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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

O PAI EM MIM - 
A ESSÊNCIA ÚNICA QUE EU SOU - 
FAZ AS OBRAS
 
 
Todas as discórdias e mazelas do mundo vêm do sentido pessoal do "eu", do sentido de que "eu" sou a fonte, ou "eu", sou o doador, ou "eu sou isto ou aquilo.

Mas "eu"- essa existência que acredita estar separada e individualizada - não sou nada por mim mesmo, o Pai - A ESSÊNCIA ÚNICA INFINITA - A FONTE ÚNICA - é o que Eu Sou, e "eu" sou apenas instrumento para o Pai, o instrumento da glória do Pai, o instrumento da vida do Pai, a lâmpada através da qual brilha Sua Luz.

"Alegre-se, pois seu nome está escrito no céu".

"Alegre-se, pois sua consciência celeste despertou".
Se o Espírito segura sua mão e começa a escrever, se o Espírito se apodera de sua voz e o faz cantar, siga-O.

Continue vivendo sua vida rotineira, mas desde manhã até a noite até de manhã, lembre-se de reconhecer que o Invisível Infinito que está criando a harmonia, a alegria, a paz e a prosperidade da experiência visível.

Persistindo nessa prática, você sentirá e saberá:

Eu não vivo pelo alimento:
eu não vivo só de pão.
Há outro poder agindo em mim.
Alguém está fazendo o trabalho,
eu não planejo, não faço e nem mesmo penso nisso conscientemente.
Um Poder maior do que eu é responsável por isso.
Eu tenho carne para comer que vós não conheceis [...].
Eu tenho o pão, a água, o vinho.
Eu sou a ressurreição.
Todo Poder de Cura,
de redenção e de regeneração
está dentro de mim.

Esse é o ensinamento transcendental de Jesus.

Como seres humanos, depositamos nossa confiança em pessoas e coisas, instrução, dinheiro, títulos ou investimentos.

O homem que tem o seu Ser em Cristo - PAI - NA ESSÊNCIA ÚNICA - coloca toda sua confiança no Espírito e confia que Ele traga tudo o que é necessário ao mundo.

Sempre que confrontado com alguma necessidade ou desejo, percebamos que somente o Espírito nos satisfaz, e que Ele - a ESSÊNCIA ÚNICA - é a Lei por trás de qualquer desejo. Continuemos com nossa missão, seja ela qual for, seguindo as diretrizes necessárias.

Isso é viver uma vida normal, natural, mas deixando que o Espírito, o Invisível Infinito, seja a sua Lei, Substância, causa e harmoniosa sustentação no Eterno Agora.

Em suma, não mudemos nosso atual modo de vida a não ser que o Espírito- ESSÊNCIA ÚNICA, em si, nos toque e nos direcione para uma nova atividade.

Há um poder nos governando, cuidando, protegendo, mantendo e sustentando.

Podemos continuar a atuar no mundo dos negócios, na política ou em casa, mas conscientes da influência sustentadora que nos precede e aplaina os lugares tortuosos.

O sentido pessoal de responsabilidade e o medo do que alguém possa nos fazer desaparecem:

Eu dentro de mim é poderoso,
Eu vai à minha frente
para aplainar os lugares tortuosos,
Eu está comigo em águas profundas,
Eu está ao meu lado na fornalha ardente.

É a lembrança consciente desse Eu, a natureza infinita do ser individual, que deve ser continuamente praticada.

A satisfação só aparece quando você e eu conseguimos abandonar o sentido pessoal de nós mesmos, a fim que de que Deus possa se realizar.

Fiquemos sempre atentos para evitar a presunção de que Deus está nos preenchendo, fazendo algo por nós ou para nós.

A realização Espiritual significa Deus preenchendo a Si mesmo, cumprindo Seu destino.

Deixe Deus ser a única Presença, deixe-o ser Único poder, deixe-O ser a luz.

"Levanta-te, resplandecer, porque tua luz chegou a glória do Senhor nasceu sobre ti".
 
A Glória de Deus - A PERFEIÇÃO ABSOLUTA - brilha eternamente como ser individual infinito.
 
 
Joel S. Goldsmith
http://meditacaocristica.blogspot.com
 
        

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A ÚLTIMA CEIA
 
 
Depois do último cálice de vinho com água, prescrito pelo ritual da ceia pascal, era costume dos israelitas, após a celebração do cordeiro pascal, conservarem-se ainda reunidos em derredor da mesa.
 
Referem os evangelistas:
 
“Quando eles estavam à mesa, tomou Jesus o pão, partiu-o, benzeu-o e deu-o a seus discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo, que é entregue por vós. Da mesma forma tomou o cálice, benzeu-o e deu-o a seus discípulos, dizendo: Tomai e bebei dele todos, porque isto é o sangue do Novo Testamento, que é derramado por vós e pelos muitos, em remoção de erros. Fazei isto em memória de mim.”
 
Jesus traça um paralelo entre o que acontece com o alimento material (pão e vinho) quando ingerido e assimilado pelo homem — o alimento espiritual que ele estava oferecendo à humanidade, nesses dias. Assim como o alimento material, para ser vitalizado por nós tem de ser primeiramente destruído (morto), e só depois disto ressurge em nossas veias como força vital – assim deve também a vida física de Jesus ser destruída a fim de poder ser assimilada pela alma, na forma invisível do Cristo.
 
Em ambos os casos — tanto no símbolo material como no simbolizado espiritual — há uma espécie de morte e uma ressurreição.
 
A chamada Eucaristia é, pois, uma parábola biológico-mística, que deve ser entendida neste sentido, isto é, espiritual e simbolicamente, segundo a advertência do Mestre: “O espírito é que dá vida, a carne de nada vale”.
 
Em toda esta parábola simbólica, frisa Jesus que ele deve substituir os erros antigos de derramar o sangue físico de um cordeiro para anular pecados; este, porém, é o sangue simbólico do Novo Testamento para remoção dos erros do Antigo Testamento; o amor espiritual substitui a morte material.
 
