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segunda-feira, 30 de abril de 2018

O PROBLEMA DA FELICIDADE HUMANA


Os maiores médicos e psiquiatras do mundo concedem e confessam que o grosso da humanidade hodierna é neurótica, frustrada ou esquizofrênica. O Dr. Victor Frankl, diretor da Policlínica Neurológica da Universidade de Viena, em diversos livros traz estatísticas pavorosas sobre essa calamidade do homem civilizado dos nossos dias. E dá também o diagnostico do mal: a falta de uma consciência de unidade. O homem moderno, hipertrofiado na sua diversidade (ego) e atrofiado na sua unidade (Eu), é a consequência dessa descosmificação do homem, que não podia deixar de acabar num caos, em que a dispersividade derrotou a centralidade.

Frustrar é a palavra latina para despedaçar, fragmentar, desintegrar. O homem frustrado sente-se realmente como que desintegrado interiormente, o que produz nele um senso de profunda infelicidade. Em última análise, toda felicidade provém de uma consciência de coesão e integridade. O homem é infeliz porque perdeu a consciência da sua inteireza e unidade; pode ser uma personalidade, uma persona (máscara), mas deixou de ser uma individualidade, um ser indiviso em si mesmo. Unidade, integridade, felicidade, são sinônimos.

Muitos frustrados acabam em esquizofrenia. A palavra esquizofrênico quer dizer, em grego, mente partida. O homem mentalmente fragmentado é um homem desunido, descosmificado. Onde não há realização existencial há necessariamente uma frustração existencial, que é o motivo da infelicidade de milhares de homens.

O homem que deixou de ser cosmo pela unidade acaba, cedo ou tarde, num caos pela desunião consigo mesmo. As leis que regem o Universo sideral regem também o Universo Hominal. Os Mestres da vida, além de fazerem o diagnóstico da enfermidade, indicam também a sua cura. Victor Frankl cura os seus doentes frustrados com logoterapia, mostrando-lhes o caminho para restabelecer a sua integridade existencial, despertando-lhes a consciência do seu Lógos interno, o seu Eu, a sua alma. E os que conseguem fazer gravitar os planetas dos seus egos em torno do sol do seu Eu, restabelecem a harmonia e felicidade da sua existência.

Krishna, na Bhagavad Gita, afirma que o ego é o pior inimigo do Eu, mas que o Eu é o maior amigo do ego. O próprio Einstein, à luz da sua matemática metafísica, mostra que do caminho dos fatos (ego) não conduz nenhum caminho para o mundo dos valores (Eu).

Que é tudo isto senão Filosofia Univérsica, expressa de outra forma? O homem, para ter harmonia e felicidade, deve ter um centro de gravitação fixo e imutável, deve afirmar a soberania da sua substância divina sobre todas as tiranias das circunstâncias humanas – deve ser Universificado.

Nada disto, porém, é possível, se o homem passar as 24 horas do dia na zona da dispersividade centrífuga do ego, e não der uma hora sequer à concentração centrípeta do Eu. As leis cósmicas são inexoráveis e imutáveis, tanto no mundo sideral como no mundo hominal. Obedecer a essas leis da natureza humana é harmonia e felicidade – desobedecer-lhes é caos e infelicidade.

Não somos advogados da passividade contemplativa de certos orientais – mas defensores da harmonia e do equilíbrio entre atividade e passividade, entre introversão e extroversão, entre concentração e expansão, entre implosão e explosão, que são o característico de todos os setores da natureza. Enquanto o homem não se “naturalizar” ou cosmificar, será sempre frustrado e infeliz. Uma hora, ou meia hora, de profunda cosmo-meditação pode dar ao homem o devido equilíbrio para o resto do dia.

Não recomendamos a meditação em forma de pensamentos analíticos, que é ineficiente, mas recomendamos a profunda sintonização com a alma doUniverso, o esvaziamento de toda a ego-consciência, para que a plenitude cosmo-consciência possa plenificar com as águas vivas da fonte divina a vacuidade dos canais humanos. Enquanto a ego-plenitude (egocentrismo, egolatria) funciona, a teo-plenitude não pode funcionar. É lei cósmica: plenitude só enche vacuidade, ou na linguagem dos livros sacros, “Deus resiste aos soberbos (ego-plenos), mas dá da sua graça aos humildes (ego-vácuos)”.

Durante a cosmo-meditação deve o homem esvaziar-se de todos os conteúdos do seu ego-humano – sentimentos, pensamentos e desejos – mantendo, porém, plenamente vígil a sua consciência espiritual; deve manter 100% de teo-consciência (Eu) e reduzir a ego-consciência a 0%.

O fim da Filosofia Univérsica é, pois, estabelecer no homem a mesma harmonia que existe no Universo, com a diferença de que no homem esta harmonia é voluntária e livre, enquanto no cosmo ela é automática. Esta harmonia livremente estabelecida pode dar ao homem uma felicidade consciente infinitamente maior do que toda a harmonia, beleza e felicidade do Universo extra-hominal.

O esforço inicial dessa harmonização vale a pena pela subsequente felicidade da vida humana. No princípio necessita o principiante de períodos determinados, em lugar certo para essa integração; mais tarde pode ele manter a concentração interior no meio de todas as dispersões exteriores, pode unir a sua implosão mística com todas as explosões dinâmicas; pode viver simultaneamente no Deus do mundo e nos mundos de Deus.
 
