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domingo, 31 de julho de 2016

SUBLIMAÇÃO DA LIBIDO SEXUAL
 
A energia da vida é uma, mas ela pode manifestar-se em muitas direções. O sexo é uma delas. Quando a energia da vida torna-se biológica, torna-se energia sexual.
 
O sexo é apenas uma aplicação da energia da vida. Assim, não há a questão da sublimação.
 
Sexo é o fluxo natural, biológico, da energia da vida e a aplicação mais baixa dela. É natural porque a vida [orgânica] não pode existir sem ela, e a mais baixa porque é a fundação, a base, não o cume.
 
Não há necessidade de sublimação, porque a energia como tal, não é nem sexual, nem espiritual. A energia é sempre neutra. Em si mesma, ela é inominada. O nome não é o nome da energia em si; é o nome da forma que a energia toma. Quando você diz que a energia é sexual, significa que a energia flui através de uma saída sexual, através de uma saída biológica.
 
A energia em si é neutra. Quando é expressa biologicamente é sexo; expressa emocionalmente pode tornar-se amor, pode tornar-se ódio, pode tornar-se raiva; quando se expressa intelectualmente, pode tornar-se científica, pode tornar-se literária; quando se move pelo corpo, pode tornar-se física; quando se move pela mente, se transforma em mental. As diferenças não são diferenças da energia como tal, mas das manifestações aplicadas dela.
 
Assim, não é correto dizer: sublimação da energia sexual. Se a saída sexual, a saída do sexo não é usada, ela torna-se energia pura de novo. A energia é sempre pura. Quando se manifesta através da porta divina, torna-se espiritual, mas a forma é apenas uma manifestação da energia.
 
A palavra sublimação tem associações muito ruins. Todas as teorias de sublimação são teorias de repressão. Sempre que você diz sublimação do sexo, você se torna antagônico a ele. Sua condenação está lá, na própria palavra.
 
Você pergunta o que o indivíduo pode fazer com relação ao sexo. Qualquer coisa feita diretamente ao sexo é uma repressão. Há somente métodos indiretos com os quais você não se relaciona de forma alguma com a energia sexual, ao invés disto, você busca abrir a porta ao divino. Quando a porta ao divino se abre, todas as energias que estão em você começam a fluir em direção a essa porta. O sexo é absorvido. Sempre que um deleite mais alto torna-se possível, as formas mais baixas de prazer tornam-se irrelevantes. Você não deve reprimi-los ou lutar contra elas. Elas apenas murcham. O sexo não é sublimado; é transcendido.
 
Qualquer coisa feita negativamente com o sexo, não transformará a energia. Ao contrário, criará um conflito dentro de você que será destrutivo. Quando você luta contra uma energia, você luta contra você mesmo. Ninguém pode ganhar a luta. Num momento sentirá que venceu. Isso acontecerá continuamente. Às vezes não haverá sexo e você sentirá que o controlou e no momento seguinte sentira o impulso do sexo de novo e tudo que você parecia ter ganhado será perdido. Ninguém pode vencer uma luta contra a sua própria energia.
 
Se as suas energias são necessárias em algum outro lugar, em algum lugar mais deleitoso, o sexo desaparecerá. Não que a energia esteja sublimada. Não que você tenha feito algo. Ao contrário, um novo caminho em direção ao deleite maior abriu-se para você e automaticamente, espontaneamente, a energia começa a fluir em direção à nova porta.
 
Se você estiver segurando pedras e subitamente diamantes aparecerem no seu caminho, nem sequer perceberá que jogou as pedras no chão. Elas cairão por elas mesmas, como se nunca as houvesse possuído. Você nem mesmo se lembrará de haver renunciado a elas e de havê-las jogado fora.Nem mesmo perceberá isso. Não que algo tenha sido sublimado. Uma fonte maior de felicidade abriu-se e as fontes inferiores caíram por si mesmas.
 
Isto é tão automático, tão espontâneo, que nenhuma ação positiva contra o sexo é necessária. Sempre que você faz algo contra qualquer energia é negativo. A ação real e positiva não está nem mesmo conectada com o sexo, concerne à meditação. Você nem mesmo saberá que o sexo se foi. Ele foi simplesmente absorvido pelo novo.
 