Nenhum dos 12 discípulos entendeu que comungava o corpo e o sangue real do Mestre — tanto assim que, logo depois, cometeram os maiores pecados; o suposto neo-comungante Judas consumou o plano da traição; Pedro negou o Mestre três vezes, jurando que não era discípulo dele; os restantes fugiram covardemente.
 
Na última ceia, os discípulos receberam os símbolos materiais de Jesus, mas no Pentecostes comungaram o simbolizado espiritual, o próprio Cristo, e repletos de heroísmo divino, o proclamaram ao mundo inteiro.
 
Bem disse o Mestre: “As palavras que vos digo são espírito e vida, a carne de nada vale”.
 
Depois da última ceia prosseguiu Jesus:
— Um novo mandamento vos dou: “Que vos ameis uns aos outros, assim como vos tenho amado. É por isso que há de o mundo conhecer que sois meus discípulos, em vos amardes uns aos outros.” 
 

Do livro “Jesus Nazareno” de Huberto Rohden
 
https://ihgomes.wordpress.com 
 
 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

 A SABEDORIA DE O.S. MARDEN
 
 
Amar e ser amado é uma felicidade suprema
 
Dez Trechos Selecionados das
Obras de um Pensador Prático
 
Orison Swett Marden
 
1. O Preço da Vitória Durável

A regularidade, o método e a ordem são o preço por que a natureza vende a saúde.

Se perdemos uma noite, não podemos, evidentemente, economizar o sono para o aproveitar na noite seguinte, tal como não nos é possível encher até à demasia o estômago em um banquete, com a esperança de poder compensar o organismo com o jejum de outro dia. Também é igualmente insensato levar uma noite inteira a trabalhar com a ideia de que basta depois um dia de descanso para compensar a fadiga.

A natureza não faz nada antes do devido tempo e todo o intento de acelerá-la contribui para a ruína, porque ela toma nota de todas as nossas operações físicas, mentais e morais e assenta-as exatamente no “deve” ou no “haver” da atividade orgânica, segundo se trate de despesa ou receita. A natureza é incapaz de uma fraude. Poderá não apresentar a conta no mesmo dia em que violamos uma das suas leis; mas se somos devedores na conta aberta em seu banco por termos outorgado uma hipoteca sobre os nossos valores psicofísicos, seguramente que nos demandará em juízo.

A natureza não admite desculpas por fraqueza, imprudência ou ignorância. Exige que o homem esteja sempre à altura da sua condição de animal superior e por isso não aceita que ele se desculpe com palavras vãs. [1]

 
2. O Ser Humano Como Um Diamante

Todos nós somos diamantes em bruto, que o ambiente pode talhar com uma, duas ou vinte facetas.

Assim como do diamante brotam reflexos distintos, segundo o ângulo de refração da luz, assim a vida e os seus desejos apresentam diversas cambiantes segundo o caráter do indivíduo.

Há quem nunca se ponha em contato com a roda que talhe uma faceta que, ferida pela luz, revele as suas maravilhas ocultas. Muitos vivem e morrem como diamantes em bruto, embora ocultem um brilho fulgurante e enorme valor.

Poucos são os diamantes humanos tão completamente facetados que manifestem os seus ocultos tesouros.

O caráter peculiar do indivíduo pode comparar-se ao diamante, sendo a educação a faceta, e a roda do torno lapidário o ambiente favorável a essa mesma educação. Cada qualidade positiva é uma faceta do caráter e no talhar de todas consiste a obra completa da educação. [2]

 
3. Sobre o Amor e a Casa

…Amar e ser amado é a suprema felicidade da vida.

Disse Holmes:

“Grande coisa é a beleza: mas a suntuosidade do mobiliário e a magnificência do enxoval são grosseiros ornamentos comparados com o amor doméstico. Todas as elegâncias do mundo não bastarão para fazer um lar, e eu preferiria uma colherzinha de sincero e cordial amor a um carregamento de quantos luxuosos móveis me pudessem oferecer todos os estofadores e decoradores deste mundo.” [3]

 
4. Mente Aberta, Cérebro Ativo

A rotina é a ferrugem da mente, porque a prolongada familiaridade com as ideias adquiridas impede-nos de notarmos os defeitos de que elas enfermam, e acaba por convertê-las em preconceitos.

Se não mantivermos a inteligência em estado de receber novas ideias por meio de contato com outras inteligências; se não procurarmos realizar os altos ideais formados na juventude, não será só a nossa profissão que ficará em cheque, mas também a nossa personalidade.

O cérebro, bem como os músculos, vigoriza-se pelo exercício. Tão depressa o homem cessa de excitar as suas faculdades superiores no desempenho da profissão que escolheu, como o seu cérebro, e bem assim a sua profissão, se vão depreciando pouco a pouco até que o homem se vê incapaz de ombrear vantajosamente com os seus colegas e de ajuizar do seu trabalho profissional sob um ponto de vista livre de preconceitos.

Bem conveniente é ao progresso do homem que já está no caminho da vida, deter-se voluntariamente, de quando em quando, para fazer um estudo imparcial de si mesmo e dos seus métodos de trabalho, com tanta independência de critério como se fosse um estranho. [4]

 
5. A Vida no Cosmo e no Mineral

Pensadores insignes e poetas de alta inspiração creem (…) na alma das coisas, não em sentido figurado nem por excesso de retórica, mas sim porque intuitivamente compreendem a misteriosa influência da divina energia animadora do universo.

Por isso, o falar da alma das coisas, não quer dizer que seja de uma alma individual, livre e responsável como a humana; todavia, compreende-se, e por intuição conjetura-se que toda a matéria é animada pela energia, e que esta energia não pode ser outra senão a divina.

A vida não é atributo exclusivo dos seres organizados chamados viventes, porque de remotas eras prevalece o erro de julgar que os inorgânicos carecem de vida.

Também há vida no mineral, ainda que incomparavelmente menos ativa e muitíssimo mais lenta que no vegetal, no animal e no homem.

Tudo vive no universo. [5]

 
6. Aproveitar as Oportunidades

Muito fácil é prometermos a nós próprios, ao iniciarmos o caminho da vida, nunca esquecermos os nossos ideais, seguirmos sempre mais para a frente e para mais alto, colocarmo-nos na vanguarda da nossa época, apoiando os caudilhos do pensamento progressivo e cooperando com eles.

