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terça-feira, 31 de março de 2020

A L G U M A S   I N D I C A Ç Õ E S   
D E   R A M A N A   M A H A R S H I

Obediência - Catequese Catolica 

Deve-se agir sem acreditar que se é o agente. As ações continuam apesar de sua falta de ego. A pessoa veio à existência com um propósito. O propósito irá ser cumprido da mesma maneira quer você considere-se um agente ou não.
 
Quando há um trabalho a se feito por você, você não pode se esconder, nem pode continuar a fazer uma coisa que não é mais requerida pela existência. Ou seja, quando sua cota foi cumprida. Resumindo, o trabalho será feito e você deve aceitar sua parte. Sua parte deve ser feita como um ator que representa seu papel num drama, livre de amor ou ódio.
 
O que não deve acontecer, não acontecerá, não importa o quanto você deseje. O que deve acontecer, acontecerá, não importa tudo o que você faça para evitar.
 
A consciência do corpo é o “Eu” errado. Desista desta consciência corpo. Isto é feito através da busca da fonte do “Eu”. O corpo não diz “Eu sou”. É você quem diz “Eu sou o corpo”. Descubra quem é este “Eu”. Procurando a sua fonte, ele irá desaparecer.
 
Seja o que você é. Não existe nada para ser manifestado. Tudo o que é necessário é a perda do ego.
 
A verdade de si mesmo é a única que vale a pena ser buscada e conhecida.
 
Realização não é nada a ser adquirido. Ela está sempre aí, mas obstruída por uma tela de pensamentos.
 
Todos os seus esforços devem ser dirigidos para a superação desta tela, e então a realização é revelada.
 
Realização é simplesmente a perda do ego. Destrua o ego pela procura da sua identidade. Uma vez que o ego não é nenhuma entidade, ele automaticamente desaparecerá, e a realidade irá brilhar por si mesma. Este é o método direto, enquanto todos os outros se concretizam somente através da retenção do ego.


Ramana Maharshi, O Caminho do Autoconhecimento 
www.teosofia-liberdade.org.br
  

segunda-feira, 30 de março de 2020

O  C A M I N H O  C O M  W U   H S I N

5 Things You Need to Know about Your Spouse Who Struggles with ...

O homem vive através de suas ficções;
age como se não morresse;
age como se existissem deuses 
que o recompensam ou o punem;
age como se controlasse a própria vida;
age como se controlasse o próprio destino.
Não é necessário ser de outra forma;
o próximo momento cuidará de si mesmo.
A substância é imanente em cada sombra.
Este é o portal sem portões, 
pelo qual é preciso atravessar 
para alcançar a compreensão.

Mestres são ponteiros, marcadores,
 sinalizações, nada mais.
Se alguém se prende a uma placa de sinalização,
não pode nunca continuar adiante.

Tu não sabes o que é bom.
Tu só sabes o que é bom para ti.
Amanhã, isso pode mudar.
E então, o que é bom se tornará ruim 
e tu afirmarás isso.
Tudo isso, no entanto, é relativo.
O que é bom para ti pode ser ruim para mim.
O que é bom para ti hoje 
pode ser ruim para ti amanhã.
Não seria melhor deixar o julgamento para os tolos?

O mundo não pode melhorar até
que os povos do mundo melhorem.
Os povos do mundo não podem melhorar
até que as pessoas melhorem.
As pessoas não podem melhorar
até que todos os interesses pessoais sejam removidos.
O que a laranjeira tem que fazer para que as laranjas cresçam?
O que o céu tem que fazer para ser azul?
O que tu tens que fazer para ser?

Mensagem recebida sem identificação da fonte

VIVEMOS UM TEMPO DE DESPERTAR
PARA O ESTADO REAL DE NOSSO SER

Ancore a sua energia aqui e agora no planeta Terra. - Site oficial ... Toda iniquidade cessará e uma nova consciência surgirá

 
Todos os mundos estão sujeitos à lei evolutiva. O dia 8.8.1988, data na qual se agrupam quatro oitos, marcou o início da transição do mundo material que se conhece neste planeta rumo às plêiades sublimes da transformação espiritual. Por plêiades não se entende aqui a constelação, mas sim um estado de vida incorpóreo e sem reprodução sexuada. A evolução terrestre, portanto, encontra-se em contato com o que há de mais sublime nos universos.

A transição consiste em que o homem deixe de empregar a força e passe a usar a inteligência; assim, volte sua consciência para estados evolutivos de espiritualidade permanente e duradoura. Dentro da harmonia do Cosmos, o planeta Terra passará a cumprir as leis planetárias, integrando-se definitivamente na grande cosmogonia universal. Assim será dado início à nova raça, que florescerá com novos conhecimentos e novos padrões de comportamento. Os padrões devem ser gradualmente substituídos por padrões mais altos, porém, não fixos: não podemos nos cristalizar neles. Isso trará uma paz durável, não efêmera como a de hoje.

A nova humanidade, após 8.8.1988, está irreversivelmente colocada na direção de servir aos planos cósmicos, não mais aos próprios projetos humanos que são, sempre, desligados do que é realmente necessário.

Essa data marca, também, o início da enorme tarefa de recuperar o planeta das forças do mal. Em nosso planeta, pratica-se todo tipo de iniquidade entre irmãos e a maior parte deles é degradada por uma minoria que detém poderes materiais. Recuperar o planeta significa integrá-lo ao grande plano cósmico estabelecido pelo Criador.

Temos tudo ao nosso alcance, mas devemos acionar a alavanca da vontade, no sentido espiritual. Assim, deixando-nos conduzir pelo nosso próprio interior, descobriremos a maravilhosa criação da qual somos parte.

Vivemos um tempo de despertar. Nossa busca não deve se limitar a nós, mas deve ser feita em conjunto com outros. A busca é pelo estado real dos nossos seres.

