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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O RITMO DO CORAÇÃO DA VIDA
 
A Expansão e a Retração São
Igualmente Necessárias Para a Arte de Viver
 

A roda da vida inclui um centro e uma periferia
 
Todo ser humano tem vários níveis de consciência e deve exercê-los ao mesmo tempo.

Ele deve ser capaz de transcender limitações e erguer-se acima de definições estreitas, ampliando  seus horizontes cada vez mais.  

Mas o indivíduo também necessita de um foco claro para as suas atividades concretas. É  indispensável que concentre suas energias em torno de metas definidas,  especialmente se quiser realizar, de fato, alguma coisa durável.
 
Cabe examinar, levando em conta uma expectativa razoável de vida biológica para a sua encarnação atual, o que é possível, correto, e desejável que se realize.  

É verdade  que as realizações humanas visíveis podem, externamente, desfazer-se com rapidez.  Mas,  no plano oculto - isto é, internamente - todas elas ficam registradas para sempre. Elas produzirão efeitos não só a curto, médio e longo prazo, mas também num tempo quase eterno. Expressando esse paradoxo,  Jorge Luis Borges escreveu:

“Nada se edifica sobre pedra, tudo sobre a areia, mas nosso dever é edificar como se fora pedra a areia...”

Ao compreender a não-durabilidade externa das nossas ações, mas percebendo ao mesmo tempo que os seus efeitos dinâmicos são duráveis e de certo modo imortais no plano essencial, o aprendiz da arte de viver se pergunta:

“Em que direção definida devo trabalhar, de modo a plantar claramente algum bom carma e ter uma existência satisfatória?”

Tanto no caminho espiritual como nas diferentes dimensões da vida, há sempre a tentação de ficar apenas sobrevoando temas e de pensar que assim se “transcende” as coisas externas. 
 
Como estudante, o indivíduo tem todo o campo do conhecimento humano ao seu dispor.  Tal conhecimento é imenso.  Ele deve ler exatamente o quê?  Como resistir à delícia de buscar a “onisciência” e querer aprender e saber sobre tudo e todas as coisas?  Como conseguir a energia para fazer o sacrifício humilde que é realizar algo de fato, na direção correta?

A verdade é que a opção por ampliar os seus horizontes corresponde à diástole. Nela, o coração relaxa, se expande,  e absorve.

A opção por construir algo corresponde à sístole,  quando o coração se contrai e emite o sangue novo para todos os lados.  O indivíduo precisa das duas coisas para viver bem. 
Ele precisa da expansão e da contração; do sonho e da concretização; do céu e da terra. Precisa ser um filósofo e um operário. 
 
A sístole - o cumprimento do dever - deve ter a mesma intensidade da diástole, o aprendizado, o descanso, o repouso.  A sístole é a concentração; a diástole é o relaxamento.  O equilíbrio correto entre estes dois elementos produz uma vida adequada. 

Participar, por exemplo, da construção em língua portuguesa de um movimento teosófico autêntico, é uma tarefa que corresponde à sístole, e para isso é necessário ter uma boa concentração. É recomendável ter a  decisão clara de emitir até longe, no espaço e no tempo,  um sinal que chegará a cada célula viva;  de lançar ao mundo uma certa energia renovadora, o sangue arterial, renovado.

Por outro lado, é  igualmente indispensável relaxar, observar o todo, absorver o sentimento universal, viver a diástole.  As duas coisas avançam na vida concreta como as batidas do coração.
 
Seria ingênuo trabalhar apenas como a formiga incansável da fábula. Ou pretender meditar em abstrato o tempo todo fazendo para si mesmo o papel do sábio autoiluminado que não pode “colocar as mãos na massa”; ou que é “tão evoluído” que pode abster-se de ajudar uma causa nobre.
 
O mesmo vale não só para a construção do movimento teosófico do século 21,  mas para qualquer coisa correta e bem feita na vida.

Em tudo é preciso dosar e equilibrar o esforço concreto e a visão abstrata; a dimensão espiritual e a construção terrestre. A atitude do estudante de filosofia em relação ao mundo externo deve ser fundamentalmente ativa, e não receptiva. Ele deve agir no mundo com um projeto claro, sem deixar que sua mente se disperse , ou que seja arrastada para lá e para cá pelas marés de curto prazo.
 
Em “A Voz do Silêncio”, de Helena Blavatsky, vemos que a Lei do Carma funciona através de ciclos alternados de exteriorização e de recolhimento.
 
O Fragmento Dois da obra afirma:
 
“A roda da Boa Lei se movimenta rapidamente. Ela mói de dia e de noite. As cascas sem valor são levadas para longe do grão dourado; o dejeto é separado da farinha. A mão do Carma guia a roda; as voltas que ela dá marcam as batidas do coração cármico.”
 
