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sábado, 30 de novembro de 2019

A VIDA ESTÁ 
ALÉM DO SEU CONTROLE

gifs (11)

Render-se significa fluir com a torrente, abandonar-se à torrente. 

A vida está além do seu controle.
 
Você pode desfrutá-la, mas não pode controlá-la.
 
Você pode vivê-la, mas não pode controlá-la.
 
Você pode dançá-la, mas não pode controlá-la.
 
Normalmente dizemos que respiramos, e isso não é verdadeiro – a vida respira por nós. Mas continuamos a nos considerar agentes, e isso cria o problema. Quando você fica controlado, excessivamente controlado, não permite que a vida lhe aconteça. Você impõe demasiadas condições, e a vida não pode satisfazer nenhuma.
 
A vida lhe acontece somente quando você a aceita incondicionalmente e está disposto a dar-lhe as boas-vindas, não importa a forma que ela tome.
 
Mas uma pessoa muito controlada está sempre querendo que a vida chegue até uma certa forma, está sempre pedindo que ela satisfaça certas condições – e a vida não se importa; ela simplesmente não leva em conta pessoas como essa.
Esse lindo texto é lindo, se lido. Uma pequena obra prima se vivido.
 
Quanto mais cedo você quebrar o confinamento do controle, melhor, porque todo controle é da mente. E você é maior do que a mente.
 
Uma pequena parte está tentando dominar, tentando dar ordens. A vida segue em frente, você é deixado para trás e fica frustrado.
 
A lógica da mente é tal que diz: “Olhe, você não controlou bem e por isso perdeu; controle mais.”
 
A verdade é justamente o oposto: as pessoas perdem muitas coisas devido ao exagerado controle.
 
Seja como um rio selvagem e muito do que você nem pode sonhar, nem pode imaginar, nem pode esperar, está disponível logo ali, ao seu alcance.
 
Mas abra as mãos; não continue vivendo a vida com mãos fechadas, porque essa é a vida de controle. Viva a vida com as mãos abertas. Todo o céu está disponível; não se contente com menos.”


Osho em ”Pepitas de Ouro”
https://oshoemportugues.wordpress.com
 
AMOR DOLOROSO

 
 
Por que motivo é o amor tão doloroso?
 
O amor é doloroso porque abre caminho à bem-aventurança. O amor é doloroso porque transforma; o amor é mutação. Cada transformação será dolorosa porque o hábito tem de dar lugar ao novo; O hábito é familiar, seguro, fiável, o novo é absolutamente desconhecido. Irá navegar sem mapas num oceano. Você não pode usar a sua mente com o novo; com o habitual a mente é habilidosa. A mente pode funcionar somente com o habitual; com o novo a mente é totalmente inútil. 
 
Assim, o medo cresce. Ao deixar o mundo habitual, confortável e seguro - o mundo das conveniências - a dor cresce. É a mesma dor que a criança sente quando sai do interior do ventre materno. É a mesma dor que o pássaro sente quando sai de dentro do ovo. É a mesma dor que o pássaro irá sentir quando tentar, pela primeira vez, usar as asas. O medo do desconhecido, a segurança do conhecido, a insegurança do desconhecido, a imprevisibilidade do desconhecido, torna-nos muito inquietos.
 
E porque a transformação será do eu para um estado de ausência do eu, a agonia será profunda. Mas não poderá alcançar o êxtase sem passar pela agonia. Para purificar o ouro, este tem de passar pelo fogo.
 
O amor é fogo.
 
Mas é por causa da dor do amor que milhões de pessoas vivem uma vida sem amor. Sofrem, e o seu sofrimento é fútil. Sofrer com amor não é sofrer em vão. Sofrer com amor é criativo; eleva-o a níveis mais altos de consciência. Sofrer sem amor é um desperdício completo; não leva a lado nenhum, mantém você no mesmo círculo vicioso.
 
