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quarta-feira, 31 de março de 2021

 SAÚDE E ESPIRITUALIDADE

Este Universo é governado de acordo com a lei eternamente beneficente, sábia e exata. Deus está desenvolvendo e seguindo um plano definido com relação a Seu Universo e tudo que ele contém, tudo que acontece em seu interior é permitido em Seu plano.

Se estamos doentes, tanto nossa enfermidade quanto nosso retorno à saúde são governados pela lei; adoecemos porque violamos um princípio na Natureza. Podemos ficar perfeitamente saudáveis tão logo os efeitos de tal violação sejam neutralizados e a perfeita harmonia e equilíbrio sejam restaurados. Deveríamos aceitar este fato e livrar-nos completamente de todo o senso de amargura ou revolta, colocando-nos em perfeita harmonia com a Natureza, com nosso ambiente e com toda a vida manifesta.

Devemos viver nossas vidas de acordo com o princípio fundamental da unidade, expressando o Divino em nosso interior através do serviço amoroso dedicado a todos que dele estão necessitando. Devemos viver para os outros e lutar para esquecer a nós mesmos, pois o auto-esquecimento é a base de toda a espiritualidade e a chave para a saúde perfeita e a felicidade. Devemos depositar toda nossa confiança em Deus e em Sua perfeita Sabedoria; dar-lhe nossa completa lealdade; então Sua Vida fluirá livremente através de nós e, com Sua Sabedoria, irá "poderosa e suavemente ordenar todas as coisas".
 
A força do amor e da piedade humana nunca é desperdiçada, mas sim cuidadosamente preservada. O menor pensamento de solidariedade para com um indivíduo diminui o sofrimento do todo. Devemos inundar toda nossa natureza, portanto, com a mais profunda solidariedade e , através deste ato, diminuir o pesado karma de doença que paira sobre o mundo. Pense no amor e assim diminua o ódio; pense na alegria e diminua a tristeza; pense na saúde e diminua a doença; pois estes pensamentos pertencem à luz solar da manifestação e aumentam seu poder de modo que os homens tornem-se menos propensos a desgarrar-se na escuridão de onde brota a doença.

Se fôssemos fortes o suficiente em compaixão, em solidariedade, em amor, poderíamos apenas com isso curar, pois estes são poderes enormes. A medida que podemos expressá-los, assumimos verdadeiramente a função de curar nossos semelhantes. Cada esforço altruísta para aliviar o sofrimento, encontre estou ou não o sucesso físico imediato, definitivamente diminui o karma de doença da humanidade.

Geoffrey Hodson, do livro "Saúde e Espiritualidade"
https://sendadailuminacao.wixsite.com
 
 

Uma sintonia com a espiritualidade 
abre caminho para a saúde 

Na época atual, milhões de pessoas necessitam de cura.


Quando buscamos compreender o que é a doença, percebemos que ela é independente de nós. Embora seja parte do planeta em que vivemos, surge no nosso corpo físico, no mental e no emocional, mas não naquela parte que habita dentro de nós, a alma, que não é de natureza material.
 
Uma das tarefas da humanidade é diminuir a tendência à doença, que impregna tudo o que é material, e a forma de transcender os níveis de consciência em que as enfermidades se manifestam é enfocarmos níveis mais elevados, espirituais do nosso ser, que são imunes a elas.

A atenção da maioria está concentrada no corpo físico e nos próprios sentimentos e ideias. E é nesses níveis de consciência que as doenças se instalam. Mas há outros, não infectados, a que podemos ter acesso. Os níveis intuitivo e espiritual, por exemplo, ficam além da mente e abrem caminho para a saúde, pois estão em sintonia com energias solares e extraplanetárias, e constituem uma espécie de esfera de proteção não só para os seres humanos, mas também para tudo o que os cercam.

A focalização da mente no nível intuitivo e no espiritual exige reeducação. Por épocas inteiras fomos habituados a só pensar em doenças, a considerá-las opositoras e a nos prevenir contra elas.

Se durante a vida permanecemos com a atenção só no corpo físico, nas emoções e nos pensamentos, não nos libertamos das enfermidades. O sentido real da vida é reconhecido quando nos tornamos cientes de que temos um núcleo espiritual portador de energias universais e curativas. Como o próprio fato de saber disso nos conecta com esse centro interno de poder, resta-nos retirar a atenção dos níveis doentios e colocá-la nele.

Ao procurarmos contato com o mundo intuitivo e com o espiritual, onde estão guardadas as ideias divinas que deram origem à Terra e a nós, estaremos a caminho da cura. Poderemos, então, usar os tratamentos disponíveis na medicina e na psicologia, se necessário, mas saberemos que são recursos acessórios e que a cura vem de regiões profundas do nosso ser.

Nosso núcleo espiritual conhece a ideia divina que nos deu origem, e sua vontade é realizá-la plenamente. A vontade humana, contudo, atuante no nível físico, no emocional e no mental, é na maioria das vezes oposta a ela. Esse distanciamento entre a vontade espiritual e a vontade humana é outra causa de desequilíbrio, que nos predispõe às enfermidades naturalmente já presentes no planeta.

Mesmo dentro da conjuntura terrestre podemos estar menos predispostos a enfermidades, a depender da nossa sintonia com a vontade espiritual.

Se contatamos os níveis superiores da consciência, níveis que estão além da mente, facilitamos a harmonização da vontade humana com a vontade espiritual. Para isso, um dos passos é perguntar para nós mesmos: “Qual é a vontade superior para mim?”. “Qual é a minha verdadeira vida?”.

Mas, ao fazermos essas perguntas, nosso lado humano tenta dissuadir-nos e diz: “Não mexa com isso”, ou “Cuidado com essas perguntas, você pode perder algo, é melhor não se arriscar”. Essas vozes vêm do velho homem que está em nós.

