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terça-feira, 30 de junho de 2020

TUDO  ESTÁ  CERTO  COMO  ESTÁ


A existência é muito virtuosa. Mesmo que você encontre algo que você não consiga chamar de virtude, deve ser devido à sua incompreensão; de outra forma, a existência é absolutamente virtuosa. O que quer que aconteça aqui, sempre acontece corretamente. O errado nunca acontece. Pode parecer errado a você , porque você tem certas ideias do que é certo, mas quando você olha sem nenhum preconceito, nada está errado, tudo está certo.

O nascimento é correto, a morte é correta. A beleza é correta e a feiura é correta. Mas nossas mentes são pequenas, nossa compreensão é limitada; não podemos ver o todo, sempre vemos somente uma pequena parte. Somos como uma pessoa que está escondida atrás da porta, olhando a rua pelo buraco da fechadura. Ela sempre vê coisas... Sim, alguém está passando, um carro passa de repente... Num momento está ali, e num outro momento se foi para sempre. Eis como olhamos para a existência. Dizemos que algo está no futuro, então, entra no presente e, depois, foi para o passado.

Na verdade, o tempo é uma invenção humana. É sempre agora! A existência não conhece nenhum passado, nenhum futuro – ela só conhece o presente. Mas nós estamos postados atrás de um buraco de fechadura, olhando o lado de fora.

Nada é passado, nada é futuro – tudo é sempre presente. Mas nossos meios de ver são muito limitados.

Por isso continuamos a perguntar por que há sofrimento no mundo, por que há isto e aquilo... por quê? Se pudéssemos ver o todo, todos esses porquês desapareceriam. E para olhar para o todo, você terá de sair do seu quarto, terá de abrir a porta... terá de abandonar essa visão do buraco de fechadura.

É isto que é a mente: um buraco de fechadura, e é um buraco de fechadura bem pequeno. Comparado a este vasto universo, o que são os nossos olhos, ouvidos, mãos? O que eles podem alcançar? Nada de muita importância. E a esses frágeis fragmentos de verdade, ficamos muitíssimo agarrados.

Se você vir o todo, tudo é como deveria ser – eis o significado de "tudo está certo como está".

Osho, em The Dhammapada Vol 1
http://ventosdepaz.blogspot.com

"Seja qual for o conteúdo do momento, aceite-o como se o tivesse escolhido. Sempre trabalhe com ele, não contra ele. Torne-o seu amigo e aliado, não seu inimigo. Isso vai milagrosamente transformar toda a sua vida. A vida é agora. Nunca houve um momento em que a sua vida não fosse agora e nem nunca haverá. É necessário que as coisas acabem para que coisas novas aconteçam. Onde quer que você esteja, esteja por inteiro. Olhe para uma árvore, uma flor, uma planta. Deixe a sua atenção repousar nelas. Note como estão calmas, profundamente enraizadas no seu ser. Deixe que a natureza lhe ensine o que é a calma." (Eckhart Tolle)

segunda-feira, 29 de junho de 2020

S O B R E   O S   P R O B L E M A S

Clínica Médica e Terapêutica de Psico-Oncologia – Oncology 2020
Não permita que os problema se tornem seu sentido

Sempre é mais fácil abandonar os problemas do que resolvê-los. E sempre que você puder abandonar um problema, é melhor abandoná-lo que resolvê-lo, porque mesmo se você for bem sucedido na solução dele — o que é muito difícil — alguma coisa dele continuará em uma forma modificada.

Assim, a respeito de problemas, é preciso ser muito, muito específico. Primeira coisa: se você puder abandoná-los, deixá-los de lado, é melhor que resolvê-los. Se eles não puderem ser abandonados, somente então tente resolvê-los.

E a minha compreensão é de que se você estiver pronto para abandoná-los, noventa e nove por cento dos problemas poderão ser abandonados. Não há necessidade alguma de resolvê-los — eles não valem o esforço.

Se você viver muito tempo com os problemas, eles tendem a se tornar parte de seu ser. Então, uma parte de seu ser se agarra a eles e outra parte tenta resolvê-los — existe uma dicotomia. Então você se move para direções diametralmente opostas, porque uma parte tornou-se tão acostumada a eles que sem eles não será capaz de viver.

Eu conheci um casal. O marido era um alcoólatra e por quase quinze anos a esposa esteve continuamente brigando. Aquele era seu único problema. Ela veio a mim e disse: “Esse é o único problema. Se você puder resolvê-lo… E meu marido vem a você — ele é quase um discípulo seu. Ele é louco por você porque quando ele fica bêbado, ele só fala de você — nada mais! Por isso, ajude-me! Eu não desejo nenhuma iluminação,” disse a mulher, “Eu não quero paz alguma em minha mente. Se meu marido não ficar mais nesse estado louco, eu estarei perfeitamente feliz.”