Sublimação é uma palavra feia. Carrega um tom de antagonismo, de conflito nela. O sexo deveria ser encarado pelo que é. É apenas o alicerce biológico para a vida existir. Não lhe dê qualquer significado espiritual ou anti espiritual. Simplesmente entenda-o como o fato que é.
 
Não crie nenhuma filosofia em torno do sexo. Apenas veja os fatos. Não faça qualquer coisa a favor ou contra, deixe-o ser como é; aceite-o como normal. Não tome nenhuma atitude anormal em relação a ele.

 
Assim como você tem olhos e mãos, também você tem sexo. Você não é contra os seus olhos ou suas mãos. Não seja contra o sexo. Então, a questão do que fazer com relação ao sexo torna-se irrelevante. Criar uma dicotomia a favor ou contra o sexo é sem sentido. É um fato dado. Você veio à existência através do sexo. E você tem um programa esquematizado para novamente dar nascimento através do sexo. Você parte de uma grande continuidade. Seu corpo vai morrer. Ele tem um programa estabelecido para criar outro corpo para substituí-lo.

 
A morte é certa. Eis porque o sexo é tão obcecante. Você não estará aqui para sempre, assim você terá que substituí-lo por um corpo mais novo, uma réplica. O sexo é tão importante pois toda a natureza insiste nele; caso contrário, não haveria ninguém na Terra. O sexo é tão obcecante, tão compulsivo, o impulso sexual é tão intenso, porque toda a natureza é a favor dele. Sem ele, a vida [orgânica] não pode existir.

 
A razão porque o sexo é tão importante para os buscadores religiosos, é porque ele é tão involuntário, tão compulsivo, tão natural. Tornou-se um critério para saber se a energia da vida numa dada pessoa alcançou o divino. Não podemos saber diretamente se alguém encontrou o divino - não podemos saber diretamente se alguém possui diamantes - mas podemos saber diretamente se alguém jogou fora as pedras, porque estamos familiarizados com as pedras. Podemos saber diretamente que alguém transcendeu o sexo porque estamos familiarizados com o sexo.

 
O sexo é tão compulsivo, tão involuntário, uma força tão grande, que não pode ser transcendido até que alguém tenha atingido o divino. Assim, bramacharya tornou-se um critério para saber se a pessoa alcançou o divino. Então o sexo, tal como existe nos seres normais, não existirá para ela.

 
Isto não significa que por abandonar o sexo, alguém atingirá o divino. O reverso é uma falácia. A pessoa que encontrou diamantes joga fora as pedras que estava carregando, mas o reverso disto não é verdadeiro. Você pode jogar fora as pedras, mas isto não significa que você tenha alcançado algo além delas.

 
Então você estará num meio-termo. Você terá uma mente reprimida, não uma mente transcendente. O sexo continuará a borbulhar dentro de você e criará um inferno interior. Isto não é ir além do sexo. Quando o sexo torna-se reprimido, torna-se feio, doentio, neurótico. Torna-se pervertido.

 
A assim chamada atitude religiosa com relação ao sexo criou uma sexualidade pervertida, uma cultura que é completamente neurótica sexualmente. Eu não sou a favor dela. Sexo é um fato biológico; não há nada errado nele. Assim, não o combata ou ele se tornará pervertido, e o sexo pervertido não é um passo para a frente. É uma queda para baixo da normalidade; é um passo em direção à insanidade. Quando a repressão torna-se tão intensa que você não pode prolongá-la, então ela explode - e nessa explosão, você se perderá.

 
Você é todas as qualidades humanas, você é todas as possibilidades. O normal fato do sexo é sadio, mas quando se torna anormalmente reprimido, torna-se insano. Você pode caminhar em direção ao divino desde o normal muito facilmente, mas caminhar para o divino desde uma mente neurótica torna-se árduo, e de certa forma, impossível. Primeiro você terá que se tornar sadio, normal; então, no final, há possibilidade do sexo ser transcendido.
 
Osho - (Psicologia do Esotérico - Ed. Ícone)
 


Comentário conclusivo


Não resista à realidade simples. Não queira saber intelectualmente mais do que a vida e a natureza. Enquanto isso, não pense que a transcendência do sexo acontece de uma hora para outra. Primeiro você precisa se libertar dos conceitos intelectuais opostos e contraditórios de pecado e santidade (sabedoria humana, demasiada humana). É necessário enxergar a realidade de forma simples e natural, sem maldades nem malícia da mente que mente (julgamento mental, preconceitos).
 
