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sexta-feira, 31 de julho de 2020

ABRIR MÃO DAS TEORIAS CONFORTANTES
É AUTOCONHECIMENTO

Examine-se, pois, o homem a si mesmo - Por Artur Eduardo - Jornal ...
"Quando você se aproxima de si mesmo,
está se aproximando do universo inteiro".
(Osho)


Você não pode aprender a respeito de si mesmo, se afirma que é Deus. Não pode aprender a respeito de si mesmo, se diz que é o Atman superior, ou se diz que é mero resultado do ambiente. Está seguindo o que estou dizendo? Se você diz que é apenas o resultado do ambiente — como tantos o dizem, os comunistas, etc. — cessou então de aprender; se diz que em você reside o Atman, o Eu Superior, está meramente repetindo o que lhe foi dito, uma teoria muito confortante; portanto, cessou de aprender; e se você diz "Eu sou isto, sou algo", nesse caso, também cessou de aprender. Para descobrir o que há em você, deve aprender a respeito de si mesmo; por conseguinte, necessita da mais alta liberdade, inteligência e percebimento crítico. Sem esses requisitos não lhe será possível  compreender o que há em si mesmo. E se não compreende a si mesmo, nenhuma base tem para a estrutura de sua existência. Pode ter ideias e mais ideias, conflitos, dores, prazeres, etc.; mas, falta a base.

Você deve conhecer a si mesmo — e não segundo Sankara, Buda, Cristo, Freud, Jung ou quem quer que seja, inclusive este orador. Deve conhecer-se e, por conseguinte, aprender a respeito de si mesmo. Para aprender a respeito de si mesmo, todos os conhecimentos que já tem sobre si, devem cessar e isso é muito difícil. Porque, por exemplo, quando você diz "Sou feio", essa própria palavra "feio" encerra um certo conteúdo de tradição; assim você está julgando; não está aprendendo. Espero que esteja percebendo isto, pois trata-se de uma coisa muito simples. Uma vez que perceba, será então capaz do voo do aprender e, nesse voo não há fim nem limite; e este aprender está fora do tempo. A mente que está continuamente em movimento, do desconhecido para o desconhecido, aprendendo, aprendendo, aprendendo — essa é a mente sensível por excelência, uma mente livre.

Vamos, pois, aprender a respeito de nós mesmos. E, como disse, para aprender não deve haver avaliação, é claro. Quando você avalia e julga com base no que já adquiriu como forma de conhecimento e, a partir daí, ao olhar para si mesmo condena, ou aprova, ou rejeita, então o que vê, não representa uma aprendizagem a respeito de si próprio. Ora, se está aprendendo a respeito de si mesmo, está aprendendo a respeito do corpo, dos nervos, das reações nervosas, das lembranças, das esperanças, dos temores, dos desesperos, das agonias, da cólera, do desejo, das exigências sexuais, da esperança de encontrar o Eterno, etc. Você é tudo isso; e tudo isso são ideias. Não são? Você tem ideias sobre sua esposa, ideias de que é um homem bom, uma personalidade importante na cidade, um discípulo forte e tenaz, um hinduísta, isto ou aquilo. Você tem ideias; e tais ideias são o resultado das influências ambientais de seu conhecimento. E então quando predominam as ideias, cessou o aprendizado a respeito de si mesmo. Note, por favor, que isto é muito importante e muito simples. Uma vez que você o tenha aprendido, está vivo; então, a tradição, os Sankaras, tudo isso pode ser deixado de lado; e você se torna um ente humano, livre para descobrir, livre para investigar, livre para aprender. Somente dessa forma pode-se aprender  a respeito de si próprio; do contrário, cria-se uma ilusão, e nessa ilusão fica-se a viver.

Aprender a respeito de si próprio é a primeira ação inteligente do ser humano; mas não significa que o indivíduo respeite a si próprio a fim de "salvar-se". Você é o resultado de dois milhões de anos de existência do homem, com todas as suas experiências, suas calamidades, seus desesperos, e sua confusão; você é tudo isso. E, se deseja promover uma completa revolução em si mesmo, deve conhecer-se — "conhecer-se" —, não: aprender a respeito de si mesmo, compreender-se. Qualquer tolo pode dizer: "Conheço-me a mim mesmo" — mas, aprender a respeito de si mesmo é extremamente difícil, porque você deve se olhar, sem nenhuma escolha, nenhuma tendência, nenhuma crítica, nenhuma condenação; deve, simplesmente, olhar.

(...) Para aprender a respeito de mim mesmo, devo olhar — escute, por favor! — devo olhar a mim mesmo. Só posso olhar-me, quando não existe autoridade de espécie alguma, quando não digo que sou Eu Superior ou Eu Inferior, quando nenhum conhecimento tenho a respeito de mim mesmo; devo olhar-me todos os dias como "coisa nova". Mas, quando olho a mim mesmo, há "aquele que olha" — o observador, o experimentador — e o pensamento — a experiência, a coisa que eu estou olhando. É o que acontece com a maioria de nós. Não é verdade? Quando digo que estou me olhando, o observador é diferente da coisa que está sendo observada. Isto é simples. Não estou entrando em nenhuma filosofia supermetafísica e complicada... isso são estultícias, para mim pelo menos. Só há o fato óbvio, o observador, o "eu" que diz: "Estou olhando", e a coisa que está sendo olhada. Há, pois, separação entre observador e a coisa observada.(...) Para a maioria das pessoas, isso é um fato simples, isto é, que o pensador é diferente do pensamento. E essa separação é a origem do conflito, porque o pensador está sempre procurando alterar o seu pensamento modificá-lo, moldá-lo, controlá-lo, forçá-lo, reprimi-lo, sublimá-lo — fazer alguma coisa em relação a ele. Para aprender algo a respeito dessa divisão, devo questionar o próprio pensador, o próprio observador. Correto? Devo questionar se essa divisão é real ou se foi inventada pela mente, para fugir ao real. Espero que isto não esteja parecendo complicado demais; se o é, sinto muito.

Krishnamurti — Uma Nova Maneira de Agir
http://pensarcompulsivo.blogspot.com


AME A SI MESMO E OBSERVE

Osho, você pode falar alguma coisa sobre essas belas palavras de Buda: “Ame a si mesmo e observe – hoje, amanhã, sempre”?


"Ame a si mesmo"...  O amor é o alimento da alma. Assim como a comida é para o corpo, o amor é para a alma. Sem comida o corpo enfraquece, sem amor a alma enfraquece. E nenhum estado, nenhuma igreja e nenhum interesse investido jamais quiseram que as pessoas tivessem almas fortes porque uma pessoa com energia espiritual está fadada a ser rebelde.

O amor lhe faz rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá insight nas coisas, assim ninguém pode lhe enganar, lhe explorar, lhe oprimir. E os padres e os políticos só sobrevivem com o seu sangue – eles só sobrevivem na exploração. Eles são parasitas, todos os sacerdotes e todos os políticos.

Para lhe tornar espiritualmente fraco eles descobriram um método seguro, cem por cento garantido, e esse é ensinar a você a não amar a si mesmo – porque se um homem não pode amar a si mesmo ele também não pode amar mais ninguém. O ensinamento é muito ardiloso. Eles dizem: Ame os outros – porque eles sabem que se você não puder amar a si mesmo você não pode amar de maneira nenhuma. Mas eles continuam dizendo: Ame os outros, ame a humanidade, ame a Deus, ame a natureza, ame sua esposa, seu marido, seus filhos e seus pais, mas não ame a si mesmo, porque, segundo eles, amar a si mesmo é egoísta.