 
Texto de Huberto Rohden
 http://www.deldebbio.com.br
 

domingo, 29 de abril de 2018

O SIGNIFICADO DA PAZ


Um rei ofereceu um prêmio ao artista que pintasse o melhor quadro que representasse a paz.

Muitos artistas tentaram. O rei olhou todos os quadros, mas apenas gostou mesmo de dois, e teve de escolher entre ambos. Um quadro retratava um lago sereno. O lago era um espelho perfeito das altas e pacíficas montanhas a sua volta, encimado por um céu azul com nuvens brancas como algodão. Todos os que viram este quadro acharam que ele era um perfeito retrato da paz.

O outro quadro também tinha montanhas. Mas eram escarpadas e calvas. Acima havia um céu ameaçador do qual caía chuva, e no qual brincavam relâmpagos. Da encosta da montanha caía uma cachoeira espumante. Não parecia nada pacífica. Mas quando o rei olhou, ele viu ao lado da cachoeira um pequeno arbusto crescendo numa fenda da rocha. No arbusto uma mãe pássaro havia feito seu ninho. Lá, no meio da turbulência da água feroz, se instalara a mãe pássaro em seu ninho * em perfeita paz.

Qual pintura você acha que ganhou o prêmio? O rei escolheu a segunda Sabe por quê? "Porque," explicou o rei, "paz não significa estar num lugar onde não há barulho, problemas ou trabalho duro.” Paz significa estar no meio disso tudo e ainda estar calmo no seu coração. Este é o significado real da paz.


(Autor desconhecido)
http://eulunaluz.blogspot.com.br 
 
 
 Osho nos diz que: "Sejamos suaves e delicados e deixemos que o fluxo da vida nos leve onde levar. Deixemos que a meta do Todo seja nossa meta. Sejamos apenas uma parte. Assim uma beleza e uma graça infinita vão acontecer em nossas vidas. Abençoados são aqueles que permitem a si mesmos serem contagiados com a festividade, com o amor com a paz, com o silêncio e a celebração". Em qualquer situação que estejamos "se temos amor e se há amor, há também a paz". (Jidu Krishnamurti)
 
UM BRILHO DE FACA ...


José Ramalho, em uma de suas composições, canta sobre um brilho de faca: "Há um brilho de faca onde o amor vier..." Segundo um sábio amigo, ele mudaria 'amor' por 'paixão' e ficaria assim: "Há um brilho de faca onde a paixão vier..." pois o amor não fere, cura"



Perguntaram a Osho: Osho, toda vez que você fala sobre transformar paixão em compaixão, algo em meu coração dispara; mas, ainda assim, eu não entendo o que isso significa. Você poderia explicar isso para mim de novo?

A energia chamada paixão é sempre dirigida a alguém. Ela é possessiva, e porque é possessiva é feia. Transformar a paixão em compaixão significa que sua energia para o amor não é dirigida a ninguém em particular, é simplesmente o seu perfume, é simplesmente a sua presença, é simplesmente o jeito que você é. Não é dirigida, não é unidimensional. É radiação. Assim quem quer que chegue perto vai se sentir seu amor – e isso é não-possessivo.

O amor possessivo é uma contradição em termos, porque possessividade significa que você está reduzindo a outra pessoa a uma coisa. Apenas coisas podem ser possuídas, não pessoas. Apenas coisas podem ser propriedades, não pessoas.

A qualidade essencial das pessoas que as diferencia das coisas é a sua liberdade, e a posse, a dominação, destroi a liberdade.

Assim, por um lado você acha que você está amando uma pessoa, por outro lado você está destruindo a própria essência dela.

Compaixão é soltar o amor das garras de possessividade. Então, o amor é apenas um brilho suave, sem direção, sem endereço. Você simplesmente transborda-o porque você está cheio dele, não é uma questão de apenas pensar.

A paixão tem que passar por todo o processo de meditação para se tornar compaixão. A meditação vai tirar toda a possessividade, a dominação, o ciúme, e deixar apenas a pura essência, o puro perfume do amor.

Apenas um homem profundamente enraizado na meditação pode ter compaixão.

Portanto, quando eu digo para você transformar a sua paixão em compaixão, eu estou dizendo para você deixar a sua energia ser purificada, por meio da meditação, de tudo o que há de lixo nela.

Deixe-a tornar-se simplesmente uma fragrância disponível para todos.

Então ela não destrói a liberdade de ninguém, mas intensifica-a, e no momento em que seu amor aumenta a liberdade de alguém o amor se torna espiritual. 
 
O amor não é uma paixão, não é uma emoção. Amor é um profundo entendimento que alguém, de alguma maneira, lhe completa. Alguém lhe torna um círculo. A presença do outro valoriza sua presença. O amor da liberdade para você ser você mesmo, não é possessivo.
 
 
Osho, em “The Transmission of the Lamp”
Mensagem recebida sem identificação da fonte
 

sábado, 28 de abril de 2018

DE ALMA PARA ALMA


 
Adeus, alma querida "Se você ama alguma coisa, deixe-a livre. Se voltar, é sua. Se não voltar, nunca foi." 
 
