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domingo, 30 de junho de 2019

O QUE É QUE REALMENTE 
VOS INTERESSA ?


Pergunta: Não existirá o nervosismo em virtude da falta de domínio da mente? Podereis nos fornecer algumas indicações de como controlar a mente afim de ser capaz de dominar os nervos?

Krishnamurti: O domínio da mente vem quando há suficiente interesse, o êxtase do entendimento. Quando estiverdes interessados, sereis capazes de vos concentrar. Portanto, tendes primeiro que verificar se estais interessados pela compreensão da Vida, pela compreensão de cada experiência, e daí provirá um natural, um gracioso domínio e fácil contemplatividade. Ao passo que, sem exercerdes a determinação, a vontade, para dominar a mente, isso nada mais será que um exagero de opostos e daí provirá a expansão da eu-consciência. Observai a vós próprios no persecução do prazer. Não fazeis um esforço especial para vos concentrar, ides na direção dele. Vossa mente está continuamente antecipando-o, pensando a respeito, consumando-se a si mesma repetidamente no pensamento. Isto não exige domínio porque estais interessados. Portanto, em primeiro lugar, averiguai na vida o que é que realmente vos interessa.

Quando vosso desejo estiver dividido em si mesmo, então exerceis vossa vontade para dominá-lo; se, porém, vosso desejo estiver em persecução não divisa daquilo que deseja, então não há conflito e nenhum esforço para domínio é necessário. Conheço muitas pessoas que dominaram suas mentes, que meditaram durante anos. Isto é, aprenderam a suprimir a si mesmas, expeliram de suas mentes todos os pensamentos em conflito e apegaram-se a uma ideia. Para mim, não se trata de expelir os pensamentos para fora da mente porém antes do entendimento de toda a experiência pelo ter a mente alerta. A verdadeira concentração é compreender o pleno significado de cada experiência, de cada pensamento e sentimento. Então vossa mente estará desperta e será plástica.


Pergunta: Haveis com frequência falado da completude dentro de vós próprios. A primeira vista isto parece trabalhar no sentido de uma separação maior. Podeis nos explicar isto um pouco melhor?

Krishnamurti: Unicamente tornando-vos apercebidos da causa da separação, que é eu-consciência, é que realizareis a completude. Quando estais aprisionados na limitação do pensamento e emoção, sois conscientes da separatividade. A chama da plena eu-consciência vem quando percebemos a causa da eu-consciência, a qual brota dos sentidos, dos pensamentos e ideias. Enquanto a eu-consciência, a “eu-dade” existir, não haverá a plena, a permanente realização da completude, que somente pode ser realizada por meio da dissolução do ego.


Krishnamurt
http://pensarcompulsivo.blogspot.com

sábado, 29 de junho de 2019

É PRECISO COMPREENDER A VIDA
POR SI MESMO


Pergunta: Sugeristes que deveríamos fixar nossa meta. Dizeis que alcançastes a meta que, para vós, é a liberdade, a libertação e felicidade. Quando tento ficar minha meta, verifico que não é fácil. Nada se me afigura definido quanto à meta. Por que norma sugeris que eu pense, ou atue, de modo a poder perceber minha meta, embora obscuramente?

Krishnamurti: Amai vossos amigos. Não é esta uma meta em si? Tendes algumas ideias intelectuais abstratas sobre isto. Se procurais alguma coisa além, é isto, naturalmente vago, difícil, incerto. Mas, ao mesmo tempo estais passando por cima das pessoas. O que interessa é o que fazeis agora, como agis e reagis, como procedeis, como pensais agora — não o que fareis futuramente. Que tem o futuro com aquele que está na tristeza? A meta ou o início da percepção da meta está muito próximo; está junto de vós, está em vós. Estais tentando aceitar minha meta, minha definição de meta. Quereis fazê-la concreta, apertá-la, para vossa percepção. Não o posso fazer. Se o fizesse, nenhum valor teria para vós. Mas se percebeis vós mesmo a meta, então, todas as vossas ideias, toda a vossa vida, todo o vosso sofrimento seriam a meta. Seria a meta de todos naturalmente, porque todos estais sofrendo.