Assim, eu falei com o marido: “Apenas por sete dias tente não beber e vamos ver o que acontece.” Por sete dias ele parou. Em primeiro lugar, a mulher nunca esperava por isso. Ela tinha falado sobre isso, mas não tinha expectativas. O investimento de quinze anos de repente se foi — nada mais havia para falar a respeito, nenhum motivo mais para brigar.

E não era apenas isso — o poder dela, a atitude dela que era ‘mais santa que ele’… De repente o marido não era mais aquele companheiro indecente, bêbado, e ela não podia puxá-lo para baixo repetidas vezes por todo o dia.

No sétimo dia eu fui à casa deles e perguntei: “Como você está se sentindo?” Ela disse: “Eu estou me sentindo triste. Isto é estranho — ele realmente parou! Mas eu estou me sentindo muito triste — como se todo o trabalho da minha vida tivesse se perdido. Agora eu não vejo razão pela qual eu devo viver. Aquilo havia se tornado um sentido para mim.”

É muito perigoso viver com problemas por muito tempo – eles se tornam o seu sentido. Assim, imediatamente, sempre que existir um problema, a primeira coisa é: se você puder, abandone-o.

Se você não puder abandoná-lo de maneira alguma, então resolva-o. O problema que não pode ser abandonado, merece ser resolvido e você crescerá através disso.

Osho
https://bibliotecaoshobrasil.wordpress.com


Sobre problemas – Krishnamurti


Olhe para o problema

Devemos, eu acho, olhar o problema como um todo, não uma parte particular desse problema, não como um segmento ou um fragmento dele, mas o problema total do viver, que inclui ir ao escritório, a família, amor, sexo, conflito, ambição e a compreensão do que é a morte e também se existe alguma coisa chamada Deus, ou verdade, ou que nome se dê. Devemos compreender a totalidade deste problema. Essa vai ser nossa dificuldade, porque estamos muito acostumados a agir e reagir a um dado problema e não a ver que todos os problemas humanos estão interligados. Assim parece que provocar uma revolução psicológica completa é muito mais importante do que uma revolução econômica ou social – desorganizar um estabelecimento particular, neste país ou na França, ou na Índia – porque o problema é muito mais profundo do que meramente se tornar um ativista, ou aderir a determinado grupo, ou retirar-se para um monastério para meditar, aprender Zen ou ioga.


Os problemas sobrecarregam a mente com o medo

Consciente ou inconscientemente nos recusamos a ver a essencialidade de estarmos passivamente cônscios porque realmente não queremos deixar nossos problemas; pois o que seríamos sem eles? Preferimos nos prender a algo que conhecemos, por mais doloroso, do que nos arriscarmos com algo que não sabemos aonde nos levará. Com os problemas, pelo menos, estamos familiarizados; mas o pensamento de ir ao encalço do criador deles, sem saber onde isso pode nos levar, cria medo e estupidez. A mente estaria perdida sem a preocupação com problemas, sejam eles mundiais ou domésticos, políticos ou pessoais, religiosos ou ideológicos; assim nossos problemas nos tornam triviais e limitados. Uma mente que está consumida com os problemas do mundo é tão trivial quanto a mente que se preocupa com o progresso espiritual que está fazendo. Os problemas sobrecarregam a mente com o medo, pois problemas fortalecem o ego, o “eu” e o “meu”. Sem problemas, sem façanhas e fracassos, o ego não existe.



Toda fuga gera mais problemas

O simples desejo de resolver um problema é uma fuga do problema, não é? Eu não examinei o problema, não o estudei, não o explorei, não o entendi. Não conheço a beleza ou a feiura ou a profundidade do problema; minha única preocupação é resolvê-lo, afastá-lo. Esta urgência para resolver um problema sem o ter compreendido é uma fuga do problema e, assim, se torna outro problema. Toda fuga gera mais problemas.


https://tudopositivo.wordpress.com

domingo, 28 de junho de 2020

NOSSA PERMISSÃO É NECESSÁRIA
PARA QUE A LIBERDADE DESPERTE
 

O Segredo Não tão Secreto Sobre o Caminho para a Liberdade ...

O caminho evolutivo vai se estreitando à medida que é trilhado e traz ao indivíduo provas cada vez mais sutis. Quando elas se apresentam, o caminhante pode sentir-se agraciado, pois é sinal de que ele será elevado a outro plano de consciência.

Os que estão conseguindo contatar níveis superiores de consciência são os que estão desenvolvendo o consciente direito após terem entregado o livre-arbítrio à sua própria Alma, ao seu Eu Superior. Entregar o livre-arbítrio não significa tornar-se um autômato nas mãos de forças estranhas, mas sim deixar de viver às cegas.