Se, no caminho do teu saara, encontrares uma alma que te queira bem, aceita em silêncio o suave ardor da sua benquerença - mas não lhe peças coisa alguma, não exijas, não reclames nada do ente querido. Recebe com amor o que com amor te é dado - e continua a servir com perfeita humildade e despretensão. 
 
Quanto mais querida te for uma alma, tanto menos a explores, tanto mais lhe serve, sem nada esperar em retribuição. No dia e na hora em que uma alma impuser a outra alma um dever, uma obrigação, começa a agonia do amor, da amizade. 
 
Só num clima de absoluta espontaneidade pode viver esta plantinha delicada. E quando então essa alma que te foi querida se afastar de ti - não a retenhas. Deixa que se vá em plena liberdade. Faze acompanhá-la dos anjos tutelares das tuas preces e saudades, para que em níveas asas a envolvam e de todo mal a defendam - mas não lhe peças que fique contigo. 
 
Mais amiga te será ela, em espontânea liberdade, longe de ti - do que em forçada escravidão, perto de ti. Deixa que ela siga os seus caminhos - ainda que esses caminhos a conduzam aos confins do Universo, à mais extrema distância do teu habitáculo corpóreo. 
 
Se entre essa alma e a tua existir afinidade espiritual, não há distância, não há em todo Universo espaço bastante grande que de ti possa alhear essa alma. Ainda que ela erguesse voo e fixasse o seu tabernáculo para além das últimas praias do Sírio, para além das derradeiras fosforescência da Via Láctea, para além das mais longínquas nebulosas de mundos em formação - contigo estaria essa alma querida... 
 
Mas, se não vigorar afinidade espiritual entre ti e ela, poderá essa alma viver contigo sob o mesmo teto e contigo sentar-se à mesma mesa - não será tua, nem haverá entre vós verdadeira união e felicidade. Para o espírito a proximidade espiritual é tudo - a distância material não é nada. 
 
Compreende, ó homem/mulher - e vai para onde quiseres! Ama - e estarás sempre perto do ente amado... Em todo o Universo... Dentro de ti mesmo...



Huberto Rolhden - Texto extraído do livro De Alma para Alma

http://eulunaluz.blogspot.com.br


A FILOSOFIA PRÁTICA 
DOS AMISH

Lemas e Axiomas dos que
Seguem o Ensinamento Cristão Original


Vivendo de modo simples, os Amish 
evitam as cidades modernas  e preferem 
meios de transporte tradicionais
 
 
As comunidades Amish seguem o ideal anabatista do cristianismo primitivo.

Tendo como fonte de inspiração o ensinamento do Novo Testamento e dos Atos dos Apóstolos, os Amish optam pela simplicidade voluntária. São radicais em sua não-violência, evitam usar automóveis, deixam de lado a alta tecnologia e permanecem de fora do consumismo cego. Eles rejeitam a maior parte dos confortos modernos. Vivem longe das cidades materialistas e praticam formas cooperativas de economia.

Uma vida limpa e um coração puro são prioridades para os Amish. Sem perder o foco das suas metas centrais, eles têm uma mente aberta. Não há entre eles sacerdotes profissionais. As burocracias teológicas brilham por sua ausência. Preferem o ensinamento original. São o mais tradicional dos grupos menonitas, e procuram manter relativamente intato o espírito do que há de melhor na tradição cristã, enquanto cultivam a humildade. É fácil perceber que a vida deles merece um estudo respeitoso desde o ponto de vista teosófico. A sociedade ecologicamente correta dos Amish, a sua economia cooperativa e o seu cultivo da modéstia são exemplos a serem seguidos na civilização do futuro.

Porém, a vida raramente é fácil para quem busca por uma meta nobre. Obter algo de muito valor requer um esforço supremo. O ideal de construir uma vida correta exige grande determinação e desapego, porque é necessário desafiar a ignorância organizada das comunidades.

A história dos Amish é feita de heroísmo e sacrifício. Durante muito tempo foram perseguidos, torturados e assassinados na Europa. A campanha contra os Amish era organizada pelas formas dominantes de cristianismo, que se associam ao poder do Estado.

Vemos o seguinte testemunho em uma crônica das perseguições contra os primeiros anabatistas:

“Muitos sofriam maus tratos ininterruptos, feitos com ardis e astúcia extremados. Monges e sacerdotes vinham com palavras suaves, e eruditos nas Escrituras traziam falsos ensinamentos; eles insultavam e ameaçavam, atacavam e abusavam com mentiras e blasfêmias horríveis. Mas isso não fazia os fiéis desanimarem. Alguns dos que sofreram estes aprisionamentos cruéis cantavam canções de louvor a seu Deus, porque estavam cheios de contentamento. Alguns fizeram isso quando foram levados da prisão para o local em que seriam assassinados. Eles cantavam, contentes, suas vozes soando no ar como se caminhassem para encontrar seus noivos e noivas na cerimônia de casamento. (…) Por causa do derramamento de tanto sangue inocente, cristãos surgiam de toda parte. O número de crentes [anabatistas] aumentou em todos aqueles lugares….” [1]

Durante os séculos 18 e 19, os Amish e outros grupos anabatistas passaram a encontrar lugares para viver em paz, principalmente nos Estados Unidos. Embora eles não façam proselitismo, ou talvez por causa disso, as suas comunidades floresceram. Nelas eles podem hoje educar os filhos de acordo com sua filosofia tradicional de amor à vida.

