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sábado, 2 de outubro de 2021

 A RESISTÊNCIA À LEI E SUAS CONSEQUÊNCIAS

 

O maior problema de nossa vida consiste nas relações que cada um estabelece com a Lei, porque é dos recíprocos contatos e choques que se seguem, que depende o próprio destino. No conflito entre a vontade anti-Deus do ser rebelde e a vontade de Deus, o impulso da segunda, sendo inesgotável porque é infinita, não podia deixar de vencer o impulso da primeira vontade, naturalmente fechada num limite. Superado assim o impulso rebelde, predomina a atração para Deus, que é aquela que, não obstante todas resistências do AS, dirige o nosso universo. O grande fenômeno da evolução é devido a essa atração. Exemplifiquemos. As águas que descem dos montes vão todas para o mar, que as espera para recolhê-las no seu seio. Mas não encontram um caminho traçado que as guie, e, no entanto, movem-se todas na mesma direção do íntimo impulso de atração. Encontrarão dificuldades, mas resovê-las-ão. Avançarão por tentativas, explorando o desconhecido caminho a percorrer, mas sempre orientados pela certeza absoluta da presença, da meta para a qual as leva essa atração.

O indivíduo que trabalha em sentido anti-Lei procura fortalecer a sua resistência contra a corrente da Lei. Constrói um dique que se manterá em pé enquanto puder, porque está do lado oposto. Mas a corrente não se detém e a água continua a forçar o dique, que gostaria de deter-lhe o curso. O dique se rompe. Este dique é constituído pelo feixe de forças que formam a personalidade do indivíduo situado contra a Lei. O romper-se significa que, naquele momento, ele recebe os efeitos do choque contra a Lei, quer dizer, a reação dela. Significa também que aquela personalidade se precipita, porque a corrente da Lei arrasta a sua inútil resistência. As pedras que formavam o dique são as forças que constituíam a personalidade do indivíduo rebelde. O processo da redenção se realiza quando buscamos seguir espontaneamente a corrente, em vez de procurar resistir-lhe na pretensão de detê-la. Os diques são construídos por nós, com nossos pensamentos e obras. Estas não são feitas com pedras, mas com as forças que lançamos. Cada impulso nosso coloca em seu lugar uma pedra, lança uma força que, somando-se às outras, constrói aquela resistência que representamos com a imagem de um dique. Tanto a construção, como a queda e o choque contra a corrente, são fenômenos de caráter dinâmico e espiritual. Concebendo-os como forças, pode-se calcular o seu valor, os seus impulsos, movimentos, trajetórias, direção, potencial, tipo de estrutura, etc. Todos esses fenômenos nos poderão transmitir a verdade, se submetidos a controle experimental.  
 
Quem segue a corrente da Lei nada perde do fruto dos próprios esforços. Cada braçada que ele dá, nadando a favor da corrente, leva-o adiante no caminho da evolução, atraindo e multiplicando a seu favor tudo o que é positivo, alijando progressivamente tudo o que é negativo e lhe causaria prejuízo. Ele obtém do seu trabalho o rendimento máximo, enquanto o contrário ocorre para quem nada contra a corrente. Aquele que pretende inverter a Lei, é antes por ela invertido. O mecanismo do fenômeno processa-se de tal forma que a tentativa de inverter redunda na inversão de quem tenta fazê-lo, obrigando-se o indivíduo a restituir à Lei na mesma proporção em que tentou lesá-la. É assim que quem faz o mal fá-lo sobretudo a si mesmo, ainda que creia tê-lo feito aos outros. Quem assim procede está demonstrando o próprio egoísmo, e jamais a sua inteligência. Quem opõe um dique à corrente da Lei, opõe-no à corrente da vida, que ninguém pode deter.
 
Pietro Ubaldi 
http://www.pietroubaldi.org.br 
 

Onde existe contradição existe conflito

Você vê que a maioria de nós está em conflito, vive uma vida de contradição, não só exteriormente, mas também interiormente. Contradição implica esforço. Onde há esforço, há desperdício – há desperdício de energia. Onde há contradição, há conflito. Onde há conflito, há esforço para superar esse conflito que é outra forma de resistência. E onde você resiste, há também certa forma de energia engendrada, você sabe, quando você resiste a alguma coisa essa própria resistência cria energia.

Toda ação se baseia neste atrito que eu devo e eu não devo. E esta forma de resistência, esta forma de conflito, gera energia; mas essa energia, se você olhar de perto, é muito destrutiva; não é criativa. A maioria das pessoas está em contradição. E se elas têm um dom, um talento para escrever ou pintar, fazer isto ou aquilo, a tensão dessa contradição lhes confere a energia para expressar, criar, escrever, ser. Quanto maior a tensão, maior o conflito, maior é o rendimento, e é isso que chamamos de criação. Mas isto não é absolutamente criação. É o resultado do conflito. Encarar o fato de que você está em conflito, que está em contradição, trará essa qualidade de energia que não é o resultado da resistência.
J. Krishnamurti, The Book of Life
http://legacy.jkrishnamurti.org
 

 

Não oferecer resistência à vida é estar num estado de graça, de bem-estar e de leveza. Esse estado deixa então de depender de coisas que sejam, de certo modo, boas ou más. Poderá parecer um paradoxo e, no entanto, quando a sua dependência interior da forma desaparece, as suas condições gerais de vida, as formas exteriores, tendem a melhorar muito.

As coisas, as pessoas ou as condições que pensava serem necessárias para a sua felicidade chegam-lhe agora sem trabalho nem esforço da sua parte, e você tem a liberdade de as gozar e de as apreciar - enquanto durarem. É evidente que todas as essas coisas continuarão a desaparecer, os ciclos continuarão a ir e a vir, mas sem a dependência deixa de haver o medo da perda. A vida flui com facilidade. Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág. 192)

 

Seja suave e delicado e permita que o fluxo da vida leve você para onde levar. Deixe que a meta do todo seja a sua meta. Seja apenas uma parte. Assim, uma beleza e uma graça infinitas vão acontecer na sua vida!  Osho/https://frasedodia.me 

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