O homem que está sem amor é narcisista, está fechado. Ele só se conhece a si mesmo. E, se não conhece o outro, o que pode conhecer de si? Porque só o outro pode funcionar como espelho. Nunca se conhecerá a si mesmo sem conhecer o outro. O amor é, igualmente, fundamental para o autoconhecimento. Aquele que não conhece o outro num amor profundo, em paixão intensa, em êxtase completo, não será capaz de conhecer quem ele é, pois não terá um espelho para ver o seu próprio reflexo.
 
A relação é um espelho e, quanto mais puro for o amor, quanto mais elevado for o amor, melhor será o espelho, mais límpido será o espelho. Mas o amor elevado precisa que você esteja disponível. O amor elevado precisa que você seja vulnerável. Tem de deixar cair a sua armadura; isso é doloroso. Não precisa de estar constantemente na defesa. Tem de viver perigosamente. O outro pode magoá-lo; esse é o medo de ser vulnerável. O outro pode rejeitá-lo; esse é o medo de estar apaixonado.
 
O reflexo de si mesmo que poderá ver no outro pode ser feio - isso é ansiedade; evite o espelho! Mas evitando o espelho não ficará mais bonito. Mas evitando a situação também não irá crescer. O desafio tem de ser aceite.Devemos ir até ao amor. Esse é o primeiro passo para Deus, e não pode ser ultrapassado. Os que tentam ultrapassar esse passo para o amor nunca atingirão Deus. Isto é absolutamente necessário, porque só quando foi provocado pela presença do outro é que você se torna consciente da sua totalidade, quando a sua presença foi engrandecida pela presença do outro, quando saiu do seu mundo narcisista e fechado sob o céu aberto.
 
O amor é um céu aberto. Estar apaixonado é voar nele. Mas, certamente, um céu sem limites, sem fronteiras, cria medo.
 
E perder o ego é muito doloroso porque lhe incutiram que cultivasse o ego. Pensamos que o ego é o nosso único tesouro. Temo-lo protegido, temo-lo decorado, temo-lo polido continuamente. E quando o amor bate à porta, tudo o que é necessário para se apaixonar é pôr o ego de lado. É, certamente, doloroso. É o trabalho de toda uma vida, é tudo o que você criou - este ego feio, esta ideia "Eu sou desligado da existência". 
 
Esta ideia é feia porque é falsa.
 
Esta ideia é ilusória, mas a nossa sociedade existe, baseia-se na ideia de que cada pessoa é uma pessoa, não uma presença.
 
A verdade é que não existe nenhuma pessoa no mundo; há somente presenças. Você não é - não como ego, separado do todo. Você é parte do todo. O todo penetra em si, o todo respira em si, pulsa em si, o todo é a sua vida.
 
O amor dá-lhe a primeira experiência de sintonia com algo que não é o seu ego. O amor dá-lhe a primeira lição de que pode conseguir deixar-se levar pela harmonia com alguém que nunca fez parte do seu ego. Se pode estar em harmonia com uma mulher, se pode estar em harmonia com um amigo, com um homem, se pode estar em harmonia com o seu filho ou com a sua mulher, porque não pode estar em harmonia com todos os seres humanos? E se estar em harmonia com uma só pessoa lhe dá tanta alegria, qual poderá ser o resultado se estiver em harmonia com todos os seres humanos? E se conseguir a harmonia com todos os seres humanos, por que não estar em harmonia com animais, pássaros e árvores? Então um degrau leva a outro.
 
O amor é uma escada. Começa com um indivíduo, termina na totalidade. O amor é o início, Deus é o fim. Recear o amor, recear as dores crescentes do amor é permanecer encerrado numa cela escura. O homem moderno vive numa cela escura. É narcisista - o narcisismo é a maior obsessão da mente moderna. E então surgem problemas sem significado. Há problemas que são criativos, porque conduzem-no a uma consciência mais elevada. Há problemas que não o levam a parte nenhuma; simplesmente mantêm-no constrangido, mantêm-no nos embaraços do costume. O amor cria problemas. Você não pode evitar esses problemas por evitar o amor - mas estes são problemas essenciais! Têm de ser enfrentados, encontrados; têm de ser vividos, ultrapassados e deixados para trás. E, para os deixar para trás, o caminho faz-se através deles. O amor é a única coisa que vale realmente a pena. Tudo o resto é secundário. Se favorece o amor, é bom. Tudo o resto é um meio, o amor, um fim. Assim, independentemente da dor, avance no amor.
 