A visão teosófica do mundo mostra o contraste entre a vida biológica de cada indivíduo e a Vida Infinita. Da compreensão deste contraste surge a sabedoria, e o indivíduo decide viver com realismo, e concentrar  a sua limitada energia individual naquilo que realmente vale a pena. Assim se reduz pouco a pouco o desperdício de energias, e o aprendiz passa a usar com eficiência a força de que dispõe. 
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
 
 

domingo, 28 de fevereiro de 2016

EXPERIÊNCIAS 
DA PEREGRINA DA PAZ

As posses desnecessárias são cargas desnecessárias.
Se as tem, você precisa cuidar delas.

Se você é livre, recomendo-lhe uma caminhada por um caminho solitário. Que inspirador é  caminhar todo dia ao sol e dormir toda a noite sob as estrelas. Que maravilhosa experiência é a vida simples e natural.

O PROPÓSITO DOS PROBLEMAS é empurrar-nos para a obediência às leis de Deus, as quais são exatas e não podem mudar. Temos a vontade própria para obedecer-lhes ou desobedecer-lhes. A obediência trará harmonia, a desobediência trará problemas. Os problemas são bênçãos disfarçadas!

Resolvendo os problemas apropriadamente é como nos desenvolvemos espiritualmente. Nunca se nos apresenta um obstáculo a menos que tenhamos a capacidade de vencê-lo. Quando nos defrontamos com um problema muito grande, isto simplesmente indica que temos uma enorme força interior para solucionar tal problema. Não há na verdade motivo para desalentar-nos, porque as dificuldades são oportunidades de desenvolvimento interior, e quanto maior a dificuldade, maior a oportunidade de crescimento.

As dificuldades materiais chegam amiúde para nos lembrar de que nossa concentração deveria estar no aspecto espiritual em lugar do material. Às vezes as dificuldades no corpo vêm para mostrar-nos que o corpo é apenas uma vestimenta passageira e que a realidade é a essência indestrutível que ativa o corpo. Quando pudermos dizer, "Graças Senhor pelos problemas que nos envia para nosso desenvolvimento espiritual", estes deixam de ser problemas. Tornam-se então oportunidades.

Viva este dia! Ontem é unicamente um sonho e amanhã é só uma visão, mas o hoje bem vivido faz de cada ontem um sonho de felicidade e de cada amanhã uma visão de esperança. Não sofra pelo passado nem se preocupe pelo futuro. Viva este dia e viva-o bem.

A preocupação é um hábito. Algo pode-se fazer com ela. Eu chamo a isto renunciar ao hábito da preocupação. Há técnicas que ajudam. Tenho falado com lindas pessoas religiosas e descoberto que ainda se preocupam. É uma perda total de tempo e energia. Se você é uma pessoa que ora, que ora com fé, poderia imediata e automaticamente levar o que o preocupa a Deus, em uma oração e deixá-lo nas mãos de Deus -as melhores mãos possíveis. Esta é uma técnica que dá excelentes resultados. 

No princípio, talvez tenha que levá-lo novamente a Deus por um bom número de vezes até que desenvolva o hábito (que eu própria desenvolvi) de fazer sempre tudo o que puder na situação e depois deixar o resto, com toda confiança, nas mãos de Deus.

Comentarei aqui alguns maus hábitos. Um deles é o da raiva. Uma energia tremenda aparece com a raiva. Às vezes se chama a energia da cólera. Não a suprima: ela o prejudicaria interiormente. Não a expresse: isto não só causaria dano interior senão murmúrios ao seu redor. O que você vai fazer é transformá-la. De alguma maneira empregue essa tremenda energia construtivamente em um trabalho que necessite ser feito ou em uma forma benéfica de exercício. Ao empregar a energia construtivamente, perde-se o hábito da raiva.

A melhor maneira de falar com você sobre isto é contando-lhe o que, na realidade, fizeram algumas pessoas. Por exemplo, uma mulher lavava todas as janelas de sua casa, outra senhora passava o aspirador na casa, fosse ou não necessário, outra modelava pães de farinha integral. Outra se sentava e tocava piano: primeiro marchas impetuosas, depois se acalmava e tocava algo mais leve como hinos e canções folclóricas e todas, depois de experimentarem essas atitudes, sabiam então que estavam bem.

Havia uma pessoa que pegava sua máquina de podar manual;  a máquina manual não tem motor. Talvez nunca tenha visto uma! Aparava seu enorme gramado. Eu me encontrava na casa ao lado. Algum tempo depois, veio pedir emprestada a podadora de motor de seu vizinho. Pratiquei com ele meu ditado: "Oh! sem a energia da cólera nunca teria podido podar este gramado tão grande com uma podadora manual". Como você vê, é na verdade uma energia tremenda.

Conheci outra pessoa que salvou seu matrimônio. Tinha um gênio tão agressivo que sua jovem esposa estava a ponto de deixá-lo, levando seus dois filhos. Então, tomou uma atitude: "Vou fazer algo a respeito!" E fez. Quando sentia que estava para ter um acesso de raiva, em lugar de atirar coisas por toda a casa, como era de costume fazer, saía para correr; dava várias voltas ao redor do quarteirão, até que lhe faltasse o fôlego e esgotasse toda a energia e, salvou seu casamento. Deu resultado! Quando o vi novamente, anos  mais tarde, perguntei: -"Ainda continua correndo?" -"Um pouco, apenas por exercício, mas não tenho tido acessos de raiva há anos".