A pergunta é “por que norma sugeris que eu pense ou atue, de modo a poder perceber minha meta, embora obscuramente?” Como posso eu sugerir o que deveis pensar? Quando estais na tristeza, ou na solidão, ou estais na dor, não perguntais a outrem: “Como devo livrar-me disto?” Experimentais caminhos e meios de vos livrardes e não vos sentais e tentais compreender como vos envolvestes em tal situação. Quando tendes fome, que fazeis? Se sois de índole má ides roubar, pedir ou fazer alguma coisa. Não vos sentais e pesquisais a causa da fome, o que é a meta da fome. Esta é a razão porque eu disse que a verdade é uma questão puramente individual, não para ser conhecida através de qualquer profeta, através de qualquer guia, ou através do vosso próximo. Se compreenderdes a vida através de vós mesmo, ela será a vida de cada um, porque o eu é o mesmo, tanto em vós como em mim; e se tiverdes penetrado, enriquecido, tornado perfeito esse eu, então compreendereis o eu de cada um e de tudo.


Krishnamurti
http://pensarcompulsivo.blogspot.com 
 

sexta-feira, 28 de junho de 2019

A VIRTUDE DO SILÊNCIO


Precisamos de mergulhar no silêncio se queremos sentir a felicidade que habita no mais íntimo dos nossos corações. Se nunca pararmos, nunca conseguiremos senti-la.
 
Ela é como o mar: só quando está calmo é que reflete a beleza do mundo. Só quando paramos, em silêncio, é que podemos refletir a grandeza do que nos rodeia. É então que podemos experimentar a alegria que trazemos em nós.
 
Só podes encontrar-te contigo mesmo se estiveres em silêncio. As muitas influências do exterior debilitam-te. Precisas do silêncio para voltares a ser tu próprio, em plenitude.
 
Procura o silêncio.
 
O ruído é como a sujidade e o pó.
 
O silêncio é um banho para a alma.
 
Não há purificação mais intensa que a do silêncio. É nele que está o caminho para a paz do coração.
 
Quem fala incessantemente gasta as reservas de energias interiores. Quando fazes silêncio, trancas a porta da tua alma, e isso leva a que a chama que arde em ti não se apague e a fonte que te dá vida não se esgote.
 
Um silêncio puro e límpido acalma a sede do nosso ser. Sacia os desejos do coração. É nele que reside a verdadeira felicidade do Homem.
 
Aquele que, pelo silêncio, se abeira do mistério da vida consegue, em momentos de graça, ouvir o canto do Universo, o som das esferas celestes em movimento.
 
Quando vives o momento presente, sentes-te invadir por uma alegria inigualável, por um prazer que nada neste mundo te poderá roubar.
 
O silêncio é a porta que o nosso ouvido interior abre
para se poder escutar a maravilhosa melodia da alma.
 
Quando não dançamos apenas ao som do assobio dos outros é sinal de que estamos em sintonia conosco, em sintonia com a música suave que o nosso coração criou.
 
Descobre esta melodia interior.
 
Procura captar as notas do silêncio.
 
Mantém-te atento a tudo o que desponta em ti.

 
Anselm Grün -“Em cada dia um caminho para a felicidade”
http://bloggdaro.blogspot.com

-REVENDO ANTIGAS POSTAGENS-
  Ouvindo Deus
 
Parte III
 
A vida não é uma batalha, é apenas um processo. Mas se não souberem disso, acharão que é uma luta constante. Não é lutando que o processo continua. É rendendo-se que a vitória é assegurada. Eu lhes digo:

Não existe coincidência e nada acontece por acaso.