Precisamos de estar constantemente vigilantes para não perdermos de vista os nossos ideais; temos de lutar contra poderosas influências internas e externas, se quisermos permanecer fiéis às elevadas e formosas aspirações da juventude.

O único meio de sermos felizes, tanto quanto o pode ser um ente humano, será aproveitarmos todas as ocasiões que se nos deparem de embelezar a existência enquanto estivermos no caminho da vida. [6]

 
7. A Chave da Saúde Plena

O corpo das futuras gerações será regulado pela mente e não pelas drogas farmacêuticas.

O médico do futuro diagnosticará segundo o ânimo e a mente, não segundo o corpo. Perguntará ao doente: “Em que pensou V. estes últimos dias? Qual é o seu estado de ânimo? V. tem algum dissabor, alguma desavença doméstica, ou algum contratempo na sua vida? A causa da doença de que V. sofre está no ânimo e provavelmente na transconsciência, de onde é necessário eliminá-la. V. tem qualquer coisa no ânimo que causa esse transtorno fisiológico.”

O médico dos vindouros interrogará em nome dos órgãos do corpo, que o homem menospreza com toda a casta de dissipações.

As peças do nosso organismo são o que a mente determina que sejam. Se recebem impulsos sinistros, desconcertam-se; atuam desembaraçadamente no caso contrário. O foco principal da doença está a maior parte das vezes na mente; ou porque seja imaginária, ou porque a má conduta a determine. [7]

 
8. Preservando a Energia Vital

Uma das mais lamentáveis condições da atual civilização é o grande número de pessoas, que, apesar do seu talento, não obtêm dele os resultados que poderiam obter, justamente porque descuram as coisas da saúde.

Um organismo robusto e viril é a base da força viril e robusta.

A mente manifesta-se por meio do organismo físico, e se este organismo é imperfeito, se é débil e está desvitalizado, também o pensamento e o poder criador vão refletir essa imperfeição, e essa debilidade e desvitalização.

Muitos queixam-se do imenso desgaste de vitalidade proveniente dos modernos costumes públicos e privados; mas o pior de tudo é o desperdício de capacidade, a tremenda perda de poder, em razão do regime de vida e dos vícios.

Desbaratamos a nossa capacidade e não a utilizamos com proveito, porque não cuidamos do nosso cérebro nem dos nossos nervos com adequada nutrição, hábitos saudáveis e pensamentos harmônicos.[8]

 
9. A Ciência do Equilíbrio Pessoal

A mente excitada pela ansiedade de fazer as coisas mais depressa do que consente a natureza não pode estar equilibrada e desbarata escusadamente grande quantidade de energia.

O precipitado dir-se-ia que vai pela estrada da vida como um navio de carga com as mercadorias todas no porão da proa.

Assim como o barco corre o risco de afundar-se e as mercadorias o de irem para o fundo do mar, assim perderão tais indivíduos a energia acumulada em uma só direção.

A menos que saiba levar a sua máquina com normal e uniforme velocidade, sem pressas nem vagares, metodicamente, virá um instante em que lhe estalem os nervos.

Cada vez que nos impacientamos, que pretendemos ter asas em vez de pernas para fazer precipitadamente as coisas, perdemos o domínio de nós mesmos.

O equilíbrio da mente e do ânimo é uma das mais raras qualidades.

O equilíbrio resulta da harmônica conjunção de todas as faculdades da mente e das boas qualidades do caráter sem o predomínio de uma sobre as outras. A equanimidade não é apanágio dos homens unilaterais. Assim, devemos manter-nos inalteráveis ainda que os outros se enfureçam.

Não devemos perder a cabeça, ainda que os demais a percam, suceda o que suceder. Não diminuamos a eficiência pessoal com o vão intento de fazer em uma hora o que exige um dia de trabalho.

A reputação de serenidade e firmeza, de equanimidade, de não perder a cabeça nem no êxito nem no fracasso, nem na glória nem na derrota, nem na riqueza nem na indigência, nem no elogio nem no vitupério, nem no aplauso nem no protesto, acrescentará a energia nervosa e, consequentemente, a eficiência individual, pelo auxílio que prestarão os pensamentos de respeito e admiração de quantos o conheçam.

Demais, os que se excitam e exasperam estão expostos a cometer graves erros e ficam sob o poder daqueles que se mantêm equilibrados e conservam a sua energia para a utilizarem com vantagem em momento oportuno. [9]

 
10. A Ioga do Sono

O único pensamento que devemos ter ao deitar, à parte o que se refere às práticas religiosas de cada um, é o de que todos os órgãos vão receber o influxo das potentes forças criadoras do universo e renovar a sua vitalidade.

Se dormirmos acariciados por esta imagem, seguramente que na manhã seguinte nos sentiremos rejuvenescidos, animosos, cheios de vida, dispostos para o trabalho com a fundada esperança de cumprirmos religiosamente as tarefas de mais um dia.

Antes de adormecer imaginemos que a natureza nos vai ministrar um suave e delicioso hipnótico, que reconstruirá as nossas células e que Deus [10] coloca a nossa máquina corporal na grande oficina da natureza, para que justamente despertemos aptos para o trabalho.

Dêmos à mente um banho de limpeza antes de adormecermos. Expulsemos, varramos dela todo o pensamento que traga consigo resíduos de ódio, inveja, rancor, ciúme e hostilidade. Esqueçamos todas as recordações desagradáveis e não deixemos na mente nem no ânimo nada que seja contrário a nenhum ser humano, nem mesmo que se trate de inimigos, se efetivamente queremos rejuvenescer. [11] 
 
 
Nota Editorial de 2020

O pensador norte-americano Orison Swett Marden (1848-1924) escreveu cerca de cinquenta livros sobre autoconhecimento e a arte de viver.

Um grande best-seller no seu tempo, O.S. Marden é um dos principais nomes da influente escola de pensamento conhecida como “New Thought”.