Ao empregar a energia construtivamente, perde-se o hábito da raiva.

Estas técnicas também têm funcionado com as crianças. Recordo um menino de dez anos. Eu estava tentando ajudar sua mãe porque passava maus bocados com ele. Ele tinha acessos de raiva e uma vez, quando estava calmo, perguntei-lhe: "De todas as coisas que você faz, qual a que usa mais energia?" Ele respondeu: "Acho que é subir a colina que está atrás da casa". Assim, encontramos uma solução maravilhosa. Cada vez que sua mãe pressentia sinal de irritação, empurrava-o para a porta e dizia: "Vai e sobe a colina". Funcionou tão bem que quando uma professora me disse que estava tendo um problema parecido com uma criança mais ou menos da mesma idade, eu sugeri que ela lhe dissesse para correr em volta da escola; isso também deu resultado.

Agora vou contar-lhe sobre um outro casal. Eles se irritavam ao mesmo tempo, então decidiram caminhar em volta do quarteirão. Um caminhava numa direção e o outro na outra, deparando-se a cada volta até que pudessem encontrar-se amigavelmente, então, caminhavam juntos para casa e falavam sobre o que provocara sua raiva e o que poderiam fazer para prevenir esse inconveniente futuramente. Foi muito prudente fazê-lo. Nunca se deve tentar falar com alguém que está com raiva, porque esta pessoa não é racional neste momento.

Contarei  mais uma história acerca de uma jovem mãe de três crianças, as quais não tinham atingido ainda a idade escolar. Um dia disse-me: "Quando sinto raiva, quero correr, mas não posso. Não tenho como sair, deixando sozinhas três crianças pequenas. Assim, normalmente termino descarregando minha raiva sobre elas". Perguntei-lhe então: "Alguma vez tentou correr no mesmo lugar?" E já podia imaginá-la correndo dessa maneira. Algum tempo depois ela me escreveu: "Paz, resultou maravilhosamente bem! Não só me desfaço da energia da cólera, como as crianças se divertem!"


Peregrina da Paz





"Os meridianos de energia diretamente ligados à raiva são o do fígado e da vesícula biliar. A repressão da raiva pode acarretar problemas como dores de cabeça, na vista, nas pernas e nos ombros, falta de determinação, falta de energia, exaustão, irritabilidade, impaciência, dificuldade digestiva, etc. Como a musculatura e o movimento de ataque acionados pela raiva estão relacionados ao instinto primitivo de obtenção de alimento, essa emoção se encontra indiretamente ligada ao meridiano do estômago. A repressão da raiva (e do grito de raiva) também afeta o diafragma, mantendo-o tenso e imobilizado, de modo que exercícios respiratórios que ajudem a soltar esse músculo também podem ser utilizados". Extraído do livro Zen shiatsu: equilíbrio energético e consciência do corpo. Não há dúvida que precisamos imediatamente, após um acesso de raiva, direcionar essa erupção de lava ardente para alguma atividade, pois se não fizermos irá nos prejudicar. Então, vamos empregá-la à nosso favor fazendo algo construtivo! KyraKally

sábado, 27 de fevereiro de 2016

IMPERMANÊNCIA
LEI DIVINA UNIVERSAL

Mais uma vez, não ignore a impermanência. O que quer que pareça ser prioritário em sua vida é, na realidade, bastante temporário. Vem e vai. Nada é confiável.

Nascemos sós e nus. Conforme a nossa vida se desenrola, passamos por todas as situações possíveis: necessitar, possuir, perder, sofrer, chorar, tentar… mas depois morremos, e morremos sós. Não fará a menor diferença se fomos ricos ou pobres, conhecidos ou desconhecidos. A morte é o grande nivelador. Em um cemitério, todos os corpos são semelhantes.

O nosso relacionamento com os outros é como o encontro casual de dois estranhos em um estacionamento. Olham um para o outro, sorriem e isso é tudo o que acontece entre eles. Vão embora e nunca mais se veem. Assim é a vida – apenas um momento, um encontro, uma passagem, e depois acaba.

Se você compreender isso, não há tempo para brigas. Não há tempo para discussões. Não há tempo para mágoas mútuas. Quer pense nisso em termos de humanidade, nações, comunidades ou indivíduos, não sobre tempo para mais nada a não ser apreciar verdadeiramente a breve interação que temos uns com os outros.

Nossas prioridades mundanas podem ser irônicas. Colocamos em primeiro lugar aquilo que julgamos ser o que mais desejamos; depois descobrimos que o nosso desejar é insaciável. Pagar a casa, escrever um livro, fazer o negócio ser bem-sucedido, preparar a aposentadoria, fazer longas viagens – coisas que estão temporariamente no topo de nossa lista de prioridades, consomem nosso tempo e energia completamente e, então, no fim da vida, olhamos para trás e nos perguntamos o que todas essas coisas significavam.