Não somente o sexo é transcendido, mas qualquer compulsão vai sendo reduzida aos poucos, mesmo sem pedirmos. Basta compreender e sentir a verdade interior cada vez mais (João 6,34-35). Só isso, sem nenhuma repressão nem pose de santo. Naturalmente.

No entanto, transcender o sexo naturalmente não significa exatamente nunca mais utilizá-lo. Você poderá utilizá-lo ou não, porém sem a carência e compulsão anterior. Não há mais apego, nem sentimento de posse (dependência). O que equivale não mais utilizá-lo como outrora. É esse estado de liberdade e independência interior que conduz ao celibato verdadeiro e natural, sem esforço nem repressão sexual, conhecido como Brahmacharya.

É preciso manter a mente pura, assim como a energia da vida é pura por natureza. É preciso deixar a mente pura como sempre foi, antes dos conceitos intelectuais opostos de bem e mal ao mesmo tempo (contradição). Antes da sabedoria humana, demasiada humana.
Edmilson S. Jesus
 
Fonte: advaita-nao-dualidade.blogspot
CONSEQUÊNCIAS DA 
CONTINÊNCIA SEXUAL


 
Se alcançamos o estágio em que nos sentimos bastante amadurecidos para levar uma vida abstêmia, e em seguida começamos nossa prática de yoga, podemos ficar satisfeitos se, inicialmente, surgir um admirável amor pela vida, bom humor, um brilho sugestivo nos olhos e crescente energia produtiva.

Aos que estão suficientemente maduros, a vida abstêmia pode gerar e acumular tanta energia vital que, se é bem aplicada e dirigida conscientemente, doenças crônicas de longa duração subitamente se curam e sintomas neurastênicos sérios desaparecem.

A postura se torna juvenil e elástica, a mente se torna brilhante e clara, até mesmo as depressões mais severas desaparecem. O poder de concentração da mente aumenta em medida inesperada, começa-se a adquirir o poder de sugestão e o corpo se enche de vitalidade renovada.

Com o decorrer do tempo, subitamente descobrem-se talentos jamais intimamente suspeitados. Já estavam presentes, porém em latência.

Se erigimos uma barreira ante a energia sexual, ela se acumula então, causando inicialmente tensões e inquietações. Se, apesar disso, se mantiver firmeza, a energia sexual procurará novos canais e a pessoa se torna apta a convertê-la gradualmente em poderes elevados. A energia sexual dirigida para cima estimula as glândulas de secreção primeiramente; depois, os centros nervosos superiores.

O homem comum pode tornar-se detentor de poderes mágico-sugestivos, apenas se progrediu tanto em experiência, desenvolvimento e maturidade, que se tornou apto a manter e suportar a irritação da energia sexual represada nos centros nervosos e cerebrais superiores, com os nervos calmos e sem irritabilidade patológica. O melhor apoio para alcançar isto pode ser obtido de exercícios de yoga adequados.

Se uma pessoa ainda está imatura para a transmutação da energia sexual, isto é, se suas válvulas superiores ainda não se abriram, virá a adoecer. Comumente, o esforço excessivo afeta primeiramente a tireóide, o que pode causar desordens cardíacas, estados ansiosos e distúrbios ainda mais sérios.

Em tais casos, a energia sexual despertada não encontra uma válvula para si. Nem acha o caminho para os centros nervosos superiores pelos quais poderia manifestar-se como energia espiritual superior, e causa excessiva irritação patológica, que implica grandes danos aos nervos, e ainda a esquizofrenia. Existe uma ligação profunda entre a esquizofrenia e a energia sexual involuntariamente represada.

Como abrir os chakras superiores? Pelo controle corporal com os exercícios de Hatha Yoga, pranayama (*), concentração mental e meditação, abstinência e trabalho! Se desejamos subir a escada da evolução, devemos ter uma coisa sem a qual não há progresso, e isto é a paciência! O espírito, o Ser, está acima do tempo. O espírito é eterno. Paciência é o estado da eternidade. Daí, se nossa meta é despertar espiritualmente e realizar a consciência espiritual, devemos ajustar nossa mente à eternidade. E se o diabo da impaciência tenta pegar-nos, devemos consolar-nos com o pensamento: na eternidade há tempo suficiente!