Quando o homem faz suas escolhas baseado em experiências que acumulou, não pode saber que direção está tomando. Mas quando entrega seu livre-arbítrio, renuncia a andar às escuras e dá início a outro tipo de caminho: o do conhecimento das leis evolutivas superiores, emanadas do Cosmos, não da mente humana.

Os que fizeram essa renúncia e aspiram a servir entram em novos padrões de conduta, o que os leva a usarem todo o seu tempo (até suas horas livres) em benefício de tarefas inseridas em um vasto Plano Evolutivo que gradualmente vão conhecendo. A renúncia e o serviço são básicos para que os demais aspectos desse plano lhes sejam pouco a pouco apresentados.

Alguns procuram chegar a essa disciplina e aspiração, mas usam o próprio tempo em benefício de si mesmos ou daqueles que lhes estão coligados por diferentes tipos de laços terrenos. Um dos passos que precisam dar, segundo os novos padrões planetários, é ocuparem-se primordialmente do serviço incondicional ao Plano Evolutivo, independentemente de preferências por pessoas, conceitos, dogmas, raças ou situações.

Fará parte da nova vida que se instalará sobre o planeta a entrada do homem em um estado de energia mais pura que lhe dará mais liberdade de agir. Essa liberdade já está à disposição de alguns de nós e neste momento cíclico já se podem encontrar os meios para alcançá-la. Os que optam por ela buscam orientar sua vida através do conhecimento das leis cósmicas que regem o Universo.

Como se sabe, as águas dormem enquanto não são movidas. Analogamente, é necessário darmos permissão para que a nossa liberdade interior desperte e viva não apenas no profundo do ser, mas se expresse também externamente.

A primeira Lei que rege o Cosmos em toda a sua dimensão e extensão infinita é a Lei do Amor. Dela emanam outras Leis Cósmicas, como as que governam as galáxias e os planetas. Emanam segundo o Plano Evolutivo dos Universos, elaborado para que as etapas se desenvolvam em cada planeta segundo a conjuntura em que ele se encontra.

“Sois merecedores quando entregais algo e, se nada entregais, menos ainda recebeis”. Esta Lei também é aplicável a todos os planos e a todas as escalas evolutivas. Sem ela não poderiam reger-se nem aplicar-se as outras. O Cosmos dá quando existe em seus filhos, sincera e autêntica entrega. Seja qual for nossa escala ou etapa evolutiva, do seio do Cosmos será vertida sobre todos nós uma graça especial.

Se cumprirmos a Lei do Amor, a Lei Primeira, tudo o mais teremos em acréscimo. Se com amor aceitarmos a Lei da própria força que nos elevará espiritualmente, ingressaremos na escala ascendente que nos aguarda. O Amor tudo pode.

José Trigueirinho Netto 
https://www.otempo.com.br

sexta-feira, 26 de junho de 2020

TORNE A SUA VIDA UMA DÁDIVA

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa: POESIA: PEDRA E CAMINHO 

Seja uma luz para o mundo, e não lhe cause danos. Tente construir, não destruir.

Busque apenas a Divindade. Fale apenas a verdade. Aja apenas com amor.

Cumpra a Lei do Amor agora e para sempre. Dê tudo e não necessite de coisa alguma. Evite o que é mundano. Não aceite o inaceitável.

Ensine a todos que desejarem aprender sobre Mim.

Torne cada momento de sua vida uma explosão de amor.

Use todos os momentos para ter o pensamento mais elevado, dizer a palavra mais nobre e realizar o ato superior. Com isso, glorifique o seu Eu Sagrado e, portanto, a Mim.

Traga paz para a terra trazendo paz para todas as vidas que você toca.

Seja paz.

Sinta e expresse em todos os momentos a sua Conexão Divina com o Todo, e com todas as pessoas e coisas, e todos os lugares.

Aceite todas as circunstâncias, reconheça todas as falhas, partilhe todas as alegrias, contemple todos os mistérios, caminhe com os pés de todos os homens, perdoe todas as ofensas (inclusive as suas próprias) e console todos os corações. Respeite a verdade de todos, adore o Deus de todos, garanta os direitos de todos, preserve a dignidade de todos, defenda os interesses de todos, satisfaça as necessidades de todos, presuma a santidade de todos, mostre os maiores dons de todos, produza as bênçãos e anuncie o futuro de todos — seguro do amor de Deus. Seja um exemplo vivo da Verdade Maior que há dentro de você. Seja humilde, para ninguém confundir a sua Verdade Maior com vanglória.

Fale suavemente para ninguém achar que você está apenas tentando chamar atenção.

Fale gentilmente o que todos poderiam saber sobre o Amor.

Fale abertamente para ninguém achar que você tem algo a esconder.