Se não mergulhar no amor como muita gente decidiu, assim fica preso a si mesmo. Então a sua vida não é uma peregrinação, então a sua vida não é um rio em direção a um oceano; a sua vida é um charco estagnado, sujo, e, rapidamente, nada haverá senão sujidade e lama. Para o manter limpo, precisamos de nos manter a fluir. Um rio mantém-se limpo porque continua a fluir. Fluir é o processo de se manter continuamente virgem.
 
Um amante permanece virgem - todos os amantes são virgens. Todos os que não amam não podem permanecer virgens; adormecem, estagnam;começam a empestar mais cedo ou mais tarde - e será mais cedo que mais tarde - porque não têm para onde ir. A sua vida está morta.
 
É onde o homem moderno se encontra a si mesmo e, devido a isto, todo o tipo de neuroses, todo o tipo de demências cresceram. As doenças do foro psicológico tomaram proporções epidêmicas. Não se trata só de alguns indivíduos psicologicamente doentes; na realidade, toda a terra se tornou um manicômio. Toda a humanidade sofre de um tipo de neurose e essa neurose provém do narcisismo estagnado. Todos estão presos à sua ilusão de um eu independente; então as pessoas enlouquecem. E esta loucura não tem sentido, é estéril, sem criatividade. Ou então as pessoas começam a suicidar-se. Estes suicídios são igualmente estéreis, não são criativos.
 
Você poderá não se suicidar por tomar veneno ou saltar de um precipício ou por disparar sobre si mesmo, mas pode suicidar-se por um processo mais lento e isso é o que, normalmente, acontece. Muito poucas pessoas se suicidam repentinamente. Outros decidem-se por um suicídio lento; gradual, lentamente, morrem. Mas a tendência para se ser suicida tornou-se quase universal.
 
O que não constitui uma forma de viver. E a razão, o motivo fundamental é que esquecemos a linguagem do amor. Não temos coragem suficiente para embarcar na aventura chamada amor.
 
Por isso as pessoas estão interessadas em sexo, porque o sexo não é arriscado. É momentâneo, não precisa de envolvimento. O amor é envolvimento; é compromisso. Não é momentâneo: mal ganhe raízes pode ser para sempre. Pode ser um compromisso para a vida. O amor precisa de intimidade, e só quando tiver intimidade é que o outro se torna espelho. Quando conhece sexualmente uma mulher ou um homem, simplesmente não os conheceu; de facto, você evitou a alma da outra pessoa. Só usou o corpo e escapou, e o outro usou o corpo e escapou. Não chegou a haver intimidade suficiente para revelar a face original de cada um.
 
É doloroso, mas não o evite. Se o evitar, terá evitado a maior oportunidade de crescer. Vá até ele, sofra de amor, porque através do sofrimento vem um grande êxtase. Sim, há agonia, mas da agonia nasce o êxtase. Sim, terá de morrer enquanto ego, mas, se morrer enquanto ego, terá nascido como um Deus, como um buda.
 
O amor dar-lhe-á o primeiro sabor do Taoísmo6, do Sufismo7, do Zen. O amor dar-lhe-á a primeira prova de que a vida não é desprovida de sentido. Aqueles que dizem que a vida não tem sentido são aqueles que ainda não conheceram o amor. Tudo o que dizem é que a sua vida perdeu o amor.

Deixe que haja dor, deixe que haja sofrimento. Vá pela noite escura e alcançará um belo pôr-do-sol. É só no ventre da escuridão noturna que o Sol se desenvolve. É só após a escuridão noturna que a manhã vem.
 