O fato de que não se nota o progresso é o maior teste para o yogue. Exatamente como uma criança não nota quando vai ficando adulta, assim o homem não nota quando a consciência se expande.
 
 
 

Elisabeth Haich




(*) Dentre os pranayamas conhecidos, o mais notável para abrir a válvula dos chakras superiores e para conservação da energia sexual é Kriya Yoga, ensinada pela Self-Realization Fellowship, instituição fundada por Paramahansa Yogananda. Quando algum discípulo reclamava sobre a dificuldade de abrir os chakras superiores e viver em castidade sem repressão, o mestre citava o adágio: “O santo é simplesmente um pecador que nunca desistiu”, indicando que não se deve interromper as práticas espirituais devido às dificuldades. 
 
Fonte: http://yoga-ensinamentos.blogspot.com.br
 

sábado, 30 de julho de 2016

OS LIMITES DO CÉREBRO

Como é limitado o cérebro, por mais cultivado ou requintado que seja! Nada dissipa sua mediocridade. Ainda que o cérebro vá à lua, explore o universo ou as profundezas da terra, projete e monte o mais complexo maquinismo, inclusive computadores capazes de inventar novos computadores, e mesmo que ele venha a causar sua própria destruição e ressurreição, nada disso o livrará da mediocridade.

O cérebro só é capaz de funcionar no tempo e no espaço, toda filosofia é limitada por seu próprio condicionamento e as teorias e especulações são urdidas por sua astúcia.

É inútil qualquer tentativa de fuga de si mesmo. Seus deuses e redentores, seus mestres e líderes têm a medida de sua própria mediocridade. Em seu esforço para superar a estupidez, a eficácia é determinada pelo grau de sua astúcia. Ora buscando, ora pressionado, o cérebro vive na sombra de seu próprio sofrimento, incapaz de transcender sua futilidade.

A incessante atividade do cérebro, na busca de suas projeções, é inação. As reformas postas em prática estão sempre precisando de novas reformas. Acorrentado ao círculo vicioso da ação e da inação, o pensamento é o desdobramento de seus sonhos.

Ativo ou inerte, nobre ou ignóbil, é infinita sua superficialidade. Incapaz de escapar de si mesmo, vive na sordidez de sua virtude e moralidade. Só lhe resta permanecer completamente imóvel, o que não deve ser confundido com inércia ou indolência. Esta imobilidade é a única maneira de se preservar a sensibilidade do cérebro.

Na renúncia de si mesmo e na rejeição de suas atividades, cessam suas habituais e defensivas reações, bem como o vício de julgar, condenar ou justificar. E é nessa renúncia que a mediocridade desaparece e cessa o movimento do vir-a-ser, do desejo do preenchimento.

Revela-se então o que é: trata-se de um instrumento mecânico, inventivo, calculista, funcional, cuja perfeição é assombrosa. Como toda máquina, o cérebro é passível de desgaste e morte; torna-se medíocre ao tentar penetrar no insondável mistério do desconhecido, do imensurável. O conhecido é seu elemento, e lhe é vedado atuar no incognoscível.

Suas criações pertencem ao campo do conhecido, mas nem a palavra nem as imagens podem captar o mistério da criação. Jamais ele conhecerá esta beleza, pois a imensidão do indescritível somente aflora na completa imobilidade do cérebro.

Krishnamurti




ALÉM DA MENTE PENSANTE


"A maioria das pessoas passa a vida toda aprisionada nos limites dos próprios pensamentos. 

Nunca vai além das estreitas ideias já feitas, do sentido do "eu" condicionado ao passado. 

Em você, como em cada ser humano, existe uma dimensão de consciência bem mais profunda do que o pensamento.Se você consegue reconhecer, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passam por sua cabeça são meros pensamentos; se você consegue se dar conta dos padrões que se repetem em suas reações mentais e emocionais, é sinal de que essa dimensão de consciência está emergindo.

Ela é o espaço interno em que o conteúdo de sua vida se desdobra.

