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quarta-feira, 6 de outubro de 2021

A INFLUÊNCIA DA MENTE


Uma mente forte influencia uma mente fraca. A mente influencia o corpo físico. A mente age sobre a matéria. A mente traz a escravidão. A mente lhe dá liberação. A mente é o demônio. A mente é teu melhor amigo. A mente é teu guru.

Você terá que domar sua mente. Você terá que disciplinar sua mente. Terá que controlar sua mente. Isso é tudo que tem a fazer. Você pode fazer isso facilmente com a prática de Yoga.

Se você acha difícil concentrar a mente num ponto, permita que ela pule um pouco como um macaco. Não lute com a mente. Ela logo cansará e então estará esperando suas ordens.

Livre-se da tirania da mente. Ela o atormentou sem piedade por muito tempo. Você permitiu que ela mergulhasse em prazeres sensuais e que seguisse seu próprio caminho. Agora é hora de refreá-la assim como se refreia um cavalo selvagem.

Seja paciente e perseverante. Pratique paciência e perseverança diariamente. A tarefa pode ser difícil no começo. Será desagradável e cansativa, mas a recompensa é grande. Você colherá a Imortalidade, a Alegria Suprema, a Paz Eterna e a Bem-aventurança Infinita.

Se falhar em sua tentativa, não se desencoraje. Perceba que você não é nem o corpo nem a mente, que você nunca nasceu nem nunca morrerá, que você é invencível, que nada nesse mundo pode feri-lo.
 
Swami Sivananda
http://yoga-ensinamentos.blogspot.com
 
 
A Mente

Lembre-se sempre que tudo o que está acontecendo ao seu redor está enraizado na mente. A mente é sempre a causa, o projetor está fora, há apenas telas, você se projeta. Se você sente que é feio, então mude a mente. Se você sente que tudo o que vem da mente é infernal e um pesadelo então libere a mente. Trabalhe na mente, não com a tela, não vá pintá-la e tentar mudá-la. Trabalhe na própria mente. Mas há um problema, você pensa que é a mente. Então como você pode largá-la? Você sente que pode largar tudo, mudar tudo, pintar, redecorar, reorganizar, mas como você pode abandonar você mesmo? Essa é a raiz de todos os seus problemas. Você não é a mente, você está além da mente. Você se tornou identificado com ela, isso é verdade, mas você não é a mente. E este é o objetivo da meditação: dar-lhe pequenos vislumbres de que você não é a mente. Se por alguns momentos a mente para, você ainda está lá! Pelo contrário, você é mais, transbordando com o ser.

Quando a mente para, pois é como se fosse uma drenagem continuamente fluída e você a para de repente, você está transbordando de energia. Você se sente mais!

Se mesmo por um único momento você se torna consciente de que a mente não está lá, mas eu sou, você atingiu o núcleo profundo da verdade. Daí então vai ser fácil sumir com a mente. Você não é a mente, caso contrário, como você poderia sumir com si mesmo? A identificação deve ser descartada em primeiro lugar, então a mente pode ser descartada.Quando toda a identidade com a mente cair, quando você é um observador nas colinas e a mente fica lá no fundo na escuridão dos vales, quando você está nos picos ensolarados, apenas uma testemunha pura, vendo, observando, porém não se identificando com qualquer coisa – boa ou ruim, pecador ou santo, isto ou aquilo – percebemos que todas as questões se dissolvem. A mente se derrete, evapora. Você é deixado como um ser puro, apenas uma existência pura, uma respiração, um batimento do coração, totalmente no momento, sem passado, sem futuro, portanto não há presente também.A mente é ilusória, parece existir, mas não existe, parece tanto existir que você acha que você é a sua própria mente. A mente é maya, a mente é apenas um sonho ilusório, a mente é apenas uma projeção, não há nada nela, parece com uma bolha de sabão flutuando sobre um rio. Quando o sol está subindo, os raios penetram na bolha e um arco-íris se cria e não há nada nele. Quando você toca a bolha ela se rompe e tudo desaparece, o arco-íris, toda a sua beleza, nada sobra. Apenas o vazio se torna um com o vazio infinito. Apenas uma parede estava lá, a parede da bolha. Sua mente é apenas a parede da bolha: dentro, o seu vazio, fora, o meu vazio. É apenas uma bolha, toque e a mente desaparece.
 