Toda a minha abordagem é a do amor. Ensino o amor, só o amor e nada mais que o amor. Pode esquecer Deus; esta é somente uma palavra oca. Pode esquecer as preces, porque são rituais que lhe são impostos pelos outros. O amor é a prece natural que não é imposta por ninguém. Nasceu com ela. O amor é o verdadeiro Deus - não o Deus dos teólogos, mas o Deus de Buda, Jesus, Maomé, o Deus dos sufis. O amor é um mecanismo, um método para o matar, enquanto indivíduo, e ajuda-o a tornar-se infinito. Desapareça enquanto gota e torne-se um oceano - mas terá de passar pela porta do amor.
 
E, certamente, quando alguém começa a dissolver-se como uma gota e quando se viveu muito tempo como uma gota, dói, porque se pensa: "Eu sou isto, e isto está a ir-se. Estou a morrer." Você não está a morrer, mas a ter a Amor, Liberdade e Solidão31ilusão de que está a morrer. Identifica-se com a ilusão, realmente, mas a ilusão é ainda uma ilusão. E, somente quando a ilusão se vai, você será capaz de ver quem é. E esta revelação traz consigo um pico de alegria, contentamento, celebração.
 
Osho, em Amor, Liberdade e Solidão

A ILUSÃO DAS NECESSIDADES

  
Tu, que queres a paz, só podes encontrá-la no perdão completo. Ninguém aprende a menos que queira e acredite que, de alguma forma, precisa da aprendizagem. Embora não exista nenhuma falta na criação de Deus, ela é bem evidente no que tu fizeste. De facto, essa é a diferença essencial entre um e outro. Falta, significa que te sentirias melhor se, de alguma forma, estivesses num estado diferente daquele em que estás. Até à «separação», que é o significado da «queda», nada faltava. Não existiam quaisquer necessidades. Necessidades só surgem quando tu te privas. Tu ages de acordo com a ordem particular da necessidades que estabeleces. Isso, por sua vez, depende da tua percepção acerca do que és.

O sentimento de separação de Deus é a única falta que realmente precisas corrigir. Esse sentimento de separação nunca teria surgido se não tivesses distorcido a tua percepção da verdade e, desta forma, percebido a ti mesmo como se te faltasse alguma coisa. A ideia de ordem de necessidades surgiu porque, tendo feito esse erro fundamental, já te tinhas fragmentado em níveis com diferentes necessidades. À medida que te integras, vens a ser uno e, consequentemente, as tuas necessidades passam a ser uma só. Necessidades unificadas conduzem à ação unificada porque isso produz uma ausência de conflitos.

A ideia de ordem de necessidades, que decorre do erro original, segundo o qual alguém pode ser separado de Deus, requer correção no seu próprio nível, antes que o erro de perceber níveis possa ser, de alguma forma, corrigido. Tu não podes comportar-te de maneira eficaz enquanto funcionares em níveis diferentes. Todavia, enquanto o fazes, a correção tem de ser introduzida verticalmente, de baixo para cima. Isso é assim porque pensas viver no espaço, onde conceitos tais como "para baixo" e "para cima" são significativos. Em última instância, o espaço é tão insignificante quanto o tempo. Ambos são, simplesmente, crenças.

O propósito real deste mundo é ser usado para corrigir a tua descrença. Tu, por ti mesmo, jamais poderás controlar os efeitos do medo porque o fizeste e acreditas no que fizeste. Assim, na atitude, embora não no conteúdo, assemelhas-te ao teu Criador que tem fé perfeita nas Suas criações porque Ele as criou. A crença produz a aceitação da existência. É por isso que podes acreditar em algo que ninguém mais pensa ser verdade. É verdadeiro para ti, porque foi feito por ti.

