dos seus ombros. Ao soltar o ar, faça com que qualquer tensão existente neles deslize para o chão. Ao inspirar, envie amor para os seus ombros e, ao expirar, sorria-lhes com gratidão. Ao inalar e soltar o ar, tome consciência de que pode ter deixado muita tensão e stress acumular-se nos ombros. A cada expiração, faça com que a tensão deixe os seus ombros, sentindo-os relaxar cada vez mais profundamente. Envie-lhes ternura e carinho, consciente de que não quer exigir demais deles, que quer viver duma maneira que os deixe relaxados e descontraídos.

Ao inspirar, tome consciência do seu coração. Ao soltar o ar, deixe o seu coração descansar. Ao inalar o ar, envie amor para o coração. Ao expirar, sorria para o seu coração. Enquanto inala e exala o ar, entre em contacto com a sensação maravilhosa que é ter um coração que bate no peito. O coração torna a sua vida possível e está sempre ao seu lado, em cada minuto, todos os dias. Ele nunca descansa. O seu coração bate desde que ainda era um feto de quatro semanas no útero da sua mãe. É um órgão maravilhoso que permite que faça tudo que faz durante o dia. Inspire, na certeza de que o seu coração o ama. Solte o ar e prometa viver duma maneira que irá ajudar o seu coração a funcionar bem. A cada expiração, sinta o seu coração ficar cada vez mais relaxado. Faça com que cada célula do seu coração sorria alegre e descontraída.

Ao inspirar, tome consciência do seu estômago e dos seus intestinos. Ao soltar o ar, deixe que eles relaxem. Ao inalar o ar, envie-lhes amor e gratidão. Ao expirar, sorria-lhes carinhosamente. Ao inalar e exalar o ar, pense em como estes órgãos são essenciais para a sua saúde. Dê-lhes a oportunidade de descansarem profundamente. Todos os dias eles digerem e assimilam a comida que come, proporcionando-lhe força e energia. Eles precisam que dedique algum do seu tempo a reconhecê-los e apreciá-los. Ao inalar o ar, sinta o estômago e os intestinos a relaxarem e a libertarem toda a tensão. Ao soltar o ar, usufrua o facto de ter um estômago e intestinos.

Ao inspirar, tome consciência dos seus olhos. Ao expirar, deixe que os olhos e os músculos em redor deles relaxem. Ao inalar o ar, sorria para os seus olhos e, ao soltar o ar, envie-lhes amor. Permita que os seus olhos descansem e rolem para trás. Enquanto inspira e expira, pense o quanto os seus olhos são preciosos. Eles permitem que olhe nos olhos de alguém que você ama, contemple um belo pôr-do-sol, leia e escreva, se mova com facilidade dum lado para outro, veja um pássaro voando no céu, assista a um filme – tantas coisas são possíveis por causa dos seus olhos. Leve algum tempo a apreciar a dádiva da visão e deixe os seus olhos descansarem profundamente. Pode erguer suavemente as sobrancelhas para ajudar a libertar a tensão que pode existir em redor dos olhos.

Continue a relaxar outras áreas do corpo usando o mesmo padrão que acaba de ser descrito.

Agora, caso haja algum lugar no seu corpo que esteja doente ou dolorido, tome consciência dele e envie amor para lá. Ao inspirar, permita que essa área repouse, e ao soltar o ar, sorria para ela com grande ternura e carinho. Tome consciência de que outras partes do seu corpo permanecem fortes e saudáveis e deixe que essas partes enviem força e energia para a área fraca ou doente. Sinta o apoio, a energia e o amor do resto do corpo penetrando na área enfraquecida, acalmando-a e curando-a. Inspire e declare a sua capacidade de curar, solte o ar e liberte-se da preocupação ou do medo que possa estar a reter no corpo. Ao inalar e exalar o ar, sorria com amor e confiança para a área do seu corpo que está enfraquecida.

Finalmente, ao inspirar, tome consciência do seu corpo deitado por inteiro. Ao soltar o ar, goze a sensação do seu corpo inteiro deitado, extremamente relaxado e calmo. Sorria para todo o seu corpo ao inalar o ar e envie amor e compaixão para todo o seu corpo ao expirar. Sinta todas as células do seu corpo a sorrirem-lhe alegres. Sinta gratidão pela totalidade das células do seu corpo.

Volte ao suave subir e descer do seu abdômen.