Lemas das Escolas Amish Sobre a Arte de Viver

O interior das escolas das comunidades Amish é frequentemente decorado com lemas e desenhos feitos pelas crianças, mas que contêm lições válidas para adultos de qualquer religião ou filosofia.

Estes são alguns lemas coletados das suas escolas, no Estado norte-americano da Pensilvânia:

 
* Eu sou só um, mas mesmo assim eu sou alguém.

* Eu não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa.

* O fato de eu não poder fazer tudo não me dá o direito de não fazer nada.

* É meu dever fazer o que eu posso, e nunca devo dizer que não posso enquanto não tentar; e então, se no começo eu não conseguir êxito, devo tentar de novo.

* Lembre-se de que, quando você fala, só repete o que já sabe; mas se você escutar, poderá aprender alguma coisa.

* Vamos orar, não para ter fardos mais leves, mas para possuir ombros mais fortes.

* Quanto mais você postergar a realização de um trabalho, mas difícil ele se tornará.

* Não faça suas tarefas com pressa, nem na escola nem em casa.

* Naturalmente, você sempre tentará fazer o melhor que pode; mas não fique chateado nem desanime se você não puder fazer uma coisa perfeita.

* Embora nossas mentes possam trabalhar mais devagar do que as mentes de algumas crianças, não esqueçamos que já é uma bênção as nossas mentes funcionarem de algum modo.

* Comece cada dia como quem começa do zero, e como se o mundo inteiro tivesse sido feito de novo.

* A escola é um bom lugar para aprender a conviver com outras pessoas; isto ajudará você quando crescer.

* Somos conhecidos pelo que fazemos, na verdade, e não pelo que contamos vantagem dizendo que podemos fazer.

* Fique contente, e não se preocupe nem tente acompanhar a inquietação e a velocidade do mundo.

* Nunca tenha medo de fazer o que é certo, mesmo que todos os outros estejam fazendo o que é errado.

* Não dê demasiada atenção aos erros dos seus pais ou de seu professor. Em vez disso, ajude-os nos esforços que fazem, e a sua própria vida se tornará mais agradável.

* As pessoas que estão sempre com pressa aparentemente obtêm muito pouca satisfação ao viver.

* Uma pessoa que pensa só em si mesma nunca conhece as verdadeiras alegrias da vida.

* Você pode ser agradável sem falar muito. Pense duas vezes antes de dizer alguma coisa.

* Cantar [canções religiosas] é um passatempo agradável, constitui bom exercício para os pulmões e um modo eficaz de dar graças a Deus. [2]

 
Em teosofia, “Deus” é a lei da justiça universal, ou a própria alma imortal de cada ser humano. Cantar canções religiosas é uma variante cristã da prática oriental dos mantras.

A filosofia dos Amish contém elementos centrais do “saber viver” da filosofia clássica, e seu estudo é útil para os teosofistas de coração puro, especialmente se eles estiverem aptos para o estudo intercultural e a observação comparada de tradições.

O uso fraternal do silêncio como forma de comunicação, a ausência de pressa, a arte de ensinar pelo exemplo, e o respeito prático pelos ritmos da natureza são princípios básicos da vida dos Amish. Estas regras permanecem amplamente não faladas e constituem fontes de inspiração para a sociedade ocidental.

Todo cidadão de boa vontade pode ver e decodificar lições úteis nos diferentes aspectos da vida. Ele sente que compartilha a essência de todas tradições cuja meta é a busca vivencial da verdade suprema. Em qualquer tempo ou lugar, o estudante da filosofia esotérica vive tanto quanto possível de acordo com o princípio da não-violência, e é um companheiro de caminhada de quem, como os Amish, coloca a busca da sabedoria acima do conforto pessoal.
 
NOTAS:
[1] Do livro “Amish Roots, a Treasury of History, Wisdom, and Lore”, editado por John A. Hostetler, The Johns Hopkins University Press, Baltimore e Londres, 1989, 319 pp., ver p. 20.
[2] “Amish Roots, a Treasury of History, Wisdom, and Lore”, editado por John A. Hostetler, ver pp. 220-221.
 
 
Carlos Cardoso Aveline
http://www.filosofiaesoterica.com
 

sexta-feira, 27 de abril de 2018

OS PODERES LATENTES 
DA CONSCIÊNCIA
Novas Aptidões Humanas Estão
Surgindo, Mas Seu Despertar Exige Ética 
 
Parte II
 
Os poderes latentes do ser humano ocupam de muitas maneiras a imaginação coletiva. Subconscientemente, nossa cultura materialista percebe a presença sutil junto à humanidade de grandes mestres dotados de tais poderes – tal como narrado nas lendas de Buddha, Jesus e outros instrutores da sabedoria imortal.

Esta fonte de inspiração comum vai desde os espetáculos populares até o lugar mais elevado das almas humanas. Os diferentes campos de conhecimento humano buscam – através de caminhos diversos – por novos níveis de compreensão da mesma e única verdade essencial.

A arte, a literatura e a ciência se inspiram mutuamente há séculos. Desde sempre, uma parcela dos sábios e cientistas estudou alquimia e filosofia esotérica, ou trabalhou com base na combinação da intuição com o trabalho experimental. Este é o caso de Isaac Newton, Thomas Edison e Albert Einstein. Há outros exemplos bem conhecidos.