Todos os aspectos do medo não são verídicos, porque não existem no nível criativo e, portanto, absolutamente, não existem. Qualquer que seja a extensão da tua disponibilidade para submeter as tuas crenças a este teste, nessa mesma extensão, as tuas percepções são corrigidas. Para separar o falso do verdadeiro, o milagre procede nestas linhas:
 
O amor perfeito exclui o medo.
Se o medo existe, então não há amor perfeito.
 
Mas:
Só o amor existe.
Se há medo, ele produz um estado que não existe.

Acredita nisto e serás livre. Só Deus pode estabelecer esta solução, e esta fé é o Seu dom.


http://ondaencantada10.blogspot.com

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

PERMANEÇA EM SILÊNCIO


A liberação, que é bemaventurança, é natural a todos.
 
A ignorância é uma ilusão da mente, uma falsa sensação.
 
Apenas o ego é prisão, e a sua própria natureza,
livre do contágio do ego, é liberação.
 
Não há engano maior do que acreditar que a liberação, que está sempre presente como a sua verdadeira natureza, será alcançado em um tempo futuro.
 
Até mesmo o desejo pela liberação é fruto da ilusão.
 
Portanto, permaneça em silêncio.

Ramana Maharshi
http://conscienciaeusou.blogspot.com


"O Silêncio também fala, fala e muito!  O silêncio pode falar mesmo quando as palavras falham. Sempre que há silêncio a verdade floresce. A verdade é o florescimento do silêncio, porque sempre que estão silenciosos as portas se abrem e vocês estão no Templo". (Osho)

EU SOU O QUE SOU 
NO CAMINHO QUE ESTOU



Admito minhas emoções imaturas,
E confesso minhas ideias malformadas

Admito minha língua felina que planeja
E ataca sem ter nenhuma fome,
Só porque está com medo.

Admito a podridão do esquecimento
da educação que recebi e esqueci,
E confesso o gosto do vinagre na minha boca,
Que amarga tudo aquilo que não quero perdoar

Na clareza do dia, caminho cego e firme
Na escuridão da noite, solto as criaturas das trevas
Morcegos e corujas a me guiar -
Eu sinto o caminho!

Reconheço que há um lado do meu eu
que simplesmente não existe, morreu!
E não adianta insistir porque ele não vive neste mundo -

É simplesmente o "eu" que me transforma

Ó Lua, sou seu lobo devoto!
Adoro dançar com você esta música lenta,
E seguir só, por esta longa e maravilhosa estrada
De chão de pedras vermelhas.

Confio nesse meu caminhar buscador

Ó coiote que espreita e ainda me amedronta
Nas noites mais frias, escuras e sem luar
Sei que caminha comigo nesta estrada
Tenho orgulho de ti e dos toques que me dá
Respeito e gratidão

Sei da dor e do sofrimento
E ainda vou aprender a abraçá-los

Sei que preciso me agasalhar no frio
para o medo não me congelar
E sei que preciso me exercitar,
Ganhar um pouco de dinheiro,
para poder envelhecer,
Mas não vou mais me apavorar,

Porque sei que sou um universo
Vindo do nada, iluminado
Pela minha própria força e vibração
Pelas minhas próprias Luas, Sóis e Estrelas

Aprendi a reconhecer os sinais,
Os sonhos, mensagens e toques ancestrais
Aprendi a ver e falar através dos cristais
O segredo das plantas e ervas medicinais
Aprendi a ver nos olhos dos animais
No reflexo das águas e dos metais

Eu perdi o medo de Deus
Eu falo e escrevo
E ainda vou dizer mais,
A todos os que quiserem escutar:

Quem quiser seguir por este caminho,
Terá que preservar a pureza e a inocência
Porque senão seguirá por outro diferente.

A magia só acontece desse jeito,
E é sempre assim que nos encontramos...
Como naquela velha estória do patinho,
Que acha que é feio só porque se sente diferente dos outros.
Que não consegue entender o deus de que tanto falam...
Um deus que vive distante no céu e é tão bom.
Que não consegue entender porque é tão diferente e se sente rejeitada(o).
E continuou seguindo aquele caminho 
DURO e SOLITÁRIO,
Até que um dia resolveu se olhar no reflexo do lago
E descobriu o óbvio:
Que não é um patinho feio, 
é um Cisne cheio de pureza.