Vocês atraem para si todos os eventos para poder criar e experimentar Quem Realmente São. Todos os verdadeiros Mestres sabem disso. Esse é o motivo pelo qual ficam imperturbáveis diante das “piores” experiências da vida. Sabem que Jesus não ficou perturbado com a crucificação, mas esperou por ela. Poderia tê-la evitado, mas não evitou.

Poderia ter interrompido o processo em qualquer ponto, pois tinha tal poder, porém, não fez. Permitiu-se ser crucificado para ser a salvação eterna do homem.

A compaixão de Jesus era tanta que Ele implorou por um modo – e o criou – de causar tamanho impacto no mundo que todos poderiam ir para o céu (realização pessoal) – se não de outro modo, através Dele, porque Ele venceu o sofrimento e a morte. E vocês podem fazer o mesmo.

O maior ensinamento de Cristo não foi mostrar que terão vida eterna, mas que têm; não que terão fraternidade em Deus, mas que têm; não que terão tudo que pedirem, mas que têm.

Tudo o que é preciso é saber disso. Porque vocês criam a sua realidade e a vida só poderá ser para vocês como pensam que será. Pensar é o primeiro passo da criação. Deus-Pai é pensamento. Seu pensamento é o Pai, que dá origem a todas as coisas.

A primeira lei é que você pode ser, fazer e ter tudo que imaginar.

A segunda lei é que você atrai aquilo que teme.

A emoção é a força que atrai.

Um animal que você considera uma forma de vida inferior (embora os animais ajam com mais integridade e coerência do que os seres humanos) – sabe imediatamente se você tem medo dele. As plantas – que você considera uma forma de vida mais inferior – reagem às pessoas que as amam muito melhor do que aquelas que não se importam com elas.

Portanto, emoção é energia em atividade.

Quando você ativa energia cria efeito. Se ativar energia suficiente criará matéria. Matéria é energia acumulada. Ativada. Se você manipular energia de tempo o suficiente de um determinado modo, obterá matéria. Todos os Mestres conheciam essa lei. É a alquimia do universo, o segredo de toda a vida.

O pensamento é pura energia.

A energia do seu pensamento nunca acaba.

Agora você entende melhor como pessoas de mente similar podem trabalhar juntas para criar uma realidade ideal. A frase “Onde dois ou mais estiverem reunidos em Meu Nome...” torna-se muito mais significativa. Quando sociedades inteiras pensam de um determinado modo, frequentemente, acontecem coisas surpreendentes.

Uma sociedade que vive sempre com medo inevitavelmente produz o que mais teme. Grandes comunidades ou congregações encontram no pensamento combinado (oração, meditação, etc.) um poder milagroso. Isso se aplica também individualmente – se seus pensamentos, preces, esperanças, desejos, sonhos e medos forem muito fortes podem produzir esses resultados.

Jesus fez isso regularmente. Sabia como manipular energia e matéria, arranjá-las, distribuí-las e controlá-las totalmente. Muitos Mestres sabiam disso. Muitos sabem agora. Você também sabe.

Todas as pessoas que ouvem a palavra de Deus e buscam Sua Verdade; para todos os corações que perguntam de boa - fé qual é o Caminho, Para estes é mostrado. Vá a Deus pelo caminho de seu coração, não pelo de sua mente. Você nunca O encontrará em sua mente.

Para conhecer Deus, verdadeiramente, você tem que sair de sua mente.

Durante séculos vocês aprenderam que a ação patrocinada pelo amor surge da escolha de ser, fazer e ter o que é melhor para a outra pessoa. Contudo Eu lhes digo que a melhor escolha é aquela que é melhor para vocês. Como ocorre com todas as verdades espirituais profundas, essa afirmação está sujeita a ser mal interpretada.

O mistério é em parte esclarecido no momento em que você decide qual é o maior “bem” que pode fazer a si mesmo. E quando a melhor escolha é feita, o mistério desaparece, o círculo se completa e o maior bem para si torna-se o maior bem para a outra pessoa.