Sonia Gomes 
https://floraiszed.com
   

domingo, 29 de dezembro de 2019

ENERGIA SEXUAL E YOGA


Somente os que trazem em si, de vidas anteriores, um sistema nervoso com força necessária para suportar a alta tensão progressivamente crescente (gerada pela ininterrupta continência), sem se despedaçar sob o esforço, alcançam a meta em apenas uma vida. Só podemos avançar nas possibilidades que o corpo e o sistema nervoso permitem.
Só podemos abrir os centros superiores se lhes dermos oportunidade de emanar o poder criador, através da atividade criativa, algo para o qual temos inclinação.

Paciência é o estado da eternidade. Quando pensamos em tempo crucificamos nosso ser, perdemos a força e a coragem de espírito.
 
As pessoas anseiam por amor, não por gratificação puramente física. Com experiências assim seguem-se desapontamentos, um vácuo imenso, uma amarga ressaca ou solidão glacial e, no caso da mulher, uma sensação desesperada de exploração e aviltamento.

O excesso sexual leva à perda de potência, o caráter torna-se fraco e incapaz de resistência, é-se destruído pelas influências do mundo exterior e mais cedo ou mais tarde a pessoa decai em irresolução, trevas e medo.

A união sexual cria um vínculo profundo entre o homem e a mulher. Ambos absorvem a parte do ser invisível do outro, cuja radiação aí permanece muito tempo. Pessoas que persistem em relacionamento sexual com um parceiro que lhes é desajustado gradativamente mudam sua natureza, seu caráter, e adquirem certas qualidades do outro.

A mácula da parte invisível do ser humano não resulta apenas da cópula com seres inferiores, mas também quando se copula com um grande número de parceiros. Sua radiação torna-se impura, perdem o caráter humano individual, devido à grande mistura de irradiações.
 
Os atributos da energia sexual – se o homem não despende este potencial vivificante e gerador, mas o retém no próprio corpo – de uma parte, podem reabastecer seu corpo de vida, aumentar sua vitalidade interna, mantê-lo na flor da juventude, e de outra parte, aumentar sua vitalidade, despertar, estimular e ativar seus mais altos centros nervosos e cerebrais (chakras) e despertá-los de sua prévia condição latente.

Há duas espécies de pessoas na terra: os viventes que já são 'seres humanos', e os mortos, que são simplesmente 'homens' e 'mulheres'. Para os mortos, só há sexo e nada mais. Mesmo o outro grande instinto, o de conservação, para eles existe exclusivamente como servo da sensualidade e do sexo. Comem, bebem e viciam-se em gulodices, somente de modo a serem tão sadios quanto o possam, visando a espremer a última gota de sexualidade do corpo. Obtêm seu pão com manteiga; ganham dinheiro, triunfam numa carreira; comunicam-se com os demais, mas tudo que dizem, mencionam, escrevem e fazem tem apenas uma motivação: o impulso sexual. Para eles, a suprema ambição e orgulho é alcançar o auge da potência sexual e do sucesso amoroso. Uma vez que o uso abusivo enfraquece seus corpos, são deixados com nada além de sua infinita vacuidade, e enquanto o corpo enfraquece, veem-se imersos em escuridão e velhice cada vez mais profundas.

Trilhar o caminho do yoga não significa que devamos abraçar uma vida abstêmia. No início, devemos aprender a viver sadiamente. Isto inclui alimentos e bebidas saudáveis e certamente uma vida erótica sadia. Como se pode renunciar à vida sexual, se não se sabe ainda o que a vida sexual (sadia) significa?

Somente os que trazem em si, de encarnações anteriores, um sistema nervoso com força necessária para suportar o último e mais difícil ciclo da senda e a alta frequência da tensão progressivamente crescente, sem se despedaçar sob o esforço, alcançam esta meta suprema em apenas uma vida. Por maior que seja nosso propósito de progredir, só podemos avançar nas possibilidades que o corpo e o sistema nervoso permitem, quando amadurecidos ao máximos. Não se deve esperar atingir o nível de um homem-Deus a curto prazo.
 
Experimentamos a energia divina, no primeiro nível (primeiro chakra), como impulso e desejo sexual. No segundo nível experimentamos como fome e sede. No terceiro, como força de vontade. No quarto, no centro cardíaco, como sentimentos e emoções. No quinto, como conceito de tempo e espaço. No sexto, como intuição e amor universal. No sétimo, como autoconhecimento.