As condições da existência material tornam-se cada vez mais difíceis, e isso nos impulsiona ainda mais a procurar o verdadeiro caminho e a realização da vontade espiritual. Temos um trabalho evolutivo a fazer, aguarda-nos um amplo serviço ao próximo e ao planeta que habitamos.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br 

 REVENDO ANTIGAS POSTAGENS

O CAMINHO, A VERDADE E A LUZ

A Arte de Caminhar Sem Carregar Pesos Desnecessários
 
Ainda há no mundo de hoje pessoas que só se preocupam com a supremacia física. Não muito longe desse nível, há gente para quem a vida é uma espécie de competição na qual vence “o mais esperto”. Outros tantos, incapazes de pensar, constroem seu caminho procurando pelos prazeres do momento. Todos estes seres são peregrinos na Grande Viagem da evolução, embora viajem numa escuridão sem consciência.

Por outro lado, há almas para quem a vida se tornou uma peregrinação consciente. A luz de uma certa orientação brilha sempre ao longo do caminho desses seres. Graças à luz, eles veem um plano, e sentem que há um grande propósito em todos os caminhos, mesmo que aparentemente cheios de curvas e desvios. Os peregrinos conscientes sabem que os obstáculos e interrupções são provocados por eles mesmos. Os trechos do caminho que são difíceis e cheios de pedra e que ferem os seus pés não foram feitos assim por outras pessoas.

Os peregrinos conscientes não são almas tímidas e recolhidas. Não estão condenados por algum destino cruel a caminhar sem rumo longe das casas iluminadas. A escolha foi feita voluntariamente por eles: a luz do fogo foi deixada de lado em troca da luz da estrela -; a luz do sol.

O caminho foi mostrado a estas pessoas em resposta a um chamado do seu próprio coração. Elas buscavam por aquela Luz que todos os seres humanos necessitam, e pela qual a maior parte deles anseia; a verdadeira Casa para a qual viajamos; a Luz interior, que foi obscurecida durante algum tempo.

Por que será que este “estreito e antigo caminho, que aponta para longas distâncias” parece ser, tantas vezes, um caminho de sofrimento? Será que enquanto caminhamos não podemos ter com mais intensidade aquele contentamento sentido pelo viajante aventureiro que avança pelo seu caminho, libertado de toda posse ou propriedade?

Ou será que caminhamos sobrecarregados, arrastando conosco coisas desnecessárias? Nós já tivemos o cuidado de fazer uma seleção cuidadosa daquilo que necessitamos durante a viagem, e de eliminar o peso inútil?

“Poucos avançam pelo caminho sem reclamar”. Quando olhamos o peso que é levado pela maioria de nós, percebemos que estamos causando as nossas próprias dificuldades, porque procuramos o que é imortal enquanto nos apegamos ao que é passageiro e transitório. Isso é tão impossível como estar ao mesmo tempo cheio de medo e cheio de coragem; ou como olhar para o eterno do ponto de vista do que é passageiro.

Nós pensamos que a serenidade está no final do caminho e que ela é uma meta. Na verdade ela está apenas um passo à nossa frente.

Para aquele que viaja com um coração cheio de problemas, há algo de doloroso na glória do pôr-do-sol. O bosque escuro que o vento movimenta acima dele reforça e prolonga os seus suspiros; não há paz no movimento das folhas. Mas quando alguém conhece a felicidade interior do coração, todas as coisas contribuem para a caminhada. Poderíamos aproveitar o pensamento de um Viajante sábio e dizer:

“A partir de agora eu não peço mais por boa sorte. Eu próprio sou a boa sorte!”

As velhas recompensas já não são oferecidas. A busca das novas recompensas torna necessária uma luta muito maior. Apesar disso, podemos lembrar que a felicidade de estar a caminho é sempre nossa – se a aceitarmos.

É nosso o contentamento de saber que caminhamos para a frente, de perceber que somos parte essencial do glorioso esquema da evolução do universo, e que fazemos parte do Caminho, da Verdade e da Luz.
 
 
John Garrigues
Fonte: http://www.filosofiaesoterica.com

AMOR, SEXO E AUTOTRANSCENDÊNCIA

Por Que a Felicidade Surge Pela Devoção Altruísta
 
Se o desejo de ser honesto for maior que
o desejo de ser ‘bom’ ou ‘mau’, então o poder
terrível dos nossos erros* revelar-se-á. E atrás do
erro surgirá o temor (o temor de ser excluído da
vida) e atrás do temor, a dor (a dor de não ser amado)
e atrás desta dor do isolamento, o mais íntimo, o mais
recôndito, o mais secreto de todos os desejos humanos:
o desejo de amar e entregar-se em amor e fazer parte
da corrente viva que chamamos de fraternidade. E
no momento em que o amor é descoberto por
detrás do ódio, todo ódio desaparece.”
(Fritz Kunkel, “In Search of Maturity”)

 
Quando falamos e pensamos no amor, devemos lembrar que ele é um fenômeno especificamente humano. Devemos cuidar para que ele seja preservado em sua humanidade, ao invés de ser tratado de forma reducionista. O reducionismo é um procedimento pseudocientífico que toma os fenômenos humanos e, ou os reduz, ou os deduz a partir de fenômenos inferiores ao homem. O amor, por exemplo, é frequentemente interpretado de maneira reducionista, como mera sublimação dos impulsos e instintos sexuais que o homem compartilha com todos os outros animais. Tal interpretação bloqueia o real entendimento de todos os diversos fenômenos humanos.