Eles condenam o amor-próprio mais do que qualquer outra coisa – e eles fizeram seu ensinamento parecer muito lógico. Eles dizem: Se você amar a si mesmo você se tornará um egoísta, se você amar a si mesmo você se tornará um narcisista. Isso não é verdade. Um homem que ama a si mesmo descobre que não existe nenhum ego nele. É amando os outros sem amar a si próprio, é tentando amar os outros que o ego surge.

O amor nada sabe de dever. Dever é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um compartilhar; o amor é informal. O amante nunca sente que ele fez o bastante; o amante sempre acha que mais é possível. O amante nunca sente, ‘Eu favoreci o outro’. Pelo contrário, ele sente, ’Devido a que meu amor foi recebido, estou agradecido. O outro me favoreceu por receber meu presente, não o rejeitando’. O homem do dever pensa, ‘Sou mais elevado, espiritual, extraordinário. Vejam como eu sirvo as pessoas’!

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe, ‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam’. Ele se torna cônscio de que não somos diferentes, no que diz respeito ao essencial, nós somos um. Estamos debaixo da mesma lei: Es dhammo sanantano.

O homem que ama a si mesmo desfruta tanto do amor, se torna tão contente, que o amor começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Tem que alcançar! Se você vive o amor, você começa a compartilhá-lo. Você não pode continuar a amar a si mesmo para sempre porque uma coisa ficará absolutamente clara para você: que se amando uma pessoa, você mesmo, é um êxtase tão tremendo e tão belo, tanto mais êxtase está esperando por você se você começar a compartilhar seu amor com muitas pessoas!

Lentamente as ondulações começam a se expandir cada vez mais longe. Você ama outras pessoas; então você começa a amar os animais, os pássaros, as árvores, as pedras. Você pode preencher todo o universo com o seu amor. Um simples indivíduo é suficiente para encher todo o universo com amor, assim como um simples seixo pode encher todo o lago de ondulações – um pequeno seixo.

O homem precisa se tornar um deus. A menos que o homem se torne um deus não poderá haver nenhum preenchimento, nenhum contentamento. Mas como é que você pode se tornar um deus? Seus sacerdotes dizem que você é um pecador. Seus sacerdotes dizem que você está condenado, que você está destinado a ir para o inferno. E eles lhe tornam muito temeroso de amar a si mesmo.

Eis porque as pessoas são tão eficientes em descobrir defeitos. Elas encontram defeitos em si mesmas – como é que elas podem evitar encontrar os mesmos defeitos nos outros? Na verdade, elas irão encontrá-los e irão engrandecê-los, irão torná-los tão grandes quanto possível. Esse parece ser o único meio de defesa; de alguma maneira, para salvar as aparências. Você precisa fazer isso. Eis porque existe tanta crítica e tanta falta de amor.

Digo que esse é um dos mais profundos sutras de Buda, e só uma pessoa desperta pode lhe dar um tal insight.

A pessoa que ama a si própria pode facilmente se tornar meditativa, porque meditação significa estar consigo mesmo.

Se você odeia a si mesmo – como você faz, como foi dito a você para fazer, e você tem seguido isso religiosamente – se você odeia a si próprio, como é que você pode ficar consigo mesmo? A meditação não é outra coisa senão desfrutar de sua bela solitude e celebrar a si próprio. Eis o que é toda a meditação. A meditação não é um relacionamento. O outro não é absolutamente necessário; somos suficientes para nós mesmos. Somos banhados em nossa própria glória, banhados em nossa própria luz. Estamos simplesmente alegres porque estamos vivos, porque somos.

O maior milagre do mundo é que você é e que eu sou. Ser é o maior milagre e a meditação abre as portas desse grande milagre. Mas só o homem que ama a si próprio pode meditar; do contrário você está sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para um rosto feio e quem quer penetrar num ser feio? Quem quer se aprofundar na própria lama, na própria escuridão? Quem vai querer entrar no inferno que pensam que estão? Você quer manter essa coisa toda coberta com lindas flores e você vai querer sempre fugir de si mesmo.

Desse modo as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não podem ficar consigo mesmas; elas querem estar com os outros. As pessoas estão buscando qualquer tipo de companhia; se eles puderem evitar a companhia de si próprios qualquer coisa servirá. Eles se sentarão numa sala de cinema por três horas vendo alguma coisa totalmente estúpida. Eles irão ler uma novela de detetives por horas, desperdiçando seu tempo. Eles irão ler o mesmo jornal repetidamente apenas para ficarem ocupados. Eles irão jogar baralho e xadrez só para matar o tempo... Como se eles tivessem tempo de sobra!

O amor começa com você mesmo, assim ele pode se espalhar. Ele vai se espalhando a sua própria maneira; você não precisa fazer nada para espalhá-lo.

Ame a si mesmo... “Diz Buda. E então imediatamente ele “acrescenta:...”e observe”. Isso é Meditação, esse é o nome de Buda para a meditação. Mas a primeira condição é amar a si mesmo, e então observe. Se você não amar a si mesmo e começar a observar, você pode se sentir como que cometendo suicídio.

Muitos Budistas se sentem como que cometendo suicídio porque eles não dão atenção a primeira parte do sutra, eles imediatamente saltam para a segunda parte: observe a si mesmo. Na verdade, nunca encontrei um simples comentário sobre o o Dhammapada, esses sutras do Buda, que desse alguma atenção a primeira parte: Ame a si mesmo.

Sócrates diz: Conhece a ti mesmo, Buda diz: Ame a si mesmo. E Buda é muito mais verdadeiro porque a menos que você ame a si próprio você nunca conhecerá a si mesmo – conhecer só vem mais tarde, o amor prepara o terreno. Amar é a possibilidade de conhecer a si mesmo. O amor é a maneira certa de conhecer a si mesmo.

“Ame a si mesmo e observe… hoje amanhã, sempre”.

Crie energia ao redor de si mesmo. Ame seu corpo e ame sua mente. Ame todo seu mecanismo, todo seu organismo. Por amar significa: aceitar isso como isso é, não tente reprimir. Nós reprimimos somente quando odiamos alguma coisa, reprimimos somente quando somos contra alguma coisa. Não reprima porque se você reprimir como é que você vai observar? Não podemos fitar o inimigo olho no olho; podemos somente olhar nos olhos de nosso amado. Se você não for um amante de si mesmo você não será capaz de olhar nos seus próprios olhos, na sua própria face, na sua própria realidade.

Observar é meditação, o nome de Buda para a meditação. Observe diz Buda. Ele diz: Esteja cônscio, alerta, não fique inconsciente. Não se comporte como que dormindo. Não continue funcionando como uma máquina, como um robô. É assim que as pessoas estão vivendo.

Observe – apenas observe. Buda não diz o que deve ser observado – tudo! Caminhando, observe o seu caminhar. Comendo, observe o seu comer. Tomando banho, observe a água, a água fria caindo sobre você, o toque da água, a frieza, o arrepio que dá na sua espinha – observe tudo, “hoje, amanhã, sempre”.

Finalmente chega o momento quando você pode observar até mesmo seu sono. Esse é o máximo no observar. O corpo vai dormir e ainda fica um observador desperto, olhando silenciosamente o corpo profundamente adormecido. Isso é o máximo da observação. Agora mesmo exatamente o oposto é o caso: seu corpo está desperto, porém você está dormindo. Então você estará desperto e seu corpo estará dormindo. O corpo precisa de descanso, todavia sua consciência não necessita de nenhum sono. Sua consciência é consciência: isso é atenção, essa é sua própria natureza.

Quando você se torna mais alerta você começa a criar asas – então todo o céu lhe pertence. O homem é um encontro da terra com o céu, do corpo e da alma.