É como alguém que viaja a um país estrangeiro e paga a sua viagem na moeda daquele país. Quando chega à fronteira, surpreende-se ao tomar conhecimento que a moeda do país não pode ser trocada ou levada. Da mesma forma, nossas posses e aquisições mundanas não podem ser levadas através do portal da morte. Se confiarmos nelas, nos sentiremos, repentinamente, empobrecidos e roubados. A única moeda que tem qualquer valor quando viajamos pelo limiar da morte é a nossa realização espiritual.

Em um sentido mundano, é melhor nos sentirmos satisfeito e apreciarmos aquilo que já temos. O tempo é muito precioso. Não espere até estar morrendo para compreender a sua natureza espiritual. Se fizer isso agora, vai descobrir recursos de bondade e compaixão que não sabia possuir. É a partir dessa mente de compaixão e sabedoria intrínseca que você pode beneficiar os outros.

O progresso espiritual começa quando resolvemos, seja cuidadoso. Se você colocar-se no lugar do outro, vai perceber o quanto é destrutivo ferir ou matar qualquer ser, ainda que seja um inseto. Todos os seres querem viver. Se você cuidar dos outros com essa perspectiva, fechará as portas para o seu próprio sofrimento.

A mente é como um microscópio. Amplia tudo. Se você critica-se o tempo todo – “sou tão pobre, não sou suficientemente alto, meu nariz é grande demais” – se concentra a atenção em todas as suas inadequações e misérias, elas só piorarão até que, em desespero, você fique prestes a desistir de tudo.

Em vez de dizer: “sinto-me detestável. O que devo fazer?”, pense no sofrimento dos outros e gere compaixão. É muito importante, realmente, ver o sofrimento, prestar atenção no caixa do banco que está atormentando, no velho pálido e cansado que arrasta os pés pela rua, na criança que chora infeliz. Veja a profundidade do sofrimento e a partir daí dimensione o seu próprio sofrimento. Os outros estão doentes, estão imersos na guerra e na fome, estão morrendo.

Compaixão é o desejo fervoroso de que todos os seres, sem exceção, encontrem a liberação do sofrimento, desde o seu pior inimigo até o seu melhor amigo. Para desenvolver uma compaixão genuína que inclua todos, primeiro exercita a compaixão com aqueles que lhe são próximos; depois estenda-a aos desconhecidos e por fim a todos os seres por todo o espaço.

Depois direcione o seu desejo para a felicidade deles. Como a felicidade vem apenas da virtude, deseje que qualquer felicidade que os outros possam ter alcançado, em função de suas virtudes passadas, possa nunca diminuir ou ser perdida, e que possa aumentar sempre, até que alcancem a felicidade infinita e imutável. Esse desejo pela felicidade dos outros é o significado verdadeiro de amor. Regozijar-se com qualquer extensão de felicidade que os outros possam ter, traz uma alegria ilimitada à nossa própria existência.

Reconheça sempre a qualidade onírica da vida e reduza o apego e a aversão. Pratique o bom coração em relação a todos os seres. Seja amoroso e compassivo, não importa o que os outros façam. O que fazem não importará muito quando visto por você como um sonho. Esse é o ponto essencial. Essa é a verdadeira espiritualidade.

Se você usar manto, raspar a cabeça, rezar de joelhos todos os dias, e ainda assim se tornar mais raivoso, orgulhoso, rígido e difícil de lidar, não estará praticando a espiritualidade. Você precisa praticar a essência, que é a compaixão e o amor altruísta, e a partir daí tentar ajudar os outros da melhor maneira que puder. Use todos os seus recursos do corpo, da fala e da mente. Esse é o método. Seja você cristão, hindu, judeu ou budista, a compaixão e o amor são os mesmos.

A vitória sobre as falhas e desilusões leva à vitória sobre a morte. Meu desejo para cada um de vocês é que alcancem as qualidades de compaixão e sabedoria e o supremo e imortal estado de iluminação.


Texto extraído do Livro “Vida e morte no budismo tibetano”, por Chagdud Tulku Rinpoche.




Retirei esse texto do livro Portões da Prática Budista, de
Chagdud Tulku Rinpoche: "A vida é como um piquenique em uma tarde de domingo... ela não dura muito tempo. Só olhar o sol, sentir o perfume das flores ou respirar o ar puro já é uma alegria. Mas se tudo o que fazemos é ficar discutindo onde pôr a toalha, quem vai sentar em que canto, quem vai ficar com o peito ou a coxa do frango..., que desperdício! Mais cedo ou mais tarde o tempo fecha, a tarde cai e o piquenique acaba. E tudo o que fizemos foi ficar discutindo e implicando uns com os outros. Pense em tudo que se perdeu". Infelizmente é assim que a maioria procede, escolhe o caminho mais difícil e ilusório e ignora o mais simples, porém verdadeiro. KyraKally
REGRAS PARA SER HUMANO

Você receberá um corpo. Pode gostar dele ou odiá-lo, mas ele será seu durante essa rodada.

Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal, de período integral, chamada vida. A cada dia, nessa escola, você terá a oportunidade de aprender lições. Você poderá gostar das lições ou considerá-las irrelevantes ou estúpidas.

Não existem erros, apenas lições. O crescimento é um processo de tentativa e erro: experimentação. As experiências que não dão certo fazem parte do processo, assim como as bem sucedidas.

Cada lição será repetida até que seja aprendida. Cada lição será apresentada a você de diversas maneira, até que a tenha aprendido. Quando isso ocorrer, você poderá passar para a seguinte. O aprendizado nunca termina.

Não existe nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições para aprender.

“Lá” não é melhor do que “aqui”. Quando o seu “lá” se tornar em “aqui”, você simplesmente entenderá que o melhor é viver o "aqui" e "agora".
 
Os outros são apenas seus espelhos. Você não pode amar ou detestar algo em outra pessoa, a menos que isso reflita algo que você ama ou detesta em si mesmo.

O que fizer de sua vida é responsabilidade sua. Você tem todos os recursos de que necessita. O que fará com eles é de sua responsabilidade. A escolha é sua.

As respostas estão dentro de você. Tudo o que tem a fazer é meditar, analisar, ouvir e acreditar.

Você se esquecerá de tudo isto!

  

                      Twyla Nitsch, Anciã da tribo Iroquois





Quando reencarnamos atraímos, por vibração, células e átomos que irão formar os nossos corpos materiais (corpo mental, emocional e físico-etérico), como também o grupo de seres (família, amigos, etc) com os quais iremos nos relacionar com a finalidade de aprendizado, ao saudarmos antigas divergências perante aos leis divinas, então: "O que fizer de sua vida é responsabilidade sua". Podemos 'escolher', é claro, mas "As respostas estão dentro de você". Portanto, quanto mais cedo aprendermos a lição, sintonizando-nos com a nossa essência interna, mais rápido 'passaremos de ano', ou seja, estaremos diante de novas e extasiantes realidades. KyraKally
 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O DESAFIO DO DESCONHECIDO

Quando você explora mares desconhecidos, como Colombo fez, o medo existe, um medo imenso, porque ninguém sabe o que vai acontecer. Você está deixando a praia da segurança.

Você está perfeitamente bem, em certo sentido; só uma coisa está faltando — aventura. Enfrentar o desconhecido dá a você certa excitação. O coração começa a pulsar novamente; volta a se sentir vivo, totalmente vivo. Cada fibra do seu ser está vibrando porque você aceitou o desafio do desconhecido.

Aceitar o desafio do desconhecido, apesar de todo o medo, é coragem. Os medos estão ali, mas se você aceita o desafio várias vezes seguidas, devagarinho os medos desaparecem.

A experiência de alegria que o desconhecido traz, o grande êxtase que começa a acontecer com o desconhecido, torna você forte o bastante, lhe dá uma certa integridade, aguça sua inteligência.

Pela primeira vez, você começa a sentir que a vida não é só tédio, mas uma aventura. Então devagar os medos desaparecem; e você não para mais de ir atrás de uma aventura.

Mas, basicamente, coragem é pôr em risco o conhecido em favor do desconhecido, o familiar em favor do estranho, o confortável em favor do desconfortável — árdua peregrinação rumo a um destino desconhecido.

Nunca se sabe se você será capaz de fazer isso ou não. É um jogo arriscado, mas só os jogadores sabem o que é a vida.
                                               

                                                Osho




Quando se fala de 'desconhecido' não significa que saiamos por aí de olhos vendados desafiando o que não vemos. Isso é tolice. Enfrentar o 'desconhecido' é experimentar, por exemplo, pequenas coisas que achamos não ter capacidade para executá-las. Certa vez tive que utilizar um mototáxi, pois o carro em que estava viajando teve uma pane grave num local muito distante. Não havia escolha: ou voltava de mototáxi ou permaneceria ali, sozinha, durante horas. Não foi tão ruim. Superei o desconhecido! A partir desse dia  posso me considerar uma 'aventureira'. "Pela primeira vez, você começa a sentir que a vida não é só tédio, mas uma aventura. Então devagar os medos desaparecem; e você não para mais de ir atrás de uma aventura". KyraKally

 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A ÚLTIMA PROFECIA

Durante a passagem dos tempos, a consciência do homem atravessou um período muito longo de obscuridade. Esta fase, que os Hindus chamam de ‘Kali Yuga’, está prestes a terminar. Encontramo-nos hoje exatamente na fronteira entre duas épocas: a do Kali Yuga e a da Nova Era que estamos a entrar.
 
Está, aliás, já a ocorrer um progresso gradual nos pensamentos, sentimentos e ações dos humanos, contudo, todos serão brevemente subjugados ao Fogo Divino, que purificará e prepará-los-á em direção à Nova Era. Por conseguinte, o homem elevar-se-á a um grau de consciência indispensável à sua entrada para a Nova Vida. Isso é o que se entende por ‘Ascensão’.