Na verdade, o amor é aspecto de um fenômeno humano mais abrangente que vim a chamar de autotranscendência.[1] Com este termo desejo expressar que o ser humano sempre se relaciona e está orientado em direção a algo externo a si. O homem não está, como algumas teorias motivadoras da atualidade gostariam de nos fazer crer, preocupado basicamente em gratificar necessidades e satisfazer impulsos e instintos e, em assim procedendo, manter ou recuperar a homeostase, isto é, o equilíbrio interior, um estado sem tensões. Por mérito da qualidade de autotranscendência da realidade humana, o homem está preocupado basicamente em ir além de si mesmo, seja na direção de um significado que ele queira preencher, ou na direção de um outro ser humano a quem ele deseje encontrar no plano amoroso. Em outras palavras, a autotranscendência manifesta-se através do serviço a uma causa ou pelo amor a uma outra pessoa.

O encontro amoroso, no entanto, impede que se considere e se utilize outro ser humano como um meio para atingir um fim. Ele impede, por exemplo, que usemos alguém como um mero instrumento para reduzir as tensões provocadas e criadas pelos impulsos e instintos libidinosos ou agressivos. Tal atitude para com o parceiro é, de qualquer modo, uma distorção do sexo humano.

Isto se deve ao fato de que o sexo humano é sempre mais do que simples sexo, e é mais do que simples sexo precisamente na medida em que serve e funciona como a expressão física de algo metassexual, a saber, a expressão física do amor. E somente na medida em que o sexo desempenha esta função de corporificação, de encarnação do amor – apenas então ele também atinge o clímax de uma experiência verdadeiramente recompensadora. Assim, Maslow estava certo ao ter salientado que as pessoas que não sabem amar nunca extraem do sexo a mesma emoção como as que amam. E dentre aqueles fatores que mais contribuíram para enaltecer a potência ao grau mais elevado, segundo 20.000 leitores de uma revista americana de psicologia que responderam a um questionário sobre o assunto, estava o romantismo, quer dizer, algo que se aproxima do amor.

É claro que não há muita precisão em dizer que somente o sexo humano é mais do que mero sexo. Conforme Irenaeus Eibl-Eibesfeldt [2] evidenciou, em alguns vertebrados, o comportamento sexual serve à coesão grupal, e este é particularmente o caso dos primatas que vivem em bandos: assim, em determinados símios, a relação sexual às vezes supre de forma exclusiva uma finalidade social. Nos humanos, afirma Eibl-Eibesfeldt, não há dúvida de que a relação sexual serve à propagação da espécie, mas também à relação monogâmica entre os parceiros.

Porém, embora o amor seja um fenômeno humano por sua própria natureza, a humanidade do sexo é apenas o resultado de um processo de desenvolvimento – é o produto do amadurecimento progressivo.[3] Comecemos com a diferenciação feita por Sigmund Freud entre a finalidade dos impulsos e instintos e o seu objeto: poder-se-ia dizer que a finalidade do sexo é a redução das tensões sexuais, ao passo que o seu objeto é o parceiro sexual. Porém, no meu modo de ver, isto só se aplica à sexualidade neurótica. Para a pessoa madura, o parceiro não é de forma alguma um “objeto”; a pessoa madura, ao contrário, vê nele um outro sujeito, um outro ser humano, em sua própria humanidade; e, se realmente o amar, até mesmo percebe nele uma outra pessoa, o que significa que o vê em sua singularidade – e só o amor capacita uma pessoa a captar outra pessoa nessa mesma singularidade que constitui a pessoalidade de um ser humano.[4]

A promiscuidade é, por definição, exatamente o oposto de uma relação monogâmica. Um indivíduo que cede à promiscuidade não precisa considerar a singularidade de um parceiro e, portanto, não pode amá-lo. Uma vez que somente o sexo que esteja embutido no amor pode ser realmente recompensador e satisfatório, a qualidade da vida sexual de um tal indivíduo é inferior. Não é de admirar, então, que ele tente compensar esta falta de qualidade com a quantidade de atividade sexual. Isto, a seu turno, exige uma estimulação sempre mais variada e crescente, como a que é fornecida, por exemplo, pela pornografia.

Disto se poderia depreender que não somos perdoados de modo algum por glorificarmos tal fenômeno de massa como a promiscuidade e a pornografia, considerando-os algo progressivos; eles são antes regressivos; afinal, são sintomas de um retardamento que deve ter ocorrido na maturação sexual da pessoa.

Não devemos esquecer que o mito do sexo-pelo-prazer-do-sexo (ao invés de permitir que o sexo se torne a expressão física de algo metassexual), enquanto algo progressivo, é vendido e difundido pelas pessoas que sabem que isto é um negócio lucrativo.

O que me intriga é o fato de a nova geração comprar não só o mito, mas também a hipocrisia que ele oculta. Em uma época como a nossa, em que a hipocrisia nos assuntos relativos a sexo é tão condenada, é estranho ver a hipocrisia daqueles que propagam uma certa liberação de qualquer censura passar despercebida. Será assim tão difícil reconhecer que sua real preocupação é a liberdade ilimitada para ganhar dinheiro? [5]

Mas não pode haver negócio bem sucedido a menos que exista uma necessidade substancial a ser atendida por este mesmo negócio. E, de fato, estamos presenciando, em nossa cultura atual, o que se poderia chamar de “inflação do sexo”. Só podemos entender este fenômeno em oposição a um fundo muito amplo. Hoje em dia somos confrontados com um número sempre crescente de clientes que reclamam de uma sensação de ausência de significação, de vazio, vácuo interior, vazio existencial, como eu costumo chamá-lo. Isto se deve a dois fatos: em contraste com o animal, o homem não é informado pelos impulsos e instintos quanto ao que deve fazer; e, em contraste com o homem de tempos atrás, as tradições e os valores não lhe dizem mais o que deveria ser feito. Em nossos dias, ele, às vezes, não sabe mais o que realmente deseja.[6]