Pode ser necessário muito tempo para entender essa verdade – e ainda mais para colocá-la em prática – porque ela está ligada a outra ainda maior: o que você faz por si mesmo faz para a outra pessoa, o que faz por ela, faz por si mesmo. Isso ocorre porque vocês são um só. E porque não há nada além de você.

Todos os Mestres que pisaram em seu planeta ensinaram isso.

A pessoa que tenta “fazer o que é certo” para a outra – estar pronta para perdoar, mostrar compaixão e deixar sempre para trás certos problemas e comportamentos passados (sem compreender, apenas agindo mecanicamente) – torna-se rancorosa e desconfiada, até mesmo de Deus. Como um Deus justo exige esse sofrimento, essa tristeza e esse sacrifício intermináveis, mesmo em nome do amor?

Deus não faz isso. Ele só pede que você inclua a si mesmo entre aqueles que ama.

Este é o problema com a verdade. É implacável. Não o deixa em paz. Cerca-o por todos os lados, mostrando-lhe o que realmente é. Isto pode ser perturbador. Porém, se deseja garantias na vida, então não deseje a vida. Quer repetir um roteiro que já foi escrito? Por natureza, a vida não pode ter garantias, isso iria contra todo o seu objetivo.

Saiba e compreenda que haverá desafios e momentos difíceis. Não tente evitá-los. Aceite-os com gratidão.

Considere-os grandes dádivas de Deus; oportunidades gloriosas de realizar o seu propósito no relacionamento – e na vida. Nessas ocasiões, tente não enxergar o outro como inimigo, ou até mesmo o próprio problema. De fato, tente não ver ninguém – ou nada – como inimigo, ou até mesmo o problema.

Aperfeiçoe a técnica de compreender todos os problemas como oportunidades.

Seja paciente, você está adquirindo sabedoria e agora suas alegrias são cada vez maiores, pois os sofrimentos são compreendidos e aceitos. Esse também é um ótimo sinal. Você está aprendendo (lembrando-se como) a amar, criar e chorar sem sofrimento, se é que sabe o que Eu quero dizer.

E não considera isso crescimento?

Creio que percebeu a graça nos dramas da sua própria vida, poder recuar e vê-los como são e até mesmo rir. Então continue crescendo e continue decidindo o que quer tornar-se na versão mais sublime do seu Eu. Continue a esforçar-se para isso.

Continue! Continue!

É o trabalho de Deus que estamos realizando, você e Eu.

Por isso continue!


Neale Donald Walcsh 
Texto extraído do livro Conversando com Deus 


É interessante como nos sentimos familiarizados com essas afirmações... parece que já as conhecíamos ... Foi necessário somente que alguém contasse para nós. Sabe porque ? Estamos despertando! Aquela semente jogada pela mão do Semeador está começando a brotar, pois o terreno se tornou favorável. Nós estamos compreendendo. Eu o(a) convido para seguirmos juntos nessa grande aventura espiritual.
-REVENDO ANTIGAS POSTAGENS-

POR QUE TANTOS SÃO COLHIDOS
PELA TRISTEZA ?

 
Vossos pensamentos e vossas ações acham-se presentemente condicionados, limitados por ideias sociais, econômicas e religiosas e vós haveis vos tornado meros dentes de engrenagem numa máquina vastíssima. Não estais seguros e nem sois responsáveis e, dessa incerteza e irresponsabilidade, surgem vossas ações desarmoniosas e em conflito. Onde há conflito no pensar e sentir e, portanto, na ação, segue-se a tristeza e, a maioria das pessoas no mundo, tanto os irrefletidos como os espertos se acham colhidos pela tristeza.