Nesse despertar, não adianta voltarmo-nos ao que aconteceu no passado porque, se assim o fizéssemos, limitaríamos nossa memória. Podemos ir além de nossa união à forma corpórea ou às aparências dos fatos. Nosso ser está em contato permanente com outros seres. A limitação na qual hoje nos encontramos não está na Lei do Espírito, mas é uma condição temporária da manifestação material.

É necessário criar uma abertura para a supraconsciência, para o ser interior e superior elevar-se dessa identidade com o corpo físico, dissolver a preocupação pelo nível já alcançado. Depois da dissolução ou abandono do corpo físico, existe uma vida após outra, um mundo após outro.

Quando em projeção além do corpo físico, somos inclusive viajantes da nova mente. Nesse estado, todas as circunstâncias e resultados não conhecidos começam a manifestar-se a nós. Nessa projeção para fora do corpo físico, devemos estar atentos para não cairmos em idolatrias. Ao contrário, é preciso projetar-se para o interior do nosso ser, onde há a luz que pode se refletir no exterior.Assim fazendo, cada indivíduo compreenderá que os valores superiores não são os mesmos valores do mundo tridimensional no qual vivemos hoje. Cada um de nós compreenderá que é preciso mudar nosso estado de consciência.
 
José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br 

 

domingo, 29 de março de 2020

O   V A L O R   D A   E D U C A Ç Ã O

Sonhar Com Milagres  

Quando a pessoa é jovem ela sonha com milagres, quer que toda perversidade desapareça, que tudo seja sempre luminoso, belo, feliz, ela gosta de histórias que tenham um final feliz. É nisto que ela deve confiar. Quando o corpo sente suas misérias, suas limitações, a pessoa deve estabelecer nele este sonho: de uma força que não tenha nenhum limite, de uma beleza que não possua nenhuma fealdade, e de maravilhosas capacidades: ela sonha em ser capaz de elevar-se no ar, de estar onde quer que seja necessário estar, de colocar as coisas em ordem quando estão erradas, de curar os doentes; na verdade, ela tem todo tipo de sonhos quando é muito jovem. ... Normalmente, os pais ou os professores passam o seu tempo jogando água fria sobre eles, dizendo-lhe: “Oh, isto é um sonho, não é a realidade.” Eles deveriam fazer exatamente o oposto! Deveriam dizer às crianças: “Sim, isto é o que você deve tentar realizar, e isto não apenas é possível, mas certo se você entrar em contato com a parte em você que é capaz de fazer tal coisa. Isto é o que deve guiar sua vida, organizá-la, fazê-lo desenvolver-se em direção à verdadeira realidade que o mundo comum chama de ilusão.”
 
É assim que deveria ser, ao invés de tornar as crianças medíocres, com esse obtuso e vulgar senso comum que se torna um hábito inveterado, o qual, quando algo está indo bem, imediatamente surge com a ideia: “Oh, isto não vai durar!”, quando alguém é gentil, faz surgir a impressão: “Oh, ele vai mudar!”, quando alguém é capaz de fazer alguma coisa: “Oh, amanhã eu não serei capaz de fazer isto tão bem!” Isto é como um ácido, um ácido destrutivo no ser, que leva embora a esperança, a certeza, a confiança nas possibilidades futuras.
 
Quando uma criança estiver cheia de entusiasmo, nunca jogue água fria sobre ele, jamais lhe diga: “Você sabe que a vida não é assim!” Você deveria sempre encorajá-la, dizer-lhe: “Sim, no presente as coisas não são sempre desse modo, elas parecem feias, mas por trás disso existe uma beleza que está tentando se realizar. É isto que deve amar e trazer para você, isto é o que você deve tornar o objeto de seus sonhos, de suas ambições.”

 A Arte de Viver

Geralmente pouquíssimas coisas nos são ensinadas – não nos ensinam nem mesmo a dormir. As pessoas acham que devem apenas se deitar em suas camas e em seguida cair no sono. Mas isto não é verdade! A pessoa deve aprender como dormir assim como deve aprender a comer, a fazer qualquer coisa enfim. E se ela não aprender direito, então fará do modo errado. Ou levará anos e anos para aprender como fazê-lo, e durante todos aqueles anos em que aquilo é feito do modo errado, todo tipo de coisas desagradáveis acontecem. E é só depois de sofrer muito, de cometer muitos erros e fazer muitas coisas estúpidas que, gradualmente, com a idade já avançada e com os cabelos brancos, ela começa a saber como fazer algo. Porém, se quando você era bem pequeno, seus pais ou aqueles que cuidavam de você, tivessem se dado ao trabalho de ensiná-lo como fazer o que você faz, como fazê-lo corretamente da forma como deveria ser realizado, da maneira correta, então isto o teria ajudado a evitar todos, todos estes erros que você cometeu ao longo dos anos. E você não apenas comete erros, mas ninguém lhe diz que são erros! E assim você fica surpreso quando adoece, quando fica cansado, quando não sabe fazer aquilo que quer fazer, e que nunca lhe foi ensinado. A algumas crianças não se ensina nada, e assim elas precisam de anos e anos e anos para aprender as coisas mais simples, mesmo aquilo que é mais elementar: manter-se limpa....
 
Viver da maneira correta é uma arte muito difícil, e a menos que a pessoa comece a aprendê-la ainda bem jovem e a esforçar-se, ela nunca a saberá muito bem. Simplesmente a arte de manter o próprio corpo com boa saúde, a mente quieta e ter boa-vontade no coração – coisas que são indispensáveis para se viver decentemente – não digo com conforto, nem de modo notável, digo apenas decentemente. Bem, não creio que haja muitos que se deem ao trabalho de ensinar isto a seus filhos.
 