É precisamente dentro deste vazio existencial que a libido sexual está se hipertrofiando. E é esta hipertrofia que provoca a “inflação do sexo”. Como em qualquer espécie de inflação – por exemplo, a do mercado financeiro – a inflação sexual está associada à desvalorização. E o sexo está tão desvalorizado quanto está desumanizado. Assim, observamos a tendência atual de levar uma vida sexual que não esteja integrada na vida particular da pessoa, mas, ao contrário, orientada pelo prazer. A despersonalização do sexo é compreensível uma vez que a diagnostiquemos como sintoma daquilo que denomino frustração existencial: a frustração da procura de um sentido pelo homem. [7]

Essas são as causas; mas o que dizer dos efeitos? Quanto mais a procura de sentido de alguém for frustrada, mais o indivíduo embarca no que, desde a Declaração de Independência da América, tem sido chamado de “busca da felicidade”. Em última análise, a busca pretende servir ao propósito da intoxicação e da estupefação. Mas, que tristeza, é a própria busca da felicidade que a condena ao fracasso. A felicidade não pode ser perseguida porque ela deve seguir-se ao natural, e ela só pode vir como resultado do viver a autotranscendência, a dedicação e a devoção para com a causa a ser servida, ou a pessoa a ser amada.

Em nenhum outro lugar esta verdade é mais perceptível do que no campo da felicidade sexual. Quanto mais a transformarmos em um objetivo, tanto mais nos escapará. Quanto mais um homem tentar demonstrar sua potência, mais propenso estará a tornar-se impotente; e quanto mais uma mulher tentar demonstrar a si mesma que é capaz de obter gozo completo, maior tendência terá a ser vítima de frigidez. E a maior parte dos casos de neurose sexual de que tomei conhecimento nas minhas muitas décadas de prática como psiquiatra pode ser facilmente atribuída a este estado de coisas.

Assim, a tentativa de curar tais casos tem de começar pela eliminação do caráter de exigência que o neurótico sexual geralmente imputa e atribui à realização sexual. Elaborei a técnica por meio da qual este tratamento pode ser implementado, em artigo publicado no International Journal of Sexology, em 1952.[8] O que desejo afirmar aqui, contudo, é o fato de que nossa cultura atual – que, devido à motivação delineada acima, idolatra a realização sexual – contribui ainda mais com o caráter de exigência experimentado pelo neurótico sexual e, assim, com a sua neurose.

O uso da pílula, que permitiu maior exigência e espontaneidade às parceiras, encorajou involuntariamente esta tendência. Autores americanos observam que o movimento de liberação feminina, por ter libertado as mulheres de antigos tabus e inibições, trouxe como uma de suas consequências que até mesmo as colegiais se tornaram muito mais exigentes quanto à sua satisfação sexual, reclamando-a de seus colegas de escola.[9] O resultado paradoxal foi uma nova série de problemas chamados de “impotência colegial” ou “a nova impotência”.[10]

Os tabus e inibições vitorianos estão desaparecendo, e, à medida em que essa liberdade verdadeira vai sendo obtida, um passo à frente está sendo dado. Porém, a liberdade ameaça degenerar em mera permissão e arbitrariedade, a menos que seja vivenciada em termos de responsabilidade. É por isso que não canso de recomendar que a Estátua da Liberdade da Costa Leste seja complementada por uma Estátua da Responsabilidade na Costa Oeste.

Viktor E. Frankl
   

NOTAS:

[1] Frankl, V.E., “Psychotherapy and Existentialism”, Washington Square Press, Nova Iorque, 1967.

[2] Eibl-Eibesfeldt, I., “Frankfurter Allgemeine Zeitung”, 28 de fevereiro de 1970.

[3] Frankl, V.E., “The Doctor and the Soul”, Vintage Books, Nova Iorque, 1973.

[4] Frankl, V.E., “Man’s Search for Meaning”, Pocket Books, Nova Iorque, 1963.

[5] Frankl, V.E., “Encounter: The Concept and Its Vulgarization”, The Journal of the American Academy of Psychoanalysis, 1 (1973), p. 73.

[6] Frankl, V.E., “The Feeling of Meaninglessness: A Challenge to Psychotherapy”, The American Journal of Psychoanalysis, 32 (1972), p. 85.

[7] Frankl, V.E., “Sede de Sentido”, Quadrante, 087706-9 (código do catálogo).

[8] Frankl, V.E., “The Pleasure Principle and Sexual Neurosis”, The International Journal of Sexology, 5 (1952), p. 128.

[9] Ginsberg, G.L., Frosch, W.A. and Shapiro, T., “The New Impotence”, Arch. Gen. Psychiat., 26 (1972), p. 218.

[10] Konrad Lorenz mostrou não ser somente entre os humanos que o caráter de exigência ou, no que diz respeito ao assunto, a agressividade sexual por parte da fêmea pode resultar na impotência do macho; isto ocorre também entre os animais. Existe uma espécie de peixe cujas fêmeas costumam nadar “de modo faceiro” para longe dos machos em busca de acasalamento. Todavia, Lorenz conseguiu treinar uma fêmea a fazer o oposto – aproximar-se à força do macho. A reação deste? Exatamente a que suspeitaríamos que um colegial demonstrasse: completa incapacidade de concluir a relação sexual!

*Na citação de abertura do texto acima, substituímos a palavra “vícios”, que em português tem uma conotação negativa específica, pela palavra “erros”, mais ampla e que se aplica a todos. (Carlos Cardoso Aveline)


https://www.filosofiaesoterica.com

terça-feira, 30 de março de 2021

VOCÊ ATRAI O QUE VOCÊ É

 

Quem nós pensamos que somos está intimamente ligado como nos consideramos tratados pelos outros.

Muitas pessoas se queixam de que não recebem um tratamento bom o bastante. “Não me tratam com respeito, atenção, reconhecimento, consideração. Tratam-me como se eu não tivesse valor”, elas dizem.

Quando o tratamento é bondoso, elas suspeitam de motivos ocultos.
“Os outros querem me manipular, levar vantagem sobre mim. Ninguém me ama.”

