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sexta-feira, 31 de maio de 2019

RÉSTIAS DE LUZ PELO CAMINHO


“Ame e respeite a si mesmo do jeito que a existência o fez e então, imediatamente, as portas do paraíso se abrem para você.”

“Para ver alegria nas coisas mais simples, é necessário uma grande alma.”
 
“Seja paciente. As coisas vão melhorar. A vida segue ciclos. São altos e baixos. A gente não pode desanimar. Temos que entender que a queda faz parte da caminhada e a queda pode ser o impulso que precisamos para o salto até a nossa felicidade.”

“Encante seu dia! Semeie amor pelo caminho. Faça alguém feliz. Seja ternura e carinho. Sonhe, ame, sorria, cante. Deixe que a vida seja cativante. Faça o que nunca fez, tente outra vez! Abrace um sonho e realize. Deixe a vida ser abraço. Ser recomeço, ser passo. Ser amor que acolhe a cada instante. E seja simplesmente feliz.”

"Peço perdão a todos aqueles que cruzei nos caminhos da vida e que por causa da minha ignorância não pude amá-los".

"Tire um instante do seu momento de meditação e reflita todas as pessoas que já transitaram na sua vida e faça um pedido de perdão mentalmente. O Universo estará enviando a frequência de perdão à essas pessoas que lhe foram úteis em determinado período da sua vida e seja grato(a) "

“Ninguém se encontraria reencarnado na Terra, não tivesse a existência física uma finalidade superior. O ser é produto de um largo processo de desenvolvimento dos infinitos valores que lhe dormem em latência, aguardando os meios propiciatórios à sua manifestação.”
 
“Cada experiência é um degrau para o progresso da alma. Não fique preso ao passado. Você está, agora, diante de uma nova experiência. Dedique-se a ela de corpo e alma, e verá surgir o próximo degrau de evolução.”
 
"A cada dia você pode ser melhor do que foi ontem".

“O conhecimento do nosso ser espiritual só pode ser lembrado quando expandimos nossa consciência para abraçar as dimensões superiores. Então, podemos liberar a nossa dependência dos outros e curar a nossa sensação de impotência e vitimização.”

"O autoconhecimento é o caminho". 

 https://p4zeequilibrio

quinta-feira, 30 de maio de 2019

ACONTECE NATURALMENTE



Quando a espiritualidade chega, de um modo mais forte em nossa vida, iniciamos a busca... buscamos e buscamos, mas depois de um certo caminhar compreendemos que não é a busca, ela é muito importante, claro, descobrimos muita coisa; entretanto é a prática daquilo que lemos, escutamos ou presenciamos em outros, a real experiência.
 
Ela acontece naturalmente... de nada adianta forçarmos esse amadurecimento, pois quando fazemos isso para as plantas, elas não apresentam o mesmo sabor... tornam-se muito artificiais. Muito tempo é perdido através dessa prática.

Mudando as nossas atitudes, mesmo obrigando-nos a princípio a sermos amorosos, amigos, fraternos e muito mais, aos poucos percebemos que com o passar do tempo estamos nos tornando, realmente amorosos, amigos e muito mais.

Iniciemos com o bom dia. Bom dia, amigo(a)! Mostremos um belo sorriso, mesmo artificial, no início, porém depois tornar-se-á tão natural e envolvente, pois quase todas as pessoas com as quais cruzarmos irá nos presentear, também, com um lindo sorriso. Comecemos, principalmente, com aqueles que a sociedade considera inferior. É importante sentirmo-nos em união com todos.

Agradeçamos a cada célula, a cada átomo que formam os nossos corpos* - são milhões de pequeninos indivíduos que estão aos nossos cuidados - e, ao tomarmos essa atitude, automaticamente surge uma comunhão interna, como se algo muito silencioso nos falasse sem linguagem, sugerindo-nos um comportamento mais adequado e salutar em relação a esse imenso universo - nosso corpo.
 
Creio que a maneira mais bela de meditar é quando caminhamos, quando nos relacionamos com tudo a nossa volta, pessoas, pássaros, natureza, o barulho do trânsito, a ignorância de alguns, a bondade de outros. Vamos compreendendo que mesmo através daquele tumulto existe algo de maravilhoso, mas precisamos observar tudo com neutralidade, entregando-nos a guiança do Amor-Sabedoria, essa grandiosa energia que emana para todos.

Tudo que vem até nós - positivo ou negativo - aceitemos de bom grado, façamos um grande esforço para abraçar a oportunidade que nos é oferecida, pois naquele momento é aquilo que está chegando para nos testar, é justamente aquilo que precisamos para compreender mais e mais a vida. Se perdermos essas pequenas e curtas ocasiões elas retornarão, porém mais fortes e demoradas.