Osho, The Dhammapada: The Way of the Buddha
https://www.osho.com

quinta-feira, 30 de julho de 2020

PALAVRAS QUE FORTALECEM

Feicidade é um fim de tarde olhando o mar… 🌊 | LGBT+ 🌈 Amino"Abandonemos as lentes, desnudemo-nos diante da vida
para realmente compreendê-la"

Precisamos ensinar à próxima geração de crianças, a partir do primeiro dia, que eles são responsáveis por suas vidas. A maior dádiva da espécie humana, e também sua maior desgraça, é que nós temos livre arbítrio. Podemos fazer nossas escolhas baseadas no amor ou no medo.

A opinião que os outros têm de você é problema deles,não seu. Isto é muito importante saber. Se você tem uma clara consciência e está fazendo o seu trabalho com amor, outros vão cuspir em você e tentar fazer sua vida miserável.As pessoas são como vitrais coloridos: cintilam e brilham quando o sol está do lado de fora, mas quando a escuridão chega, sua verdadeira beleza é revelada apenas se existir luz no interior.

Não existem erros, coincidências. Todos os eventos são bênçãos dadas a nós para aprendermos através deles.

Os estágios da morte:

01) -Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo."

02) -Cólera (Raiva): "Por que eu? Não é justo."

03) -Negociação: "Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem."

04) -Depressão: "Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?"

05) -Aceitação: "Tudo vai acabar bem."

Creio que somos responsáveis por nossas escolhas, e temos que aceitar as consequenciais de cada ato, palavra e pensamento pelo resto de nossas vidas.

Algumas flores desabrocham apenas por alguns dias. Todos as admiram e amam por serem um sinal de primavera e de esperança. Depois, essas flores morrem. Mas já fizeram o que tinham a fazer…

Não se pode confiar no futuro. A vida é sobre o presente.

Quando acabamos de fazer tudo o que viemos fazer aqui na Terra, podemos sair de nosso corpo, que aprisiona nossa alma assim como um casulo aprisiona a futura borboleta. E, na hora certa, podemos deixá-lo para trás, e não sentimos mais dor, nem medo, nem preocupações – estamos livres como uma linda borboleta voltando para casa, para Deus...

Todo mundo enfrenta momentos difíceis na vida. Quanto mais momentos difíceis enfrentamos, mais crescemos e aprendemos.

As adversidades somente nos tornam mais fortes.

As pessoas sempre me perguntam como é a morte. Digo-lhes que é sublime. É a coisa mais fácil que terão de fazer. A vida é dura. A vida é luta. Viver é como ir para a escola. Dão a você muitas lições para estudar. Quanto mais você aprende, mais difíceis ficam as lições... Quando aprendemos as lições, a dor se vai.

Aprendi que não há alegria sem dificuldades. Não existe prazer sem dor. Saberíamos o que é o bem-estar da paz sem as angústias da guerra? Se não fossem as doenças, será que perceberíamos que nossa humanidade está ameaçada? Se não houvesse a morte, apreciaríamos a vida? Se não existisse o ódio, saberíamos que nosso objetivo supremo é o amor?

Se eu usasse minha vida... para plantar as sementes do ódio ... Seria apenas mais uma vítima procurando espalhar cada vez mais ódio. A única maneira de encontrar a paz é deixar que o passado fique para trás.

... às vezes, não conseguimos o que queremos, mas Deus sempre nos dá aquilo de que precisamos.

Há mestres sob todas as formas e disfarces. Crianças, doentes terminais, uma faxineira. Nenhuma teoria ou ciência do mundo ajuda tanto uma pessoa quanto um outro ser humano que não tem medo de abrir o coração para seu semelhante.

Não há nada garantido na vida, a não ser a certeza de que todos temos de enfrentar dificuldades. É assim que aprendemos. Alguns enfrentam dificuldades desde o momento em que nascem. De todas as pessoas, essas são as mais especiais, as que exigem maior disposição, maior compaixão e as que nos lembram que o amor é a única finalidade da vida.

Há em cada um de nós um potencial para a bondade que é maior do que imaginamos; para dar sem buscar recompensa; para escutar sem julgar; para amar sem impor condições.

Elizabeth Kübler-Ross
Mensagem recebida sem identificação da fonte

quarta-feira, 29 de julho de 2020

POUCAS PALAVRAS; MUITA SABEDORIA

A Beleza da Simplicidade é sem Palavras! | Crianças africanas ...
Desafiemos o ego; sejamos simples - voltemos a ser criança!


Onde estarei daqui a cinco anos? Eu me deleito em não saber. Essa é uma das coisas mais maravilhosas da vida – suas surpresas maravilhosas. (Marlo Thomas)

A um homem de noventa e oito anos de idade foi perguntado sobre qual seria o seu próximo alvo na vida. Sua resposta foi: “viver amanhã.” Quando foi a última vez em que o seu único alvo foram as próximas vinte e quatro horas?

Algumas pessoas estabelecem alvos complexos que requerem anos de árduo trabalho afim de serem alcançados. Outros criam alvos grandiosos a fim de se sentirem “garantidos” de que com eles irão alcançar sucesso, felicidade e significado para suas vidas. Outros estabelecem alvos acima de alvos, alcançam esses alvos e imediatamente estabelecem outros sem sequer refletir naquilo que alcançaram.

Como no caso do velho homem que tinha como alvo apenas viver mais um dia…os melhores alvos são simples, descomplicados e fáceis de serem alcançados. Você pode estabelecer um simples alvo no dia de hoje, talvez algo parecido como a que foi sugerido a um velho profeta do Velho Testamento: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?”

Se você espera certeza para fazer as coisas, provavelmente não fará grande coisa.(Win Borden)
Você é capaz de ser atacado sem retaliar?(Martin L. King)

Enfrentar conflitos é uma maneira de aprender a lidar de modo eficiente com as pessoas. Porém, você nada aprende ao enfrentar um conflito com o desejo e motivação de retaliar, em vez de buscar uma solução. Ações violentas, ameaças ou vinganças não resolvem absolutamente nenhum problema. Pelo contrário, apenas intensifica-os ainda mais.

Da próxima vez que você estiver diante de um conflito, tente não reagir com medo ou ódio. Em vez disso, tente encarar o conflito com uma mente aberta. Primeiramente, reveja e revisite em sua mente em que realmente consiste o conflito. Tente analisar não apenas a sua perspectiva, mas também a perspectiva da outra pessoa.

Olhar com profundidade e discernimento os fatos, dá a você os elementos que podem prevenir e evitar conflitos em vez de transformá-los em verdadeiros combates. Lembre-se de que fazer inimigos é uma tentativa de fugir da sua responsabilidade. Por outro lado, fazer amigos e buscar a paz irá ajudá-lo a buscar uma sadia e duradoura solução.

Deus, mediante sua graça e bondade tem nos presenteado com pessoas que tem feito deste mundo um lugar melhor. (Dick Anders )

Elas não demandam nenhuma atenção particular; nenhum louvor ou reconhecimento especial; simplesmente mergulham naquilo que lhes vem às mãos para fazer, e fazem. Quando alguma coisa sai errada elas não reclamam, não desistem nem se transformam num oceano de frustração. Muito pelo contrário: fazem tudo que podem – e com a melhor atitude possível - para reverter tal situação.

Quando afirmam que vão fazer alguma coisa, elas são extremamente responsáveis em cumprir aquilo que prometeram, e pagam o preço que for preciso para que as suas ações venham a ser coerentes com suas promessas. Essas pessoas não sentem que o mundo lhes deve alguma coisa. São, isto sim, sinceramente agradecidas – antes de tudo a Deus – pela oportunidade de fazerem uma diferença positiva no mundo em que vivem.