Quem elas pensam que são é isto: “Sou um pequeno eu’ carente cujas necessidades não estão sendo satisfeitas.”

Esse erro básico de percepção de quem elas são cria um distúrbio em todos os seus relacionamentos. Esses indivíduos acreditam que não têm nada a dar e que o mundo ou os outros estão ocultando delas aquilo de que precisam.

Toda a sua realidade se baseia num sentido ilusório de quem elas são. Isso sabota situações, prejudica todos os relacionamentos. Se o pensamento de falta – seja de dinheiro, reconhecimento ou amor – se tornou parte de quem pensamos que somos, sempre experimentaremos a falta.

Em vez de reconhecermos o que já há de bom na nossa vida, tudo o que vemos é carência.

Detectarmos o que existe de positivo na nossa vida é a base de toda a abundância. O fato é o seguinte: seja o que for que nós pensemos que o mundo está nos tirando é isso que estamos tirando do mundo. Agimos assim porque no fundo acreditamos que somos pequenos e que não temos nada a dar.

Se esse for o seu caso, experimente fazer o seguinte por duas semanas e veja como sua realidade mudará: dê às pessoas qualquer coisa que você pense que elas estão lhe negando – elogios, apreço, ajuda, atenção, etc. Você não tem isso? Aja exatamente como se tivesse e tudo isso surgirá. Logo depois que você começar a dar, passará a receber.

Ninguém pode ganhar o que não dá. O fluxo de entrada determina o fluxo de saída. Seja o que for que você acredite que o mundo não está lhe concedendo você já possui. Contudo, a menos que permita que isso flua para fora de você, nem mesmo saberá que tem. Isso inclui a abundância.

A lei segundo a qual o fluxo de saída determina o fluxo de entrada é expressa por Jesus nesta imagem marcante: “Dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada, sacudida e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também.”

A fonte de toda a abundância não está fora de você. Ela é parte de quem você é.

Entretanto, comece por admitir e reconhecê-la exteriormente. Veja a plenitude da vida ao seu redor. O calor do sol sobre sua pele, a exibição de flores magníficas num quiosque de plantas, o sabor de uma fruta suculenta, a sensação no corpo de toda a força da chuva que cai do céu.

A plenitude da vida está presente a cada passo. Seu reconhecimento desperta a abundância interior adormecida. Então permita que ela flua para fora. Só o fato de você sorrir para um estranho já promove uma mínima saída de energia. Você se torna um doador. Pergunte-se com frequência: “O que posso dar neste caso? Como posso prestar um serviço a esta pessoa nesta situação?”

Você não precisa ser dono de nada para perceber que tem abundância. Porém, se sentir com frequência que a possui, é quase certo que as coisas comecem a acontecer na sua vida. Ela só chega para aqueles que já a têm.

Parece um tanto injusto, mas é claro que não é. É uma lei universal. Tanto a fartura quanto a escassez são estados interiores que se manifestam como nossa realidade. Jesus fala sobre isso da seguinte maneira: “Pois, ao que tem, se lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que não tem".
 
Eckhart Tolle
http://mara-mariangela.blogspot.com

 NOVA LUZ SOBRE A LEI DO CARMA


Embora o Caminho Infinito lance toda uma nova luz sobre o ensinamento do carma e da lei cármica, poucos estudantes percebem a diferença entre a abordagem tradicional e essa nova luz, a qual ensina que, quando você se eleva além da consciência humana até a consciência espiritual, não há lei cármica, não há lei de causa e efeito, não há segundo a qual você colherá o que semeou. Essas são superstições da mente humana, são crenças criadas pelo homem.

A lei de colher aquilo que semeamos, a lei cármica, atua somente no nível humano da consciência. Não existe lei cármica na dimensão espiritual da consciência.

Ora, já vimos a lei cármica ser anulada várias vezes. Toda vez que uma doença infecciosa ou hereditária foi vencida por tratamento metafísico (espiritual), a lei de causa e efeito foi anulada, e assim ficou provado que, na verdade, não existe tal lei. Na consciência espiritual não existe lei de doença, nem lei de causa e efeito, nem lei de colher o que plantamos.

Mas, embora em certa medida todos nós estejamos sob a lei cármica, ela não é o fundamental na minha vida ou na sua, porque, na medida em que a Graça de Deus nos toca, nós nos libertamos dela. Sofremos menos infecções e contágios, menos depressões, menos mudanças negativas no sistema político e econômico. Em certa medida, aqueles que avançaram no desenvolvimento espiritual a ponto de ler este livro (!!!) estão sob a Graça, mas, mesmo que não tenham atingido a plenitude de uma vida pela Graça, cada um deve, a esta altura, saber como vencer os efeitos da lei cármica.

Se alguém nos procura doente por causa da ação de uma lei material de um ou outro tipo - através de pecado, falsos apetites ou falso desejo - a maioria de nós sabe que, quando nos retiramos para o nosso interior e tocamos o Espírito, libertamos aquela pessoa, que é então curado de resfriado, tuberculose ou câncer, de alcoolismo, jogo ou toxicomania, ou mesmo de deformidades físicas.

Sofrer é resultado da violação da lei cármica, e se, através de seu estado iluminado de consciência, você é capaz de libertar uma pessoa, então você anulou a lei cármica. Pela Graça, por ser tocado pelo Espírito de Deus, você afastou aquela pessoa da penalidade da lei. Toda vez que você é um instrumento através do qual ocorre uma cura, toda vez que uma pessoa toca sua consciência e consegue liberdade em alguma medida, toda vez que alguém é curado de doença pela qual sofria por violação da lei, sua percepção da Graça Divina liberta-o dos efeitos da lei cármica. Toda vez que você faz com que o Poder de Deus influencie a experiência de alguém que pecou e, no sentido humano, está sofrendo a punição, ele é libertado dos efeitos de seus próprios pecados pela Graça.