Tudo que a vida nos traz é simples e belo. A vida nos dá a impermanência e, nós, na maioria das vezes, queremos perpetuar o que já deveria ter passado. Não percamos mais tempo!

KyraKally
 
O     Q  U  E     É    ...



O que é veneno?
 
- Qualquer coisa além do que precisamos é veneno.
Pode ser poder, preguiça, comida, ego, ambição, medo, raiva, ou o que for.


O que é o medo?
 
- Não aceitação da incerteza.
Se aceitamos a incerteza ela se torna aventura.


O que é a inveja?
 
- Não aceitação do bem no outro.
Se aceitamos o bem torna-se inspiração.


O que é raiva?

- Não aceitação do que está além do nosso controle.
Se aceitamos torna-se tolerância.


O que é ódio?
 
- Não aceitação das pessoas como elas são.
Se aceitamos incondicionalmente então, torna-se amor.


Rumi
http://ventosdepaz.blogspot.com


"Sempre que houver medo nunca tente escapar dele. Na verdade, siga as indicações do medo. É na direção delas que você precisa se movimentar. O medo é simplesmente um desafio, pois a vida começa onde o medo termina. Não há necessidade alguma de ter medo. Você pode perder apenas aquilo que tem de ser perdido. E é bom que perca logo - porque quanto mais tempo ficar, mais forte aquilo se torna". Osho - Texto recebido sem identificação da fonte


"Quando há uma compreensão do medo, há um entendimento de todos os problemas relacionados a esse medo. Quando não há medo há liberdade". Jiddu Krishnamurti - https://www.pensador.com


"Por que nós fazemos tudo isto: obedecer, seguir, copiar? Porque temos medo internamente de estarmos incertos. Queremos estar certos, queremos estar certos financeiramente, queremos estar certos moralmente, queremos ser aprovados, queremos estar numa posição segura, queremos nunca ser confrontados com problemas, dor, sofrimento, queremos estar cercados.

Então o medo, consciente ou inconscientemente, nos faz obedecer ao Mestre, ao líder, ao sacerdote, ao governo. O medo também nos controla para não fazermos alguma coisa que possa ser prejudicial aos outros, porque seremos punidos. Assim, por trás de todas estas ações, ambições, buscas, espreita este desejo de certeza, esse desejo de estar seguro. Então, sem resolver o medo, sem ficar livre do medo, meramente obedecer ou ser obedecido tem pouco significado; o que tem significado é compreender este medo dia a dia e como o medo se mostra de diferentes formas. Só quando há liberdade do medo pode haver essa qualidade interior de compreensão, essa solidão em que não existe acúmulo de conhecimento ou de experiência, e é apenas isso que nos dá a extraordinária clareza na busca do real". J. Krishnamurti - https://krishnamurtibox.wordpress.com



“O único problema com tristeza, desespero, raiva, desesperança, ansiedade, angústia, miséria, é que você quer se livrar delas. Essa é a única barreira. Você terá que conviver com elas. Você não pode escapar. Elas são a própria situação na qual a vida tem que se integrar e crescer. Elas são os desafios da vida. Aceite-as. A vida não pode ser possuída. Se você a quiser terá que manter suas mãos abertas" Osho - https://p4zeequilibrio.tumblr.com
 
 
"Amor invoca amor e ódio invoca ódio. Tudo aquilo que nós damos retorna para nós. Essa é uma lei eterna. Assim, tudo aquilo que você deseja receber, é aquilo que você deve dar ao mundo. Você não pode receber flores em retribuição a espinhos". Osho - https://www.pensador.com
 
 

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Ê   X   T   A   S   E


O êxtase é uma linguagem que o homem esqueceu completamente. Foi forçado a esquecê-la; foi compelido a esquecê-la. A sociedade é contra, a civilização é contra. A sociedade fez um enorme investimento na miséria. Depende da miséria, alimenta-se da miséria; sobrevive da miséria. A sociedade não é para os seres humanos. A sociedade está usando os seres humanos como um meio para ela mesma. A sociedade tornou-se mais importante que a humanidade. A cultura, a civilização, a igreja tornaram-se mais importantes. Elas destinavam-se ao homem, mas agora não são mais para ele. Elas inverteram quase todo o processo; agora, o homem existe para elas. 
 
Toda criança nasce em êxtase. O êxtase é natural. Não é alguma coisa que acontece somente aos grandes sábios. É algo que todos trazem consigo para o mundo; todos vêm com ele. É o mais profundo centro da vida. Faz parte do estar vivo. A vida é êxtase. Toda criança o traz para o mundo, mas a sociedade salta sobre a criança, começa a destruir a possibilidade de êxtase, começa a tornar a criança miserável, começa a condicionar a criança. A sociedade é neurótica e não pode permitir que pessoas em êxtase estejam aqui. São pessoas perigosas para ela. 
 