Suas obras têm grande valor para o esforço teosófico. O fato de que seus livros estejam hoje relativamente esquecidos torna especialmente estimulante a tarefa de resgatá-los como ferramentas práticas do despertar individual e coletivo. Selecionamos a seguir alguns trechos de seus escritos, indicando em notas as fontes bibliográficas. A ortografia foi atualizada.

(Carlos Cardoso Aveline)
 

 
NOTAS:
 
[1] Do livro “Domínio dos Nervos”, de Orison Swett Marden, Casa Editora de A. Figueirinhas, Lda., Porto, Portugal, 1936, 278 pp., ver pp. 102-103.

[2] Do livro “Formação do Caracter”, de O. S. Marden, Casa Editora de A. Figueirinhas, Lda., Porto, Portugal, 1927, 253 pp., ver p. 114.

[3] Do livro “No Caminho da Vida”, de O. S. Marden, Livraria Figueirinhas, Porto, Portugal, 1957, 273 pp., ver p. 17.

[4] “No Caminho da Vida”, O. S. Marden, obra citada, pp. 60-61.

[5] “Formação do Caracter”, O. S. Marden, obra citada, p. 31.

[6] “No Caminho da Vida”, obra citada, p. 61.

[7] “Domínio dos Nervos”, obra citada, p. 223.

[8] “Domínio dos Nervos”, p. 212.

[9] “Domínio dos Nervos”, obra citada, pp. 154-156.

[10] Deus, isto é, a Lei Universal e Impessoal. (CCA)

[11] “Domínio dos Nervos”, obra citada, p. 125.



https://www.filosofiaesoterica.com
 
 
 
O CAMINHO DA LUCIDEZ



"Veja o mundo como um sonho, 
flutuando, mudando, novo a cada momento.
Desfrute-o, desfrute sua novidade,
desfrute todas as surpresas que ele traz.
É belo que esteja mudando,
nada está errado nisso;
basta não se apegar.
Por que você se apega?"
 

Sutra: 

Existência é sofrimento. 
Compreenda e vá além do sofrimento. 
Esse é o caminho da lucidez.
 
A dor nasce do apego às coisas momentâneas que você não pode tornar permanentes. Isso não está na natureza das coisas. É contra a lei universal. É contra o dhamma, é contra o Tao. Você não pode vencer. Se você luta contra a lei universal, trava uma batalha perdida; simplesmente gastará energia. O que vai acontecer está fadado a acontecer – nada pode ser feito quanto a isso.

Tudo o que você pode fazer tem relação com a sua consciência. Você pode mudar sua visão. Pode ver as coisas sob uma luz diferente, num contexto diferente, num novo espaço, mas não pode mudar as coisas. Se você pensar no mundo como algo muito verdadeiro, sofrerá; se vir o mundo como um sonho estranho, não sofrerá. Se pensar em termos de substantivos, você sofrerá. Mas se pensar em termos de verbos, você não sofrerá.

Os substantivos não existem. Eles existem somente nas línguas; na realidade, não existe nenhum substantivo. Tudo é verbo, porque tudo está mudando e tudo está num processo – jamais é estático, é sempre dinâmico.

A segunda coisa que Buda diz é isto: “Existência é sofrimento”. Ser é sofrimento. O ego é sofrimento. Primeiro ele diz: Veja o mundo como um sonho, flutuando, mudando, novo a cada momento. Desfrute-o, desfrute sua renovação constante, desfrute todas as surpresas que ele traz. É belo que ele esteja mudando, nada está errado quanto a isso; apenas não se apegue a ele.

Por que você se apega? Você se apega porque você tem outra falácia: a de que você é.

A primeira falácia é que as cosias são estáticas e a segunda falácia é que você é, que você tem um ego estático. As duas caminham juntas. Se você quer se apegar, precisa de algo ao qual se apegar; se não tem nenhuma necessidade de se apegar, não há nenhuma necessidade de algo para se apegar. Vá fundo nisto: se você não precisa se apegar, o ego não é nem um pouco necessário; ele será inútil. Na verdade ele não pode existir sem apego.

O dançarino só pode existir se ele dança. Se a dança para, onde está o dançarino? O cantor existe somente na canção. O caminhante existe somente na caminhada. Assim é o ego: o ego existe somente no apego, na posse das coisas, no domínio das coisas. Quando não há nenhuma dominação, nenhum desejo de dominar, nenhum desejo de se apegar, nenhum desejo de possuir, o ego começa a evaporar. Do lado de fora, você para de se apegar e do lado de dentro uma nova claridade começa a surgir. O ego desaparece com toda a sua fumaça; o ego desaparece com todas as suas nuvens. Ele não pode existir porque não pode mais ser nutrido. Para ele existir, ele tem de se apegar. Ele tem de criar o “meu”, a “minha”, e ele vai criando o “meu” e a “minha” – de todos os modos possíveis e impossíveis.

O “eu” existe somente como uma ilha no oceano do “meu” e da “minha”. Se você para de chamar as coisas de “minhas”, o ego desaparecerá por conta própria.

Nem a esposa é sua, nem o marido, nem os filhos. Tudo pertence ao todo. Sua reivindicação é tolice. Nós viemos de mãos vazias para este mundo e vamos partir deste mundo de mãos vazias. Mas ninguém quer saber a verdade – ela fere. De mãos vazias viemos e de mãos vazias iremos. A pessoa começa a ficar insegura, começa a ficar com medo. A pessoa quer estar cheia, não vazia. É melhor estar cheio de qualquer coisa – de qualquer lixo – do que vazio. O vazio se parece com a morte e nós não queremos a verdade. Fazemos de tudo para viver na conveniência, mesmo que essa conveniência se baseie em ilusões.

– Exijo uma explicação! E quero a verdade! – gritou o marido, ao descobrir a mulher na cama com seu melhor amigo.

– Decida-se, George – disse ela calmamente. – Você não pode ter os dois!

Ou você pode ter uma explicação ou a verdade. E as pessoas estão mais interessadas nas explicações do que na verdade, daí tantas filosofias. Elas são todas explicações: explicações para explicar satisfatoriamente as coisas, não para lhes dar a verdade; explicações para criar uma grande fumaça e, desse modo, você não precisa ver a verdade. E a insistência de Buda é para que você a veja – porque sem vê-la, você não pode ficar acima da dor.