A Necessidade da Educação  
 
Vocês acham que são mandados para a escola, que são obrigados a fazer exercícios, tudo isto apenas pelo prazer de fazê-los sofrer? Oh, não! É porque é indispensável que vocês tenham uma estrutura na qual possam aprender a formar-se a si mesmos. Se vocês fizessem seu trabalho de individualização, de formação completa, por si mesmos, totalmente isolados num canto, nada em absoluto seria exigido de vocês. Mas vocês não fazem isto, vocês não fariam isto, não há uma única criança que o fizesse, ela nem mesmo saberia como fazê-lo, por onde começar. Se não fosse ensinado a uma criança como viver, ela não poderia viver, ela não saberia como fazer o que quer que fosse, nada... Se cada um tivesse que passar através de toda experiência necessária para a formação de uma individualidade, a pessoa estaria morta muito tempo antes de começar a viver! Esta é a vantagem daqueles que tiveram a experiência – acumulada ao longo dos séculos – e lhe dizem: “Bem, se você quer avançar rapidamente, conhecer em poucos anos o que foi aprendido ao longo de séculos, faça isto!” Leia, aprenda, estude e então, no campo material, você será ensinado a realizar isto desta maneira, aquilo daquela maneira, isto novamente deste modo (gestos). Uma vez que você saiba um pouco, pode encontrar o seu próprio método, se você tiver a capacidade para isto! Mas, primeiro, a pessoa deve manter-se sobre seus próprios pés e saber como caminhar. É muito difícil aprender isto inteiramente só. É assim para todos. A pessoa deve formar-se a si mesma. Para isto, ela precisa de educação.
 
Controle Seus Impulsos
 
Desde sua infância o trabalho de seus educadores é ensiná-lo a controlar os seus impulsos e a obedecer apenas aqueles que estão em conformidade com as leis sob as quais você vive ou com o ideal que quer seguir ou os costumes do meio em que habita. O valor dessa construção que governará seus impulsos depende em grande parte do meio-ambiente em que vive e o caráter dos pais ou das pessoas que o educam. Mas, seja bom ou ruim, medíocre ou excelente, é sempre o resultado de um controle mental sobre os impulsos. Quando seus pais lhe dizem: “Você não deve fazer isto”, ou quando lhe dizem: “Você deve fazer isto”, este é o início da educação para o controle da mente sobre os impulsos.
 
A Razão Deve Ser o Mestre
 
É uma boa coisa começar a aprender ainda na infância que para ter uma vida eficiente e obter do próprio corpo o máximo que ele é capaz de dar, a razão deve ser o mestre da casa. E isto não é uma questão de yoga ou de uma realização superior, é algo que deveria ser ensinado em toda a parte, em cada escola, em cada família, em cada lar: o homem foi criado como um ser mental, e para ser simplesmente um homem – não estamos falando de nenhuma outra coisa, mas apenas de ser um homem – a vida deve ser governada pela razão e não pelos impulsos vitais. Isto deveria ser ensinado a todas as crianças desde sua primeira infância... A primeira coisa que deveria ser ensinada a todo ser humano, tão logo ele seja apto a pensar, é que ele deve obedecer a razão, que é um super-instinto das espécies. A razão é o mestre da natureza da espécie humana. A pessoa deve obedecer a razão e recusar-se absolutamente a ser escrava dos instintos. E aqui eu não estou falando sobre yoga, sobre a vida espiritual, de modo algum; não tem nada a ver com isto. Trata-se da sabedoria básica da vida humana, puramente humana: todo ser humano que obedeça qualquer outra coisa que não seja a razão é uma espécie de bruto inferior ao animal. Isso é tudo. E isto deveria ser ensinado em toda parte; é a educação básica que deve ser dada às crianças.
 
O reino da razão só deve terminar com o advento da lei psíquica que manifesta a Vontade divina.
 
A Razão Se Desenvolve Com o Uso
 
Como a razão pode ser desenvolvida?
 
Oh! Sendo usada. A razão é desenvolvida como os músculos, como a vontade. Todas essas coisas são desenvolvidas por um uso racional. Razão! Todos possuem a razão, mas não fazem uso dela. Algumas pessoas têm muito medo da razão porque ela contradiz seus impulsos. Assim, elas preferem não lhe dar ouvidos. Então, naturalmente, se a pessoa cultiva o hábito de não ouvir a razão, em vez de se desenvolver, ela perde cada vez mais a sua luz.
 
Para desenvolver a razão você deve querer fazê-lo com sinceridade; se, por um lado, você se diz: “Quero desenvolver minha razão”, e por outro não ouve o que a razão lhe diz para fazer, então você nunca vai chegar a nada, porque, naturalmente, se a cada vez que ela lhe diz “Não faça isto” ou “Faça isto”, você faz o oposto, ela perderá completamente o hábito de dizer qualquer coisa.
 
Preparando a Consciência
 
Normalmente toda educação, toda cultura, todo refinamento dos sentidos e do ser é uma das melhores maneiras de corrigir os instintos, os desejos e as paixões. Eliminar essas coisas não as cura; cultivá-las, intelectualizá-las, refiná-las, eis o meio mais certo de corrigi-las. Dar ao progresso e ao crescimento o maior desenvolvimento possível, adquirir certo senso de harmonia e de precisão da percepção, esta é uma parte da cultura do ser, da educação do ser...
 
A educação é, certamente, um dos melhores meios de preparar a consciência para um desenvolvimento superior. Existem pessoas com naturezas muito pouco desenvolvidas e muito simples, que podem ter uma grande aspiração e alcançar certo desenvolvimento espiritual, mas a base será sempre de qualidade inferior. E tão logo elas retornem à sua consciência comum, encontrarão obstáculos nela, porque o estofo é ralo, não há elementos suficientes em sua consciência vital e material para capacitá-las a suportar a descida de uma força superior.
 