Tente compreender o mecanismo; então as coisas serão mais fáceis. Você não pode controlar um homem em êxtase; é impossível. Você só pode controlar um homem miserável. Um homem extático fatalmente será livre; êxtase é liberdade. Ele não pode ser reduzido a um escravo. Você não pode destruir esse homem tão facilmente; não pode persuadi-lo a viver numa prisão. Ele quer dançar sob as estrelas, quer caminhar no vento e quer falar com o sol e a lua. Precisa do vasto, do infinito, da imensidão, da enormidade. Não pode ser seduzido a viver numa cela escura. Você não pode fazer dele um escravo. Ele viverá sua própria vida e fará suas coisas. 
 
Isto é muito difícil para a sociedade. Se existirem muitas pessoas em êxtase, a sociedade sentirá que está se desintegrando, que sua estrutura não aguentará mais. Essas pessoas em êxtase serão rebeldes. Lembre-se, eu não chamo uma pessoa extática de 'revolucionária'; chamo-a de 'rebelde'. Um revolucionário é alguém que quer mudar a sociedade, mas quer substituí-la por outra. O rebelde é aquele que quer viver como um indivíduo e gostaria que não existisse nenhuma estrutura social rígida no mundo. Um rebelde não quer substituir esta sociedade por outra — porque todas as sociedades são iguais. A capitalista, a comunista, a fascista e a socialista são primas irmãs; não faz muita diferença. 
 
Sociedade é sociedade. Todas as igrejas são iguais — a hindu, a cristã e a muçulmana. Quando uma estrutura se torna poderosa, não quer ninguém em êxtase, pois o êxtase é contra a estrutura. Ouça e medite sobre isto: o êxtase é contra a estrutura. O êxtase é rebelde. Não é revolucionário. Um revolucionário é um homem político; um rebelde é um homem religioso. Um revolucionário quer outra estrutura, a que ele deseja, a que é a sua utopia, mas a estrutura é sempre igual. Ele quer estar no poder. Quer ser o opressor e não o oprimido; quer ser o explorador e não o explorado; quer legislar e não ser legislado. 
 
O rebelde não quer leis e nem quer legislar. O rebelde é aquele que não quer regras no mundo. É anárquico. Um rebelde é aquele que confia na natureza, não nas estruturas criadas pelo homem, que confia que se a natureza agir por si mesma, tudo será belo. E é! Um universo tão vasto segue sem nenhum governo. Os animais, os pássaros, as plantas, tudo continua sem nenhum governo. Por que o homem precisa de governos? Algo deve estar errado. Por que o homem é tão neurótico que não pode viver sem legisladores? Há agora um círculo vicioso. O homem pode viver sem legisladores, mas nunca lhe foi dada nenhuma oportunidade os legisladores não lhes darão nenhuma oportunidade. 
 
Quando você souber que pode viver sem eles, quem vai querê-los aqui? Quem os suportará? Neste momento você está apoiando os seus próprios inimigos. Está votando em seus próprios inimigos. Dois inimigos estão numa disputa presidencial e você escolhe. Ambos são iguais. É como se você tivesse liberdade para escolher a prisão, em que prisão quer entrar. E vota contente — prefiro a prisão A ou a B; acredito na prisão Republicana ou na Democrática. Mas ambas são prisões. E uma vez que você apoia uma prisão, esta fez seu próprio investimento. Então, não permitirá que você tenha um sabor de liberdade. 
 
Portanto, desde a infância não se permite que a criança experimente a liberdade, porque quando ela souber o que é liberdade, não fará concessões, não se comprometerá — não estará pronta para viver numa cela escura. Prefere morrer, mas não permitirá que ninguém a reduza a um escravo. Ela será afirmativa. Não estará interessada em ter poder sobre as outras pessoas. Esta é uma tendência neurótica: interessar-se demais em ter poder sobre os outros. Mostra simplesmente que no fundo você não tem poder e teme que se não se tornar poderoso, outros se apoderarão de você. 
 
Maquiavel diz que a melhor defesa é o ataque. A melhor maneira de se proteger é atacar antes. Estes chamados políticos — tanto no Ocidente quanto no Oriente — são todos no fundo, pessoas fracas que sofrem de inferioridade; temem que se não se tornarem politicamente poderosos, alguém irá explorá-los, então por que não explorar em vez de ser explorado? O explorado e o explorador estão ambos no mesmo barco — e ambos estão ajudando o barco, protegendo o barco. Uma vez que a criança conhece o sabor da liberdade, nunca mais fará parte de nenhuma sociedade, de nenhuma igreja, de nenhum clube, de nenhum partido político. Permanecerá um indivíduo, permanecerá livre e criará pulsações de liberdade ao seu redor. O seu ser tornar-se-á uma porta para a liberdade. 
 