Se quiser conhecer o Deus ou a Deusa
Não procure só do lado de fora
Vá seguindo pelo caminho das belezas e do amor,
E olhe para dentro de vez em quando,
Logo encontrará.

Gratidão pela companhia,

Alfredo Almader
 
http://conscienciaeusou.blogspot.com

O HOMEM PERFEITO NÃO DEIXA

ATRÁS DE SI NENHUMA SOMBRA

 
 
 
Pergunta: No desenvolvimento da individualidade, onde está o padrão pelo qual se mede o que é elevado ou a baixeza?

Krishnamurti: Como pode haver um determinado padrão externo? Deve haver continua escolha, a todo momento.

A princípio há o desejo de possuir muitas coisas: — casas, livros, mobília, carros, etc.; quereis possuir, possuir, possuir, possuir. Pensais que por aquilo que possuis chegareis à vida da liberdade, da felicidade; mas, não. Logo que vos aparece abundância de posses, pondes estas de parte. Procurais, então, depois do desprezo do que é físico, o romântico; quereis ter guias, “gurus”, mestres, deuses, ansiais pelos mistérios, pelo romantismo. Vem, novamente, a revolta desse romantismo, que é uma ilusão, e há uma consciente e despertada escolha da realidade no falso.

Pergunta: Quando o perfeito equilíbrio entre “vós” e “eu” é alcançado, é ele igualmente alcançado por outros indivíduos?

Krishnamurti: Receio que não me tenhais compreendido. O perfeito equilíbrio não está entre o “vós” e o “eu”. Esse perfeito equilíbrio está em nós mesmos, por conseguinte é todo-integrativo. Nesse equilíbrio não existem “vós” e “eu”. “Vós” e “eu” são criados pelas reações. “Vós” e “eu” são o resultado da separação e não do mais conseguimento da perfeita consumação da espiritualidade. Assim, quando eu, como um indivíduo, tenho alcançado este equilíbrio, não há nenhuma individualidade para mim. Eu sei que pensareis imediatamente que isto é aniquilação. Não há tal coisa de aniquilação. Um homem que tenha alcançado este ponto torna-se o ponto focal da vida, o que é uma coisa completamente diferente de aniquilação.

“É ele igualmente alcançado por outros indivíduos?” Como pode ser ele alcançado por outros indivíduos, se por ele não luta cada indivíduo? Como pode a compreensão de um homem ser transplantada em outrem?

Pergunta: Como distinguirmos um impulso de intuição?

Krishnamurti: Segui uns e outros pela ação e cedo descobrireis. Como posso dizer-vos o que é a vossa intuição? Como pode alguém falar-vos de vossa intuição e impulso, senão vós mesmo? O homem perfeito não deixa atrás de si nenhuma sombra, e todos vós estais em trevas, e esta é a razão porque estais procurando uma autoridade que vos diga o que é mais essencial e o que é menos essencial, o que é bom, e o que é mal.

Pergunta: Não existirá um estímulo criador ou força, fora do “domínio” do indivíduo, para compeli-lo a atingir a vida abundante?

Krishnamurti: Que maiores estímulos precisais, do que risos e lágrimas? Esta é a razão porque tenho falado em lágrimas e risos, e não sobre as explicações deles. Se não sabeis sofrer, se nunca chorastes, como podeis compreender? Que maior estímulo existe que o desejo? Que estais fazendo sempre com o desejo? Vossa maior aspiração é mata-lo, mas não podeis matar o desejo. O que percebeis, desejais; mas se vossa percepção é pequena, vossos desejos são pequenos. Se vossa visão é larga, vossos desejos são largos. Se estais num caos, não é por culpa do desejo, é por culpa de vossa percepção.