Ao lidar com um paciente, eleve-se muito acima da tentativa de saber se ele está colhendo da carne ou do Espírito. Na realidade, você precisa deixar seu paciente em paz. Você não pode levá-lo para dentro de seu pensamento. Para você, não deve fazer diferença se está tratando um santo ou um pecador, se está tratando uma pessoa com resfriado ligeiro ou nos últimos estágios do câncer. Você precisa esquecer tudo isso e, em seu interior, elevar-se acima de causa e efeito até alcançar, em seu interior, aquele Reino de Deus. Então o Cristo toma conta e aquele Espírito de deus, o mesmo Espírito que ressuscitou Lázaro dentre os mortos vivificará seu corpo mortal, assim como o de seu paciente ou estudante.

Alguns de nós testemunharam esse Poder da Graça em seu trabalho nas prisões. Vimos prisioneiros sendo punidos por coisas pelas quais humanamente deviam ser punidos, mas, quando algum impulso os levou a procurar Deus, foram beneficiados por livramento condicional, perdoados ou de alguma outra maneira livrados da sentença que lhes pesava sobre os ombros. A lei cármica tê-los-ia mantido sujeitos a seus crimes e, de acordo com a justiça humana, eles teriam cumprido todo o tempo de sua sentença na prisão. Mas não de acordo com a Lei Divina de perdoar setenta vezes sete, de não-condenação. A Graça transcende a lei.

Quando os necessitados o procuram, é fácil ver que a lei de causa e efeito está atuando. Vem então a sua parte de libertá-los e ser libertado.

Embora, como ser humano, você esteja submetido à lei, após reconhecer que só sofre por causa da aceitação universal da lei cármica, você deixa de lado a lei. Mas como fazer isso? Reconhecendo que a lei de causa e efeito não é poder, somente a Graça é Poder! A lei atua em nível de crença, então a violação da lei também é apenas uma crença.

No momento em que você percebe que vive pela Graça, a tentação de fazer alguma coisa de natureza imprópria - mentir, roubar ou cometer outros crimes - desaparece. Quando você compreende não viver só de pão, por que furtar pão? Quando entende que não vive só por dinheiro, por que ser avaro? No momento em que percebe que não obtém satisfação do mundo exterior sob a forma de suprimento, prazer ou companhia, você está sob a Graça e você está livre.

Se mantém alguém sujeito à lei do carma, você também se sujeita. Se o libertar, você também se liberta, porque só existe um 'Eu". O que você faz a outrem volta a você; o pão que lança às águas volta a você. Você sofre apenas porque está se mantendo sob a lei de causa e efeito, mas pode caminhar sobre as águas da vida, na compreensão de que, como Filho de Deus, não está mais sujeito à lei, porque vive sob a Graça. Toda vez que uma discórdia entrar em sua experiência, simplesmente sorria: "sim, isso ainda é uma parte da lei, mas eu estou sob a Graça, e a lei não é poder. Essa lei não prende o Filho de Deus".

"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" - "Eu" sou a Lei! Até estar livre em sua verdadeira identidade, haverá leis atuando em você; mas elas não são leis de Deus, são leis criadas pelo homem.
 
Joel Goldsmith
http://busca-espiritual.blogspot.com

segunda-feira, 29 de março de 2021

SOMENTE NOS CORAÇÕES PUROS 
RESSOA A VOZ DA SABEDORIA

Purificação: um passo significativo em nossas vidas

Um grupo de 12 seres estava para dar um significativo passo espiritual, interior, e então Jesus convidou-os para um ato de unificação. Terminada a ceia, deitou água num recipiente e começou a lavar os pés de todos eles, enxugando-os com uma toalha com a qual estava cingido. Mas um dos 12 disse a Jesus: “Senhor, Tu, lavar-me os pés?!”. Jesus respondeu-lhe: “O que faço não compreendes agora, mas em breve o compreenderás”. Mesmo assim o discípulo não admitia que o Mestre lhe lavasse os pés. Diante disso, Jesus afirmou-lhe que, se seus pés não fossem lavados, ele, Pedro, não poderia partilhar da energia espiritual.

Esse conhecido episódio (Evangelho segundo João, 13:5-8) simbolizava uma etapa do processo de purificação, um ciclo de aperfeiçoamento humano, deixado por Jesus. O trabalho do lava-pés descrito na história bíblica representa o fechamento de um ciclo de libertação material. Se os laços que os homens têm com a vida material tiverem sido depurados em grau suficiente, o lava-pés terá sobre eles uma ação mais profunda.

Quando uma pessoa se purifica, o material que é dele eliminado fica sobre o seu caminho, do mesmo modo que ao banhar-se ele ainda pisa sobre a água que lavou o seu corpo. O lava-pés simboliza a purificação também dos caminhos e do que restou da parte já purificada.

Mesmo sabendo de todas as suas potencialidades latentes, o homem insiste em reter o que deve ser dissolvido. Se ele colaborasse em maior proporção com as forças divinas – que permanentemente o inspiram – muito maior liberação poderia se dar no planeta.

Muitos indivíduos, mesmo conscientes da Lei Maior, a Lei de Deus, colocam-se diante da Fonte de vida para usufruir das suas dádivas. Buscam curar seus males, mas querem continuar vivendo de acordo com padrões antigos que são, muitas vezes, as próprias causas desses males.

Os homens sempre receberam cuidados e atenção para que pudessem amadurecer, e então poderem atuar nos momentos de maior necessidade, como esses que hoje se vivem, coligados à própria Luz interna. A energia que Deus e as Hostes Angelicais dispensam ao processo de despertar dos indivíduos assemelha-se ao cuidado daquele que leva nas mãos algo delicadíssimo. Existem, portanto, as possibilidades para a vida interior tornar-se consciente e passar a ser delineadora dos rumos para a humanidade.