Os desejos de uma criança
  
Doce Mãe, como podemos ajudar uma criança a deixar esse hábito de sempre pedir?
 
Há muitas maneiras. Mas, primeiramente você deve saber se não quer apenas fazer com que ela pare de expressar livremente o que ela pensa e sente. Porque isto é o que as pessoas geralmente fazem. Elas a repreendem, às vezes até mesmo a punem; e assim, a criança forma o hábito de esconder os seus desejos. Mas ela não se vê livre deles. E vocês sabem, se é sempre dito a ela: “Não, você não terá isto”, então, simplesmente, esta concepção se estabelece nela: “Ah, quando você é pequeno, as pessoas não lhe dão nada! Você deve esperar até crescer. Quando eu for grande, terei tudo o que quero.” É isto que acontece. Mas isto não elimina os desejos. É muito difícil educar uma criança. Há um modo que consiste em dar a ela tudo o que ela deseja; e, naturalmente, no minuto seguinte ela vai querer alguma outra coisa, porque esta é lei, a lei do desejo: nunca estar satisfeito. E assim, se ela for inteligente, pode-se dizer a ela: “Veja só, você insistiu tanto para ter isto e agora já não liga mais. Quer outra coisa.” E se ela for ainda mais inteligente, ela responderá: “Bem, a melhor maneira de me curar, é dar-me aquilo que peço.”
 
Algumas pessoas nutrem essa ideia a vida inteira. Quando se diz a elas que devem sobrepujar seus desejos, elas dizem: “O meio mais fácil é satisfazê-los.” Esse tipo de lógica parece impecável. Mas na verdade não é o objeto de desejo que deve ser mudado, é o impulso de desejo, o movimento de desejo. E para isto um conhecimento considerável é necessário, e isto é difícil para uma criança muito pequena....
 
De fato, talvez se devesse direcionar o movimento para coisas que valham a pena possuir do verdadeiro ponto de vista, e que são mais difíceis de se obter. Se a pessoa pudesse voltar esse impulso de desejo em direção a... Por exemplo, quando uma criança está cheia de desejos, se ela pudesse dar a ela um desejo de natureza superior – em vez de ser um desejo por objetos puramente materiais, entendem uma satisfação inteiramente transitória – se fosse possível despertar nela o desejo de conhecer, o desejo de aprender, de se tornar uma pessoa extraordinária... dessa maneira, começando com isto. Como essas coisas são difíceis de se realizar, dessa forma, gradualmente, ela desenvolverá sua vontade para essas coisas. Ou mesmo, do ponto de vista material, o desejo de realizar algo difícil, como por exemplo, construir um brinquedo que seja difícil de fazer – ou dar-lhe um jogo de paciência que requeira uma grande dose de perseverança.

Se a pessoa puder orientá-las – isto requer muito discernimento, muita paciência, mas isto pode ser feito – e se puder orientá-las para algo assim, como conseguir realizar jogos muito difíceis ou trabalhar em algo que exija muito cuidado e atenção, e impulsioná-las em alguma linha como esta de modo a exercitar nelas uma vontade perseverante, então isto pode ter resultados: desviar sua atenção de algumas coisas e direcioná-la para outras. É preciso um cuidado constante e este parece ser um caminho que é – não posso dizer o mais fácil, pois certamente não é – mas o mais efetivo.
 
O Caminho Ensolarado - Passagens de Conversas e Textos d’A Mãe (Mira Alfassa)
I N V A S Ã O    M I C R O B I A N A

Alencar Kühn: 0026 - A vida microbiana

A invasão microbiana está vinculada a causas espirituais?
 
Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular.
 
Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual praça desguarnecida, porque as sentinelas naturais não dispõem de bases necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo muitas vezes, em devedor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugular-lhe a expansão.
 
Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias. Emerge, então, a moléstia por estado secundário em largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia a que compele a usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente da própria reabilitação no plano carnal, quando o enfermo, sem atitude de renovação moral, sem humildade e paciência, espírito de serviço e devotamento ao bem, não consegue assimilar as correntes benéficas do Amor Divino que circulam, incessantes, em torno de todas as criaturas, por intermédio de agentes distintos e inumeráveis, a todas estimulando, para o máximo aproveitamento da existência na Terra.
 
Quando o doente, porém, adota comportamento favorável a si mesmo, pela simpatia que instila no próximo, as forças físicas encontram sólido apoio nas radiações de solidariedade e reconhecimento que absorve de quantos lhe recolhem o auxílio direto ou indireto, conseguindo circunscrever a disfunção aos neoplasmas benignos, que ainda respondem à influência organizadora dos tecidos adjacentes.
 
Sob o mesmo princípio de relatividade, a funcionar, inequívoco, entre doença e doente, temos a incursão da tuberculose e da lepra, da brucelose e da amebíase, da endocardite bacteriana e da cardiopatia chagásica, e de muitas outras enfermidades, sem nos determos na discriminação de todos os processos morbosos, cuja relação nos levaria a longo estudo técnico.
 
É que, geralmente, quase todos eles surgem como fenômenos secundários sobre as zonas de predisposição enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem rupturas ou soluções de continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano a que sejamos mais particularmente inclinados pela natureza de nossas contas cármicas.
 
Consolidado o ataque, pela brecha de nossa vulnerabilidade, aparecem as moléstias sintomáticas ou assintomáticas, estabilizando- se ou irradiando-se, conforme as disposições da própria mente, que trabalha ou não para refazer a defensiva orgânica em supremo esforço de reajuste, ou que, por automatismo, admite ou recusa, segundo a posição em que se encontra no princípio de causa e efeito, a intromissão desse ou daquele fator patogênico, destinado a expungir dela, em forma de sofrimento, os resíduos do mal, correspondentes ao sofrimento por ela implantado na vida ou no corpo dos semelhantes.
 