Para libertar-se desta tristeza é preciso tornar-se consciente de que se está apenas imitando, que os pensamentos e sentimentos são contorcidos pelo contínuo conformar-se a ideais preestabelecidos e padrões que cegamente seguis. Em virtude disso, vosso verdadeiro instinto, a integridade de vosso próprio pensamento e sentimento perverteu-se. Presentemente não podeis confiar em vosso instinto, porque através de múltiplos séculos vosso instinto tem sido pervertido pela opinião pública, pela tradição, pela autoridade espiritual. Vosso instinto, que é vosso verdadeiro guia, foi assim rudemente pervertido e daí haverdes perdido, naturalmente, toda confiança nele. Portanto, afim de uma vez mais descobrirdes vosso instinto puro, necessitais começar a verificar como vossos pensamentos e sentimentos estão condicionados pelo medo e por causa da imitação; e, no verdadeiramente defrontar essas limitações, impostas pela sociedade e pela religião, pelos múltiplos padrões e ideais, dareis liberdade à inteligência natural que é a intuição, a qual é verdadeiro instinto.

O que estou dizendo não é de modo algum filosófico, nem tampouco é o pensamento ocidental ou oriental expresso de modo a acomodar-se às mentes modernas; isto porque, para mim, a filosofia, um sistema de pensar, somente limita a liberdade de sentir e produz a conformidade, que é uma imitação. Não estou de modo algum oferecendo-vos uma panaceia para as doenças atuais do mundo, nem dando-vos um sistema mediante o qual possais encontrar a felicidade.

No mundo inteiro todos buscam a felicidade, a felicidade que perdura, porém uma tal felicidade não se encontra pela conformidade, seja de que espécie for. A conformidade, que é imitação, principia na infância, por meio da educação, pelo choque com a sociedade e com as circunstâncias externas. Por esse modo tendeis a fazer que vossos pensamentos e sentimentos correspondam à opinião pública e se tornem subservientes às ideias religiosas e às autoridades espirituais.

Se refletirdes sobre qualquer religião ou filosofia, nela encontrareis um método estatuído mediante o qual podeis chegar à realização da verdade ou Deus. Tudo que fazeis é conformar-vos, imitar e forçar vosso pensar e sentir segundo o molde determinado desse sistema, e por essa maneira apenas vos tornais dentes de engrenagem numa máquina social ou religiosa. Todo o edifício da civilização moderna se acha baseado inteiramente na conformidade e ajustamento a padrões que foram estatuídos por uma autoridade, a autoridade da opinião pública ou de um instrutor espiritual. E o que se dá com religião, sociedade e ideias, dá-se com a educação; a conformidade contínua resulta na sufocação do pensamento individual.

O que acontece na vida atual? Tendes uma experiência, tal como a morte ou a falência num negócio ou uma grande desilusão, e esta experiência vos faz sofrer forçando-vos a pensar. Em face do conflito, da confusão e da desgraça, rompeis com a conformidade, com a imitação, na qual reside a insinceridade, a falsidade, e começais a pensar por vós próprios, acrescentando assim o conflito. Ora, quando isto acontece, que é que fazeis? Buscais uma maneira de sobrepujar este conflito, para vencer essa tristeza, não por compreender-lhe a causa, porém sim procurando uma evasão, e estabeleceis um ideal, esperando por meio desse ideal esquecer o conflito.

Assim, da conformidade, desperteis para o conflito, escapais para a satisfação, a qual mais uma vez é limitação, e assim vos amarrais a este processo de contínua fuga do presente, no qual unicamente está a imortalidade. Eu digo que há entendimento no presente, não no conformar-se à memória do passado ou na persecução de um ideal para o futuro, porém sim, no contínuo apercebimento que revela todos os conflitos. Vós compreendeis fazendo face aos vossos conflitos, não tentando deles escapar. Fazer-lhes frente é tornar-se apercebido de que o sofrimento existirá enquanto houver a persecução do anseio. É na intensidade do viver no presente, sem o embaraço da conformidade ou da fuga, que advêm um êxtase, uma perpétua felicidade que para mim é a beatitude da verdade.