Francis Bacon (1561-1626), o criador do método científico experimental, foi um sábio estudante da filosofia oculta. Ele previu o uso de submarinos e aviões, e descreveu uma civilização governada com sabedoria, em seu texto “Nova Atlântida”.

O poeta inglês Alfred Tennyson, que morreu em 1892, previu as guerras do século 20 no seu famoso poema “Loksley Hall”. Descreveu as batalhas aéreas espantosas, envolvendo inúmeros “navios voadores” que lançavam bombas. E antecipou que, depois da guerra, surgiria a ONU, a “federação das nações”, e ocorreria o desarmamento mundial (do qual já nos aproximamos lentamente desde o final da guerra fria, no século 20).

No mesmo século 19, o escritor Júlio Verne previu o submarino, o avião, a viagem à lua, a televisão e o videofone. Só no século 21 o telefone com vídeo tornou-se parte da realidade. A internet já permite ver a imagem do interlocutor, e o videofone está disponível a todos.

A vida imita a arte, e a arte imita a vida. A arte pode falar de coisas que o coração entende e a mente ainda não sabe explicar.

Inspirado nos fenômenos extraordinários dos primeiros tempos do movimento teosófico, o escritor inglês Conan Doyle escreveu um conto intitulado “A Máquina Desintegradora”. Nele, certo professor inventa um mecanismo capaz de “desintegrar qualquer objeto colocado ao alcance da sua esfera de influência”.

Um personagem do conto explica: “A matéria dissolve-se, voltando à sua condição molecular ou atômica. Revertendo o processo, a máquina pode reconstituir a mesma matéria.” [4]

Conan Doyle era espírita e leu sobre teosofia. Seu detetive Sherlock Holmes, dono de uma intuição extraordinária, mostra mais de um traço super-humano em sua luta pela justiça e pelo bem.

Nas obras recentes de ficção científica, o fenômeno da desmaterialização e rematerialização são chamados de teletransporte. Em filmes do gênero, é rotina ver um grupo de viajantes espaciais entrar em uma câmara especial e, depois de alguns segundos, desaparecer dali para surgir em uma galáxia distante.

No mundo real, cientistas buscam compreender e realizar os rudimentos do teletransporte. Eles partem do fato fundamental de que o comportamento das partículas subatômicas é ambíguo. Ora elas se comportam como partículas, ora se comportam como onda. As partículas subatômicas não têm localização ou materialidade definidas em um instante determinado em que se pretenda medi-las. Estão, pois, além da rede previsível do espaço-tempo. A partir daí, abre-se um horizonte novo. Seria possível transformar um objeto em ondas e depois reconstituir o mesmo objeto como “partícula” ou matéria densa em outro lugar do espaço? Em 2010, já estavam acontecendo pesquisas intensas nesta direção. Alguma coisa já se conseguia com fótons – a partícula unitária da luz – e com os estados quânticos de um átomo individual.

Para uma parcela da população, a ciência e a tecnologia parecem haver ocupado o lugar de antigas práticas religiosas. O avanço da ciência tem aspectos extremamente positivos. Por outro lado, quando a ciência obedece a mecanismos comerciais, ela passa a promover um materialismo cego, sem destruir, necessariamente, o dogmatismo religioso de conteúdo medieval. Às vezes a superstição consumista e a superstição religiosa se associam no terreno comum da ignorância submissa.

A tecnologia faz inúmeros milagres que assombrariam um cidadão de cem anos atrás. Eles também parecem ter efeitos mágicos e hipnóticos sobre a população. Os satélites geoestacionários, as viagens espaciais, a clonagem de animais e mesmo alguns objetos de uso diário, como o telefone celular, o controle remoto de televisão, e o computador com acesso à Internet, implicam processos que, na prática, são incompreensíveis para o cidadão médio e, portanto, mais ou menos milagrosos. A própria luz elétrica é um pequeno milagre. Na biologia, na informática, na física, na medicina e na astronomia, estamos indo além do plano físico. Aprendemos a dominar parcelas cada vez maiores da luz astral e do akasha. A população passa a ter fé na infalibilidade papal das corporações multinacionais, que vendem a ela os milagres e as indulgências celestiais da tecnologia colocada a serviço do dólar, e do euro.

Os grandes bancos internacionais providenciam o milagre extraordinário da multiplicação das dívidas. Os crentes pagam o dízimo com seus cartões de crédito.

O que antes apenas os místicos e iogues treinados realizavam por meios extrassensoriais e em níveis superiores de consciência, hoje é feito por meios instrumentais, nos planos físico e intelectual, por técnicos e pesquisadores treinados.

A consciência científica e tecnocrática se expande e toca a dimensão sagrada da vida. Salvo exceções, faz isso de modo inconsciente, sem a necessária consciência ética, e usando os seus poderes para fins estritamente comerciais, a partir de uma visão estreita da vida e do universo.

No outro extremo, temos o pseudoesoterismo usando o mesmo potencial de expansão da mente humana como pretexto para explorar a credulidade da população bem-intencionada. São os iniciados de final-de-semana, os avatares improvisados, os autoproclamados donos de poderes psíquicos. São os canalizadores de Mestres de Sabedoria, cujos Mestres, por terem sido inventados por eles próprios, só dizem banalidades. São os clarividentes da estirpe de Annie Besant e Charles Leadbeater, que deliram sobre grandes iniciações e conversam com algum Cristo imaginário. Mas a falsidade tem pernas curtas, e sua durabilidade é escassa.