Não será lícito, porém, esquecer que o bem constante gera o bem constante e que, mantida a nossa movimentação infatigável no bem, todo o mal por nós amontoado se atenua, gradativamente, desaparecendo ao impacto das vibrações de auxílio, nascidas, a nosso favor, em todos aqueles aos quais dirijamos a mensagem de entendimento e amor puro, sem necessidade expressa de recorrermos ao concurso da enfermidade para eliminar os resquícios de treva que, eventualmente, se nos incorporem, ainda, ao fundo mental.
 
Amparo aos outros cria amparo a nós próprios, motivo por que os princípios de Jesus, desterrando de nós animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na autodefensiva contra todos os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus.


Trecho do livro "Evolução em Dois Mundos", de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito André Luiz 
 

sábado, 28 de março de 2020

O ÂNIMO DO GUERREIRO

Juca Pirama: 'Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Guerreiros ... 


O mais difícil neste mundo é adotar o ânimo e a atitude de um guerreiro. De nada serve ficar triste, queixar-se, sentir-se injustiçado e acreditar que alguém está nos fazendo algo negativo. Ninguém está fazendo nada, muito menos a um guerreiro.

Não importa como fomos criados. O que determina o nosso modo de agir é a maneira como administramos a nossa vontade. Um homem é a soma de todas as suas vontades, que determinam a sua maneira de viver e morrer. A vontade é um sentimento, um talento, algo que nos dá entusiasmo. A vontade é algo que se adquire, mas para isso é necessário lutar a vida inteira.

Desde o instante em que nascemos, as pessoas nos dizem que o mundo é assim, ou assado, dessa ou daquela maneira. É natural que - durante um certo período - terminemos por acreditar naquilo que nos dizem. Mas logo precisamos deixar esse conceito de lado e descobrir a nossa própria maneira de ver a realidade.

A humildade de um guerreiro não é a mesma humildade de um homem servil. O guerreiro não abaixa a cabeça para ninguém, mas tampouco permite que alguém se incline perante ele. O homem servil, por outro lado, ajoelha-se perante qualquer pessoa que considere mais poderosa, que exige que as pessoas sob seu comando tenham o mesmo comportamento diante dele.

O mal das palavras é que ela nos fazem sentir como se estivéssemos iluminados, compreendendo tudo. Mas quando nos viramos e enfrentamos o mundo, vemos que a realidade é completamente diferente daquilo que discutimos ou escutamos. Por causa disso um guerreiro procura agir e não perde seu tempo em conversas inúteis. Através da ação ele descobre o que se passa no seu dia-a-dia, toma decisões criativas e originais.
 
O homem comum pensa que entregar-se às dúvidas e às preocupações é um sinal de espiritualidade, de sensibilidade. Agindo assim fica distante do verdadeiro sentido da vida, pois sua razão diminuta o converte no santo ou no monstro que imagina ser, e antes que se dê conta, está preso na armadilha que criou para si mesmo. Este tipo de pessoa adora que alguém lhe diga o que deve fazer, mais gosta mais ainda de não seguir os bons conselhos - só para aborrecer a alma generosa que, em dado momento, preocupou-se com ele.

O mundo é insondável e misterioso, e assim, somos todos nós. A arte do guerreiro consiste em equilibrar o terror de ser um homem com a maravilha de ser um homem. Só um guerreiro pode suportar o caminho do conhecimento. Um guerreiro não se queixa nem se lamenta de nada, não acha que os desafios são bons ou maus. Os desafios são simplesmente desafios.
 
Para mim, o mundo é assombroso porque é estupendo, assustador, misterioso, insondável; meu interesse é convencer você a tomar ciência de que esta aqui, neste mundo , deserto e tempo maravilhoso. Quero convencer você a aprender a tornar cada ato importante e válido, já que vai ficar aqui por um curto espaço de tempo. Na verdade, curto demais pura conhecer todas as maravilhas que nele existe.
 
Para converter-se em um sábio, é necessário transitar pelo caminho do guerreiro.

Um guerreiro não é alguém que vai à guerra matar pessoas e sim aquele que demonstra integridade em todas as suas ações e um controle sob sua própria pessoa. 
 
Um guerreiro vive cada momento de sua vida, sem orientar-se pela complacência ou pelo lamento, sem ganhar ou perder, está sempre alerta e lúcido a tudo que o rodeia. Age com abandono de si mesmo com maneira impecável.

A maneira mais eficaz de se viver é como o guerreiro. Um guerreiro pode se preocupar e pensar antes de tomar sua decisão, mas uma vez que a tomou, segue seu caminho, livre de preocupações e pensamentos; haverá mil outras decisões ainda à sua espera. Esta é a maneira do guerreiro.

Há muitas coisas que um guerreiro pode fazer, em determinado momento, que não poderia ter feito anos antes. Essas coisas não mudaram; o que mudou foi a ideia do guerreiro sobre si mesmo.

O caminho do guerreiro oferece ao homem uma nova vida, e essa vida tem que ser completamente nova. Ele não pode trazer para essa nova vida seus velhos e horríveis hábitos.

Um guerreiro é um caçador. Calcula tudo. Isso é controle. Mas, uma vez terminado seus cálculos, ele age. Entrega-se. Isso é abandono. Um guerreiro não é uma folha à mercê do vento. Ninguém pode empurrá-lo; ninguém pode obrigá-lo a fazer coisas contra si mesmo ou contra o que ele acha certo. Um guerreiro está preparado para sobreviver, e ele sobrevive da melhor maneira possível.

A autoconfiança do guerreiro não é a autoconfiança do homem comum. O homem comum procura certeza aos olhos do observador e chama a isso autoconfiança. O guerreiro procura impecabilidade aos próprios olhos e chama a isso humildade. O homem comum está preso a seus semelhantes, enquanto o guerreiro está preso ao infinito.