Despertando: Estude em um bom colégio, faça uma boa universidade, tenha um bom emprego, ganhe bastante dinheiro, constitua família, tenha uma velhice tranquila e descanse em paz.

Esse é o caminho padrão, essa é a existência proposta pela sociedade.

E não que exista algum problema em você estudar em um bom colégio, ou em ter bastante dinheiro, ou nenhum dos itens. A questão é que você não pensou em nada disso, você não entrou em estado meditativo e chegou à conclusão que deveria estudar em uma boa universidade, você não entrou em estado meditativo e chegou à conclusão que gostaria de constituir família, o que você fez, foi aceitar algo pré determinado, foi tomar como certo o que a sua família, o que a sociedade têm como certo.

Acontece que quando você abre mão de ter a própria experiência, quando você deixa de olhar com seus próprios olhos para seguir a opinião de terceiros,  entra no que Buda chamou de existência, logo, você entra no sofrimento.

“Compreenda, e vá além do sofrimento…”

Compreenda, saia da visão romântica da vida. O que a sociedade propõe como certo e, consequentemente, o que a sua família propõe como certo, não são ideias oriundas de um estado meditativo, não têm como base o amor incondicional. Buda em nenhum momento disse que você deveria estudar em um bom colégio, Jesus Cristo não disse que você deveria ganhar bastante dinheiro, Osho não disse que você deveria constituir família… nenhum ser que tenha alcançado a verdade disse qualquer coisa que faça parte do programa padrão da vida na Terra.

A mensagem que todos passaram, cada um à sua maneira, foi: conheça a ti mesmo, olhe para dentro, invista no autoconhecimento. Todas as respostas estão dentro de você, o universo está dentro de você, o Todo está dentro de você.

Então não ouça o que o outro diz, tire suas próprias conclusões. E quando eu digo não ouça, é no sentido de não acredite sem antes pensar, sem pesquisar, sem olhar com seus próprios olhos.

Se você não despertar, se não sair do sono profundo, irá passar mais uma encarnação na existência – no sofrimento. O modelo proposto pela sociedade é recheado de apego, de ódio, de medo, de uma gama de sentimentos que garantirá todo tipo de sofrimento.

Então, sair da visão romântica da vida é compreender que você está vivendo em um ambiente inóspito. Se não controlar seus pensamentos e sentimentos, se você se deixar a mercê do inconsciente coletivo,  irá entrar no ódio, no medo, na insegurança, no ciúme… E é exatamente isso que Buda quer que você compreenda quando diz para ir além do sofrimento, você precisa enxergar, precisa ter clareza da realidade última.

E note que Buda diz “vá além do sofrimento”. Ele não diz acabe com o sofrimento, ignore o sofrimento, elimine o sofrimento. Não, ele diz para você ir além.

Não existe certo ou errado, bom ou ruim, melhor ou pior, tudo isso são frutos da dualidade. Como você poderia um dia falar sobre o medo se você nunca o tivesse sentido? Como você poderia falar sobre o ódio se ele nunca tivesse passado por você? Como você poderia lembrar-se que é Deus se nunca tivesse esquecido?

Tudo são experiências, são faixas de frequência a serem experimentadas. E você já experimentou o sofrimento diversas vezes, agora, vá além. Expanda sua consciência, dê um salto evolutivo, saia da dualidade.

Compreenda que o amor é a verdade e que sua característica principal é o não julgamento. Então você pode experimentar a falsa sensação de separação da Fonte, pode experimentar o medo, pode experimentar o sofrimento – não tem problema nenhum nisso é só uma questão de tempo até você acordar.

E quando você enxergar isso com os próprios olhos, quando atingir esse nível de compreensão, então entrará no caminho da lucidez.

Busque conhecimento, emita amor, seja Luz!


Osho
https://www.despertando.com.br


ESTRANGEIRO


E me chamas estrangeiro
porque cheguei aqui por um caminho que não conhecias,
porque nasci em outra cidade e conheci outros mares

Chamas-me estrangeiro porque não estás acostumado comigo,
já que eu zarpei de um porto distante
e tu pensas que as despedidas existem apenas para que se agitem lenços
e se encham de lágrimas os olhos
e acreditas que, quando se vai para longe,
todos pensam apenas no dia do regresso
e nas orações que os entes queridos ficam repetindo,
dia após dia, anos a fio

Mas eu não sou estrangeiro
porque despertei em minha alma o que antes não conhecia
e descobri que todos os homens são iguais
que houve uma época em que o mundo não tinha fronteiras

Todos nós trazemos o mesmo grito,
as mesmas perguntas
o mesmo cansaço das viagens muito longas

Os que dividem, os que dominam, os que roubam,
os que mentem, os que compram e vendem nossos sonhos
são eles que inventaram esta palavra: estrangeiro

Olha-me no fundo de meus olhos,
além do teu ódio, do teu egoísmo, do teu medo
e verás que sou apenas um homem, que precisa de tua ajuda

Não posso ser, nunca fui um Estrangeiro. 


Trecho de um poema do compositor e cantor argentino Facundo Cabral
http://syntoma.blogspot.com 


terça-feira, 28 de janeiro de 2020

NÃO ESTÁS DEPRIMIDO,
 ESTÁS DISTRAÍDO


Não estás deprimido, estás distraído, distraído da vida que lhe habita. Tens coração, cérebro, alma e espírito… então como podes sentir-se pobre e desprezado. Distraído em relação à vida que te rodeia: Golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios.

Não caias como caiu teu irmão que sofre por um único ser humano, quando no mundo existem cinco mil e seiscentos milhões. Além de tudo, não é assim tão ruim viver só. Eu fico bem, decidindo a cada instante o que desejo fazer, e graças à solidão conheço-me, o que é algo fundamental para viver.

Não caias no que caiu teu pai, que se sente velho porque tem setenta anos, e esquece que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria aos noventa. Só para citar dois casos conhecidos.

Não estás deprimido, estás distraído, por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não podes ser dono de nada.