O parceiro sexual não é um objeto para ser usado e descartado, mas uma criatura viva, contendo uma alma humana. Isto é verídico mesmo para com as prostitutas. Certas pessoas tentam satisfazer seu desejo de felicidade e estabilidade mental, por meio do intercurso puramente físico. Mas as pessoas anseiam por amor, não por gratificação puramente física. É um equívoco perigoso buscar amor em sexualidade oca e tentar substituir o amor pela sexualidade. E a sexualidade imita o amor: compele à ternura e abraços, força os amantes à carícia recíproca, a amenizarem mutuamente seus sofrimentos através da sexualidade. O que se segue com experiências sexuais abusivas? Desapontamentos, uma amarga ressaca, acusações mútuas ou solidão glacial; e no caso da mulher, uma sensação desesperada de exploração e aviltamento. Ambos não deram amor verdadeiro, mas apenas esperaram recebê-lo.

A multidão de 'mal-amados', jovens ou adultos, só pode curar-se por meio do amor, e não por intercurso sexual humilhante ou na tentativa de libertá-los das inibições sexuais e persuadindo-os a levar vida sexual dissoluta, promíscua e indiscriminada.
 
Enquanto um indivíduo suspeita dos prazeres potenciais ainda não experimentados dentro da sexualidade, não pode nem deve renunciar à vida sexual. Viveria, então, na crença de ter omitido ou perdido algo; e este equívoco cada vez mais o atrairá para experiências sexuais. Somente quem se familiarizou integralmente com a sexualidade e provou-a totalmente, quer nesta existência quer em outra anterior, pode alcançar Deus.

Se a pessoa não tem habilidade para transformar a energia sexual, um sistema de vida de abstinência forçada pode redundar em nervosismo extremo, desarmonia, violência; em verdade, até mesmo em casamento rompido, porque a energia sexual ainda não está apta para encontrar o caminho para os centros nervosos mais elevados.

Uma pessoa que não possa experimentar Deus com sua mente consciente, porque estas frequências seriam muito fortes para seus nervos, deveria levar uma vida sexual sadia, baseada na unidade e amor espirituais. Pela união sexual, duas pessoas podem proporcionar-se mutuamente muito amor e felicidade, mesmo que seja uma felicidade transitória. De modo algum isto os degrada, e em verdade, ajuda-os a construir um relacionamento íntimo e partilhar de uma experiência verdadeira e sublime. A natureza explora seu anelo por amor a fim de criar outras gerações.
 
Se um homem atraiçoa a força criadora por viver dissolutamente, por excesso sexual e abuso como meio de prazer, também lhe morre a sexualidade. Perde a potência, torna-se um caráter fraco e incapaz de resistência; é despedaçado pelas influências do mundo externo e se torna presa do medo.

O homem atraiçoa seu princípio criador quando usa a razão para dirigir os pensamentos continuamente para os órgãos sexuais; quando estimula os sentidos e as glândulas sexuais com alimentos e bebidas excitantes e com ajuda mental, literatura, filmes e peças teatrais pornográficas e que desperdiça sua energia sexual em excessos e abusos. E certamente o alcoolismo e outros tóxicos vão de mãos dadas com tais hábitos. As pessoas que vivem assim, e também os que dissipam o poder criador com masturbações excessivas, mais cedo ou mais tarde decaem em irresolução, aniquilamento espiritual, trevas e medo (a masturbação ocasional do adolescente não tem, necessariamente, esta consequência perniciosa; referimo-nos aqui apenas à masturbação perversamente excessiva).

O resultado do abuso sexual é a debilitação da vontade, constante sensação de apreensão, astenia física e mental, resistência diminuída, inatividade e incapacidade para a vida.

O homem primitivo está contente com qualquer parceira do sexo oposto que responda fisicamente a seu gosto simples. Não liga qualquer importância a uma união espiritual interior, vez que ele mesmo ainda não é espiritual, desperto e consciente. Porém o homem de consciência mais evoluída, de individualidade mais pronunciada, pode experimentar a alegria real do amor e da verdadeira gratificação – física e espiritual – somente com determinada parceira, com quem se harmonize espiritualmente, e com a qual retribua amor genuíno com amor.

Deve-se renunciar à abstinência e levar uma vida sexual baseada em amor verdadeiro, se tormentos intoleráveis tiverem que ser combatidos. Isso não é desgraça nem pecado. Desta maneira, muito progresso pode ser feito, se bem que mais devagar.

Elisabeth Haich 

http://yoga-ensinamentos.blogspot.com

 

sábado, 28 de dezembro de 2019

MOMENTOS COM KABIR


De que me servem as palavras,
Se o amor embebedou-me o coração?
Se envolvi o diamante com meu manto,
Por que desfaria o embrulho?