Algumas vezes nós nos esquecemos dessa gente tão especial. Quero encorajá-lo a olhar a seu redor e identificar aquela pessoa especial que tem sido de extremo valor à sua vida. São essas pessoas que nos alimentam, nos aquecem, nos protegem, nos entretêm, nos divertem e nos mantêm sadios. Elas contribuem com tantas coisas agradáveis à nossa vida que se torna impossível enumerá-las. Não se esqueça: as melhores e maiores bênçãos desta vida nos vêm de pessoas muito especiais, as quais Deus, por sua graça, nos dá o privilégio de com elas convivermos.

A esmagadora maioria dos retrocessos que enfrentamos na vida nos oferece valiosas experiências, quando decidimos encará-los como lições a serem aprendidas, em lugar de vê-los como fracassos.

Não olhe para o aparente fracasso como algo terminal. Pelo contrário: essa experiência é apenas um pequeno passo dentro de um importante processo que está tomando lugar na sua vida. Aquilo que muitas vezes chamamos de fracasso nada mais é do que um oportuno retrocesso, posto que será provavelmente por seu instrumento que seremos capazes de ganhar uma nova compreensão e outra forma de aprendizado.

Quero desafiá-lo a pensar em pelo menos uma ocorrência na sua vida, quando você pôde aprender algo de valioso mediante um erro do passado. Só o fato de você haver aprendido o que não mais deveria se repetir foi uma lição muito valiosa.

Na próxima vez em que você se sentir frustrado em virtude de não haverem as coisas transcorrido da forma como você planejou, pare e pondere... Talvez – repare que estou dizendo “talvez”... - o que aconteceu haja sido, afinal de contas, a melhor coisa que poderia haver sucedido. Aprenda com a experiência! Lembre-se de que Deus tem controle não apenas sobre esse complexo Universo em ordem, como tem inclusive conhecimento e autoridade sobre os mínimos detalhes da sua vida.

Você deseja uma vida magnífica, cheia de alegrias e realizações? Você pode ter esta vida aqui e agora ao decidir sobre suas atitudes, percepções, pensamentos e ações. (Jim Rohn)

O seu padrão de vida tem muito pouco a ver sobre quanto dinheiro você ganha ou quantos bens você possui. Ele depende principalmente das escolhas que você decidiu tomar na sua vida, a cada momento. O seu padrão de vida não é determinado pelo lugar de onde você está vindo, mas, para onde você está decidindo seguir.

Você não precisa da permissão de ninguém para elevar o seu padrão de vida. Você pode simplesmente fazer o seu melhor de acordo com aquilo que você é e com aquilo que você já tem. Você pode elevar o seu padrão de vida a cada momento ao fazer alguma coisa para que este mundo seja um pouco melhor.

Sempre existe algo que você pode fazer a fim de aprimorar a qualidade da sua vida. Busque por essas qualidades e – pela graça de Deus – experimente constantemente um real e significativo padrão de vida. 

Considere dar uma parada, clarear sua mente e energizar seu corpo. O trabalho ainda vai estar lá quando você voltar e, ao se distanciar por um período, estará numa posição muito melhor para lidar com ele de uma forma mais eficiente. (Jack Grosman)

Quando você está ocupado demais para fazer uma pausa, então, é quando você mais precisa dessa pausa e quando ela vai lhe fazer um bem enorme. Quando você corre o tempo todo para atender as demandas do seu trabalho nunca parando para sequer respirar, você se torna vulnerável para cometer todo o tipo de erros. Então, você terá que gastar uma quantidade significativa de – mais – tempo para corrigir aqueles erros e o tempo que você aparentemente ganhou na correria é rapidamente perdido e o preço pago por tal atitude é simplesmente alto demais.

É bom ter uma sadia ambição e fazer as coisas acontecerem. Porém, não há nada a ganhar em se trabalhar e trabalhar até que você caia morto no chão. Quanto mais você colocar o seu foco naquela data limite, menos serão as suas chances de alcançá-la. Portanto, coloque o seu foco em realizar aquele trabalho de forma gradual, mas constante. Em vez de se preocupar com o tempo que está indo embora, abandone a preocupação e faça um uso calmo e deliberado do tempo.

Não se coloque para trás ao tentar ir muito longe e de forma tão rápida. Mova-se numa velocidade que lhe capacite a ser o seu melhor porque é isso que lhe posicionará lá na frente e – também - mais rapidamente.

São muitas as pessoas, que por seu pavor à morte, estão deixando de realmente viver.  (Paul Simonton )

O medo da morte pode fazer com que deixemos de aproveitar certas oportunidades que surgem. Essas oportunidades assumem uma postura extremamente perigosa, perigo esse – pensamos – que pode nos levar à morte. É medo de dirigir; medo de viajar de avião; medo da solidão; medo de sair à noite; medo de dizer sim; inclusive medo de dizer não...

O fato é que quando deixamos de viver em função do medo da morte, passamos a morrer até mesmo antes de havermos morrido.

Qual é a parte da vida que hoje você está deixando de viver em função do medo da morte? Você pode tentar se convencer de que pode viver sem essas coisas; no entanto, será que você realmente está vivendo? Você está mesmo vivendo, quando se abstém das pessoas ou das experiências que acredita que podem feri-lo, machucá-lo, ou de alguma forma tirar-lhe a vida? Existe uma maneira de escapar do medo da morte. Tenha em mente dois fatos inquestionáveis: 1) a vida e a morte estão nas mãos de Deus 2) considere que você começou a morrer no momento em que você nasceu.

Nélio DaSilva
https://pensamentoslucena.blogs.sapo.pt

terça-feira, 28 de julho de 2020

VIVER DE FORMA PLENA:
UMA DAS LIÇÕES DA PERDA

11 e 12/MAR – Retiro de Shri Vivek Yoga “VIVER PLENAMENTE” | Yoga ...

Diariamente, a todo instante, crianças de todo o mundo vivenciam situações de perda das mais simples às mais significativas: um brinquedo quando ele se quebra, uma nota baixa na escola, um amigo que se muda de cidade, a separação dos pais. À medida que estas crianças crescem, a infância e a juventude são deixadas para trás, levando também vários sonhos. Paralelas ao envelhecimento, estão as perdas, desde coisas, sonhos, amigos à grandes amores.

A casa, o carro, o emprego, o dinheiro, a saúde, a beleza e até mesmo as pessoas amadas no final murcham ou acabam. Tudo isso porque ninguém é de ninguém. Tudo isso porque a vida é impermanente.

É comum ignorarmos e resistirmos às perdas sem a compreensão de que é impossível viver sem perder. É difícil pensar com esta certeza de que tudo é emprestado e um dia acaba. Por mais óbvio que seja o próprio fim da vida, temos a falsa sensação da eternidade. Existe um antigo ditado judeu que diz que, se dançarmos em muitos casamentos, iremos chorar em muitos funerais, ou seja, se estivermos presentes em muitos inícios, estaremos também presentes em muitos fins, pois o perder e chorar é diretamente proporcional ao ganhar e sorrir.

O fato da pessoa passar por uma perda significa que por um período, breve ou longo, viveu algo muito bom e talvez por isso seja tão sofrido deixar ir embora. Mas perceber esta verdade não deve nos entristecer, pelo contrário, tal constatação nos convida a dar valor, a apreciar e a usufruir mais das experiências, pessoas e coisas que temos no aqui e agora. Nos ensina a viver de forma mais genuína e não apenas a existir, permitindo que possamos exclamar quando o fim chegar: “Eu vivi”.