Você deve cultivar a ideia de que um guerreiro não precisa de nada. Diz que precisa de ajuda. Ajuda para quê? Você tem tudo o que é preciso para a viagem extravagante que é a sua vida.

Os guerreiros não se ajudam, não tem compaixão por ninguém. Para ele, ter compaixão significa que você desejava que o outro fosse como você, e você o ajuda só para isso. A coisa mais difícil do mundo é um guerreiro deixar os outros em paz. A impecabilidade do guerreiro é deixar os outros como são, e apoiá-los no que forem. Isso significa, naturalmente, que você confia que também eles sejam guerreiros impecáveis.

Tudo o que é necessário é a impecabilidade, energia, e isto se inicia com um ato singular, que deve ser deliberado, preciso e constante. Se este ato é repetido por tempo suficiente, a pessoa adquire um sentimento de intenção inflexível que pode ser aplicado a qualquer outra coisa. Se isto é realizado, o caminho está aberto. Uma coisa leva a outra até que o guerreiro descubra seu potencial completo.
 
A impecabilidade do guerreiro evoca uma atitude interior, uma luz que se aproxima notavelmente da humildade e a aceitação de viver imerso na eternidade, transformando cada circunstância vital em um desafio vivo e sincero. Ninguém nasce guerreiro. O caminho continua até o final de nossas vidas.
 

Carlos Castaneda, seleção de alguns de seus textos
mensagem recebida por e-mail

sexta-feira, 27 de março de 2020

O SOFRIMENTO É UM AVISO:ALGO TEM DE SE TRANSFORMAR EM NOSSAS VIDAS

  É o sofrimento, e só o sofrimento, 
que abre no homem a compreensão interior.
(Mahatma Gandhi)
 
O caminho mais adequado para viver as etapas de sofrimento e de dor é atravessar com decidida coragem as provas que nos são apresentadas, buscando compreender o mecanismo que as move.

A paz que podemos experimentar através desses acontecimentos é muito mais real e ampla do que aquela dos momentos de felicidade conhecida pela personalidade em sua vida comum sobre a Terra.

Seja trazido por alguma enfermidade, por acidente ou por qualquer outro incômodo, o sofrimento vem avisar-nos, em geral, que algo fora de ordem necessita ser revisto e transformado em nossa vida. Pode acontecer, porém, que em vez de nos voltarmos para essa descoberta, sejamos levados pelo nosso corpo emocional a encontrar satisfação em aguçar a dor, por nos sentirmos compensados pela ajuda ou compaixão que obtemos através dela.

O sofrimento físico diminuirá de intensidade se não lhe dermos importância excessiva e o tratarmos com simplicidade, e conforme seja necessário. Por outro lado, se o alimentarmos com medos, dúvidas ou rejeições, crescerá.

A primeira tarefa do sofrimento físico é a de preparar o corpo para ser menos suscetível a desequilíbrios. A segunda tarefa do sofrimento físico é a de levar o corpo a aprender a não passar mais por dores agudas. Se tivermos uma atitude correta diante da dor, isto é, se não nos queixarmos e se não nos tornarmos ansiosos para dela nos vermos livres, observaremos que irá desaparecer quando atingir certo grau de intensidade.

Saber que o corpo físico, bem como nossos demais corpos, é capaz de suportar perfeitamente o que lhe cabe como experiência inevitável, isto é, como experiência enviada pelos níveis superiores de nossa consciência, pode-nos auxiliar a nos posicionarmos de modo correto com relação a isso.

A terceira tarefa da atuação da dor encontra-se num estágio mais sutil do desenvolvimento da consciência. Nesse estágio, o sofrimento passa por uma metamorfose e aparece como um sentimento de conforto nunca antes experimentado, nem mesmo dentro da maior felicidade que possa ter estado ao alcance do homem. Assim, ele aprende a perceber que a Alegria divina existe em qualquer situação e que pode fazer-se ainda mais visível nos momentos dos quais, a princípio, pareceria estar ausente.

Tais verdades, que haviam sido já enunciadas por instrutores que experimentaram em seus corpos o trabalho feito pelo sofrimento, foram confirmadas para mim através de uma mulher que tinha um tumor maligno no cérebro.

Nos últimos dias daquela sua encarnação, a mulher, que padecia de muitas dores, declarou-me que não só havia aprendido a conviver com elas como também sentia um grande alívio em seus momentos mais agudos. Declarou-me não existirem palavras para descrever em quantos sentidos tinha mudado os seus pontos de vista sobre a maioria dos fatos dessa vida. Lembro-me de que ela me transmitia um profundo contentamento, como se estivesse com a sua tarefa cumprida e, ao vê-la, percebia de uma forma sutil e intuitiva que meu mundo interior recebia muitos reflexos do que estava ocorrendo com ela.

Vi, assim, pelos efeitos que observava em mim mesmo, o serviço que pode ser prestado por alguém que sofre com coragem e equilíbrio. Ao lado do testemunho de vida verdadeira e inabalável, forte energia indubitavelmente irradiava dela, reforçando as convicções mais profundas do meu ser.

José Trigueirinho Netto
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O PODER DA CURA DO EUCALIPTO

Árvore de eucalipto Modelo 3D - TurboSquid 1475644 
 Algumas Árvores Estimulam o
Tipo Certo de Silêncio Meditativo
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
É possível ser amigo de outros seres, além dos seres humanos. O universo é uma comunidade viva. Constitui uma fraternidade infinita de seres biológicos e não-biológicos.

Os pitagóricos ensinam sobre a “amizade universal” que nos une a estrelas e astros no céu. Francisco de Assis chamava de irmãos o sol, a lua, o vento, a terra, a água e o fogo. Olavo Bilac defendia a tese de que é possível ouvir as estrelas. E o mesmo ocorre com os animais, as pedras, e os vegetais.