A criança não tem permissão para experimentar a liberdade. Se ela pergunta à mãe: "Posso sair? O sol está bonito, o ar está fresco e eu gostaria de correr na calçada", imediatamente - obsessivamente, compulsivamente — a mãe diz "Não!" A criança não pediu muito. Ela só queria sair numa manhã ensolarada de ar refrescante, queria desfrutar dos raios de sol, do ar e da companhia das árvores — não pediu nada! — mas compulsivamente, a partir de uma profunda compulsão, a mãe diz não. 
 
É muito difícil ouvir uma mãe dizer sim, é muito difícil ouvir um pai dizer sim. Mesmo que eles digam sim, dizem com muita relutância. Mesmo que digam sim, fazem com que a criança se sinta culpada, fazem com que ela sinta que os está forçando, que está fazendo alguma coisa errada. Sempre que a criança se sente feliz fazendo qualquer coisa, uma pessoa ou outra fatalmente vem interrompê-la — "Não faça isso!" Aos poucos a criança compreende: "Tudo o que me faz feliz está errado". E é claro que ela nunca se sente feliz fazendo o que os outros querem, porque não é uma necessidade espontânea dela. Então fica sabendo que ser miserável está certo, ser feliz está errado. Isto se torna uma associação profunda. Se ela quer abrir um relógio e olhar dentro dele, a família toda cai em cima — "Pare! Você destruirá o relógio. Isso não é bom". E ela só estava querendo olhar dentro do relógio; era uma curiosidade científica. Ela queria ver o que faz tique-taque. Está perfeitamente certo. E o relógio não é tão valioso quanto a sua curiosidade, quanto a sua mente inquisidora. O relógio não vale nada — mesmo que quebre, nada será destruído — mas quando a mente inquisidora é destruída, muito se destrói; ela nunca mais buscará pela verdade. Ou então, a noite está bela, o céu cheio de estrelas e a criança quer ir sentar-se fora de casa, mas é hora de dormir. Ela não está sentindo sono; está acordada, acordada demais. A criança não consegue entender por que de manhã, quando está com sono, todos dizem: "Levante-se!". Quando está gostando, quando é tão bom estar na cama, quando ela quer virar de lado e dormir mais um pouco, todos estão contra — "Levante-se! É hora de levantar". Agora está completamente acordada e quer desfrutar das estrelas. É um momento poético, muito romântico. Ela se sente excitada. Como pode dormir com tanta excitação? Quer dançar, cantar e eles a estão forçando a ir dormir — "São nove horas. É hora de dormir". Ela estava tão feliz acordada mas é forçada a dormir. Quando estava brincando foi forçada a comer na mesa. Não tinha fome. Quando está com fome, a mãe diz: "Agora não é hora". Desta maneira vamos destruindo toda a possibilidade de êxtase, toda a possibilidade de estar feliz, alegre e encantado. Sempre que a criança se sente espontaneamente feliz com alguma coisa, parece que está errado, e sempre que não se sente, parece que está certo. Na escola, de repente um pássaro começa a cantar fora da sala de aula e a criança presta atenção nele, é claro — não no professor de matemática que está parado na frente com seu feio giz na mão. Mas o professor é mais poderoso, politicamente mais poderoso que o pássaro. Certamente o pássaro não tem poder, mas tem beleza. O pássaro atrai a criança sem martelar sua cabeça: "Preste atenção! Concentre-se em mim!" Não, simplesmente, espontaneamente, naturalmente, a consciência da criança começa a fluir pela janela. Vai até o pássaro. O seu coração está lá, mas ela tem que olhar para o quadro-negro. Não há nada para olhar, mas ela tem que fingir. A felicidade está errada. Sempre que sente felicidade, a criança começa a sentir medo de que algo esteja errado. Se a criança está brincando com o seu próprio corpo, está errado. Se ela brinca com os seus órgãos sexuais, está errado. E este é um dos maiores momentos de êxtase na vida da criança. Ela gosta de seu corpo; é excitante. Mas toda a excitação tem que ser interrompida, toda a alegria destruída. É neurótico, mas a sociedade é neurótica. O mesmo foi feito aos pais pelos pais deles; e eles estão fazendo a mesma coisa para seus filhos. Desta maneira uma geração vai destruindo a outra. Assim, transferimos as nossas neuroses de uma geração para outra. A Terra toda se tornou um hospício. Ninguém parece saber o que é o êxtase. Ele foi perdido. Foram criadas barreiras e mais barreiras. 
 
Observo aqui diariamente que quando as pessoas começam a meditar, a sentir a ascensão da energia e a se sentirem felizes, elas imediatamente me procuram e dizem: "Uma coisa muito estranha está acontecendo. Estou me sentindo feliz e ao mesmo tempo me sentindo culpada, sem razão nenhuma". Culpa? Elas não entendem. Por que se sentem culpadas? Elas sabem que não há motivo — que não fizeram nada. De onde vem a culpa? Vem de um profundo condicionamento: a alegria está errada. Está certo sentir-se triste, mas não é permitido estar feliz. 
 