Fale francamente para não ser mal compreendido.

Fale frequentemente para que suas palavras possam ser realmente ouvidas.

Fale respeitosamente para que ninguém seja insultado. Fale amorosamente para que cada sílaba possa curar. Fale de Mim de todos os modos.

Torne a sua vida uma dádiva. Lembre-se sempre de que você é a dádiva!

Seja uma dádiva para todos que entram em sua vida, e para todos em cuja vida você entra. Tenha o cuidado de não entrar na vida de uma pessoa se não puder ser uma dádiva para ela.

Quando alguém entra em sua vida inesperadamente, procure a dádiva que essa pessoa veio receber de você.

Todas as pessoas que já entraram em sua vida o fizeram para receber uma dádiva sua. Ao fazerem isso, oferecem dádiva a você — a dádiva de experimentar Quem Você É.

Quando se der conta dessa simples verdade, quando compreendê-la, descobrirá a maior verdade de todas: Eu só lhe enviei anjos.

 
Neale Donald Walsch
http://mara-mariangela.blogspot.com
 
COMO PASSAR CONSCIENTEMENTE
PARA O OUTRO LADO DA VIDA



Quando a alma retira-se de seus corpos temporários, ou seja, dos corpos físico, emocional e mental pensante, passa por um processo que pode ser um ponto de partida para outras experiências. Em primeiro lugar, restitui ao reservatório planetário geral das substâncias o corpo físico que ocupou durante o período em que esteve vivendo sobre a Terra. Em seguida, passa por uma fase em que enfoca sua consciência nos níveis internos e supramentais de seu ser, cuidando de desprender-se o mais possível da tríplice matéria humana que lhe resta, formada pelos corpos etérico, emocional e mental pensante. Numa terceira fase do “morrer”, a alma já está liberada da influência direta de algumas características psíquicas terrenas, e pode então fundir-se com núcleos ainda mais profundos. Retorna, pois, à nítida consciência da Totalidade, de onde partiu quando veio à encarnação.

Assim, nossa relação com a “morte” e a “vida” se dará num nível de compreensão bem mais amplo e real, e com naturalidade assistiremos partirem para outras dimensões os que concluíram seu ciclo de vivências na densidade psicológica ou formal da Terra.

Diante da “morte” fica-se extasiado. É como se a experiência fosse inteiramente nova, como se já não tivéssemos passado por ela centenas de vezes, ao final de cada encarnação. Eis o que todos sentem nos momentos de abandonar o corpo físico; não existem repetições, e cada um de nós é único e o mais querido filho de Deus.

Quando entramos no longo corredor, ou túnel, não sabemos aonde ele nos conduz, e teremos de atravessá-lo sozinhos. Ninguém pode nos acompanhar nessa experiência, ainda que desencarne ao nosso lado, ao mesmo tempo, e até nas mesmas circunstâncias. Cada um precisa viver esse trecho da vida individualmente sem nada carregar consigo. Conceitos, expectativas, informações, pessoas, posses, tudo fica para trás – nada deste mundo nos acompanha.

A experiência interior apresenta-se independente de tudo e de todos. Aprendemos isso naqueles últimos momentos da encarnação terrestre, quando sentimos uma “solidão” especial. Mas, é possível prepararmo-nos para eles no decorrer da vida aqui na Terra. Assim, diante da “morte” nossa entrega poderá ser total, o que muito facilitará o processo do nosso desligamento do corpo físico e, mais tarde, dos corpos sutis: etérico, emocional e mental. Tal desligamento é que teremos o privilégio de experimentar, pois todo homem tem o direito de sentir essa liberdade última.

Não é um alívio de momentos apenas, como o que se vive durante a meditação, mas uma liberdade que se instala na vida, eternamente, sem depender de êxtases e de momentos místicos, pois na “morte” se está fora do cérebro físico e, portanto, com muito menos condicionamentos.

Após a saída do túnel advêm fatos incríveis, para depois atingirmos essa completa liberação.
 
Quando se desce para a encarnação, “morre-se” para uma vida mais ampla, consciente e livre. Esquecemo-nos pouco a pouco de nossa origem cósmica à medida que passamos a nos identificar com os corpos materiais nos quais entramos e com a substância mais densa em geral. Isso que, em certo sentido, pode ser considerado “morte” é, no entanto, nos níveis psicológicos e terrenos, comemorado como “nascimento”. Quando no final da encarnação, “renascemos” nos níveis sutis, aqui chora-se nossa “morte”.