Podemos sentir amizade por esta ou aquela árvore. Motivos não faltam. Pode ser porque ela nos dá sombra, ou porque comemos seus frutos. Talvez seja porque ela abriga pássaros que cantam ou porque embeleza a paisagem.

Ocorre com frequência alguém ter uma amizade pessoal consciente com toda uma espécie de árvores. Os eucaliptos são um exemplo. Um bosque destas árvores provoca o tipo certo de silêncio meditativo e liberta de pressa a alma do observador.

O eucalipto acompanha desde a infância a vida de muitos cidadãos, uma geração após a outra. O diálogo do vento com suas folhas pode ser observado por todo o mundo. Considerado um vilão ecológico por alguns – devido a não ser nativo e absorver muita umidade do solo – o eucalipto deve ser plantado de preferência evitando-se a monocultura. Seu crescimento rápido fixa o carbono em forma de vida e combate o excesso de dióxido de carbono na atmosfera, preservando o equilíbrio planetário.

O eucalipto tem poderes de cura e influências sutis benéficas que nem sempre são percebidas. Em seu livro “O País das Montanhas Azuis”, Helena Blavatsky descreveu uma paisagem na Índia que considerava encantadora, definindo o eucalipto como um purificador do ar físico e da atmosfera sutil:

“…Hoje o pé [da] colina está rodeado por tríplice cerco de bosquezinhos de eucaliptos. Esses bosquezinhos devem sua existência aos primeiros plantadores europeus. Aquele que não conhece o admirável Eucalyptus globulus, originário da Austrália, cujo crescimento é mais vigoroso em três ou quatro anos que o de qualquer outra árvore em vinte anos, ignora o essencial encantamento dos jardins. Sendo um incomparável meio para purificar o ar de todos os miasmas, tais bosques tornam ainda mais saudável o clima de Nilguiri. Todos os indígenas que se aturdem com as carícias demasiado monótonas e ardentes da natureza hindu e também os representantes da Europa na presidência de Madras só têm uma impaciência: a de buscar a saúde e o repouso no seio desta Natureza, nas Montanhas Azuis; e estas nunca enganam. Ao sintetizar como um imenso ramo todos os climas, todas as flores, a zoologia e a ornitologia das cinco partes do mundo, o gênio dessas montanhas oferece seus tesouros, o nome de sua rainha, ao viajante fatigado…”. [1]

Nativo da Austrália, o eucalipto foi introduzido na Europa e nas Américas no século 19. É uma das árvores mais altas que se conhece, e constitui remédio tradicional dos aborígenes australianos. As suas folhas têm propriedades expectorantes, balsâmicas, antissépticas e broncodilatadoras. O eucalipto é indicado para a cura das vias respiratórias e combate a febre. É útil para os diabéticos, porque reduz a presença de glucose no sangue. [2]

No plano das emoções, a influência desta árvore tende a libertar a mente humana de pensamentos negativos e abre espaço para uma atitude construtiva de amor à vida.

Ao nível do espírito, estimula um silêncio em que surge a percepção da unidade mística com o todo. O uso do seu óleo essencial ajuda a tornar mais pura e elevada a atmosfera em que respiramos.
 
NOTAS:
 
[1] “O País das Montanhas Azuis”, de H.P. Blavatsky, Thot Livraria e Editora Esotérica, Brasília, 1989, 136 pp., p. 36.
 
[2] “Plantas que Curam”, Enciclopédia das Plantas Medicinais, PlanetaDeAgostini, impresso em Barcelona, Espanha, edição em português, dois volumes, ver volume um, pp. 304-305. Outra referência é “O Guia Completo das Plantas Medicinais”, de Penélope Ody, edição em português da Livraria Civilização Editora, Porto, Portugal, 240 pp., ver p. 60. A indicação sobre a utilidade do eucalipto para diabéticos está na obra “Remédios Naturais”, Círculo de Leitores, Portugal, 376 pp., 2008, p. 98.
 
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A  P S I C O L O G I A   D E   S A T O R I 
O U   I L U M I N A Ç Ã O

Iluminação espiritual - O que é e como experimentá-lo 
 Um Estado de Consciência
Em Que Há Completa Vitalidade
 
 
Erich Fromm
 
 
Se quisermos expressar o que é a iluminação em termos psicológicos, eu diria que ela é um estado em que o indivíduo está completamente em sintonia com a sua realidade interna e externa, em que está plenamente consciente da realidade e a capta de modo integral. Ele está consciente dela, isto é, não se trata do seu cérebro, nem qualquer outra parte do seu organismo, mas ele, o homem inteiro. Ele está consciente dela; não como se a realidade fosse um objeto que ele capta com seu pensamento, mas ele capta a flor, o cachorro, o homem, em sua realidade completa.

Aquele que desperta está aberto e é capaz de responder ao mundo, e ele pode ser aberto e ser capaz de responder ao mundo porque renunciou a agarrar-se a si mesmo como uma coisa, e assim tornou-se vazio e capaz de perceber. Estar iluminado significa “o completo despertar da personalidade total diante da realidade.”