Certa vez, numa cidade em que eu vivia, o comissário de polícia era meu amigo; éramos colegas de universidade. Ele costumava me procurar para dizer: "Sinto-me tão miserável. Ajude-me a sair disso". Eu respondia: "Você fala em sair disso, mas não sinto que você queira realmente. Em primeiro lugar, porque escolheu trabalhar nesse departamento de polícia? Você deve sentir-se miserável e quer que os outros também se sintam". Um dia pedi a três discípulos meus para que saíssem pela cidade, dançassem em lugares diferentes e se sentissem felizes. Eles perguntaram: "Para quê?" Eu respondi: "Apenas vão". Dentro de uma hora, é claro, eles foram presos pela polícia. Eu chamei o comissário e disse-lhe: "Por que você prendeu a minha gente?" Ele respondeu: "Eles pareciam loucos". Eu continuei: "Fizeram alguma coisa errada?" "Não, nada", disse ele. "Na verdade, não fizeram nada errado". "E por que os prendeu?", perguntei. Ele disse: "Eles estavam dançando na rua E estavam rindo". "Mas se não fizeram nada que fosse prejudicial aos outros, por que interferiu? Por que você teve que entrar no meio? Eles não atacaram ninguém, não invadiram o território de ninguém. Estavam apenas dançando, rindo, são pessoas inocentes." Ele disse: "Você está certo, mas é perigoso". "Por que é perigoso? Ser feliz é perigoso? Extasiar-se é perigoso?" Ele entendeu e imediatamente os soltou. Veio correndo para mim e disse: "Você deve estar certo. Eu não me permito ser feliz — e não posso permitir que ninguém mais o seja". 
 
São esses os seus políticos, os seus comissários de polícia, os seus magistrados, os seus juízes, os seus líderes, os seus chamados santos, os seus padres, os seus papas — são essas pessoas. Todos eles investiram muito na sua miséria. Dependem da sua miséria. Se você é miserável eles se sentem felizes. Só uma pessoa miserável vai ao templo rezar. Uma pessoa feliz vai ao templo? Para quê? Uma pessoa feliz está feliz porque sente Deus em toda parte! Isto é que é felicidade. Ela está tão extasiadamente apaixonada pela existência que para onde quer que olhe, encontra Deus. O seu templo está em toda parte. E seja onde for que ela se ajoelhe, encontra os pés de Deus, nada mais. O seu respeito, a sua reverência, não precisam ser confinados, de modo que ela tenha de ir a um templo hindu ou a uma igreja cristã. Isto é estupidez, não faz sentido. Somente as pessoas miseráveis, que não podem sentir Deus, não podem vê-Lo numa flor em botão, num pássaro cantando, num arco-íris psicodélico, numa nuvem flutuante, nos rios e nos oceanos, não podem ver Deus nos belos olhos de uma criança, vão à igreja, à mesquita, ao templo, vão aos padres, e perguntam: "Onde está Deus? por favor, mostrem-nos". Só as pessoas miseráveis estão disponíveis para as religiões. 
 
Sim, Bertrand Russel estava quase certo quando disse que se algum dia o mundo se tornasse feliz, a religião desapareceria. Eu disse quase certo, noventa e nove por cento certo. Não posso dizer cem por cento, porque conheço um outro tipo de religião da qual Bertrand Russel não tinha consciência. Sim, essas religiões desaparecerão — ele está certo em relação a elas: a hindu, a cristã, a muçulmana, a jainista, a budista, estas desaparecerão — desaparecerão com certeza. Se o mundo se tornar feliz, elas fatalmente desaparecerão, pois quem vai se importar? Mas ele está apenas noventa e nove por cento certo; um por cento errado. E esse um por cento e mais importante do que os noventa e nove por cento, porque um outro tipo de religião, a religião real, a religião do êxtase, a religião que não tem nome, não tem código, não tem Bíblia, nem Alcorão, nem Vedas... apenas uma religião de dança, uma religião de amor, uma religião de respeito, uma religião de bênção, a religião pura surgirá no mundo quando as pessoas forem felizes. Na verdade, essas religiões que existem não são religiões. São apenas sedativos, são tranquilizantes. 
 