A corrente do pensamento tem uma enorme força que pode muito facilmente levar você a precipitação. 

Cada pensamento tem a pretensão de ser extremamente importante. Cada pensamento quer sugar sua completa atenção.

Eis um novo exercício espiritual para você praticar: não leve seus pensamentos muito a sério.

Com que facilidade as pessoas ficam aprisionadas nas armadilhas de seus pensamentos! 
Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opiniões e pontos de vista com a verdade.

A mente afirma : "As coisas são exatamente assim." Você precisa ir além dos seus pensamentos para perceber que, ao interpretar a "sua vida" ou a vida e o comportamento dos outros, ao julgar qualquer situação, você está expressando apenas um ponto de vista entre muitos possíveis.
 
Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos.

Mas a realidade é outra coisa".



Eckhart Tolle


sexta-feira, 29 de julho de 2016

A PERFEIÇÃO E O EQUILÍBRIO



A PERFEIÇÃO
 
- Você está maltratando a alma ao mantê-la imersa na matéria, vida após vida, assustada com os pesadelos do sofrimento e da morte. Entenda que você é a alma. Lembre-se de que o Sentimento por trás do seu sentimento, a Vontade por trás da sua vontade, a Força por trás da sua força, a Sabedoria por trás da sua sabedoria, são o Senhor Infinito.Unifique o sentimento do coração com a razão da mente em perfeito equilíbio. No castelo de paz, afaste de si, sempre, a identificação com a posição no mundo e mergulhe na meditação profunda para entender a sua divina realeza.

- "Não use seu tempo procurando coisas pequenas. Naturalmente é mais fácil obter outras dádivas de Deus do que a suprema dádiva dEle mesmo. Mas não se satisfaça com algo que seja menos do que o maior."

- Se os outros gastam o tempo com tolices, fique você refugiado em Deus. Você progredirá. Deixe o seu exemplo modificar a vida dos outros. Reforme-se a si mesmo e você reformará milhares.

- "Usando a chave de Kriya*, pessoas que não crêem na divindade de homem algum, contemplarão, por fim, a plena divindade de si mesmas." * Kriya é uma palavra em sânscrito, cuja raiz é a mesma de kri (fazer, agir, reagir); a mesma raiz se encontra na palavra karma, o princípio natural de causa e efeito. Assim, Kriya Yoga é "união (yoga) com o Infinito por meio de certa ação ou rito (Kriya)".

- A lua dissipa a escuridão do céu. Da mesma forma, uma alma que é treinada para conhecer Deus, uma alma na qual há a verdadeira devoção e busca sincera e intensa, dissipará a escuridão espiritual dos outros, onde quer que vá.

- Você deve transferir sua atenção do fracasso ao sucesso, da preocupação à calma, da agitação mental à concentração, da inquietude à paz, e da paz à divina felicidade interior. Quando você alcançar esse estado de Auto-Realização, o propósito da sua vida terá sido gloriosamente cumprido.

- Medite incessantemente e logo contemplar-se-á como a Essência Infinita, livre de todo tipo de sofrimento. Deixe de ser um prisioneiro do corpo; usando a chave secreta de Kriya, aprenda a escapar para o Espírito. 



 O EQUILÍBRIO
 
- "Os milhões de seres sobrecarregados por laços familiares e pesados deveres mundanos receberão nova inspiração de você, um chefe de família como eles. Mesmo levando vida mundana, o iogue que fielmente cumpre suas responsabilidades, sem apego ou motivação pessoal, trilha firmemente o caminho da iluminação. (...) Novo e doce alento de divina esperança penetrará nos áridos corações dos homens mundanos. Pelo exemplo de seu equilíbrio, eles compreenderão que a libertação depende mais de renúncias internas do que externas."

- Não é através de uma vida inconstante, mas através de uma vida regular e equilibrada, que você receberá as bênçãos dos Mestres. Assim, o mal nunca o usará como um instrumento.

- "Trabalhar para Deus, não para si mesmo, é tão positivo quando a meditação. Então, o trabalho auxilia sua meditação e a meditação auxilia seu trabalho. Você necessita do equilíbrio. Apenas com meditação, você se torna preguiçoso. Apenas em atividades, a mente se torna mundana e você se esquece de Deus.