Num futuro relativamente próximo, espera-se, será descoberta e reconhecida amplamente uma verdade que possui quatro aspectos, e constitui o segredo essencial para o caminho da paz individual e coletiva. Esta verdade diz:

1) Todo saber que não é legítimo degenera rapidamente.

2) A legitimidade de um saber depende do seu uso.

3) Um conhecimento só é legítimo quando é usado para o bem.

4) O conhecimento ilegítimo, quando se refere a forças sutis, não passa de um tipo de bruxaria feita por aprendizes de feiticeiros que tentam roubar o conhecimento divino para propósitos egoístas.

O único verdadeiro milagre, o fato mais extraordinário – mais importante do que multiplicar pães, clonar ovelhas, viajar a Marte ou caminhar sem tocar o solo – é a decisão independente de purificar pacientemente as suas próprias emoções e os seus pensamentos. Esta é uma mudança quântica. Esta é a suprema atividade científica. Outras aptidões “extraordinárias” da consciência humana, enquanto forem destituídas da ética altruísta, permanecerão sempre no plano das atividades circenses de má qualidade.

O despertar do autoconhecimento e o surgimento da autorresponsabilidade ética transmutam pouco a pouco cada átomo do corpo humano e o conectam mais diretamente à mesma luz eterna que movimenta galáxias, estimula o crescimento de uma planta, explode uma estrela longínqua e desperta amor incondicional em nosso coração. Esta é também a luz interior que brilha no olhar de um animal, dá alegria de viver a uma criança e mantém nossa galáxia girando em torno do seu sol central.

Quando o ser humano compreender melhor as implicações revolucionárias do fato de que tudo o que existe está imerso na luz astral – o akasha -, então as ciências do mundo externo e físico obedecerão à ciência sagrada da alma imortal, segundo a qual o universo físico ocupa um espaço ilimitado, insondável, eternamente infinito, feito de consciência absoluta, que os sábios orientais chamam de Parabrahm. Dele surge a paz coletiva e individual, porque ele também existe, de certo modo, em cada coração humano. É a partir deste nível de despertar que estão dadas, finalmente, as condições para o desenvolvimento adequado de uma potencialidade ilimitada.
 
 
NOTAS:

[4] “A Máquina Desintegradora”, conto que é parte do livro “O Veneno Cósmico”, de Arthur Conan Doyle, Ed. Melhoramentos (edição sem data, da década de 1960), SP, ver pp. 148 e 151.
 
 
Carlos Cardoso Aveline 
http://www.filosofiaesoterica.com
 
OS PODERES LATENTES 
DA CONSCIÊNCIA


Novas Aptidões Humanas Estão
Surgindo, Mas Seu Despertar Exige Ética 
 
Parte I
 
Ler pensamentos, perceber o futuro, caminhar sobre as águas, levitar, mover objetos com a força da mente ou desmaterializar objetos e rematerializá-los no mesmo instante a grande distância. Estas poderão ser funções normais da consciência humana em um futuro distante. Sua importância, no entanto, é secundária. E é preciso cuidado e discernimento, porque há hoje todo um folclore em torno delas, com um batalhão de espertalhões tirando proveito da credulidade alheia.

O potencial da mente parece infinito. A história humana está repleta de relatos sobre os poderes extraordinários conquistados por santos e iogues adiantados.

De onde vêm as habilidades espetaculares que tantos sábios (e mesmo pessoas comuns) têm demonstrado possuir desde a antiguidade?

Qual a real importância delas?

Segundo a teosofia, o futuro da evolução humana é tão sagrado quanto o seu passado. A humanidade tem uma longa e bela aprendizagem pela frente. Os sábios e iogues com poderes extraordinários são mestres. São precursores. Eles vão na frente. Eles abrem caminho para que o resto da população expanda mais rapidamente sua consciência. Nesta caminhada, toda habilidade de manipular sutilmente energias materiais e semimateriais é um fato desprezível em si mesmo, e leva a verdadeiros desastres cármicos, a menos que esteja a serviço de metas rigorosamente altruístas e impessoais.

Em sua autobiografia, o iogue Paramahansa Yogananda discute a relação entre a ciência “exata” convencional e a sabedoria do Oriente. Com a conversibilidade da matéria em energia e da energia em matéria, os físicos de vanguarda apenas redescobriram, segundo Yogananda, a antiga lei de Maya, segundo a qual o universo físico é de certo modo uma ilusão sensorial que não tem existência de fato, exceto em um plano superficial da realidade.

A partir do fato de que a matéria pode ser convertida em energia pura, fica mais fácil compreender aquilo que a superstição religiosa chama de “milagres”. Segundo Yogananda, “os Mestres capazes de materializar e desmaterializar seus corpos e outros objetos, de mover-se com a velocidade da luz, e de utilizar os raios da luz criadora para produzir instantaneamente qualquer manifestação física, têm, do ponto de vista da física, uma quantidade imponderável, ou infinita, de massa.”