A mente e a consciência são coisas separadas? Ou a mente em silêncio ou a mente concentrada é o que é chamado de consciência?

Depende, depende da sua definição. Mas, para mim, a mente é a parte que tem sido dada a você. Ela não é sua. Mente significa que algo foi emprestado, mente significa algo cultivado, a mente significa o que a sociedade tenha penetrado e imposto a você, não é você.

Consciência é a sua natureza, a mente é apenas o invólucro criado pela sociedade ao seu redor, pela cultura, pela sua educação.

Mente significa condicionamento. Assim você pode ter uma mente hindu, você não pode ter uma consciência hindu. Você pode ter uma mente cristã, você não pode ter uma consciência cristã. Consciência é uma só, não é divisível. As mentes são muitas. As sociedades são muitas, as culturas, as religiões são muitas e cada cultura, cada sociedade, cria uma mente diferente. A mente é um subproduto social. E a menos que essa mente se dissolva, você não pode voltar-se para dentro de si, você não pode saber qual é realmente a sua natureza, o que é sua existência com autenticidade, o que é sua consciência. O esforço pela meditação é a luta contra a mente. A mente nunca é meditativa e a mente nunca é silenciosa, não se pode falar de uma mente silenciosa não tem sentido, é absurdo. É como dizer uma doença saudável. Isso não faz sentido. Como pode haver uma doença que é saudável? A doença é a doença e saúde é a ausência da doença. Não há nada como uma mente silenciosa. Quando há silêncio, não há mente. Quando existe mente, não existe silêncio. Mente como tal é perturbação, o mal-estar. A meditação é o estado de não-mente e não de uma mente silenciosa, não uma mente saudável, não uma mente concentrada, não. A meditação é o estado de não-mente: com nenhuma influência da sociedade sobre você, sem condicionamentos dentro de você, apenas você, com a sua consciência pura.
 

 
Osho
https://www.osho.com 
 
 
Corpo e Mente
 
"Por que razão a mente se deteriora?

Numa destas manhãs, vi quando um morto era levado para ser cremado. Envolto em vistoso pano cor de vermelho purpúreo, o corpo oscilava ao ritmo dos quatro mortais que o transportavam. Que espécie de impressão lhe causa um corpo morto? Você não desejaria saber por que há deterioração? 

Você compra um motor novo em folha e, passados poucos anos, está completamente gasto. O corpo também se gasta; mas, você não desejaria investigar um pouco mais além, para descobrir porque razão a mente se deteriora? Mais cedo ou mais tarde ocorrerá a morte do corpo, mas a maioria de nós já tem a mente morta, já se verificou a deterioração; por que a mente se deteriora? O corpo se deteriora porque o mantemos em uso constante, e o
organismo se gasta. Doença, acidente, velhice, má alimentação, deficiências hereditárias — tais são os fatores responsáveis pela deterioração e morte do corpo. 

Mas, por que deve a mente deteriorar-se, envelhecer, tornar-se pesada, embotada?

Ao ver um corpo morto, isso não lhe dá o que pensar? Embora nosso corpo deva morrer, por que deve a mente deteriorar-se? Nunca lhe ocorreu esta pergunta? Pois a mente, com efeito, se deteriora; vemos isso acontecer não só com as pessoas idosas, mas também com as pessoas jovens. Vemos como, nos jovens, a mente já está se tornando embotada, pesada, insensível; e, se pudermos descobrir por que razão a mente deteriora, então talvez descubramos algo verdadeiramente indestrutível. Talvez compreendamos, então, o que é a vida eterna, a vida que não tem fim, que não está no tempo, a vida que é incorruptível, que não degenera como o corpo que se transporta para o cais à beira do rio, onde é cremado e suas cinzas lançadas ao rio.