Passarão ainda muitas décadas até que este Fogo surja ( foi proferido hà 60 anos,) que irá transformar o mundo, ao trazer-lhe uma nova moral. Esta onda imensa surgirá do espaço cósmico e inundará toda a Terra. Todos aqueles que tentarem opor-se a ela serão arrebatados e transferidos para outro lugar.
 
Embora os habitantes deste planeta não estejam todos no meu grau de evolução, a nova onda será sentida por cada um de nós. E esta transformação não só afetará a Terra, como também o conjunto de todo o Cosmos. O melhor e a única coisa que o homem poderá fazer será voltar-se para Deus e aperfeiçoar-se conscientemente, a fim de elevar o seu nível vibratório, de modo a começar a viver em harmonia com a onda poderosa que o submergirá em breve.

O Fogo que eu falo, que acompanhará as novas condições oferecidas ao nosso planeta, rejuvenescerá, purificará, e reconstruirá tudo: A matéria será refinada, os vossos corações serão liberados da angústia, dos problemas, da incerteza, e tornar-se-ão luminosos. Tudo será aperfeiçoado, elevado! Os pensamentos, os sentimentos e as ações negativas serão consumidas e destruídas.

A vossa vida presente é uma escravatura, uma prisão violenta. Compreendam a vossa situação e, libertem-se dela. Volto a dizer-vos: fujam da vossa prisão! É realmente uma pena ver-se tantas ilusões, tanto sofrimento, tanta incapacidade para compreender onde reside a verdadeira felicidade.

Tudo o que vos rodeia entrará brevemente em colapso e desaparecerá. Nada restará nesta civilização, nem da sua perversidade! Toda a Terra será abalada e não restará quaisquer traços desta cultura errônea que mantém os homens sob o jugo da ignorância. Os terremotos não são apenas fenômenos mecânicos, pois a sua finalidade consiste igualmente em despertar o intelecto e o coração dos humanos, para que eles se libertem dos seus erros e das suas loucuras e para que eles entendam que não são os únicos no universo.

O nosso sistema solar está atualmente a atravessar uma região do Cosmos em que a constelação que foi destruída deixou a sua marca, as suas cinzas. Esta viagem através de um espaço contaminado é uma fonte de envenenamento, não só para os habitantes da Terra, como também para todos os habitantes dos outros planetas da nossa galáxia. Apenas os sóis não serão afetados pela influência deste ambiente hostil. Esta região é denominada ‘zona treze’! Também conhecida por ‘zona de contradições’. O nosso planeta foi incluído nesta região por milhares de anos, mas estamos finalmente a aproximarmo-nos da saída deste espaço de trevas e estamos exatamente no ponto de atingirmos uma região mais espiritual, onde vivem seres mais evoluídos.

A Terra está agora a seguir um movimento ascendente e todos deviam se esforçar para se harmonizar com as correntes da ascensão. Aqueles que recusarem a se subjugar a esta orientação, perderão os benefícios das boas condições que são oferecidas no futuro para se elevarem. Eles permanecerão atrasados na evolução e terão de esperar muitos milhares de anos pela vinda de uma nova onda ascensional.

A Terra, o sistema solar, o Universo, estão todos a ser colocados numa nova direção sob o impulso do Amor. A maior parte de vós ainda considera o Amor como uma força ridícula, mas na verdade, é a maior de todas as forças! O dinheiro e o poder continuam a ser venerados como se o curso das vossas vidas dependesse disso.
 
No futuro, todos estarão subjugados ao Amor e todos o servirão. Porém, será através do sofrimento e das dificuldades que a consciência do homem será despertada. As terríveis premonições do profeta Daniel referidas na Bíblia relacionam-se com a época que se está a iniciar. Haverá dilúvios, furacões, fogos colossais e terremotos que varrerão tudo do mapa. O sangue correrá em abundância. Haverá revoluções, explosões terríveis detonarão em numerosas regiões da Terra Onde houver terra a água a galgará, e onde houver água a terra surgirá.

Deus é Amor! Contudo, estamos a lidar aqui com um castigo, uma resposta da Natureza aos crimes perpetrados pelo homem desde a noite dos tempos contra a sua Mãe; a Terra. Depois destes sofrimentos, aqueles que forem salvos, a elite, conhecerá a Idade de Ouro, da harmonia e beleza ilimitada. Portanto, mantém a tua paz e a tua crença quando os tempos chegarem para o sofrimento e terror, porque está escrito que não cairá nem um cabelo da cabeça do justo. Não se desencorajem, sigam simplesmente o vosso trabalho de perfeição pessoal.