Além disso, a vida não te tira coisas, a vida te liberta de coisas. Te alivia para que voe mais alto, para que alcances a plenitude. Do útero ao túmulo, vivemos numa escola, por isso, o que chamas de problemas são lições.

E a vida é dinâmica, por isso está em constante movimento, por isso que devemos estar atentos ao presente, por isso que minha mãe dizia: eu me encarrego do presente, o futuro é assunto de Deus. Por isso Jesus dizia: o amanhã não interessa ele trará novas experiência a cada dia lhe basta com sua própria vontade.

Não perdeste nada, aquele que morre simplesmente está adiantado em relação a nós, porque para lá vamos todos. Além disso, o melhor é o amor que segue em teu coração. Quem poderia dizer que Jesus esta morto? Não existe a morte: existe mudanças.

E do outro lado te esperam pessoas maravilhosas: Gandhi, Michelangelo, Whitman, São Agostinho, a Madre Teresa, teu avô e minha mãe, que acreditavam que a pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas demais, e nos machuca, porque nos torna desconfiados.

Não encontras a felicidade e é tão fácil, só deves escutar teu coração antes que intervenha tua cabeça, que está condicionada pela memória, e complica tudo com coisas velhas, com ordens do passado, com o prejuízo que adoenta, que acorrenta. A cabeça que divide, quer dizer empobrece. A cabeça que não aceita que a vida é como é e não como deveria ser.

Faz apenas o que amas e serás feliz e aquele que faz o que ama, está benditamente* condenado ao sucesso, que chegará quando deve chegar, porque o que deve ser será, e chegará naturalmente. Não faças nada por obrigação nem por compromisso, apenas por amor.

Então terás plenitude e nessa plenitude tudo é possível. E sem esforço, porque és movido pela força natural da vida, a que me levantou quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.

Deus te tornou responsável por um ser humano e é tu mesmo. A ti deves fazer livre e feliz, depois poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros. Lembra-te de Jesus : “Amarás ao próximo como a ti mesmo”. Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que estás vendo é uma obra de Deus; e decide agora mesmo ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição. Não algo que chegará de fora.

Aliás, a felicidade não é um direito, e sim um dever, porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os que te amam. Um único homem que não possuiu nenhum talento nenhum valor para viver, mandou matar seis milhões de irmãos judeus.

Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo.

Temos que desfrutar a neve do inverno e as flores da primavera, o chocolate de Perugia, a baguette francesa, tacos mexicanos, os mares e rios de vinho chileno, o futebol brasileiro e charutos Davidoff Chez. Temos de desfrutar das Mil e Uma Noites, a Divina Comédia, Dom Quixote, Pedro Páramo boleros de Manzanero e da poesia de Whitman, Mahler, Brahms, Ravel, Debuzzi, Mozart, Schopain, Beethoven, Caravallo, Rembrandt, Velásquez, Cézanne , Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.

E se estás com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas e as duas são boas; se a doença ganha te liberta do corpo que é cheio de moléstias: tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas… e se tu vences serás mais humilde, mais agradecido, portanto, facilmente feliz. Livre do tremendo peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente … como deve ser.

Não estás deprimido, estás desocupado. Ajuda a criança que precisa de ti , essa criança que será sócia do teu filho. Ajuda os velhos, e os jovens lhe ajudarão quando o for. Aliás o serviço é uma felicidade segura como gozar a natureza e cuidar dela para aqueles que virão. Dá sem medida e te darão sem medida. Ama até que te tornes o ser amado, mais ainda converte-te no mesmíssimo Amor .

E não te deixes confundir por uns poucos homicidas e suicidas, o bem é maioria, porém, não se nota porque é silencioso, uma bomba faz mais barulho que uma caricia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida. O bem alimenta-se de si mesmo, o mal destrói-se a si mesmo. Se o mal soubesse que é um bom negócio ser bom, seria bom nem que seja por negócios.

Não estás deprimido, estás distraído. Se escutar ao outro, o que leva dentro, saberia tudo, em tudo encontraria algo para ti, então elevaria-se constantemente, e já não haveria confusões se não matizes, e nesta serenidade não querias nada, então encontraria tudo, e estando no presente diria e farias o que há de dizer e fazer em cada momento, natural e graciosamente, sem esforço o que faria com que tua relação com os outros fosse plena e o crescer no amor seria mais criativo sem limites e condições.

A ignorância nos faz sentir presos e mortais, é dizer que nos fechamos e limitamos sozinhos o medo nos distrai do amor, que é sábio e valente porque sabe que não há nem medidas nem fim, olhe para dentro e desaparecerão as nuvens da periferia, fique quieto e em silêncio para ouvir a sua sabedoria interior.

A que tem séculos, não anos como seu corpo e por isso está além de suas medidas caprichosas, dos preconceitos que causam medo, filho de sua ignorância.

Não estás deprimido, estás distraído das maravilhas que acontecem ao seu redor. Desde o nascimento a colheitas, desde revoluções a concertos, desde campeonatos de futebol até viagens interplanetárias, não está deprimido por algo que passou, senão distraído de tudo, que é agora mesmo.

Eu estou aqui para lembrá-lo que todos nós fazemos parte da maior empresa, a humanidade, que constrói, cura, semeia, lava, canta e dança.

Deus espera que o homem volte a ser criança para o acolher em seu seio…

Não estás deprimido, estás distraído…

 
Facundo Cabral
https://vidaplenaebemestar.com.br
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

COM OS OLHOS DA ALMA


"O que vem da alma fica para sempre".

A harmonia, cor, magia, beleza e energia do amor fluem para essas palavras para lembrar-nos que a chave para voar não é apenas abrir o coração para sentir, mas também implica mudar a percepção para redescobrir nossas asas e move-las. 

Nós podemos escolher o modo de viver. Vamos fazer desta encarnação uma experiência fascinante. Há uma Terra gloriosa que pode ser vislumbrada se contemplarmos a vida com os olhos da alma.

Como parte de um emocionante processo evolutivo que internamente nos permite ascender, aceitamos nos limitar pela postura de uma abordagem consumista e sem coração, que hoje nos leva a entender o que representa a desumanização levada ao extremo. O que podemos fazer para transcender essa realidade tão densa e fragmentada? Nós podemos mudar. Podemos elevar a vibração e agradecer à mente, a partir do coração, pela lição transformadora fornecida.