José Trigueirinho Netto
https://www.otempo.com.br 



"A verdadeira questão não é se há vida antes da morte. A verdadeira questão é se você está vivo antes da morte. Cada pessoa vem a este mundo com um destino específico - tem algo que conseguir, tem que enviar uma mensagem, deve completar algum trabalho. Ninguém está aqui por acidente, você está aqui de forma significativa. Há um propósito atrás de você.  A verdade não é algo do lado de fora para ser descoberto, é algo dentro a ser alcançada". Osho está profundamente correto. Ele ainda acrescenta: "Certa escuridão é necessária para ver as estrelas". Parece que só podemos entender a morte quando tudo que pensamos saber a seu respeito desaparecer na escuridão da noite, talvez, dessa forma, possamos compreender porque morremos.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

A   R I Q U E Z A   D O   S I L Ê N C I O

A contemplação é para todos?

"O silêncio é a grande revelação", disse Lao-tsé.

Estamos acostumados a considerar as Escrituras como a revelação de Deus. E assim é. Em suma, gostaria que você, neste momento, descubra a revelação que o silêncio traz. Para receber a revelação da Escritura, você precisa se aproximar dela; Para entender a revelação do silêncio, você deve primeiro alcançar o silêncio. E essa não é uma tarefa fácil, vamos tentar este exercício.

Deixe que cada um de vocês encontre uma postura confortável e feche os olhos

Vou convidar você para ficar em silêncio por dez minutos. Você tentará, em primeiro lugar, fazer o silêncio, o silêncio mais total, tanto no coração quanto na mente.

Quando você tiver sucesso, estará aberto à revelação que o silêncio traz.

No final dos dez minutos, eu o convido a abrir os olhos e compartilhar com os demais, se desejar, o que você fez e experimentou durante esse período.

Para compartilhar com o resto o que você fez e o que aconteceu com você, que cada um conte as tentativas que fez para alcançar o silêncio e até que ponto ele o alcançou. Que ele descreva esse silêncio, se ele é capaz. Deixe-o contar algo do que ele pensou e sentiu durante este exercício.

As experiências das pessoas que se submetem a esse exercício são infinitamente variadas. Muitos descobrem, para sua surpresa, que o silêncio é algo a que não estão acostumados. O que quer que você faça, você é incapaz de parar a constante perambulação da sua mente e reprimir o alvoroço emocional que sente dentro do seu coração. Outros, pelo contrário, sentem-se próximos das fronteiras do silêncio. Nesse momento eles entram em pânico e fogem. O silêncio pode ser uma experiência aterradora.

Ainda assim, não há razão para desanimar. Mesmo esses pensamentos loucos podem ser uma revelação. Não é uma revelação sobre si mesmo que sua mente divaga? Mas saber que não é suficiente. Você deve parar e experimentar essa perambulação. O tipo de dispersão em que sua mente está imersa, não é reveladora?

Nesse processo, há algo que pode encorajá-lo: o fato de você estar ciente de sua dispersão mental, seu tumulto interno ou sua incapacidade de alcançar o silêncio mostra que você tem dentro de você pelo menos um pequeno grau de silêncio, o grau de silêncio. o suficiente para perceber tudo isso.

Feche os olhos novamente e perceba a sua mente dispersa por dois minutos ... Sinta agora o silêncio que lhe permite tomar consciência da dispersão da sua mente ...

Você tem que construir o silêncio mínimo que você tem dentro de você. À medida que cresce, ele revela cada vez mais sobre si mesmo a você. Esta é sua primeira revelação: sua própria identidade. Nesta revelação, e através dela, você alcançará coisas que o dinheiro não pode comprar, como sabedoria, serenidade, alegria, Deus.

Para alcançar essas realidades que não podem ser precificadas, não basta refletir, falar, discutir. É necessário agir. Vá direto ao assunto agora.

Fecha os olhos. Procure silêncio por mais cinco minutos.

Ao terminar este exercício, tente ver se os esforços que você fez nos últimos minutos foram mais ou menos positivos do que os anteriores.
 
Veja se o silêncio lhe revelou agora algo que você não havia percebido anteriormente.
 
Não finja encontrar algo sensacional na revelação que o silêncio lhe dá: luzes, inspirações, perspectivas. Apenas assista. Tente coletar tudo o que vem à sua consciência. Tudo, mesmo que seja trivial e comum, o que é revelado a você. Talvez toda a revelação se deva a perceber que suas mãos estão molhadas, fazendo você mudar de postura ou percebendo que está preocupado com sua saúde. Não importa. É realmente valioso que você tenha percebido tudo isso. A qualidade da sua consciência é mais importante que o seu conteúdo. À medida que a qualidade melhorar, seu silêncio ficará mais profundo. E à medida que seu silêncio se aprofunda, você experimentará uma mudança. E você descobrirá, para sua satisfação, que revelação não é conhecimento racional.

Revelação é poder; um poder misterioso que se transforma.