Não fazem uma pequena ideia da grandiosidade futura que vos espera!! Uma Nova Terra verá brevemente o dia. Dentro de algumas décadas o trabalho será menos exigente, e cada um de vós terá tempo para se consagrar às atividades espirituais, intelectuais e artísticas. A questão da comunicação entre o homem e a mulher será finalmente resolvida pela harmonia, tendo cada um a possibilidade de seguir as suas aspirações. Os relacionamentos dos casais atingirão o respeito recíproco e a estima. Os humanos viajarão através de diferentes planos do espaço e penetrarão no espaço intergalático. Eles estudarão o seu funcionamento e conseguirão conhecer rapidamente o Mundo Divino, para se fundirem com o Centro do Universo.

A Nova Era é a da sexta raça. A vossa predestinação é preparar-vos para ela, para recebê-la e vivê-la de boa vontade. A sexta raça edificar-se-á em torno da ideia de Fraternidade. Não haverá mais conflitos de interesses pessoais, a simples aspiração de cada um estará em conformidade com ele próprio e com a Lei do Amor.

A sexta raça será a do Amor. Um novo continente será formado por ela. Emergirá do Pacífico, de maneira que o Altíssimo possa finalmente estabelecer o Seu plano neste planeta. Os fundadores desta nova civilização, a que eu chamo a ‘Irmandade da Humanidade’ ou também os ‘Filhos do Amor’, serão inabaláveis para o bem e representarão um novo tipo de homens.

Os homens formarão uma família, como uma grande associação, e todas as pessoas representarão um órgão nessa associação. Na nova raça o Amor manifestar-se-á de uma forma perfeita, aquela que o homem hoje só tem uma vaga ideia. A Terra permanecerá ainda um terreno favorável à contenda, mas as forças das trevas baterão em retirada, e a Terra libertar-se-á delas.
 
Os humanos ao verem que não há outro caminho empreenderão o caminho da Nova Vida, o da salvação. No seu orgulho insensato, alguns desejam, numa derradeira esperança, continuar na terra uma vida que a Ordem Divina condena, mas cada um acabará por compreender que a direção do mundo afinal não lhes pertence.

Uma nova cultura verá a luz do dia, e permanecerá com três fundamentos principais: a elevação da mulher, a elevação do pacífico e humilde, e a proteção dos direitos do homem. A luz, o bem e a justiça triunfarão! É só uma questão de tempo! As religiões serão purificadas. Cada uma delas contém uma partícula dos Ensinamentos dos Mestres de Luz, embora obscurecida pelo incessante suprimento do desvio humano. Todos os crentes terão de se unir e estarem plenamente de acordo com um princípio: o da colocação do Amor como a base de toda a crença, qualquer que seja ela. Amor e Fraternidade serão a base comum!

A Terra será em breve varrida por extraordinárias ondas rápidas de Eletricidade Cósmica. Daqui a algumas décadas, seres que são maus e que desencaminham os outros não serão capazes de suportar a sua intensidade. Eles serão por isso absorvidos pelo Fogo Cósmico que consumirá a maldade que eles possuem. Então sentir-se-ão arrependidos porque está escrito que ‘toda a natureza animal glorificará a Deus’.
 
A nossa mãe, a Terra, livrar-se-á dos homens que não aceitam a Nova Vida. Ela os rejeitarão tal como a fruta estragada. Brevemente não serão capazes de reencarnar neste planeta, incluindo os criminosos. Somente aqueles que possuem Amor dentro deles permanecerão. Não haverá nenhum lugar na Terra que não esteja manchado de sangue humano ou de animal! Ela deverá portanto submeter-se a uma purificação. E será para que isso aconteça que certos continentes submergirão enquanto outros emergirão.

Os homens nem suspeitam dos perigos que os ameaçam. Eles continuam a perseguir objetivos fúteis e à procura de prazer. Ao contrário, os da sexta raça estarão conscientes da dignidade da sua função e respeito pela liberdade de cada um. Eles alimentar-se-ão exclusivamente de produtos do reino vegetal. As suas ideias terão o poder de circular livremente, tal como o ar e a luz dos nossos tempos. As palavras ‘Se não nasceres novamente’ aplicam-se à sexta raça. Ler o Capítulo 60 de Isaías que relata a chegada da sexta raça da Raça do Amor.

Depois das Tribulações, os homens cessarão de pecar e descobrirão outra vez o caminho da virtude. O clima do nosso planeta tornar-se-á moderado por toda a parte e as variações brutais não existirão mais. O ar tornar-se-á puro novamente, assim como a água. Os parasitas desaparecerão. Os homens lembrar-se-ão das suas encarnações anteriores e sentirão o prazer de observar que se tornaram finalmente libertos das suas condições anteriores. 

Da mesma forma em que se veem livres dos parasitas e das folhas mortas da videira, também os Seres evoluídos prosseguem na preparação dos homens para servir o Deus de Amor. Eles oferecem-lhes boas condições para o crescimento e para se desenvolverem, e para aqueles que querem escutá-los, eles dizem:
«Não tenham medo! Mais algum tempo e tudo estará regularizado, estais no bom caminho. Possa todo aquele que queira entrar no estudo da Nova Cultura, trabalhar conscientemente e preparar-se.»
 