Marx também está certo — é claro que só noventa e nove por cento — dizendo que a religião é o ópio das massas. Ele está certo. Essas religiões o ajudam a tolerar a miséria. Elas o ajudam, o consolam, dão-lhe a esperança de que: "Sim, hoje sou miserável; mas amanhã serei feliz". E esse amanhã não chega nunca. Dizem: "Nesta vida você é miserável, mas na vida seguinte seja bom, seja moral, siga as regras da sociedade — seja um escravo, seja obediente — e na próxima vida você será feliz". E ninguém sabe sobre a próxima vida. Ninguém jamais vem para dizer alguma coisa sobre ela. Ou se essas religiões não creem numa próxima vida, dizem: "Quando você for para outro lado, para o céu, terá a recompensa". Mas obedeça aos padres e aos políticos. Há uma conspiração entre os padres e os políticos. São dois lados de uma mesma moeda. Eles se ajudam mutuamente. E todos têm interesse em que você permaneça miserável — assim os padres podem ter uma congregação e podem explorá-lo; e os políticos podem forçá-lo a ir à guerra em nome da nação, em nome do estado, em nome disto ou daquilo — tudo um absurdo, mas podem mandá-lo para a guerra. Somente as pessoas miseráveis podem ser alistadas para a guerra; só as pessoas profundamente miseráveis estão prontas para lutar, estão prontas para matar ou serem mortas. São tão miseráveis que para elas a morte parece ser melhor do que a vida.
 
 
Osho- Extâse a Linguagem Esquecida
http://parar1momento.blogspot.com

terça-feira, 28 de maio de 2019

 PERMANECER CONSCIENTE


"A verdadeira espiritualidade começa 
com a capacidade de aprender 
conscientemente a vida".
(Rafael Vidac)

 
Quando você está fluindo com alegria, beatitude, este é o momento de ficar consciente, mas as pessoas fazem exatamente o oposto. Quando elas estão felizes quem se importa com a consciência? E quando elas estão em angústia, elas certamente começam a pensar que é o momento de conscientizar-se e sair da angústia. Mas ninguém jamais foi capaz de sair da angústia imediatamente.

Primeiro, tem que sair do êxtase. Se você pode estar consciente primeiramente de seus momentos alegres, a depressão, as quedas não virão. A porta para sair é a partir do êxtase. Portanto esta é a maneira mais simples:

Seja feliz e esteja consciente.
Alegre-se e esteja consciente.
Ame e esteja consciente.

Não deixe a consciência de lado dizendo, ‘Isto é uma espécie de perturbação; eu estou em grande êxtase’. Consciência se torna como uma perturbação; não é. Ela talvez pareça assim no começo, mas logo você verá que levará seu êxtase a picos mais elevados. Ao final consciência e êxtase se tornam um. Então esses baixos, os momentos depressivos, as agonias, desaparecem."
 
Osho
https://www.osho.com



É uma ilusão pensar que alguém pode fazer o bem aos outros, organizar movimentos eficazes para um “mundo melhor” ou acabar com o mal. Tire a venda dos olhos. Apenas a conscientização pessoal pode promover alguém. Os esquemas sociais que pretendem grandes melhorias ou a proteção de outros frequentemente causam enormes danos. Qual a diferença entre um libertário e um terrorista? Qual a diferença entre espião da KGB e um da CIA, entre o DINA do Chile e o Mossad de Israel? Quem eles estão protegendo, quem eles estão destruindo?

Violência traz mais violência. Pessoas que estão doentes por beberem água contaminada não fi­carão curadas bebendo mais ainda dessa água. O remédio é envenenado com a violência, com o egocentrismo. Deixe as pessoas serem. Deixe você mesmo ser. Viva a vida e pare de interferir.
 
 Anthony de Mello
https://tudopositivo.wordpress.com


 
A compreensão vem com a consciência do que é. Não pode haver compreensão se existe condenação ou identificação com o que é. Se você condena uma criança ou se identifica com ela, então deixa de compreendê-la. Assim, estando consciente de um pensamento ou sentimento quando ele surge, sem condená-lo ou se identificar com ele, você descobrirá que ele se desdobra mais ampla e profundamente, e descobrirá a totalidade do conteúdo do que é. Para compreender o processo do que é, deve haver conscientização sem escolha, uma liberdade da condenação, justificação e identificação. Quando você está vitalmente interessado em compreender integralmente uma coisa, dá sua mente e coração, nada retendo. Mas infelizmente você é condicionado, educado, disciplinado pelo ambiente religioso e social a condenar ou identificar, e não a compreender. Condenar é estúpido e fácil, mas compreender é trabalhoso, requer flexibilidade e inteligência. Condenação, como identificação, é uma forma de autoproteção. Condenação ou identificação é uma barreira à compreensão. Para compreender a confusão, a miséria em que as pessoas estão, e também o mundo, você deve observar seu processo total. Estar cônscio e ir ao encalço de todas as suas implicações requer paciência, acompanhar vivamente e ficar quieto. Só há compreensão quando há quietude, quando há observação silenciosa, passiva conscientização. Só então o problema revela sua total significação. A conscientização de que falo é do que é de momento a momento, das atividades do pensamento e seus sutis enganos, medos e esperança. A conscientização sem escolha dissolve inteiramente nossos conflitos e misérias.