Anthony de Mello em Sadhana, uma maneira de orar.
https://www.facebook.com 

Não expressar nossa opinião é a melhor atitude - palavras produzem eco e podem perdurar por muito tempo. Geralmente as pessoas que nos rodeiam estão mais sensíveis as nossas opiniões, opiniões que reverberam quase sempre a nossa própria visão - somos como espelhos refletimos e recebemos do outro nosso próprio reflexo e quando entendemos isso fazemos menos ruído. É por isso que o silêncio é um grande companheiro e atuar como testemunha da vida é existir como um receptáculo da sabedoria divina. Ainda não consegui ser silencioso e tenho recebido as consequências nefastas das minhas palavras. Creio que nos aproximamos de uma nova etapa, na qual a humanidade abandonará o emprego da palavra. As pessoas que compreenderam isso são silenciosas, apenas ouvem, não produzem reflexo, não das palavras proferidas, pois elas o atravessam e seguem sua jornada. Dizem os nossos irmãos maiores que estamos aqui para fazer a experiência dos atributos divinos, então já deveríamos ter compreendido que o emprego exagerado da palavra pode provocar distorções, assim como a imagem ao refletir-se na água. Como afirmou Anthony de Mello: "A qualidade da sua consciência é mais importante que o seu conteúdo. À medida que a qualidade melhorar, seu silêncio ficará mais profundo. E à medida que seu silêncio se aprofunda, você experimentará uma mudança". Nós necessitamos dessa mudança, muito!


quarta-feira, 24 de junho de 2020

DARUMA, O GATO E A CONCHA

Daisy Flores blancas Stock de Foto gratis - Public Domain Pictures
 Última Parte


Solidificar-se num Buda está errado;
Penso mais desse modo
Quando olho para um Buda de pedra.


Toda rigidez é ego.

Um Buda precisa ser como uma flor – infinitamente sensível e aberto.

Por ter visto a futilidade da vida, agora não há medo. Ele viu detalhadamente todos os sonhos; ele olhou, refletiu sobre eles, e foi além deles. O Único sinal de um Buda é sua suavidade, sua delicadeza, sua completa delicadeza.

Minha ênfase é que você deveria ser suave, aberto, feminino, como uma flor, fluindo. Quando mais fluido você for, mais sensível, vivo e mais poderá estar aqui e agora.

E estar realmente aqui e agora é ser realmente um ser desperto, consciente.

E o estado consciente não é uma espécie de endurecimento. Portanto, sempre que você encontrar alguém endurecido, um santo absolutamente rígido, saiba bem que aquele é um lugar errado para se estar.
Procure pela suavidade, pelo amor, pela compaixão, pois de uma pessoa enrijecida somente a violência pode surgir.

E algumas vezes acontece: a pessoa pode acreditar na não violência, mas de uma pessoa enrijecida somente a violência é possível, a não violência é impossível.

Uma pessoa realmente desperta não é rígida nem congelada. Ela derreteu, o gelo desapareceu em água. E finalmente a água desapareceu em vapor.

Lembre-se desse verso, pois você está aqui em busca do despertar da consciência; é por isso que você está aqui ao meu redor. Do contrário, não teria nenhuma razão de você estar aqui.

Sabendo ou não, deliberada ou acidentalmente, mas você está aqui pelo único propósito de se tornar um ser desperto. Então não fique endurecido.

É por isso que você deve cantar, dançar, celebrar, amar.

Nossa ênfase é apenas para mantê-lo fluindo, dissolvido.

O ego deseja se congelar, ele pode existir somente se você for rígido, e desaparece se você se dissolver. Portanto, tudo que o que ajuda o dissolver-se é bom e tudo o que ajuda o endurecer-se é ruim.

Fique alerta, pois é muito fácil se congelar num certo padrão, num certo caráter. Viver sem caráter, dissolvido, é muito difícil -, porém este é o desafio real.

Uma pessoa real aceita este desafio: “Não criarei um caráter, viverei momento a momento, sem um caráter, a partir de minha perceptividade, e não a partir de minha moral.

Uma pessoa que vive através da moral se torna enrijecida e que vive a partir da perceptividade se torna suave. Por quê? Porque uma pessoa que tem certas ideias sobre como viver naturalmente fica rígida. Ela precisa continuamente carregar seu caráter em volta de si.

O caráter é como uma armadura, sua proteção e segurança; toda a sua vida é investida naquele caráter. E ela sempre reage a situação através do caráter, e não diretamente.

Se você lhe fizer uma pergunta, sua resposta já está pronta. Este é o sinal de uma pessoa endurecida – ela é obtusa, estúpida, mecânica.

A pessoa real age espontaneamente. Se você lhe fizer uma pergunta, obtém uma resposta, não uma reação.
Todas as suas respostas são espontâneas. Ela não vive de acordo com uma ideologia; ela simplesmente vive sem nenhuma ideologia – como um rio.