Mas, por que a mente se deteriora? Você já refletiu a esse respeito? Como você ainda é muito jovem — e se a sociedade, ou seus pais, ou as circunstâncias ainda não lhe tornaram embotado — você possui uma mente nova, ardorosa, curiosa. Você deseja saber por que existem as estrelas, por que morrem os pássaros, por que caem as folhas, como voa o avião a jato; muitas coisas você deseja saber. Mas, esse impulso vital para investigar, descobrir, é depressa sufocado, não é verdade? Sufocado pelo medo, pelo peso da tradição, por sua própria incapacidade para enfrentar essa coisa extraordinária que se chama a vida. 

Você já não notou quão rapidamente é destruído o seu ardor, através de uma palavra áspera, um gesto depreciativo, pelo medo de um exame, a ameaça de um pai — significando isso que a sua sensibilidade já está sendo destruída e sua mente se tornando embotada?

Outro caso de embotamento é a imitação. Pela tradição, você é obrigado a imitar. O peso do passado lhe força a se ajustar, a estabelecer uma linha de conduta e, com esse ajustamento, a mente se sente protegida, em segurança; você se instala numa rotina bem “lubrificada”, para que possa deslizar suavemente, livre de perturbações, sem o mais ligeiro estremecimento de dúvida. Observe os adultos que lhe rodeiam e verá que a mente deles não quer ser perturbada. Eles querem paz, ainda que seja a paz da morte; mas a verdadeira paz é coisa muito diferente.

Você já notou que, quando a mente se fixa numa rotina, num padrão, sempre o faz inspirada pelo desejo de segurança? É por esta razão que ela segue um ideal, um guru. Quer segurança, ausência de perturbação e, por isso, adormece. 

Quando lê, em seus livros de história, a respeito dos grandes líderes, santos, guerreiros, você não se surpreende desejando igualá-los? Isto não significa que não haja grandes homens no mundo; mas o instinto é imitar os grandes homens, procurar tornar-se igual a eles — e este é um dos fatores de deterioração, porque, então, a mente se coloca num molde. Igualmente, a sociedade não deseja indivíduos alertados, ardorosos, revolucionários, porque tais indivíduos não se ajustarão ao padrão social estabelecido e há sempre o perigo de que quebrem esse padrão. É por isso que a sociedade se empenha em prender sua mente em seu padrão, e é por isso que a chamada educação lhe estimula a imitar, a seguir, a se ajustar.

Ora, pode a mente deixar de imitar? Isto é, pode deixar de formar hábitos? E pode a mente que já se acha enredada no hábito, dele ficar livre?

A mente é o resultado do hábito, não? Ela é o resultado da tradição, do tempo — sendo “tempo” a repetição, a continuidade do passado. E pode a mente, a sua mente, deixar de pensar em termos daquilo que foi — e daquilo que será, que é, na verdade, uma projeção do que foi? Pode sua mente se libertar dos hábitos e deixar de criar hábitos? 

Se você penetrar bem profundamente neste problema, verá que pode. E quando a mente se renova sem formar novos padrões, novos hábitos, sem tornar a cair na rotina da imitação, permanece, então, fresca, jovem, “inocente”, sendo, portanto, capaz de infinita compreensão.

Para essa mente, não há morte, uma vez que já não existe processo de acumulação. É o processo de acumulação que cria o hábito, a imitação, e, para a mente que acumula, há deterioração, morte. Mas, para a mente que não está cumulando, juntando, que está morrendo a cada dia, a cada minuto — para essa mente não há morte. Ela se acha num estado de “espaço infinito”.

Assim, pois, deve a mente morrer para tudo o que acumulou, todos os hábitos e virtudes imitadas, para todas as coisas de que se acostumou a depender, para ter o sentimento de segurança. A mente então já não está aprisionada na rede de seu próprio pensar. No morrer para o passado, a cada instante, a mente se torna fresca, nova, nunca se deteriorará nem colocará em movimento a “onda da escuridão”.
 
J.Krishnamurti - A cultura e o problema humano
http://ventosdepaz.blogspot.com

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