De acordo com a tanatologia (estudo científico da morte e do morrer), há muitas lições a serem aprendidas em nossa jornada e quanto mais aprendemos, mais assuntos concluímos e mais plenamente vivemos, sendo as maiores lições as que decorrem das maiores dores. Aprender lições não significa tornar a vida perfeita, mas vê-la tal como ela é, alcançando a maturidade, usufruindo da riqueza do dia de hoje. Sobre esta valiosa lição da perda, diz a tanatologista Elisabeth Kübler-Ross: “se a vida é uma permanente escola, a perda é uma das principais partes do currículo”; “se você verdadeiramente quer aprender e crescer, é preciso compreender que o universo o matriculou no programa de pós-graduação da vida, que se chama perda”.

Elisabeth Kübler-Ross e David Kessler, depois de anos trabalhando com pacientes cuja morte era iminente, optaram por compartilhar as lições, uma delas a lição da perda, que aprenderam com estes que consideraram grandes mestres – pessoas comuns que enxergaram com clareza o significado da vida e o que ela pode nos oferecer de mais precioso. O texto a seguir é parte do último capítulo (Última Lição) do livro que escreveram: “Os Segredos da Vida”. Apreciem sem moderação.

“Escrevemos este livro para extrair as lições do limite da vida e oferecê-las às pessoas que ainda têm muito tempo para realizar mudanças e desfrutar os resultados.

Uma das lições mais surpreendentes que os nossos mestres oferecem é que a vida não termina com o diagnóstico de uma doença terminal. Ao contrário, é aí que ela começa mais plenamente. Ao reconhecer a realidade concreta da morte, os doentes compreendem que ainda estão vivos, que têm que viver a vida no agora porque, assim como nós, só têm essa vida agora. A principal lição que os que estão à beira da morte nos ensinam é viver cada dia o mais plenamente possível.

Quando foi a última vez que você realmente olhou para o mar? Ou sentiu o cheiro da terra molhada pela chuva? Tocou a penugem da cabeça de um bebê? Verdadeiramente saboreou e desfrutou da comida? Andou com os pés descalços na grama? Contemplou a noite estrelada? Deslumbrou-se com um nascer do sol ou da lua cheia? É sempre benéfico ouvir os que se aproximam da morte dizerem que querem olhar uma vez mais para as estrelas ou contemplar o oceano. Muitos de nós moramos perto do mar, mas nunca nos damos ao trabalho de contemplar seu movimento, a mudança das cores, o subir e descer das maré. Todos vivemos debaixo das estrelas, mas quantas vezes olhamos para o céu? Será que de fato tocamos e provamos a vida, vemos e sentimos o extraordinário que existe no ordinário de cada dia?

Existe um ditado que diz que sempre que um bebê nasce, Deus decidiu que o mundo vai continuar. Da mesma maneira, cada dia que você acorda é uma dádiva da vida para ser experimentada. Você tem a consciência de viver plenamente seu dia ou se deixa levar pela rotina ou pelos acontecimentos?

Você não vai receber outra vida como esta. Você nunca mais vivenciará o mundo exatamente desta maneira, com esses pais, filhos, familiares e amigos. Nem experimentará a terra com todas as suas maravilhas novamente neste período da história. Não espere o momento em que desejará dar uma última olhada no oceano, no céu, nas estrelas ou nas pessoas queridas. Vá ver agora.”


Seja feliz agora. Ame agora.

Claudia Vasconcelos
Referências: Kubler-Ross, e.; Kessler, David - Os Segredos da Vida


https://www.clinicaprotheus.com.br
PRECEITOS E AXIOMAS DO ORIENTE 2

Nova Acrópole | Ciclo de Aulas Abertas – Buda e a sabedoria do ...
A Sabedoria Eterna
Colocada em Poucas Palavras
 
 Helena P. Blavatsky


*Aquele que abandona a companhia dos tolos se apega aos sábios.

*Paciência produz poder; mas a ansiedade e a cobiça provocam perdas.

*Três coisas fazem com que um homem pobre viva como um rico: cortesia, consideração para com os outros, e evitar suspeitas.

*Quando o otimismo deixa de existir, a má sorte surge. Quando a confiança morre, a vingança nasce. E quando acontece a deslealdade, todas as bênçãos desaparecem.

*Aquele que deseja alcançar a condição de um Buddha, e aspira à condição do Nascido Por Si Mesmo, deve honrar aqueles que mantêm a doutrina dele.

*Assim como a aranha obtém espaço livre movimentando-se para cima pelo seu fio, assim também aquele que decide erguer-se obtém independência através da conhecida palavra OM.

*A roda do sacrifício tem como seu centro o amor; como circunferência a ação; e como seus raios, a fraternidade.

*O homem consiste de desejos, e sua vontade é tal como o seu desejo. Suas ações são determinadas por sua vontade. E, sejam quais forem suas ações, ele colherá o que plantou.

*Uma pedra se torna uma planta; uma planta, um animal; o animal, um ser humano; um ser humano, um Espírito; e o Espírito – um DEUS.

*Não existe um lugar na terra, nem no céu, ou no mar, nem há um lugar tampouco nas cavernas sob montanhas, onde uma má ação não crie problemas para quem a praticou.

*Aquele que finge ser um Santo sem ter-se purificado é de fato o mais baixo dos seres humanos; é um ladrão em todos os mundos, mesmo no mundo de Brahma.

*Se um homem que se dedica a Buddha não adapta sua vida de acordo com os mandamentos de Buddha, dez mil preceitos não terão valor algum para ele.

*Aquele que golpeia será golpeado. Quem mostra rancor encontrará rancor. Assim, injúria provoca injúria, e aquele que tem raiva será alvo de raiva.

*Como uma bela flor, cheia de cores, mas sem perfume; assim são as palavras belas e sem frutos daquele que não age de acordo com o que fala.

*Quando sua mente tiver ultrapassado a ilusão, você se tornará indiferente a tudo o que já escutou ou irá escutar.

*Os sábios preservam a ordem da natureza; eles assumem formas excelentes, em segredo.

*Se você perder tudo o que tem, mas deste modo ganhar sabedoria, sua perda será o seu ganho.

*Esvazie sua mente do que é ruim, e encha-a com o que é bom.

*Grandes obras não necessitam de muita força, mas de perseverança.

*Dormir é apenas nascer para a terra da Memória. O nascimento não passa de um sono durante o qual se esquece o Passado.

*Perdoar sem esquecer faz com que reprovemos novamente aquele que errou, cada vez que a má ação retorna à nossa lembrança.

*Todo ser humano contém dentro de si a imortalidade em potencial, mas o desenvolvimento da semente depende do poder da escolha.

*Aquele que vive em uma só cor do arco-íris permanece cego para as outras cores. Viva na luz difundida por todo o arco, e você conhecerá tudo.

*Cada vez que o devoto pronuncia a palavra OM, ele renova seu compromisso com a potencialidade divina que vive, em sua Alma, como num santuário.

*O Espírito eterno está por toda parte. Ele abrange o universo inteiro.

*Qualquer momento da eternidade é tão importante como outro momento, porque a eternidade não muda, e uma parte dela não é melhor do que outra.

*Seria melhor um homem engolir um pedaço de ferro em brasa do que romper os seus votos.

*A pureza e a impureza pertencem a cada indivíduo. Ninguém pode purificar outra pessoa.

*Quem é um grande homem? Aquele que tem a maior paciência. Quem suporta pacientemente o sofrimento, e mantém uma vida correta – este é verdadeiramente um ser humano!

*Se você fez ou deseja fazer más ações, por mais que você corra para onde quiser, não poderá se libertar do sofrimento.

*Há um caminho que leva à Riqueza material. Há outro caminho que leva ao Nirvana.

*Uma má ação não mata instantaneamente, como a espada. Ela segue aquele que a praticou na sua próxima existência, e ainda na outra vida seguinte.

*A Natureza se ergue pelo antagonismo. As paixões, a resistência, o perigo, são educadores. Nós adquirimos a força dos obstáculos que vencemos.