 
Krishnamurti
http://pensarcompulsivo.blogspot.com


"A tristeza é um livro sábio que se tem no coração e que nos diz centenas de coisas - impede-nos de apodrecer como um cogumelo debaixo de uma árvore; pouco a pouco vai fabricando uma provisão de ensinamentos para a vida". Jaliusz Slowacki está certo, porém a tristeza precisa ser profundamente refletida, pois, do contrário, pode tornar-se viciante.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

NÃO HÁ DOR QUE JUSTIFIQUE A FUGA


A escuridão, as trevas desesperadas, é esse o círculo terrível da vida do dia-a-dia. Por que é que uma pessoa se levanta de manhã, come, bebe e se deita outra vez? A criança, o selvagem, o jovem saudável, o animal não padecem sob a rotina deste círculo de coisas e atividades indiferentes.
 
Aquele a quem os pensamentos não atormentam, alegra-se com o levantar pela manhã e com o comer e o beber, acha que é o suficiente e não quer outra coisa.

Mas quem viu esta naturalidade perder-se, procura no decurso do dia, ansioso e desperto, os momentos da verdadeira vida cujas cintilações o tornam feliz e que apagam a sensação de que o tempo reúne em si todos os pensamentos relativos ao sentido e ao objetivo de tudo. Podem chamar a esses momentos, momentos criadores, porque parece que trazem a sensação de união com o criador, porque se sente tudo como desejado, mesmo que seja obra do acaso. É aquilo a que os místicos chamam união com Deus.

Talvez seja a luz muito clara desses momentos que faz parecer tudo tão escuro, talvez a libertadora e maravilhosa leveza desses momentos faça sentir o resto da vida tão pesada, pegajosa e opressiva. Não sei, não aprofundei muito o pensamento e a tirada filosófica. Mas sei que se há bem-aventurança e um paraíso tem de ser uma duração incólume de tais momentos, e se se pode obter esta felicidade pela dor e pela sublimação na dor, não há nenhuma dor que justifique a fuga.
 
 
Hermann Hesse, in “Gertrud” (personagem Kuhn)
https://www.revistapazes.com


quarta-feira, 26 de junho de 2019

A   P   L   A   U   S   O


O Poder Mundano Pode ser Indesejável

Diz uma daquelas leis tristes e infalíveis
Que às vezes tornam nossos fracassos menos doloridos
Do que o êxito cujo resultado é perda profunda:

“A verdadeira grandeza morre quando ressoa o aplauso do mundo.”

A fama arruína o objeto que deseja abençoar, porque,
Amarrada às expectativas das pessoas, a mente
Já não pode elevar-se às alturas supremas, nem encontrar
Aquela liberdade que era sua inspiração.
Quando ouvimos aplausos barulhentos
Ou recebemos a aprovação da multidão vulgar,
Já não percebemos a música das esferas,
Não caminhamos com deuses e anjos, mas com humanos.
Até que, impotentes devido a medo e constrangimento,
Os elogios do mundo se transformam em desprezo.
 
Ella Wheeler Wilcox (1850-1919) 

Os versos acima foram traduzidos por Carlos C. Aveline do livro “Poetical Works of Ella Wheeler Wilcox

https://www.filosofiaesoterica.com

 
CRIAÇAO MENTAL: 
PROJEÇOES DE BEM E DE MAL


Segundo Capítulo do Gênesis

O segundo capítulo do Gênesis afasta-se radicalmente do primeiro, pois é um relato de uma criação mental, uma mente produzindo imagens mentais, não uma realidade exteriorizada, mas formas mentais em pensamentos; mentes aparecendo como pensamento, mutável como o tempo, pensamentos que nunca saem do reino da mente para adentrar no reino do Ser.

A verdade concernente a essa questão é que, quer achemos que dois vezes dois são quatro, quer não achemos, não podemos mudar o fato.

Dois vezes dois SÃO quatro. Não há nada que se possa fazer a respeito.