Quando sua carga era leve,
O prato da balança se erguia.
Agora, que o prato está cheio,
Qual a necessidade de pesar?

O cisne que pousou no lago
Buscaria outra vez a poça d’água?
Se o Senhor está dentro de ti,
Para que abrir os olhos?

Kabir diz: Escutai, ó irmãos!
Aquele que roubou meu olhar agora vive comigo.


Conta-me, ó Cisne, tua velha história.
De onde viestes? Para onde vais?
Em que margem pousarás para descansar?
A qual meta entregastes o coração?

Esta é a manhã da consciência!
Voemos juntos! Desperta! Segue-me!
Há um lugar livre da dúvida e da tristeza,
Onde o terror da morte não impera.

Lá, florescem bosques em eterna primavera,
E sua fragrância faz avançarmos mais e mais.
Imerso nela, o coração, qual abelha, se inebria.
Imenso nela, já não quer outra alegria.

 

Ó Sadhu!
Ouve minhas palavras imortais.
Para teu próprio benefício, considera-as bem.
Tu te afastaste do Senhor, da árvore na qual floresceste.
Afastando-te, perdeste o senso. Perdendo o senso,
compraste a morte.

Todos os saberes, todos os ensinamentos provém dele. 
De quem mais?
Se tens isto por certo, o que há para temer? 
Então, nada teme.
Qualquer nome que invoques nomeia o Sem Nome.
Entende isto e livra-te do ardil das palavras.

Ele habita o coração de todas as coisas.
Por que, então, se refugiar no deserto desolador?
Se pões o Senhor longe de ti, o que reverencias é a distância.
Se o Senhor não está perto, quem é, então, 
que sustenta este mundo?

Kabir diz: Por que sofres com a dor da separação, 
se Ele te preenche?
Conhece-te a ti mesmo, ó Sadhu, e o conhecerás integralmente.
Pois, dos pés à cabeça, não há nada em ti que não seja Ele.
Canta com alegria e o sentirás em teu coração.

 

Lá, onde reina a eterna primavera,
Onde o Som Não Percutido soa por si só,
Onde a Luz Imaculada preenche o espaço todo;

Lá, onde milhões de Bramas leem os Vedas,
Onde milhões de Vishnus inclinam suas cabeças,
Onde milhões de Shivas imergem em contemplação;

Lá, onde milhões de Krishnas sopram suas flautas,
Onde milhões de Saraswatis dedilham as douradas vinas,
Onde a miríades de deuses, anjos e iluminados
vivem contentes;

Lá, nessa outra margem que poucos alcançam,
Nessa praia distante, meu amado Senhor se desvela,
E o odor de flores e pasta de sândalo perfuma esse confim

 

Ó asceta,
Como é difícil renunciar a Maya!

Quando renunciei ao lar,
Apeguei-me às roupas.
Quando renunciei às roupas,
Apeguei-me aos farrapos.

Renunciei à paixão,
E inflamei-me com a raiva.
Renunciei à raiva,
E enregelei-me com a avidez.

Quando venci a avidez,
Enchi o peito de orgulho –
Minha mente ainda presa
Na vaidade da renúncia.

Apenas quando a mente se aquietou,
Foi que enfim pude sorrir para Maya.
Antigas memórias e nova concentração
Fundiram-se então em minhas palavras.

Kabir diz: Escutai, meus bons irmãos!
Somente um em um milhão resolveu este mistério.

 

Ó coração!
O que sabes dos segredos desta cidade?
Na ignorância chegaste; na ignorância partirás.

Ó companheiro!
O que fizeste da vida que te foi dada?
Colocaste sobre a cabeça um saco de pedras,
E esperas por alguém que te alivie o peso;
Teu Amigo te aguarda na outra margem do rio,
Mas nunca pensaste em como alcançá-lo;
Teu barco quebrou, continuas sentado cais,
E perdes teu tempo inquietando-te com as ondas.

O servo Kabir te pede que considere:
A quem recorrerás no último instante?
Estarás só e colherás os frutos que semeastes.

 

Ó amigo, pensa bem! Se amas, por que dormes?
Se O achaste, por que não te entregas completamente?

Se queres mantê-Lo em teu coração, por que 
O deixas escapar?

Por outro lado, se o sono te pesa nos olhos,
por que perdes teu tempo
Alisando os lençóis e ajeitando os travesseiros?

Kabir diz: Falo-te das coisas do amor!
Se, por amor, deves entregar a cabeça, 
o que esperas?


https://josetadeuarantes.wordpress.com