A “luz criadora” de que fala Yogananda é a luz astral ou o akasha da filosofia esotérica, e constitui uma contrapartida sutil e invisível do mundo físico. O akasha possui vários níveis de densidade e sutileza. Os seus níveis mais elevados são território do espírito imortal e controlam o que é externo e denso.

Yogananda escreve:

“A consciência de um iogue perfeito identifica-se, sem esforço, não com um corpo limitado, mas com a estrutura do universo. A lei da gravitação (…) é impotente para obrigar um mestre a exibir a propriedade do peso, que é condição inerente a todos os objetos materiais. Quem tem consciência de ser Espírito Onipresente não está mais sujeito à solidez do corpo no espaço e no tempo.” [1]

Neste ponto há algo que não pode ser esquecido. Um Raja Iogue não é um Iogue porque sabe manipular energias. Ele é um Raja Iogue ou Mestre de Sabedoria pelo fato de nada desejar para si, e de estar inteiramente voltado para a meta impessoal e imparcial de beneficiar a evolução da humanidade e dos outros seres de nosso planeta.

Suas outras aptidões decorrem naturalmente da sua identificação com a luz eterna e a vida infinita. Ele nada deseja para si, porque transcendeu a ilusão segundo a qual alguém pode ser feliz como um “eu” separado. O resto é secundário. Ele está em contato com o âmago do Universo; e o Universo é governado desde o seu centro.

Alguns cientistas da ciência recente concordam com este princípio da filosofia antiga. O antigo axioma afirma: “assim no céu como na terra”: ou “assim no espírito como na matéria”. Em seu livro “O Universo Inteligente”, o físico do século 20 Fred Hoyle afirma que o universo evolui e é controlado desde seu interior, e que sua evolução flui sempre desde dentro para fora. [2]

É possível observar que a mesma evolução de dentro para fora ocorre com cada um de nós. Nosso comportamento físico é guiado por nossas emoções, que são guiadas pelos nossos pensamentos, que são guiados pelas nossas intuições mais internas, algumas das quais são quase desconhecidas do nosso cérebro pensante.

O domínio da luz astral permite ao iogue ou à pessoa dotada de funções intuitivas movimentar em alguns casos objetos, fazer com que objetos levitem, ter pressentimentos e exercitar outras aptidões extrassensoriais. Um grande iogue é capaz de materializar ou desmaterializar objetos atuando a partir do interior da estrutura atômica da matéria. Ele pode fazer isto porque reduziu-se à condição de um Espírito Planetário. Ele nada é além da Lei eterna, e nada mais deseja a não ser o Bem Absoluto.

Antes de alcançar este ponto, ele deve aprender a desidentificar-se totalmente do mundo físico tridimensional. Quando vence o desafio, ele atinge o Nirvana e transcende o estágio atual de evolução humana. Então ele alcança a libertação da roda de reencarnações obrigatórias e completa o seu aprendizado em termos de sabedoria divina. Ele seguirá aperfeiçoando-se em outros níveis, em direção a círculos cada vez mais amplos de consciência planetária e cósmica.

Boa parte de tais seres de consciência planetária superior conservam seus corpos físicos. Eles podem viver bem mais de um século. Trabalham retirados do mundo, inspirando a evolução humana de dentro para fora e estimulando os impulsos mais elevados em cada coração e mente em que há uma firme boa vontade impessoal. Chamados de iogues perfeitos por Yogananda, estes seres são conhecidos como Imortais pelo taoísmo, como Rishis pelo hinduísmo, e Buddhas ou Arhats pelo budismo.

No final do século 19, alguns destes mestres inspiraram a criação do movimento teosófico moderno. Em colaboração com eles, Helena Blavatsky fez demonstrações de psicocinese, de desmaterializações e rematerializações de objetos, e outros fenômenos. Era necessário abrir uma brecha no materialismo cego daquele momento. A revolução industrial estava no auge e se apoiava em um cristianismo dogmático e autoritário. Os fenômenos “psíquicos” eram uma demonstração prática de que a visão mecânica e materialista da vida não tinha futuro.

Na década de 1880, Alfred Sinnett, um dos principais jornalistas ingleses, manteve correspondência com dois dos Mahatmas dos Himalaias. As cartas recebidas por Sinnett estão hoje depositadas no setor de manuscritos raros da Biblioteca Britânica, em Londres. Os estudantes podem examiná-las. Além do seu conteúdo extraordinário, há aspectos fascinantes no modo como elas foram produzidas. Escritas mentalmente no Tibete, elas se materializavam na Índia, muitas vezes aparecendo do nada diante dos olhos atônitos de pessoas da elite social, reunidas especialmente para a ocasião. Sinnett descreveu grande número destes fenômenos, feitos diante de testemunhas cujos relatos foram publicados nos jornais da época e que estão reunidos hoje em livro. Em uma destas cartas, um Mahatma explica os fenômenos de materialização e desmaterialização de objetos:

“O cérebro humano é um gerador inesgotável, e da melhor qualidade, que produz força cósmica a partir da energia baixa e bruta da Natureza; o adepto completo se tornou um centro do qual se irradiam potencialidades que geram correlações e mais correlações durante épocas sem fim do tempo que virá. Esta é a chave do mistério pelo qual ele é capaz de projetar no mundo e materializar nele as formas que sua imaginação construiu no mundo invisível a partir da matéria cósmica. O adepto não cria qualquer coisa nova, mas apenas utiliza materiais que a Natureza apresenta ao redor dele (…).” [3]