Seria assim mesmo que nós não o achássemos, porque o fato É.

O nosso achar - pensar não pode tornar algo verdadeiro; mas, no silêncio interior, que é uma atitude de escuta, de aprendizado de Deus, na qual Ele faz soar a Sua voz, o coração derrete – desaparecem o pecado, a doença, as faltas – e Deus nos faz saber o que realmente É.

Apenas no reino do Ser estamos fora do pensamento, onde a realidade é.

Haverá quem não tenha tido bons pensamentos, ou que não os tenha tido maus?

Qual de nós não terá tido pensamentos agradáveis ou desagradáveis, saudáveis ou doentios, puros ou pecaminosos? Assim acontece porque os pensamentos gerados unicamente pela mente são sempre bons ou maus.

Essa criação mental não é obra do Espírito ou da Consciência, mas uma criação da mente carnal, dualista, feita da dicotomia, que pensa correta ou incorretamente, sem a Consciência de Deus como guia.

Todo o mundo sensorial, feito daquilo que podemos ver, ouvir, tocar, cheirar e saborear, não tem existência a não ser como criação da nossa mente carnal, que por sua própria natureza e princípio é irreal, é inconstante, sem substância de suporte, com seus pensamentos que se alteram do bem para o mal e vice-versa.

A partir do momento em que compreendemos que o segundo capítulo do Gênesis descreve a ação da mente temos a chave para a sua superação, para nos elevarmos para além da mente e do pensamento.

Os pensamentos de Deus são os nossos pensamentos. Nós não temos a capacidade de pensar como Deus, mas quando a mente é transcendida para além do pensamento e, em nós se faz o Silêncio, Deus pode fazer soar Sua palavra através de nós.

Quando nos tornamos capazes de ir além do reino do pensamento para a elevada esfera onde não se tem opiniões sobre qualquer coisa ou pessoa ser boa ou má, e, temos o desejo de ser perfeitamente transparentes às instruções de Deus, Ele fala a nossos ouvidos; Ele nos mostra a realidade espiritual que existe ali onde há aparência humana, do “homem de carne” que “não pode agradar a Deus”.

Mas, nesse momento em que Deus fala, o “homem de carne” é transformado no Filho de Deus e volta de imediato para o Éden, onde, como filho de Deus, vive sob sua direção.

A crença em dois poderes é o que nos prende às alternâncias dos pares de opostos – harmonia e discórdia, pobreza e abundância, vida e morte, doença e saúde.

À medida que nos habituamos a permanecer centrados em nosso ser interior descobrimos que só há um poder – que não é bem ou mal sob qualquer aspecto – e isso nos liberta e nos aquieta, pois trás a paz da compreensão. O único demônio é o reconhecimento do bem e do mal, QUE PROJETA APARÊNCIAS DE BEM E MAL - AMBAS SEM SUBSTANCIA

Decidimos que algo é bom, e o é para nós, ou que algo é um mal, e também assim o será embora a verdade seja: “Não há nada que seja bom ou mau, é o nosso pensar que assim o faz”.

Livrando-nos dos pares de opostos, podemos parar a gangorra da mente humana, o que não é de fato tão difícil ou impraticável como parece.

Perguntaram-me muitas vezes: “Como posso parar de pensar?”

E eu encontrei um modo. No momento em que posso olhar para uma pessoa ou condição, sabendo que não é boa e nem má, meu pensamento para e minha mente se aquieta. E isso é o seu fim, pois agora não emite pensamentos em que possa se fixar; não penso o bem e não penso o mal. Tudo o que sei é que É, e estou de volta ao centro do meu ser, onde está todo o poder.

Nossa mente não tem descanso quando pensamos a respeito das coisas ou pessoas, tanto em termos de bem como de mal, mas ela descansa quando abandonamos todos esses conceitos.


Joel S. Goldsmith
http://suprimentoinvisivel.blogspot.com