Aceitar que éramos participantes necessários para cristalizar esse cenário de loucura, indiferença e destruição, mais uma vez nos capacita, nos ilumina novamente e nos permite acordar e ser mais sensíveis, amorosos, compassivos e conscientes todos os dias. Nada acontece por acaso. Chegamos a este plano para religar, mas, para fazê-lo, tivemos que experimentar a intensidade dos extremos, que nos mobilizam para ser a paz do ponto médio, onde o equilíbrio reina sabiamente.

É hora de capacitar e brilhar. É hora de inspirar a humanização. Todos nós temos o dom de remodelar e internalizar o que vivemos a partir de uma perspectiva muito diferente, onde as dificuldades não são vistas como pedras que nos impedem de peregrinar, mas como passos que nos ajudam a seguir em frente, porque por dentro eles têm ensinamentos que revelam e elevam. Desse modo, a vida é apresentada como uma espiral ascendente, que nos leva criativamente a buscar mais.

O que estamos esperando? Vamos expandir nossa visão. Honremos tudo o que foi vivido, abençoemos o que aprendemos e religuemos mente e coração. Vamos usar a imaginação. Ousemos voar, para desfrutar da liberdade do voo. E chega de continuar a alimentar angústia, tristeza e dor. Vamos vibrar alto. Vamos rir de novo. Vamos começar a colorir. Vamos fazer nossos caminhos mais brilhantes. Há uma Terra gloriosa que pode ser vislumbrada se contemplarmos a vida com os olhos da alma.

 
Julio Andrés Pagano

NOTA : Texto copiado e traduzido do espanhol para o português do site http://facundocabral.info pelo Google Tradutor
 
MOMENTOS DE REFLEXÃO


Foi durante a visita que fiz com a minha família à ilha de Maui, no Hawaii, que a minha relação com Deus passou por uma drástica mudança - quase uma explosão de espiritualidade.

Uma noite, a minha mulher e eu fomos dormir aborrecidos um com o outro. No dia seguinte, acordei às cinco e meia e decidi fazer uma caminhada pela praia. Depois de andar por algum tempo, sentei-me e comecei a meditar. Há muito que me interessava pelo exercício da meditação, mas só a havia praticado esporadicamente.

Aconteceu então uma coisa incrível, a que mais tarde chamei amor intenso, como se estivesse realmente a falar com Deus, como se me encontrasse na Sua presença.

Certamente fui para outro nível de consciência. Ao voltar da caminhada, contei à minha mulher o que tinha acontecido e, imediatamente, tudo ficou bem entre nós.

Resolvi fazer o mesmo na manhã seguinte. Assim que comecei a meditação, senti um calor dentro de mim, como na véspera. E vi-me a conversar com Deus e a receber mensagens sobre a natureza e o propósito da vida. A partir dessas primeiras experiências passei a fazer a mesma coisa todas as manhãs e assumi o compromisso de meditar diariamente pelo resto da vida.

O resultado dessa poderosa experiência foi a transformação da minha vida. Analisei as minhas atitudes, ideias e acções em relação ao amor, à doação, ao serviço. Se não estiver a amar, a doar e servir, não estarei em harmonia com as mensagens que recebi.

Passei os primeiros dez anos da minha vida em várias casas, inclusive num lar adoptivo metodista e num orfanato baptista. Vivenciei muita ortodoxia e muito medo. Para mim, a igreja não era dos lugares mais agradáveis. Na igreja havia um Deus assustador, com demónios a rondar. A religião era um conjunto de regras e imposições rodeadas de ameaças.

À medida que ia crescendo, afastava-me da maior parte das “experiências religiosas”. Os meus interesses eram outros, e o máximo que eu pensava era “acho que existe alguma coisa e não sei bem o que é”. Mas, durante os últimos quinze anos, o meu foco e o meu caminho voltaram-se para o espiritual. A magnífica experiência do Hawaii mostrou-me que há um mundo poderoso além do que geralmente vemos - um mundo de pensamento, espírito, consciência mais ampla -, um mundo do Deus que está em tudo.

Em todas as épocas e civilizações, parecem misturar-se três ideias sobre a vida e o que existe para além dela. A primeira é que há um mundo infinito, invisível, além deste que experimentamos. A segunda é que esse mundo infinito faz parte de cada personalidade humana. E a terceira é que o objectivo da vida é descobrir esse mundo infinito.

Alguns dão a esse mundo infinito o nome de Deus. Outros chamam-lhe Krishna, Espírito, Consciência Superior, Buda ou Cristo. Na minha opinião, é importante não nos apegarmos a rótulos. Os rótulos não descrevem o infinito.

Afinal, ninguém consegue beber a palavra”água” ou fazer uma embarcação flutuar na fórmula H2O. A única coisa que podemos em relação à água é experimentá-la. Thoreau disse: “A sua religião está onde estiver o seu amor.”.

Em vez de me preocupar se sou cristão, judeu ou budista, procuro ver-me como alguém que se esforça por ser como Cristo ou como Buda. Prefiro ver nesses mestres espirituais incríveis modelos de amor, serviço e doação a toda a humanidade e ao mundo.

Quando experimento Deus, eu sei que continuo apenas a ocupar as formas que tenho hoje. Na verdade, o tempo e a idade não existem para nós: estamos para além do início e do fim, para além das formas e das regras que a elas se aplicam.

Entrar em contacto com a parte da nossa humanidade que não cabe em formas (corpo) é aquilo a que chamo entrar em contacto com Deus. Eu sei que sou um ser espiritual a viver uma experiência humana passageira e procuro ligar-me às pessoas sem me preocupar com a sua forma – a que chamo “embalagem” -, mas com a parte divina que fica por trás da aparência. Quando descobrimos essa bela parte do ser humano, começamos a enxergar uma enorme harmonia na vida. Começamos a descobrir a ligação que existe entre todas as pessoas e todas as coisas. Num sentido realista, prático, a minha experiência diária de Deus é, a cada momento, amar, servir e doar. Para isso, preciso de sentir-me em paz comigo mesmo e cooperar com as células vivas adjacentes a mim e à humanidade.