Um rio não carrega um guia, um mapa. Ele não sabe onde está o oceano – apenas um vago anseio pelo oceano é suficiente. Então ele começa a se mover e, lentamente, encontra seu caminho.

Algumas vezes indo para o norte, outras para o sul, outras para o leste, outras para oeste... Em ziguezague. Ele não é co o um trilho de estrada de ferro – rígido. Cada momento decide.

Você já ouviu dizer que algum rio perdeu o oceano? E sem guias, sem mapas... Um milagre que nenhum rio jamais deixou de conseguir! Nenhum rio pode deixar de conseguir isso.

A consciência é um rio. Não carregue livros de orientação, não seja um Hindu, um Muçulmano, um Cristão... Eles estão carregando guias.

Simplesmente se mova lentamente, espontaneamente, alerta, sensível, vivo a cada momento, totalmente vivo – pois não há amanhã, não há o próximo momento.

Dessa maneira, a pessoa chega em casa um dia, ela se evapora, desaparece. Este é o dia em que a pessoa chega.

Seu desaparecimento é o começo do real aparecimento em você. Lembre-se disso; esta é uma das coisas mais importantes a se lembrar.

Nunca se torne um santo, obtuso e morto. Seja vivo, torne-se inocente de todos os caracteres, ideologias e ideias perfeccionistas.

A pessoa perfeccionista fatalmente fica neurótica, e todas as pessoas enrijecidas são neuróticas. Somente as pessoas flexíveis são divinas – quanto mais flexíveis, mais divinas. Não esqueçam que estou falando a nível mental.

É por isso que as pessoas não podem ver ou pegar Deus, pois ele é tão flexível, tão flexível que é invisível.Vocês podem se tornar deuses, mas não podem vê-lo ou tocá-lo.

Osho
http://blogdoosho.blogspot.com

O  S  H  O     Z  E  N     T  A  R  O  T

Osho Zen Tarot - 16. Arcano Maior ― Relâmpago | Arcanos maiores ... 

O que a meditação faz lentamente, um forte brado do mestre, inesperado, na situação em que o discípulo está fazendo uma pergunta e o mestre pula e grita, ou lhe dá um golpe firme, ou o atira porta afora, ou salta sobre ele… Tais métodos não eram conhecidos. Foi simplesmente a genialidade muito criativa de Ma Tzu, e ele levou muitas pessoas à iluminação. Algumas vezes parece hilariante: ele jogou um homem pela janela de um prédio de dois andares, e o homem só havia ido perguntar-lhe sobre o que meditar. Ma Tzu não apenas o atirou como saltou em seguida, caiu por cima dele, sentou-se no seu peito e perguntou: “Entendeu?” O pobre sujeito respondeu “Sim”, porque se dissesse “Não”, o mestre seria capaz de bater nele, ou de fazer qualquer outra coisa. Aquilo já era o bastante – seu corpo estava arrebentado e Ma Tzu, sentado no seu peito, perguntando: “Entendeu?” De fato ele entendeu, e justamente por aquilo ter sido tão repentino, inesperado; ele nunca poderia ter imaginado uma coisa daquelas. (Osho Isan: No Footprints in the Blue Sky)

 
Comentário:
 
A figura mostra uma torre sendo queimada, destruída, explodida. Um homem e uma mulher se atiram dela, não por quererem isso, mas porque não há escolha. No fundo, aparece uma figura transparente, meditativa, representando a consciência que a tudo assiste. Talvez você esteja se sentindo muito abalado neste exato momento, como se a terra tremesse sob seus pés. O seu sentido de segurança está sendo desafiado, e a tendência natural é tentar segurar-se em tudo que estiver ao seu alcance. Esse terremoto interior, porém, é tanto necessário quanto tremendamente importante – se você aceitar que ele aconteça, você emergirá dos escombros mais forte e mais disponível a novas experiências. Depois do incêndio, a terra é repovoada; após a tempestade o ar apresenta-se limpo. Tente assistir à destruição com desprendimento, quase como se isso estivesse acontecendo com uma outra pessoa. Diga “sim” ao processo ao encontrá-lo a meio caminho.
 

O Tarot Zen de Osho não é um Tarô tradicional no sentido de lidar com predições. Ele espelha o momento presente, sem julgamento ou comparação. Ele é um chamado para o despertar, para sintonizarmos a sensibilidade, a intuição, a compaixão, a receptividade, a coragem e a individualidade.

https://oshoemportugues.wordpress.com 
 
DARUMA, O GATO E A CONCHA

Por que as folhas caem no outono? 
Parte IV

Embora não preguemos a doutrina,
Sem perguntar, as flores desabrocham 
na primavera,
Caem e se dispersam,
E viram poeira.