A partir da segunda metade do século vinte, a levitação, a materialização e outros fenômenos que rompem os limites do mundo físico convencional vêm sendo abordados de muitas maneiras diferentes pela mente humana. A ciência avança em sua luta com os mistérios da mecânica quântica, da astrofísica e da criação do universo. Outros aspectos desta busca do despertar de novos potenciais da consciência humana ocorrem através do sonho, da arte e da imaginação. Nas histórias em quadrinhos e filmes, super-heróis como o Capitão América, o Super-homem, e até o desajeitado Superpateta lutaram durante décadas pelo bem e pela justiça, sendo capazes de levitar e usar grande intuição, entre outros poderes ióguicos. No século 21, novos heróis invadiram os cinemas e as revistas. Eles tomaram conta dos filmes em DVD e ocuparam a imaginação humana voando em altas velocidades em nosso planeta, ou indo até galáxias distantes, mas sem sair da tela da televisão na cômoda sala em que o espectador come pipoca. Sentado na poltrona, Sancho Pança assiste às aventuras de Dom Quixote. O herói gaulês Asterix ainda resiste, em quadrinhos e desenhos animados, preservando elementos deste arquétipo de herói humano com aptidões especiais.
 
 
NOTAS:

[1] “Autobiografia de um Iogue”, de Paramahansa Yogananda, Summus Editorial, 455 pp., ver pp. 259-260.

[2] “O Universo Inteligente”, Fred Hoyle, Editorial Presença, Lisboa, 1993, ver pp. 235-237.

[3] “O Mundo Oculto, A Verdade Sobre as Cartas dos Mahatmas”, de Alfred P. Sinnett, Editora Teosófica, ver pp. 128-129. Leia também, da mesma editora, as “Cartas dos Mahatmas” (dois volumes).
 
 
Carlos Cardoso Aveline
http://www.filosofiaesoterica.com

REVENDO ANTIGAS POSTAGENS

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UMA LENDA CHINESA


Era uma vez uma jovem chamada Lin, que se casou e foi viver com o marido na casa da sogra. Depois de algum tempo começou a perceber que não se adaptava aos costumes da sogra. Os temperamentos eram muito diferentes e Lin se irritava com os hábitos e procedimentos da sogra, que a criticava cada vez mais com insistência.
 
Com o passar dos meses, as coisas foram piorando, a ponto de a vida se tornar insuportável. No entanto, segundo as tradições antigas da China, a nora tem que estar sempre a serviço da sogra e obedecer-lhe em tudo. Mas Lin, não suportando por mais tempo a ideia de viver com a sogra, tomou a decisão de ir consultar um Mestre, velho amigo do seu pai.

Depois de ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou um ramalhete de ervas medicinais e disse-lhe:
- “Para te livrares da tua sogra, não as deves usar de uma só vez, pois isso poderia causar suspeitas. Vais misturá-las com a comida, pouco a pouco, dia após dia, e assim ela vai se envenenando lentamente.

Mas, para teres a certeza de que, quando ela morrer ninguém suspeitará de ti, deverás ter muito cuidado em tratá-la sempre com muita amizade. Não discutas e ajuda-a a resolver os seus problemas”.

Obrigada, Mestre Huang, farei tudo o que me recomenda. Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a sogra.

Durante várias semanas Lin serviu, dia sim, dia não, uma refeição preparada especialmente para a sogra e tinha sempre presente a recomendação de Mestre Huang para evitar suspeitas: controlava o temperamento, obedecia à sogra em tudo e tratava-a como se fosse a sua própria mãe.
 
Passado seis meses, toda a família estava mudada. Lin controlava bem o seu temperamento e quase nunca se aborrecia.

Durante estes meses, não teve uma única discussão com a sogra, que também se mostrava muito mais amável e mais fácil de tratar com ela. As atitudes da sogra também mudaram e ambas passaram a tratar-se como mãe e filha. Certo dia Lin foi procurar o Mestre Huang para lhe pedir ajuda .

“Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno venha a matar a minha sogra. É que ela transformou-se numa mulher agradável e gosto dela como se fosse a minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou.”

Mestre Huang sorriu e abanou a cabeça:
“Lin, não te preocupes. A tua sogra não mudou. Quem mudou foste tu. As ervas que te dei são vitaminas para melhorar a saúde. ... O veneno estava nas tuas atitudes, mas foi sendo substituído pelo amor e carinho que lhe começaste a dedicar”. 
 
 
Contos Chineses para reflexão. 
 
 



'Na China, há um provérbio que diz: “A pessoa que ama os outros também será amada”. E os árabes têm outro provérbio: “O nosso inimigo não é aquele que nos odeia, mas aquele que nós odiamos”. As pessoas que mais nos dão dor de cabeça hoje poderão vir a ser as que mais nos darão alegrias no futuro. Invista nelas...cative-as, ouça-as, cruze seu mundo com o mundo delas. Plante sementes. Não espere o resultado imediato... colha com paciência. Esse é o único investimento que jamais se perde. Se as pessoas não ganharem, você, pelo menos, ganhará: Paz interior, experiência e consciência de que fez o melhor que pode'.
 
https://www.youtube.com/watch?v=61xPY7fOHBA