*Assim como uma pessoa que viu alguém em um sonho o reconhece depois, assim também aquele que adquire a correta concentração mental percebe o EU SUPERIOR.

*É melhor fazer o nosso próprio dever, ainda que imperfeitamente, do que fazer perfeitamente o dever de outra pessoa.

*O sábio que reconhece o Ser como estando sem corpo dentro dos corpos, como sendo imutável em meio às coisas mutáveis, e como sendo grande e onipresente, este sábio não sofre.

*O caminho da virtude está no abandono da arrogância e do orgulho.

*Aquele que prejudica outro se arrependerá, ainda que o mundo o aplauda. Aquele que é prejudicado está livre de arrependimento, ainda que o mundo possa condená-lo.

*É necessária mais coragem para olhar o mundo de frente e sem distorções, do que para entrar num local retirado em que vivem bestas selvagens.

*A verdadeira compaixão está em deixar de lado a vingança quando a vingança pode ser feita. A verdadeira paciência consiste em suportar decepções.

*O homem feliz deve estar preparado para quando vierem dias difíceis. Ele deve alcançar a paz lembrando que todo grande homem também teve que sofrer, em algum momento.

*Assim como a noite segue o dia, assim também o sofrimento é a sombra da felicidade. O Carma distribui as duas coisas.

*A águia não caça moscas. Mas até a águia é perturbada por elas.
 
 Nota Editorial:
Em todas as épocas e lugares, estudantes da filosofia esotérica têm o hábito de contemplar diariamente preceitos éticos e princípios universais  expressos em poucas palavras. Em 1890, foi publicado em Londres um  livro com uma compilação de pensamentos feita por H. P. Blavatsky. Sob  o título de “Gems From the East”, o volume apresentava um pensamento  para cada dia do ano. Hoje a obra faz parte do volume XII dos “Collected Writings” (Escritos Reunidos) de H.P. Blavatsky (TPH, Adyar, pp. 425-476). Traduzimos a seguir uma seleção dosaxiomas de HPB referentes a dois meses do ano. A sua utilidade prática estará sempre na razão direta da atenção e da determinação com que forem observados e preservados na memória do estudante. (Carlos Cardoso Aveline)
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NÃO ESTRAGUE O SEU DIA

Pessoas de mal com a vida | Patrícia Camargo
Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo?

Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente variando de indivíduo para indivíduo.

Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc.

Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram. Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece.

E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares, entre outros males.

E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos.

De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos deixamos mergulhar, sem refletir.

Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos, de relacionamento comprometido.

Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes para não se deixar cair nas armadilhas.

Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair.

Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus, rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis.

Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com sabedoria e bom senso.

Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais leves e mais felizes.

Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.

Não estrague o seu dia.

A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará a ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Não estrague o seu dia.

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito Bem.

Redação do Momento Espírita
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segunda-feira, 27 de julho de 2020

DESERTO FLORIDO

Foto mostra uma área do deserto do Atacama repleta de flores?

O deserto do Atacama, no Chile, é o mais árido e alto do mundo. É também o lugar na Terra que passou mais tempo sem chuvas, sendo registrados quatrocentos anos sem uma gota d´água do céu.

Atualmente, ele pode ficar anos e mais anos sem qualquer precipitação atmosférica, porém, de tempos em tempos, um fenômeno muito interessante acontece.

O milagre da floração do deserto é possível de se ver muito raramente, pois depende necessariamente da chuva caída nos meses do verão.

Suficientes quantidades de água permitem que as sementes, que estavam adormecidas no seco deserto, possam despertar para voltar à vida e florescer por um curto espaço de tempo, na primavera.

São mais de duzentos tipos de flores. Cores mil. Um desabrochar belíssimo e inesperado em meio a terras tão áridas.

Quando o deserto revive e floresce surge uma panorâmica maravilhosa. É a oportunidade de desfrutar a singeleza das flores que cobrem as planícies e gloriosamente contrastam com as montanhas que as rodeiam.

Só é possível desfrutar desse milagre do deserto em alguns anos e por pouco tempo, desde fins de agosto até o meio de outubro.

As sementes, que ficam adormecidas por muitos anos, estão especialmente adaptadas para essas condições extremas, e assim podem voltar à vida pelas chuvas que as acordam, convertendo o deserto numa pintura multicor.

Os chilenos conhecem esse fenômeno como deserto florido.

O ser humano também é capaz de florescer, mesmo após anos de estiagem íntima.

As sementes do potencial evolutivo jazem dormentes, mas vivas, no âmago da alma.

Almas secas, almas aparentemente sem esperança de flor, virão a desabrochar um dia, quando a chuva do entendimento, a chuva da renovação, as fizer despertar.

Não há caso perdido para o Criador.

Mesmo os Espíritos mais relutantes, que na agonia e tristeza profundas, ousam fazer frente ao bem, negando o Criador e o amor; mesmo esses, irão germinar.

Chegará o tempo em que perceberão que o mal, a revolta, a vingança não lhes traz felicidade alguma.

Chegará o tempo em que, regados pelas chuvas contínuas do amor dos que estão ao seu lado render-se-ão ao bem renovador.

Cada um tem seu tempo. Cada um desperta quando está preparado para despertar.

Porém, recordemos que as sementes ocultas estão lá, aguardando ansiosamente o momento de sair da terra árida, aguardando o instante de respirar o ar puro de uma nova vida.

Todos temos jeito. Todos somos deuses potenciais.

Deus nos fez todos assim, sem exceção.

Quem escolhe o momento de desabrochar somos nós.

Chegará o tempo em que veremos o deserto do planeta Terra, ainda tão sofrido, tão seco, florescente por completo.

Seremos nós, Espíritos bons, que modificaremos a paisagem deste planeta, passando a chamá-lo de Terra florida.

Redação do Momento Espírita
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NA BÊNÇÃO DA VIDA

Distribua bênçãos por onde for, elas retornarão a você, quando ...

Mal acordamos, pela manhã, e muitas preocupações passam a ocupar a nossa mente. São tantas as providências que temos a tomar que muitas vezes ficamos atordoados. Nem percebemos o dia acabar.

As coisas mais simples e as mais graves são alvos de nossa atenção, ocupando-nos as horas.

A noite nos encontra extremamente exaustos.

Mastigamos o jantar enquanto tentamos digerir os problemas que ficaram pendentes.

Algumas horas de sono e novamente o dia nos convida a agir... E lá vamos nós outra vez.

As horas se sucedem, os dias se vão, os meses se transformam em anos, e passamos pela vida sem nos darmos conta das muitas bênçãos que ela nos oferece, bem como de todas as criaturas que dividem o planeta conosco.

Entretanto, o novo dia se apresenta para ser vivido.

Talvez seja oportuno lançarmos um olhar mais atento ao mundo à nossa volta, buscando interagir, de maneira consciente.

Descubramos o valor das dádivas que o Senhor nos faz pelas mãos da vida e ofereçamos alegria e reconhecimento por toda a parte.

Observemos a natureza a nos abençoar a existência na Terra. Nascem frutas saborosas em árvores cujas raízes se prendem à lama...

Correm brisas leves, entoando melodias suaves, em apertados vales onde cadáveres se decompõem.

Cai o orvalho da noite sobre o solo ressequido e misérrimo, castigado pelo sol.

Voam borboletas delicadas nos rios de ar ligeiro qual festival de cor flutuante sobre campina pontilhada de flores miúdas.

Desabrocham, além, espécies variadas da flora que o pólen feliz fecunda em todo lugar.

Cintilam constelações no manto da noite salpicando a treva de diamantes preciosos.

Em cada madrugada renasce o sol dourado, purificando o pântano, vitalizando o homem, atendendo à flor sem indagar da aplicação que lhe façam dos raios beneficentes.