Graças à ideia de Fraternidade, a Terra tornar-se-á um lugar abençoado, e isso não se fará esperar. Contudo, antes disso será enviado muito sofrimento de forma a despertar as consciências. Os pecados acumulados durante milhares de anos deverão ser redimidos. A onda ardente emanada do Altíssimo contribuirá para liquidar o Karma das pessoas. A liberação não poderá ser mais adiada. A humanidade deverá preparar-se para grandes provas que são inevitáveis e estão a chegar para por fim ao egoísmo.

Sob a Terra, algo extraordinário está a ser preparado. Uma revolução que é grandiosa e completamente inconcebível manifestar-se-á em breve na natureza. Deus decidiu revestir a Terra, e Ele fá-lo-á! Será o fim de uma época!! Uma nova ordem substituirá a velha, uma ordem na qual o Amor reinará na Terra.
Peter Deunov  



"Também conhecido pelo nome espiritual de Beinsa Douno, o Mestre Búlgaro Peter Deunov (1864-1944) foi um ser de elevado nível de consciência, e ao mesmo tempo um músico inigualável, que revelou durante toda a sua vida ser um exemplo de pureza, sabedoria, inteligência e criatividade. Ele estabeleceu-se durante muitos anos perto de Sófia onde viveu rodeado por um grande número de discípulos, tendo devido ao seu esplendor despertado a espiritualidade de milhares de almas, não só na Bulgária, como também no resto da Europa.

Alguns dias antes da sua partida para o outro mundo, estando em transe mediúnico profundo, fez uma profecia extraordinária, com respeito à época conturbada que estamos atualmente a atravessar, sobre o ‘fim dos tempos’ e a chegada de uma nova Idade de Ouro à humanidade. Estas palavras que acabamos de ler foram proferidas há 60 anos atrás".

EU SOU A LUZ DO MUNDO

"O sopro sopra onde quer"
Me segredou uma voz silente...
descansei os remos...
icei as velas da minha nau...
e as místicas auras do Infinito
enfunaram o alvejante velame...
Deixei-me levar pela suave veemência
dos sopros de Deus...
Deslizei, silencioso e veloz,
pela infinda vastidão dos oceanos cósmicos...
empunhando, firme, o leme da nau
rumo ao grande Além-de-dentro...
Era tão sonoro o silêncio que me cercava...
era tão luminosa a escuridão que me envolvia...
era tão transbordante a vida invisível que me animava...
era tão intensa a beatitude anônima
que cantava nas profundezas do meu ser...
transbordaram de pranto meus olhos...
se de tristeza, se de alegria...
se de pesar, se de prazer...
se de arrependimento, se de amor -
nada disto sei...
nada disto quero saber...
era, certamente, por tudo isto,
e por muito mais ainda...
Porque estuavam em mim os vulcões da Eternidade,
as crateras ígneas fo Infinito...
Corria o fluxo do meu pranto -
Porque eu sabia, finalmente,
o que era Deus...
o que era Eu...
Sabia que Deus estava em mim -
e que Eu estava em Deus...
e esse saber é terrificamente suave,
suavemente terrífico...
é terremoto, tempestade, incêndio de Pentecostes...
Aconteceu em mim o mais estupendo prodígio -
o meu encontro com Deus...
as núpcias misticas entre a branca Vestal de minha alma
e o divino Esposo...
Encarnara em mim o eterno Logos -
e eu vi a sua glória,
cheia de graça e verdade...
Acontecera em mim o Deus do Universo,
o Universo de Deus...
por isto, transbordaram os meus olhos
da plenitude de meu coração...
...
E a minha barquinha foi deslizando,
silenciosa e célere,
à suave veemência das auras de Deus...
e minha alma murmurava, em estático enlevo,
ditos indizíveis...

E desde esta noite mística,
em que levíssimas auras de Deus sucederam
ao pesado esforço do meu ego,
tudo que me era difícil me é fácil...
tudo que era amargo me é suave...
tudo que era escuro me é luminoso...
tudo que era pesado me é leve...
tudo que era lacrimoso me é sorridente...
Desde que te encontrei em mim, ó Deus!
Dede que me encontrei em ti, ó Mestre! 
..."E toda alma humana é crística por sua própria natureza."

Cristifica-me, pois, ó luz pura do Cristo
para que eu me torne em todas as minhas existências
o que sou em minha essência!
Que a divina pureza da luz cósmica que sou
me conserve puro em todas as impurezas terrenas!
Que a luz do amor me preserve de todas as trevas dos amores
e dos desamores!
Que a luz cósmica que sou eclipse todas as trevas que tenho...
Vivifique todas as minhas mortalidades...
embeleze toas as minhas fealdades...
alegre todas as minhas tristezas...
suavize todas as minhas amarguras...
sane em mim todas as enfermidades...
 
 "É ele (o Cristo) a luz verdadeira
que ilumina todo homem que vem a este mundo...
e os que recebem em si essa luz
recebem o poder de se tornarem filhos de Deus"



Por Huberto Rohden,  extraído do livro "A Voz do Silêncio