Tudo o que acontece fora de nós tem a sua contrapartida dentro de nós e vice-versa. O mundo só se vai transformar à medida que os seus habitantes forem fazendo mudanças individuais ao nível de consciência e, assim, experimentando Deus.

A harmonia é Deus. Robert Frost disse e muito bem: “Nós sentamo-nos em círculo e ficamos a fazer suposições. Mas o segredo senta-se no centro, e sabe.”. Esse centro é para onde eu agora vou quando medito. Eu vou para a luz e também trago a luz para mim. Como um eixo que gira enquanto o seu centro permanece fixo, Deus é o segredo imóvel no centro.

Para encontrar Deus, todos os dias eu encontro algum tempo para entrar noutro nível de consciência através da prece, da meditação ou de qualquer outro nome que isso tenha. Fecho os olhos e respiro. Eu concentro-me, esvazio a mente e fico quieto até sentir o amor que se encontra dentro de mim.
 
Wayne Walter Dyer 
https://floraiszed.com 
 
NOTA: Este texto foi entraído do site floraiszed com o título O Segredo Está No Centro.

domingo, 26 de janeiro de 2020

A SENSIBILIDADE PSÍQUICA


Não se deve dar muita importância ao aparecimento e desaparecimento de visões e espíritos na busca espiritual. Temos que SER e não ver. Mesmo as visões psíquicas, elas são tão objetivas, de um posto de vista superior, quanto as coisas materiais.

À medida que um estudante avança no caminho, ele chega a uma condição altamente sensível ao lidar com o mundo exterior, e isso às vezes se torna doloroso. Esse tipo de problema não pode ser eliminado, pois um aumento de sensibilidade é o resultado natural do desenvolvimento mental e emocional. Entretanto, a reação às dificuldades pode ser controlada. Isso é feito desviando a atenção imediatamente para outra coisa, de preferência para o pensamento no Eu Superior, ou alguma atividade puramente física. Quando estiver na presença de alguém que o afeta ou perturba, o estudante pode fortalecer sua autoproteção magnética não olhando na direção dessa pessoa e fechando as palmas das mãos com os polegares entre os dedos.
 
A massa de influências da aura, do mental e do emocional que fica ao redor do estudante frequentemente não combina com sua sensibilidade. Não é algo necessariamente mau, mas discordante, desconfortável, um polo oposto, e ele pode precisar defender-se. Os métodos variam, e podem ser psíquicos e físicos: imaginar um muro mental, realizar rituais religiosos de purificação, queimar incenso, tomar banhos de ervas, evitar multidões.
 
Quando duas pessoas estão próximas, o espaço que há entre elas fica preenchido com suas auras, com as vibrações de suas extensões eletromagnéticas de seus corpos físicos, e com as atmosferas mental-emocionais que as rodeiam. Nesse espaço está refletido seu ser interior, suas atrações e repulsões pessoais.
 
Através do plexo solar e dos sistemas nervosos simpático e cérebroespinal, recebemos dos outros as influências que os rodeiam e irradiamos a eles as influências que nos rodeiam. A atmosfera mental das outras pessoas nos afeta e o resultado desse impacto deve nos dizer algo sobre elas. Se não nos sentimos em harmonia com elas, se estamos desconfortáveis com sua presença, se ficamos deprimidos, estressados ou perturbados ao estar com elas, devemos nos proteger evitando tais pessoas e não nos expondo ao seu contato. Mas se somos forçados a encontra-las por exigências das circunstâncias, é necessário construir uma fortaleza mental dentro de nós mesmos concentrando-nos diária e repetidamente no auto aperfeiçoamento através do pensamento correto.
 
É desagradável ser forçado a sentar-se próximo à aura de outra pessoa que não esteja em harmonia conosco. De qualquer modo, a aura feminina é menos desagradável que uma masculina, porque o teor magnético é mais harmonioso e menos perturbador, o ego menos agressivo e mais passivo.

A sensibilidade psíquica pode tornar a proximidade de certas pessoas quase intolerável e deve-se buscar resistir. As ajudas nessa questão são: 
 
a) fazer uma inalação profunda, segurá-la por alguns instantes e concentrar a mente na força interior e positividade; 
 
b) manter a espinha ereta, as mãos fechadas e os pés firmemente plantados no chão.
 
Quanto mais desenvolvido é um homem, em inteligência, caráter e consciência espiritual, maior é o campo da aura ao seu redor.
 
Sentar-se num veículo público ou num café e ser observado por outros é desconfortável para a pessoa sensível. Ela sabe, por experiência própria, que o olhar carrega consigo as características mentais de quem olha, projeta seu pensamento e sentimento naquele momento.
 
O homem psiquicamente sensível observará em muitas ocasiões que à medida que outra pessoa fica-lhe próxima, ele cada vez mais fica consciente de sua aura, até que finalmente essa aura interpenetra totalmente a sua.
 
É melhor não apertar as mãos de todos com quem se encontra, porque assim a pessoa adquire algo das condições mentais do outro, ainda que brevemente. Há nas mãos de uma pessoa um depósito de energia proveniente de sua aura. Ordinariamente, o apertar de mãos é para a pessoa sensível uma sensação desagradável, pois poucas pessoas alcançaram uma medida suficiente de pureza para causar uma sensação benéfica em vez de um efeito deprimente.

A pessoa que progride no caminho espiritual deve ser muito cuidadosa com seus contatos pessoais, pois se torna cada vez mais sensível à aura e pensamentos alheios. Ela deve, por exemplo, evitar de associar-se com pessoas que sejam um fracasso, pois isso não apenas afetará sua atitude, como também tenderá a adquirir algo do mau karma e tendências mentais erradas do outro.
 
Frequentemente tenho visto uma irradiação de uma luz branca azulada ao redor da cabeça de alguém cintilar por alguns segundos e sumir em seguida. Sempre que isso acontece sei que tal pessoa foi marcada para a busca interior, e sei também que um vislumbre da meta foi ou será recebido.
 
 
Paul Brunton
http://yoga-ensinamentos.blogspot.com