O amor que se dedica à vida da alma traz a energia que a Fonte desse amor inspira, transformando um arbusto seco em uma árvore florida. Se o homem conhecesse o poder de uma vida dedicada ao Divino, não se distrairia tanto com coisas passageiras.

Se houvesse mãos suficientes para executar o que a vida interior indica, as energias do sacrifício e amor que descem aos planos da vida material ficariam liberadas para tarefas mais amplas.
 
Quando um coração é puro, nele pode ressoar a voz da Sabedoria, com autenticidade. O facho de Luz que cruza mares de fogo e os campos da vida interior toca todas as partículas existentes; se há abertura, ele então penetra, ilumina, revela e faz criar.

Tantas vezes foi dito aos homens: “Sois deuses”. Mas os costumes da vida humana não os deixam entrever tudo o que está disponível para que, realmente, vivam como chispas do Fogo Divino. Não se trata de confiar naquilo que humanamente cada um dispõe, mas na onipotência do Espírito.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br

domingo, 28 de março de 2021

 A ALEGRIA É TÊNUE

Então, faça tudo com alegria

Basta um pensamento de apreensão, dúvida ou desesperança para afugentá-la.

Como uma flor delicada, ela precisa de trato e respeito.

Quando estiver alegre, não deixes que assuntos tristes se aproximem do seu coração.

Preserva a tua alegria dos sobressaltos.

A alegria bem cultivada é força de vida que preenche o seu espaço mental e emocional, tornando-o mais resistente às investidas da tristeza e do mal.

Lembre-se de ser alegre todos os dias.

Cuidar da alegria é respeitar o próprio coração.

Reune todas as forças e prepara o seu ser integral para um exercício de elevação. Põe-se “de joelhos” espiritualmente, dobra o teu querer humano perante a divindade, deixa escapar do seu peito uma sentida prece e reconhece a si mesmo como parte do Universo.

Celebra com Ele a sua filiação e faz vibrar a sua centelha interior.

Assim, sua alegria se fortalece e a paz interior faz-se fluir. Deus recebe o seu vibrar e expande sobre seu ser bem-estar e prosperidade.

Sê com Deus um único ser, uma unidade, uma só vibração, uma mesma energia, e aproveita a força que nasce do seu contato com ele.

Sente-se feliz.

Deus é a maior alegria que existe.

Nada de contrariedade. Nunca mostre tristeza ou aborrecimento.

Esforce-se para transformar a tristeza em alegria.

A tarefa realizada alegremente, a conversação sem tristeza, o comportamento jovial e descontraído, são fontes de saúde e paz.

Mesmo em dificuldades, esqueça a tristeza e faça brotar a alegria. Ela da um sabor especial especial, e a certeza de saber dominar-se. Aumenta o seu equilíbrio interior. Gera tranquilidade. Você sente o seu verdadeiro ser.

Comandar as emoções é sinal de que somos capazes de construir nosso destino.

Onde encontre a discórdia, considera que o Senhor o convidou para a sementeira da paz. Se o ódio aparece onde quer que esteja, lembre-se de que o Céu o convidou para o cultivo do amor.

Para cumprir a tarefa que lhe cabe, é necessários que consiga atingir o coração dos semelhantes. E se acenderes a luz da humildade no óleo da paciência, Deus lhe mostrará o caminho.

Hoje, agora, abra o seu coração e deixe entrar uma nova luz, uma nova paz, uma nova esperança. Sacuda o seu espírito das velhas concepções e preencha-se de desejo de renovação, paz e elevação.

Aplaine o seu caminho interno para que novas descobertas e conquistas encontrem trânsito livre, deixando-lhe, de saldo, a vontade de abraçar o mundo e de amar a Deus.
 
Então, esteja, internamente, neste instante, com um frescor de mata virgem, onde uma luz afasta as sombras e proporciona liberdade e paz.
 
Renovar-se é dispor-se a ser, agora, melhor que antes.

Volte-se para dentro.

Verifique se está na direção certa, se vem fazendo o melhor que pode, se tem corrido atrás do que é justo, se tem se proposto, de fato, a ser feliz.

Analise-se.

A vida, o progresso, o bem-estar e a paz tem por base o que você faz de si.

Se em você preponderam as más tendências, serão duras as consequências.

Se predominam as boas, então de nada você se arrependerá mais tarde.

Confie em si mesmo.

Quem se analisa com sinceridade melhor se enxerga.
 
Lourival Lopes
https://franciscamalarranha.wordpress.com

sábado, 27 de março de 2021

 NO CENÁRIO DA VIDA


Não importa, ó homem , qual o papel que te coube no drama da vida ...

Rei ou vassalo, milionário ou mendigo, filósofo ou analfabeto – não importa.

Se o mendigo no palco desempenhar bem o seu papel de mendigo, receberá mais aplausos do que o rei que não soube fazer o papel de rei.

Mais vale desempenhar com inteligência o papel de tolo, do que tolamente fazer o papel de inteligente.

Quando houveres desempenhado do melhor modo possível o teu papel, brilhante ou humilde , no cenário da vida não esperes pelos aplausos da plateia.

Desaparece em silêncio por trás dos bastidores do esquecimento ou da ingratidão.

Por todo o bem que tu fizeres espera todo o mal que não farias …

Se a plateia te aplaudir, agradece a boa intenção – mas não contes com isso!

Se a plateia te vaiar, tolera a injúria – mas não te entristeças por isso!

Não vale uma lágrima nem um sorriso todos os elogios ou vitupérios do mundo.

Não és santo porque os homens o dizem – nem és celerado porque os homens o afirmam …

Seja-te suficiente galardão, a consciência do dever cumprido do melhor modo possível .