- Para não impedir sua marcha para o progresso, não transforme coisas banais em importantes, nem se concentre em ninharias em detrimento daquilo que é realmente essencial. Ações meramente impulsivas, incompatíveis com tarefas verdadeiras, são indesejáveis.

- Quer esteja sofrendo nesta vida ou sorrindo em meio à opulência e o poder, a sua consciência deverá permanecer imutável. Se você conseguir alcançar o equilíbrio mental, nada poderá jamais feri-lo. A vida de todos os grandes Mestres mostra que eles alcançaram esse estado abençoado.

- Eu serei calmamente ativo, ativamente calmo. Não me tornarei preguiçoso, nem mentalmente fossilizado.  Tampouco serei superativo, capaz de conquistar riquezas, mas incapaz de desfrutar a vida. Meditarei regularmente a fim de manter o verdadeiro equilíbrio.

- O material e o espiritual são duas partes de um único universo e de uma única verdade. Ao enfatizar uma parte ou outra, o homem falha em alcançar o equilíbrio necessário a um desenvolvimento harmonioso... Pratique a arte de viver neste mundo sem perder sua paz interior. Siga o caminho do equilíbrio para alcançar o maravilhoso jardim interior da Auto-Realização.

- Não confunda compreensão com um vasto vocabulário. Os escritos sagrados são benéficos para estimular o desejo de realização interna, se um versículo de cada vez for lentamente assimilado. Do contrário, estudos intelectuais contínuos podem resultar em vaidade, satisfação falsa e conhecimento indigesto.

- "Embora você tenha que estar no mundo, não seja do mundo. Os verdadeiros iogues podem falar e se misturar com as pessoas, contudo suas mentes estão sempre absortas em Deus."

- "Milhões de pessoas vivem uma vida unilateral e morrem em estado imperfeito. Deus deu a cada um de nós uma alma, uma mente e um corpo, os quais devemos procurar desenvolver harmoniosamente. Se você viveu até hoje dominado pelas influências mundanas, não permita que o mundo continue lhe impondo as suas ilusões. Daqui por diante controle você mesmo a sua vida; seja o soberano do seu próprio reino mental. Medos, preocupações, descontentamento e infelicidade são resultados de uma vida não governada pela sabedoria."  



Paramhansa Yogananda



quinta-feira, 28 de julho de 2016

FORÇAS ADVERSAS


Cada vez que damos um passo decisivo em nosso progresso espiritual, os inimigos invisíveis do Divino sempre tentam vingar-se, e quando não podem atingir a alma, atingem o corpo. Mas todos os seus esforços são em vão e serão finalmente derrotados, pois a Graça Divina está conosco.

É o ciúme, a insatisfação nascida do egoísmo e a vaidade ferida que abrem as portas da consciência ao ataque das forças hostis, tirando a pessoa para fora da proteção divina. É apenas recusando-se a permitir esses pensamentos errados em si mesmo que a pessoa pode esperar libertar-se da influência adversa e seus efeitos desastrosos.

As sugestões erradas que às vezes nos invadem vêm do exterior, de alguma entidade vital que se diverte mandando-as a você para ver como vai recebê-las.

Pensar constantemente nas forças hostis e temê-las é uma fraqueza muito perigosa. As forças hostis são toleradas no mundo apenas porque elas testam a sinceridade do ser humano. No dia em que o ser humano se tornar integralmente sincero, elas irão embora, pois não mais haverá razão para sua existência.

Certas forças hostis estão conectadas com o desejo sexual. Elas vivem da energia desperdiçada quando o ato se realiza. E até mesmo um pensamento, um desejo mental ou vital é suficiente para que elas entrem e se estabeleçam na atmosfera da pessoa. Assim, é na própria mente que a purificação deve acontecer.
 
 
A Mãe (Mira Alfassa)
 
 
 
 
"Em face dos desconcertos emocionais que os exageros festivos produzem nas criaturas menos cautelosas, há uma verdadeira infestação espiritual  perturbadora da sociedade terrestre, quando legiões de espíritos infelizes, ociosos e perversos são atraídas e sincronizam com as mentes desarvoradas" (Manoel P. Miranda)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O DESEJO DO PODER


"Se quiser por à prova o caráter de um homem. 
dê-lhe poder". (Abraham Lincoln)


Como é estranho o desejo de poder, o poder do dinheiro, do prestígio, da capacidade, do conhecimento. Entretanto, uma vez alcançado, o poder acarreta conflito, confusão e sofrimento. 