É muito importante compreender que o estado de iluminação não é um estado de dissociação ou de transe no qual o indivíduo acredita que está desperto, quando na verdade está profundamente adormecido. O psicólogo ocidental, naturalmente, terá uma tendência a acreditar que satori [ a iluminação] é apenas um estado subjetivo, e mesmo um psicólogo tão simpático em relação ao Zen quanto o dr. [Carl] Jung não consegue evitar o mesmo erro. Jung escreve: “A própria imaginação é uma ocorrência psíquica, e portanto, não faz diferença alguma se uma iluminação é qualificada de real ou imaginária. O homem que tem a iluminação, ou alega que a tem, pensa em qualquer caso que é iluminado (……) Mesmo que ele estivesse mentindo, a sua mentira seria um fato espiritual.” [1]

Isso faz parte, é claro, da posição geral de relativismo adotada por Jung em relação à “verdade” da experiência religiosa. Ao contrário dele, eu acredito que uma mentira nunca é “um fato espiritual”, nem qualquer outro fato, na verdade, exceto o fato de ser uma mentira. Mas, de qualquer modo, a posição de Jung certamente não é compartilhada pelos zen budistas. Bem pelo contrário. Para eles é de crucial importância saber a diferença entre a experiência autêntica de satori, na qual a aquisição de um novo ponto de vista é real, e portanto verdadeira, e uma pseudo-experiência que pode ser de natureza histérica ou psicótica, na qual o estudante Zen está convencido de haver obtido satori, enquanto o mestre Zen tem que demonstrar que ele não obteve. Uma das funções do mestre Zen é, precisamente, estar vigilante em relação à confusão que o seu aluno faz entre a iluminação real e a iluminação imaginária.

O completo despertar para a realidade significa, falando em termos psicológicos, ter alcançado “uma orientação completamente produtiva”. Isso significa não relacionar-se com o mundo de modo receptivo, explorador, acumulativo, ou mercantilista; mas sim criativamente, ativamente (no sentido de Spinoza). No estado de completa produtividade não há véus que separem o eu do “não-eu”. O objeto não é mais um objeto; ele não fica contra mim, mas está comigo. A rosa que eu vejo não é um objeto para o meu pensamento, da maneira pela qual, quando eu digo “vejo uma rosa”, apenas afirmo que o objeto, rosa, cai na categoria “rosa”; mas da maneira em que se diz que “uma rosa é uma rosa é uma rosa”.

O estado de produtividade é ao mesmo tempo o estado da mais alta objetividade. Eu vejo o objeto sem as distorções provocadas pela minha cobiça e pelo meu medo. Vejo-o como ele é, e não como eu quero que ele seja, ou que não seja. Neste modo de percepção não há distorções paratáxicas [através do uso das palavras]. Há completa vitalidade, e existe uma síntese de objetividade e subjetividade. Eu tenho uma experiência intensa – e no entanto é permitido ao objeto que ele seja como ele é. Eu trago o objeto à vida, e o objeto me traz à vida. O satori parece misterioso apenas para a pessoa que não está consciente de até que ponto a sua percepção do mundo é puramente mental, ou paratáxica. Se o indivíduo estiver consciente disso, ele também perceberá uma consciência diferente, que se pode chamar de consciência completamente realista. O indivíduo pode ter experimentado apenas vislumbres dela: no entanto, ele pode imaginar como ela é. Um garoto pequeno que estuda piano não toca como um grande mestre. No entanto a performance do mestre não é um mistério: trata-se apenas da perfeição da experiência rudimentar que o garoto tem.

O fato de que a percepção não distorcida e não-cerebral da realidade constitui um elemento essencial da experiência Zen é expressado muito claramente em duas histórias Zen. Uma delas conta a conversa de um mestre com um monge:

“Você faz algum esforço para tornar-se disciplinado na verdade?”

“Sim.”

“Como você se exercita nisso?”

“Quando tenho fome, eu como; quando estou cansado, eu durmo”.

“Isto é o que todo mundo faz; podemos dizer então que todos estão fazendo o mesmo exercício?”

“Não.”

“Por quê?”

“Porque, quando eles comem, eles não comem, mas estão pensando em várias outras coisas, e assim permitindo-se ficar perturbados; quando eles dormem, eles não dormem, mas sonham com mil e uma coisas. É por isso que eles não são como eu.” [2]

A história dificilmente precisa de alguma explicação. O indivíduo comum, levado pela insegurança, pela cobiça, pelo medo, é constantemente imerso em um mundo de fantasias (e nem sempre é consciente disso), no qual ele vê o mundo como se tivesse qualidades que ele projeta sobre o mundo, mas que não estão lá. Isso era um fato quando esta conversa ocorreu; e continua sendo um fato verdadeiro hoje, quando quase todos veem, ouvem, sentem e saboreiam mais com base em seus próprios pensamentos, do que com base naquelas funções dentro de si que são capazes de ver, ouvir, sentir e saborear.

A outra história, igualmente cheia de significado, é a afirmação de um mestre Zen que disse: “Antes que eu alcançasse a iluminação, os rios eram rios e as montanhas eram montanhas. Quando comecei a ficar iluminado, os rios não eram mais rios, e as montanhas não eram montanhas. Agora, desde que estou iluminado, os rios voltaram a ser rios e as montanhas são montanhas.”

Outra vez, temos o novo enfoque da realidade. O indivíduo comum é como o homem na caverna de Platão, que olha só as sombras e pensa que elas são a substância. Quando reconhece este erro, ele sabe apenas que as sombras não são a substância. Mas quando se torna um iluminado, ele troca a caverna e a sua escuridão pela luz do dia. Então ele vê a substância e não as sombras. Ele está desperto. Enquanto permanece no escuro, ele não pode entender a luz. (Como diz a Bíblia: “Uma luz brilhou na escuridão e a escuridão não a entendeu.”[3] ) Uma vez que está fora da escuridão, ele compreende a diferença entre a sua visão anterior do mundo como sombras, e a sua visão atual do mundo como realidade.
 
NOTAS:
 
[1] Do prefácio de Carl Jung para a obra de D.T. Suzuki intitulada “Introduction to Zen Buddhism”, London, Rider, 1949, p. 15. (E. Fromm)
 
[2] D.T. Suzuki, “Introduction to Zen Buddhism”, p. 86.  (E. Fromm)
 
[3] Evangelho segundo João, 1: 5. (CCA) 
 
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