Não necessita de apoteose verbal quem dentro de si traz a apologia real da justiça e da verdade.

Pode sofrer sereno e calmo todas as vaias do mundo, quem não buscou os aplausos dos homens .

Mais feliz se sente na derrota do que na vitória, quem não é derrotado por vitória alguma .

Mais luminosa é para o herói a escuridão dos bastidores do que para o covarde o fulgor da ribalta.

Huberto Rohden
 https://franciscamalarranha.wordpress.com
 
 
A experiência de toda a sua vida é uma prova de que tudo muda. Você não pode se agarrar a nada em um mundo em mutação. Você quer tornar a sua amizade permanente, mas esse desejo vai contra a lei da mudança, e essa lei não tem exceções.  
 
Existem dois tipos de vida. Uma orientada pelo medo; e a outra, orientada pelo amor. A pessoa orientada pelo amor é aquela que não tem medo do futuro, não tem medo dos resultados e consequências – é aquela que vive aqui e agora. 
 
A vida não é uma espera e nem uma meta a ser alcançada no futuro. A vida é aqui e agora, esse instante mesmo. Se você sempre deixar o presente para o amanhã, vai desperdiçar a sua vida. Em si, a vida é neutra; nós a fazemos bela, nós a fazemos feia; a vida é a energia que trazemos a ela. 
 
Osho
https://www.pensador.com
CHEGA DE RELACIONAMENTOS

Sinta-se como uma nuvem branca... Sem identidade e sem forma... E, em tal estado, absorva-se no vazio...
 
Perceba... É impossível relacionar-se com uma nuvem branca. A única possibilidade é unir-se a ela e permitir que ela se una a você, mas relacionar-se é impossível. No relacionamento você permanece à parte, no relacionamento, você continua manipulando.
 
E esta é uma das misérias da vida humana – que mesmo no amor criamos relacionamento. E acabamos perdendo o amor.
 
O amor não deve ser um relacionamento. É preciso tornar-se o amante ou o amado. Você deve tornar-se o outro e permitir que o outro torne-se você. Deve haver uma fusão – só então os conflitos cessam. Do contrário, o amor torna-se um conflito, uma luta.
 
Perceba... Quando você é, tenta manipular, quer possuir, quer ser o mestre – então a exploração acontece. E o outro é usado como um meio, não como um fim.
 
A mente humana não pode pensar além do relacionamento, porque não podemos pensar em nós mesmos como se não existíssemos.
 
Nós somos. E por mais que escondamos isso, nós existimos. No íntimo, o ego permanece e continua a manipular. Mas quando seu ego desaparece você se transforma na nuvem branca.
 
Perceba... Por muitas e muitas vidas, você tem se relacionado com isto ou aquilo. E já sofreu o suficiente – já sofreu mais que merece. E o sofrimento tem sido centrado nesse falso conceito de relacionamento. Este conceito está errado: você tem que ser você mesmo e estar relacionado. Com o relacionamento há tensão, conflito, violência, agressão, e o inferno todo vêm.
 
Sartre disse em algum lugar: o inferno é o outro. Mas, na verdade, o outro não é o inferno – o outro só é o outro porque você é o ego. Quando você não é mais, o outro desaparece.
 
E sempre que isso acontece – entre um homem e uma árvore, entre um homem e uma nuvem, entre um homem e uma mulher – sempre que acontece de você não ser, o inferno desaparece. De repente, você é transfigurado – você entra no paraíso.
 
A velha história bíblica é bela: Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden porque comeram o fruto proibido – o fruto da Árvore do Conhecimento. Esta é uma das parábolas mais maravilhosas já inventadas.
 
Por que era o fruto da Árvore do Conhecimento proibido¿ Porque no momento em que o conhecimento aparece, o ego surge. No momento em que você sabe que é, você cai.
 
Este é o pecado original. Ninguém expulsou Adão e Eva do céu. No momento em que eles se conscientizaram de quem eram, o Jardim do Éden desapareceu.
 
Para tais olhos, repletos de ego, o Jardim não podia existir. Não que eles tivessem sido expulsos do Jardim – o Jardim está aqui e agora. Está justamente ao seu redor. Sempre o segue, onde quer que vá – mas você não pode vê-lo. Quando o ego não existe, você entra nele novamente; o Jardim é revelado. Você nunca esteve fora dele.
 
Tente isso: sente-se sob uma árvore, esqueça-se de si mesmo. Deixe que apenas a árvore exista. Isso aconteceu a Buda sob a árvore Bodhi. Ele não era: nesse momento, tudo aconteceu. Apenas a árvore Bodhi estava lá.
 
Encontre momentos em que você não seja. E estes serão momentos em que será pela primeira vez de fato.
 
Assim, sou uma nuvem branca, e, todo meu esforço é para torna-los nuvens brancas também, vagueando pelo céu. Sem lugar para onde ir, sem lugar de onde vir. Apenas presentes no momento – perfeitos.

Todo meu ensinamento resume-se nisto: haja o que houver, aceite tudo tão totalmente que nada sobre para ser obtido. E vocês se transformarão em nuvens brancas.
 
Osho
https://blogdoosho.blogspot.com 
 
Estamos tão condicionados, tão fracionados, que já não conseguimos compreender a incondicionalidade, é lamentável!  Tudo que fazemos é em troca de alguma coisa; somos como aqueles comerciantes mesquinhos que somente visam o lucro; mas... que lucro? O lucro do dinheiro, da soberania sobre os outros, do poder? Osho está certo quando afirma: "haja o que houver, aceite tudo tão totalmente que nada sobre para ser obtido". Provavelmente é nisso que estamos falhando: atingirmos um ponto em que não exista nada para ser obtido. Certamente não é fácil atravessarmos essa fronteira, porém, necessitamos fazer. Chega de condicionamentos! Não somos frações, somos inteiros! O que há para trocar se somos inteiros ?