A suprema verdade não pode ser pregada. Ela pode ser mostrada, mas não dita; ela pode ser indicada. E ela está em todos os lugares! Ela está acontecendo ao nosso redor.
 
A folha morta e amarela que cai da árvore é o sermão – o sermão sobre toda a vida, sobre a morte.
 
As gotas de orvalho desaparecem na manhã, evaporam ao sol – um sermão sobre a vida!
 
É assim que a vida desaparece. Não fique muito apegado a ela, não fique possessivo em relação a ela. Isso também vai acontecer a você – você nada mais é do que gotas de orvalho sobre a grama.
 
Você já viu uma gota de orvalho deslizando na grama... Movendo-se, movendo, movendo e indo embora? Mahavira usou exatamente esta metáfora.
 
A vida é isto: uma gota de orvalho sobre a grama, escorregando muito lentamente. Num momento ela estava presente; no outro, se foi. Num momento estávamos aqui; no outro, partimos.
 
E por esse simples momento, quanto estardalhaço fazemos – quanta violência, ambição, luta, conflito, raiva, ódio. Apenas por esse pequeno momento!
 
Apenas aguardando o trem na sala de espera da estação, tentando possuir, mandar, dominar – toda essa política.
 
Então o trem vem e você se vai para sempre. E você jamais será ouvido ou visto de novo. E você nunca mais verá aquelas pessoas com quem estava brigando, ou a mulher que você tentou possuir, ou o homem que você aborreceu até a morte.
 
Perceba isso... O Budismo é Simplesmente um esforço para decifrar a vida como ela é. Simplesmente abre o livro da vida para você ler – e ele está em todos os lugares!
 
As flores desabrocham num momento; num outro, elas se vão, se transformam em poeira... Desaparecem.
 
Nós chegamos à terra, a primavera vem e florescemos, e então partimos, e a poeira é deixada para trás. E todo o palavrório, as infelicidades, as agonias... Sofremos desnecessariamente.
 
Todos aqueles pesadelos de derrota e vitória, de fracasso e sucesso, todo aquele tumulto... Por absolutamente nenhum propósito.
 
Buda diz: “Olhe para a vida Ela está em cada grama e em cada estrela”.
 
Perceba... A vida é tão momentânea, e a morte vem, inevitavelmente. Ao perceber isso, como você pode se tornar possessivo, invejoso, orientado pelo dinheiro, mesquinho ou continuar a matar o outro?
 
Perceber isso será uma transformação. A vida é tão momentânea... Um silêncio descerá de repente, e não um silêncio praticado.
 
Não há necessidade de praticar. Apenas ao perceber esse ponto, um silêncio descerá sobre você, uma paz surgirá em você.
 
Neste mesmo momento de silêncio e paz, você será capaz de perceber, seus olhos ficarão límpidos.


Nascemos, morremos.
Tudo é igual,
Shakamuni - Buda, Daruma,
O gato e a concha.


Perceba... Nascemos, morremos. Tudo é igual. A grande democracia da morte; tudo é igual. A morte é absolutamente comunista.
 
A vida diferencia – a morte, nunca. A vida torna as pessoas diferentes; a morte as torna uma unidade, semelhantes. A vida depende de fronteiras, distinções, definições; a morte vem e apaga tudo.
 
Nascemos, morremos. Tudo é igual. E não há diferença. Shakamuni - Buda, Daruma, o gato e a concha, tudo similar. Não há diferença. Um cachorro morre, ou Buda, e não há diferença.
 
Perceba esta penetração da morte. Ela leva tudo embora – então por que se apegar? Qual o sentido em se apegar? Se a morte vai levar tudo embora, por que não se desapegar por conta própria?
 
Neste desapego, você será capaz de perceber algo que é de um valor absoluto. Se você desapegar de tudo – do corpo, da mente, da propriedade, da terra, da companheira, dos filhos, do país, da religião, da igreja -, se você se desapegar de tudo, então o que sobra para a morte tirar? Você próprio os abandonou, por conta própria. Então, o que sobra para a morte? Não sobra nada.
 
Este morrer, morrer para tudo, este desapego, é o significado de sannyas, de renúncia.
 
Então nada é deixado para a morte – você já abandonou. Nenhum trabalho restou para ela – você a conquistou.. Agora a morte não pode tirar nada de você. Tudo que ela poderia tirar já foi renunciado.
 
Agora, o que sobra em você? Somente uma testemunha, uma perceptividade silenciosa - não contaminada pelas posses, pelos desejos, pelos anseios.

Essa perceptividade é o estado búdico, é a experiência suprema. E somente esta perceptividade é o que todos estamos procurando, mas procurando em caminhos errados.

Osho 
http://blogdoosho.blogspot.com