Não nos detenhamos e recordemos os tesouros com que o bem nos enriquece o coração, através dos valiosos patrimônios da saúde e da fé, da alegria e da paciência, e vamos em frente.

Indiferença é enfermidade.

Medo é veneno que mata lentamente.

Acendamos a luz da coragem na alma, a fim de que não fiquemos embaraçados nas dificuldades muito naturais que seguem ao lado dos nossos compromissos em relação à vida.

Confiança em nossos atos é fortalecimento para a coragem alheia.

Otimismo nas realizações também é aliança de identificação com as esferas superiores.

* * *

Não nos encontramos no mundo sem propósitos elevados.

Aproveitemos a oportunidade, valorizemos as bênçãos que recebemos, todos os dias,difundamos gratidão e alegria por onde passarmos, com quem estivermos, com o que possuímos, justificando em atos edificantes a nossa passagem pela Terra.

Não somos simples figurantes no palco da vida terrestre. Somos protagonistas, lições vivas, peças importantes nesta imensa engrenagem chamada sociedade.

Pensemos nisso, e nos movimentemos produzindo o melhor para nós e para a grande família humana à qual pertencemos.

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domingo, 26 de julho de 2020

A ACELERAÇÃO DO RENASCIMENTO

Uma Mudança Individual e Planetária
 
Carlos Cardoso Aveline


Quando uma aguda dor rompe a rotina, uma expansão de consciência ocorre nos níveis concretos da vida.

Paira na atmosfera da civilização atual uma sensação de “fim de caminho”: estamos diante de uma crise da percepção materialista do mundo. Por todo lado, a rotina e o egoísmo são desmascarados.

A aceleração dos desafios provoca uma espécie de febre, e a História mostra que o Carma com frequência precisa chegar a um “ponto de ebulição”, antes de transcender suas velhas estruturas de hábitos e elevar-se, provocando uma transmutação para melhor.

Os sintomas da febre da aceleração cármica são numerosos. O foco de ações e reações percorre agora um estreito caminho morro acima. Ele avança perigosamente para um renascimento da ética cujo preço poucos podem prever. O destino é uma atmosfera mais pura e um horizonte mais amplo.

A teosofia ensina que há uma relação direta entre o estado da mente humana, o estado das instituições, e o estado do planeta. E o fator decisivo é a qualidade da consciência. O propósito evolutivo das crises externas é fazer com que renasça a ligação interior com o mundo divino. Veja-se a propósito Gênesis, capítulo 18, versículos 20 a 33. O “Wen-tzu” taoista, o hinduísmo e as escrituras de outras religiões apontam na mesma direção.


As Premissas Comuns

Desde uma nação até uma família, um grupo humano saudável deve ter alguma forma de consenso na sua base. Há um conjunto de valores e princípios aceitos por todos, uma descrição de mundo compartilhada, uma filosofia inspiradora ou um propósito coletivo. Estes fatores produzem um sentido de comunhão. Dão às pessoas uma base para o diálogo e a ajuda mútua. Porém, os princípios e visões que mantêm o grupo unido devem permanecer abertos a um exame e reexame honestos. Duas chaves para expandir o sentido de comum-unidade são uma mente aberta e a franqueza em relação às questões fundamentais.


O Destino Como Algo Que se Constrói

O futuro humano não depende da cotação do dólar. O futuro humano depende de algo que não faz barulho: a quantidade de respeito pela vida que cada cidadão alimenta em sua consciência. O fator que bate o martelo é o nível de consciência ética na média das pessoas ao redor do globo. O grau de altruísmo da vida humana define em qualquer momento a qualidade do carma coletivo.

As linhas da experiência acumulada, o Carma, não são geograficamente uniformes. O passado e o futuro de cada nação têm o seu próprio caráter. Possuem sua substância específica. Por outro lado, as mais diferentes tradições dialogam entre si o tempo todo, inclusive por osmose cultural, isto é, pelo mero convívio. E uma só pessoa honesta pode fazer a diferença. Cada cidadão sincero causa um impacto sobre a civilização humana inteira. Um pequeno grupo deles, agindo em sintonia, provoca um impacto muito maior.

No Novo Testamento, Mateus, 7:7, diz:

“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta.”

Mas primeiro é preciso examinar o que você pedirá ou buscará, e a que porta, exatamente, irá bater. Porque a meta deve ser nobre, para que o resultado valha a pena. Um determinado número de indivíduos bem informados, espalhados pelo planeta e sem conhecer pessoalmente uns aos outros, pode causar a regeneração. Victor Hugo escreveu sobre a unidade do Oceano da vida:

“O indivisível não usa compartimentos. Não há tabique entre uma onda e outra. As ilhas da Mancha sentem o empurrão do cabo da Boa Esperança. (…) Nessa unidade abate-se o inumerável. (…) A corrente polar roça na corrente tropical.” [1]

Não há nada separado. Todas as culturas – a chinesa, a japonesa, a andina, a judaica e assim por diante – têm lições a ensinar e aprender. Nenhuma delas possui o direito de sonhar com a destruição das outras. E não seria aceitável, como desculpa para justificar esta atitude histérica, usar a letra morta de alguma escritura religiosa.

O diálogo implícito e explícito entre diferentes culturas e ideologias deve ter boa qualidade. Cabe desmascarar as tendências emocionais ao fanatismo, ao medo, ao desprezo e à agressão (mesmo sutil) de quem pensa diferente.

A autovigilância é fundamental.

Se um país, uma cidade ou associação esotérica suprime o diálogo honesto, a hipocrisia logo começa a ser usada como ferramenta social e arma política.

Os líderes destituídos de uma visão maior da vida são como insetos que duram um dia. Buscar grandes fortunas materiais corresponde a um estágio primitivo do ser: há coisas melhores que isso. Quando se pensa em construir um futuro saudável, um axioma básico afirma:

“Propaganda não é educação. Estar informado dos fatos não é o mesmo que ter consciência.”

Opinião é diferente de conhecimento, e bom senso não se compra no supermercado.


A Força de um Novo Ciclo

Há um momento na história de uma comunidade em que ela compreende o seu dharma, percebe o seu dever e entra em sintonia com a essência da felicidade.

Então o sentimento de um projeto comum – que é a evolução da alma através do respeito pela vida – se torna visível na existência diária como uma experiência compartilhada. Esta é a primavera de um novo ciclo, quer ela ocorra num pequeno grupo, numa cidade ou em escala planetária. A verdade do coração envolve árvores, estrelas e pássaros. Flui em silêncio, e cada indivíduo pode acordar e ser uma fonte do seu renascimento. A felicidade surge como decorrência do inegoísmo: a sabedoria se transmite pelo exemplo.

NOTA:
[1] “Os Trabalhadores do Mar”, Victor Hugo, Ed. Nova Cultural Ltda., SP, 2003, 366 pp., ver p. 263.

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ESSE DESCONFORTO QUE VOCÊ SENTE É LUTO

Luto: entre o tabu da morte e a urgência da vida
Reflexão sobre esse momento tão atípico que estamos vivendo:
um luto antecipatório sentido por milhões de pessoas ao mesmo tempo.


Harvard Business Review entrevistou David Kessler, que compartilhou seus pensamentos sobre porque é importante reconhecer a dor que você pode estar sentindo, como lidar com ela e como ele acredita que encontraremos significado nela.


HBR: As pessoas estão sentindo muitas coisas no momento. É certo chamar um pouco o que eles estão sentindo de luto?