Krishnamurti
http://legacy.jkrishnamurti.org 
 

segunda-feira, 27 de maio de 2019

O EGO E O SOFRIMENTO

 

 

Entregue a sua existência para a Existência

 e mantenha-se em silêncio. Tudo é a Graça.

 
Se você realmente tivesse o livre-arbítrio e o poder de moldar o seu destino, de criar a sua vida ideal, você iria, muito provavelmente, tirar todos os desconfortos, tudo que desafia o seu ego, tudo que expõe sentimentos de culpa ou vergonha ou qualquer coisa que desafiasse os seus apegos.   
 
Você excluiria tudo isso e os substituiria por momentos sabor chocolate.
 
Porém por mais que você tenha se esforçado em construir uma vida segura que satisfizesse sua projeção, ainda sim sua criação não se igualaria, em qualidade e bênçãos, à vida que está se desdobrando sem intenção humana.  
 
Certa vez um homem disse a Sri Nisargadatta: “Maharaj, as suas palavras ressoam profundas em meu coração. Eu sinto seu poder e sei que são verdadeiras. Mas se eu for bem sincero em descrever a minha experiência, teria que admitir que ao longo da minha vida eu estou continuamente experimentando o sofrimento!”. 
 
Maharaj respondeu: “Não, isto não é verdade. Você não está experimentando o sofrimento, você está sofrendo a sua experiência.” 
 
Mooji, você pode dizer mais acerca das palavras de Nisargadatta? 
 
Mooji - Eu vou lhe contar uma história. Estando com uma dor muito forte, um homem foi ver o médico. “Como posso ajudá-lo?” perguntou o médico. “Eu estou todo dolorido, doutor”, disse o homem. “Toda vez que eu toco aqui,” ele explicou, tocando próximo a seu coração com seu dedo, “dói! E seu eu toco aqui,” ele acrescentou, tocando seu nariz, “ai! – também dói!” O médico observava, perplexo, conforme o homem continuava. “Quando eu toco aqui,” ele disse, tocando seu estômago, “dói como inferno!” Daí ele debruçou-se na direção do médico e tocou seus cílios com o dedo. “Ai!” ele gritou novamente. Então o médico conduziu um exame físico completo no homem. Finalmente o médico disse, “Senhor eu não consigo achar nada de errado com as áreas que você me mostrou. O problema é que você tem um dedo quebrado!”
 
O “eu” é este dedo. Onde quer que o “eu” vá, sempre existe um problema. Este “eu” é ego: “Eu gosto, eu não gosto.” O que quer que ele toque, em ignorância, causa dor a si mesmo e aos outros. Entretanto, ele imagina que a dor é causada pelo “outro”. Quando, pela graça, é compreendido que o “eu-ego” é a causa do sofrimento, e que este “eu-ego” foi sonhado no Ser, o sofrimento termina.

A identificação com este “eu” está na raiz do sofrimento.
 
Quando você escolhe o que você deveria experienciar – você sofre. Quando você escolhe de quem você deveria aprender – você sofre. 
 
Quando você está constantemente interpretando como as coisas são ou como deveriam ser, o que você merece e o que não merece – você sofre. 
 
Onde quer que haja orgulho, apegos, julgamentos ou desejos – há sofrimento. 
 
Quando despertamos da ignorância para a nossa verdadeira natureza – o sofrimento é inexistente.

Mas Mooji, como você pode não sentir, se existe uma forte dor física?

Mooji - Tanto a dor como o prazer pertencem ao corpo. Faz parte do pacote. Uma vez que você toma um corpo você experimentará todos os opostos inter-relacionados e todos os contrastes da dança que chamamos vida. Mas isso não quer dizer que você sofre automaticamente porque o corpo está lá. 

A identidade amplifica o sofrimento.   
 
Na observação imparcial e impessoal do funcionamento do corpo-mente, a dor é percebida como um fenômeno natural. A experiência não-pessoal é em si liberdade. Entretanto, para algumas pessoas o sofrimento parece ser um aspecto inescapável da experiência humana. Na esfera da experiência senciente o sofrimento é inevitável. 

Onde há uma forte identidade física ou psicológica, existirá um sofrimento proporcional – é o imposto por ter uma vida!

Então você diz: “Eu tenho sofrido.” Eu não vou discutir com você a respeito disso. Mas existem também aqueles que estão sofrendo com uma profunda sensação de gratidão ou até mesmo de alegria por detrás de seu aparente sofrimento. Na verdade não posso chamar isso de sofrimento, porque não há resistência ali. Eles compreenderam e aceitaram que a Graça, algumas vezes, se manifesta como um intenso queimar interior que purifica o ser de toxinas conceituais e emocionais, e neste sentido eles permanecem em paz.