Do eremita ao político, da dona-de-casa ao cientista, todos almejam o poder. E para alcançá-lo não hesitariam em matar ou destruir uns aos outros. O asceta conquista o poder por meio do sacrifício, do controle e da repressão; o político através de promessas, da capacidade de realização e da esperteza; o marido e a esposa mediante a dominação mútua; o sacerdote através do compromisso assumido com seu deus.

Todos anseiam pelo poder, seja ele mundano, seja espiritual, e a autoridade que dele emana gera conflito, desordem e sofrimento. Todos os que buscam ou detêm o poder da autoridade são por ele corrompidos.

O poder exercido pelo sacerdote, pela dona-de-casa, pelo líder, pelo eficiente administrador, pelo santo, ou pelo político local, é nocivo e prejudicial; quanto maior o poder, mais nefasta sua ação. O mal que ele produz contamina a quantos que, fascinados, passam a adorá-lo, apesar de trazer em seu bojo eterno conflito, dor e confusão. No entanto, ninguém ousa abandoná-lo.

Junto com o poder, vem a ambição, o desejo de fama e a crueldade, comportamento que a sociedade aprova e chega a incentivar. Esse comportamento, exaltado socialmente e até pela igreja, desvirtua e aniquila o amor.

Estimula-se a inveja e a competição, origem do medo, da guerra e do sofrimento, mas homem algum atreve-se a questionar aqueles valores.

A rejeição de qualquer forma de poder é o princípio da virtude e da lucidez, que elimina todo conflito e dor. O fim do sofrimento humano está na investigação e na compreensão do desejo e do pensamento, tarefa primordial de cada um de nós.

Devemos empreender esta tarefa sozinhos, sem ajuda de ninguém, sem seguir sistema algum, sem almejar recompensa, pois uma vez conscientes da estrutura de nosso ser, na percepção do que é, o fato se transforma.

Eliminado o desejo de poder, a confusão, o conflito e a dor, resta-nos aquilo que somos: um amontoado de memórias e uma crescente solidão. O desejo de poder e fama é uma fuga desta solidão, que emerge das cinzas da memória.

Para que se revele a verdade contida na solidão e nas cinzas da memória, deve ser espontâneo e absoluto o abandono do desejo de poder e fama. Da passiva observação do fato, sem escolha, nasce uma realidade nova.

Somente o amor torna possível o convívio, nunca o apego. Necessitamos de uma tremenda energia para convivermos com as ruínas da solidão e esta energia só pode nascer quando já não existir o temor.

Das cinzas da solidão surge o movimento original do estar só, livre de influências, de pressões, de toda forma de busca ou realização. É a morte do passado. Inicia-se então a viagem sem fim pelo desconhecido. E do que é imensurável nasce a força pura da criação.
 
 
Krishnamurti 
 
 
 

  "O poder infinito de Deus não está na tempestade, mas na brisa". (Rabindranath Tagore)


   
FLORES PARA VOCÊ


 - A nobreza de uma pessoa é medida por sua capacidade de gratidão.

- Sorrir para um inimigo é desarmá-lo.

- Seja sempre bom e você sempre será feliz. Lembre-se sempre de que da felicidade que você dá depende a felicidade que você tem. A felicidade que você dá o faz mais feliz que a felicidade que você recebe.

- Nenhuma alegria é comparável ao sentimento da eterna Presença no coração da pessoa.

- Devemos substituir competição e luta por colaboração e fraternidade.

- A liberdade não vem das circunstâncias exteriores, mas da libertação interior. Encontre sua alma, una-se a ela, deixe-a governar sua vida e você será livre.

- Liberdade significa fazer apenas o que a Suprema Consciência nos manda fazer. Em qualquer outra situação, a pessoa é uma escrava, quer seja da vontade dos outros, ou das convenções, ou das leis morais, ou dos impulsos vitais, ou de fantasias mentais, ou acima de tudo dos desejos do ego.

- Um coração em paz é a melhor recompensa da honestidade.
 
 
A Mãe (Mira Alfassa)