Kessler: Sim, e estamos sentindo uma série de lutos diferentes. Sentimos que o mundo mudou, e ele mudou. Sabemos que isso é temporário, mas não é assim que sentimos, e percebemos que as coisas serão diferentes depois. Assim como ir para o aeroporto ficou diferente após o 11 de setembro, as coisas vão mudar e esse é o ponto em que elas mudam. A perda da normalidade; o medo do pedágio econômico; a perda de conexão. Isso está nos atingindo e nós estamos em luto. Coletivamente. Não estamos acostumados a esse tipo de luto coletivo no ar.


HBR:Você disse que estamos sentindo mais de um tipo de luto?

Kessler: Sim, também estamos sentindo um luto antecipatório. O luto antecipatório é o sentimento que temos sobre o que o futuro reserva quando não temos certeza. Geralmente, ele se concentra na morte. Sentimos isso quando alguém recebe um diagnóstico grave ou quando pensamos que vamos perder um dos pais algum dia. O luto antecipatório também é um futuro mais amplamente imaginado. Está chegando uma tempestade. Há algo ruim por aí. Com um vírus, esse tipo de tristeza é tão confuso para as pessoas. Nossa mente primitiva sabe que algo ruim está acontecendo, mas você não pode vê-lo. Isso quebra nossa sensação de segurança. Estamos sentindo essa perda de segurança. Eu não acho que perdemos coletivamente nosso senso de segurança geral assim. Individualmente ou em grupos menores, as pessoas sentiram isso. Mas todos juntos, isso é novo. Estamos sofrendo no nível micro e macro.


HBR: O que as pessoas podem fazer para lidar com todo esse sofrimento?

Kessler: Compreender os estágios do luto é um começo. Mas sempre que falo sobre os estágios do luto, tenho que lembrar às pessoas que os estágios não são lineares e podem não ocorrer nessa ordem. Não é um mapa, mas fornece alguns andaimes para este mundo desconhecido. Há negação, que dizemos no começo: esse vírus não nos afeta. Há raiva: você está me fazendo ficar em casa e tirando minhas atividades. Há uma barganha: Ok, se eu me distanciar por duas semanas tudo ficará melhor, certo? Há tristeza: não sei quando isso vai acabar. E finalmente há aceitação. Está acontecendo; Eu tenho que descobrir como proceder.

Aceitação, como você pode imaginar, é onde está o poder. Encontramos controle na aceitação. Eu posso lavar minhas mãos. Eu posso manter uma distância segura. Eu posso aprender a trabalhar virtualmente.


HBR: Quando estamos passando pelo luto, há aquela dor física. E a mente que não para quieta. Existem técnicas para lidar com isso para torná-lo menos intenso?

Kessler: Vamos voltar ao luto antecipatório. O luto antecipado doentio é realmente ansiedade, e é sobre isso que você está falando. Nossa mente começa a nos mostrar imagens. Meus pais estão ficando doentes. Vemos os piores cenários. Essa é a nossa mente sendo protetora. Nosso objetivo não é ignorar essas imagens ou tentar fazê-las desaparecer – sua mente não permitirá que você faça isso e pode ser doloroso tentar forçá-las. O objetivo é encontrar equilíbrio nas coisas que você está pensando. Se você sentir a pior imagem tomando forma, pense na melhor imagem. Todos ficamos um pouco doentes e o mundo continua. Nem todo mundo que eu amo morre. Talvez ninguém o faça porque todos estamos dando os passos certos. Nenhum dos cenários deve ser ignorado, mas também nenhum deve dominar.

Luto antecipatório é a mente que vai para o futuro e imagina o pior. Para se acalmar, você quer vir para o presente. Este será um conselho familiar para quem já meditou ou praticou a atenção plena, mas as pessoas sempre se surpreendem com o quão prosaico isso pode ser. Você pode citar cinco coisas na sala. Há um computador, uma cadeira, uma foto do cachorro, um tapete velho e uma caneca de café. É simples assim. Respirar. Perceba que, no momento presente, nada do que você antecipou aconteceu. Neste momento, você está bem. Você tem comida. Você não está doente. Use seus sentidos e pense sobre o que eles sentem. A mesa é dura. O cobertor é macio. Eu posso sentir a respiração entrando no meu nariz. Isso realmente funcionará para atenuar um pouco dessa dor.

Você também pode pensar em como deixar de lado o que não pode controlar. O que seu vizinho está fazendo está fora de seu controle. O que está em seu controle é ficar a um metro e meio e lavar as mãos. Concentre-se nisso.

Finalmente, é um bom momento para estocar compaixão. Todos terão diferentes níveis de medo e tristeza e isso se manifesta de maneiras diferentes. Um colega de trabalho ficou muito irritado comigo outro dia e pensei: Isso não é essa pessoa; e sim como ela está lidando com isso. Estou vendo o medo e a ansiedade de todos. Então seja paciente. Pense em quem geralmente é alguém e não quem parece ser neste momento.

Um aspecto particularmente preocupante dessa pandemia é não saber quando ela acaba.

Este é um estado temporário. Ajuda dizer isso. Eu trabalhei por 10 anos no sistema hospitalar. Fui treinado para situações como essa. Também estudei a pandemia de gripe de 1918. As precauções que estamos tomando são as corretas. A história nos diz isso. Isso é passível de sobrevivência. Nós vamos sobreviver. Este é um momento para superproteger, mas não exagerar.

E, eu acredito que encontraremos significado nele. Fico honrado em saber que a família de Elisabeth Kübler-Ross me deu permissão para adicionar um sexto estágio ao luto: o significado. Eu tinha conversado bastante com Elisabeth sobre o que veio depois da aceitação. Eu não queria parar na aceitação quando experimentei pessoalmente o luto. Eu queria um significado naquelas horas mais sombrias. E acredito que encontramos luz naqueles tempos. Mesmo agora, as pessoas estão percebendo que podem se conectar por meio da tecnologia. Eles não são tão distantes quanto pensavam. Eles estão percebendo que podem usar seus telefones para longas conversas. Eles estão apreciando caminhadas. Acredito que continuaremos a encontrar significado agora e quando isso acabar.


HBR: O que você diz a alguém que leu tudo isso e ainda está se sentindo sobrecarregado com o luto?

Kessler: Continue tentando. Há algo poderoso em nomear isso como luto. Isso nos ajuda a sentir o que está dentro de nós. Muitos me disseram na semana passada: “Estou dizendo aos meus colegas de trabalho que estou tendo dificuldades” ou “Chorei ontem à noite”. Quando você nomeia o que sente, você sente algo e ele se move através de você. As emoções precisam de movimento. É importante reconhecermos o que passamos. Um subproduto infeliz do movimento de auto-ajuda é que somos a primeira geração a ter sentimentos sobre nossos sentimentos. Dizemos a nós mesmos coisas como: sinto-me triste, mas não devo sentir isso; outras pessoas estão piores. Nós podemos – devemos – parar no primeiro sentimento. Eu me sinto triste. Deixe-me ir por cinco minutos para me sentir triste. Seu trabalho é sentir tristeza, medo e raiva, independente do que os outros sentem. Lutar não ajuda porque seu corpo está produzindo a sensação. Se permitirmos que os sentimentos aconteçam, eles acontecerão de maneira ordenada, e isso nos capacitará. Então não somos vítimas.


HBR: De uma maneira ordenada?

Kessler: Sim. Às vezes, tentamos não sentir o que estamos sentindo, porque temos essa imagem de um “bando de sentimentos”. Se eu me sentir triste e deixar isso entrar, isso nunca desaparecerá. O bando de sentimentos ruins vai me invadir. A verdade é um sentimento que se move através de nós. Nós sentimos e vai e depois vamos para o próximo sentimento. Não há algo externo que vai nos pegar. É absurdo pensar que não devemos sentir o luto agora. Permita-se viver o luto e siga em frente.

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