Inquiridor: Eu não sei como eu poderia ficar agradecido quando a dor física ou emocional está latejando!

Mooji: Não é preciso forçar-se para estar agradecido. Como uma espécie de reflexo condicionado, o sangue corre todo para o centro da atividade, assim como os glóbulos brancos fluem para o local do machucado físico. Neste exemplo, o centro da atividade é onde quer que a sensação do “eu” pessoal palpite, e a atenção que é então colocada na atividade é como o fluir do sangue.

Você não é isso: você está consciente disso. 
 
Apenas tenha clareza sobre isso, sem pânico. Se você agarrar-se à intuição, à sensação “eu sou”, e não permitir que isto se conecte com nenhum outro conceito, se você apenas deixar que o “eu sou” incube em si mesmo – imediatamente, alegria e espaço prevalecerão. 

Espontaneamente existe a silenciosa e intuitiva convicção: “Eu sou o Ser atemporal, sem limites.” 
 
Isto não é um ensinamento, mas uma poderosa experiência interna – inexplicável. 
 
Felizmente você não tem que escrever uma tese sobe isso. 
 
Algo é visto – é o bastante. Você não pode prová-lo e nem precisa prová-lo. Você não precisa falar a respeito, nem mesmo compartilhá-lo. 
 
Mantenha-se em silêncio. Permaneça naquela natural solitude interna.
 
 
Mooji, em Antes do Eu Sou
http://ventosdepaz.blogspot.com
 

domingo, 26 de maio de 2019

SALTANDO COM PEMA CHÖDRÖN


Como a maioria das pessoas acredita equivocadamente que os problemas exteriores são os seus próprios problemas, elas buscam refúgio em objetos errôneos. Como resultado, o seu sofrimento e os seus problemas nunca acabam.

Fazer pausas bem curtas durante o dia é uma maneira que quase não requer esforço para atingir esse caminho. Por alguns segundos, podemos estar presentes. A meditação é outro modo de treinar o aprendizado da permanência, ou, como um aluno disse com mais perspicácia, aprender a voltar ao momento presente. 

Essa fuga de tudo que é desagradável, esse ciclo contínuo de evitar o presente é uma reação egoísta, um apego exagerado a si mesmo, ou ao ego.

Existem muitas abordagens para discutir o ego, mas, na essência, é o que mencionamos. É a experiência de nunca estar presente. Existe uma tendência arraigada, quase uma compulsão, para desviar a atenção, mesmo quando não estamos conscientemente nos sentindo desconfortáveis. Todas as pessoas sentem-se um pouco ansiosas. Há um pano de fundo de nervosismo, tédio e inquietude. Como relatei, durante o período do meu retiro, quando não havia quase distrações, mesmo assim vivenciei esse profundo desconforto. Segundo a explicação budista, sentimos essa sensação desagradável, porque estamos sempre tentando ter uma estrutura firme e quase nunca conseguimos.

Achamos que encarar nossos demônios trará à lembrança algum acontecimento traumático ou a descoberta de que não temos nenhum valor. Mas, ao contrário, é justamente enfrentando essa sensação desconfortável e inquietante de não ter um lugar para fugir que descobriremos — imagine o quê? — que sobrevivemos e não iremos desmoronar, sentimos um profundo alívio e uma sensação de liberdade.    

Uma maneira de praticar a permanência é fazer uma pausa, ficar alerta e respirar fundo três vezes. Outra maneira é sentar-se imóvel por algum tempo e escutar. Ouça os sons da sala. Por um minuto, escute os sons próximos a você. Por um instante, ouça os sons distantes. 

Desde criança, fortalecemos o hábito de fugir, escolhendo a fantasia em vez da realidade. Infelizmente, encontramos muito conforto em devanear, em nos voltarmos para nossos pensamentos, preocupações e planos. Isso nos dá uma sensação agradável de falsa segurança.
 
Então, aprendi o seguinte: interesse-se por seu sofrimento e medo. Aproxime-se, entregue-se, fique curioso; mesmo que seja por um instante, vivencie os sentimentos além dos rótulos, além de serem bons ou ruins. Dê boas-vindas a eles. Estimule-os. Faça qualquer coisa para dissolver a resistência. 

Quanto mais estiver presente com você mesmo, mais você perceberá contra o que todos nós lutamos. Assim como eu, outras pessoas sofrem e querem eliminar o sofrimento. E como eu, elas agem de um modo que só agrava a situação.

...uma evidência científica: a duração de qualquer emoção especial é só de um minuto e meio. Depois desse espaço de tempo, temos de reviver a emoção e deixar que ela flua de novo. Nosso processo habitual é de automaticamente revivê-la, alimentando-a com uma conversa interna...
  
Alguns destaques do livro O Salto de Pema Chödrön
https://tudopositivo.wordpress.com