Pergunta: Não nos devemos conformar, até certo ponto, com o conseguirmos eficiência, e não devemos chegar à eficiência para atingirmos o repouso, para desenvolvermos a individualidade?

Krishnamurti: Sei que todos adoram a eficiência. É um outro novo deus. Deve-se, entretanto, ter eficiência. Na maneira de fazerdes as coisas deveis ter eficiência, pois ela vos dá repouso e a oportunidade de desenvolver a individualidade, mas isto não é propriamente um fim em si mesmo. O esforço individual tem valor na criação de vossa própria perfeição. A individualidade é perfeição. É apenas, uma parte do todo. Para tomardes o todo, deveis ter o produtivo contato da vida, que enriquece a individualidade, e nesse enriquecimento, a individualidade se perde. Então, não vos deveis considerar como um indivíduo, mas como o todo.

Pergunta: Entendi dizerdes que o homem não é material, nem espiritual. Que é ele?

Krishnamurti: Isto interessa muito? Ele é tudo. É material e espiritual; ele é — o todo. Não podeis dividir a vida em matéria e espírito; isso são convenções da mente.

Pergunta: Se aderirmos o amor humano, poderá isto embaraçar seriamente o nosso progresso para o verdadeiro amor?

Krishnamurti: Se o amor se torna uma coisa intelectual, não é real; mas não deveis ser um escravo do amor humano, deveis, através do amor humano, criar a qualidade do verdadeiro amor, o que é perfeitamente coisa diferente.

Pergunta: Podeis dizer de modo mais definido como nos tornamos superiores, como nos erguemos acima das reações emocionais?

Krishnamurti: Para vos erguerdes acima das reações emocionais, deveis ir através da emoção. A vida não é uma drogaria, onde podemos encontrar drogas convenientes para as consecuções. Para chegardes ao ponto culminante, deveis estar preparado para rir e para chorar, o que é a mesma coisa, as formas extremas da mesma emoção.

Pergunta: Não deve alguém filiar-se a um grupo, tal como uma sociedade, para ajudar os outros, por ser a ação coletiva mais eficiente do que a individual?

Krishnamurti: Ação, em relação a que? Sem dúvida, para aliviar o sofrimento físico? Mas, não podeis pela ação coletiva afastar o isolamento, a separatividade. Não podeis pela ação coletiva suavizar e aplacar os males da vida. Deveis vestir-me, alimentar-me. Em resumo, o objetivo da eficiência que todos desejam é ter repouso para pensar e sentir. Dizeis: como fazê-lo? Podeis fazê-lo proporcionando oportunidades aos vossos amigos e semelhantes. Fazê-lo, porém, sem explorar a outrem. Isto não é uma coisa de futuro remoto, cuja carga apoia-se nos ombros de outrem.
 
Para concluir: Não é pela conformidade que chegareis à própria perfeição, nem por vos abrigardes à sombra de outrem. O homem que procura a verdade não pode deixar um vestígio atrás de si.


Krishnamurti
http://pensarcompulsivo.blogspot.com   
 

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

ORAÇÃO DE UM POSTULANTE



 Deus de meu Coração:

 Seja feita a Tua Vontade.
Nunca a minha.
Mesmo assim,
Com esperança e confiança,
humildemente,
ouso rogar: AUXILIA-ME.


AUXILIA-ME:

A transmutar
minhas energias inferiores e grosseiras.

A cegar
meus olhos carnais para as tentações do viver.

A ensurdecer
meus ouvidos para as futilidades da existência.

A demolir
meu castelo de ilusões.

A calcinar
meu egoísmo.

A aquietar
meu ser diante do tumulto do Mundo.

A vencer
minha GRANDE HERESIA.



AUXILIA-ME:

A renunciar
ao meu eu mortal.

A me entregar sem reservas
ao meu EU VERDADEIRO.

A dissipar
meus momentos de intolerância.

A discernir e refrear
qualquer resquício de vanglória.

A abdicar
da vida dissoluta que insisto em viver.

A dominar
os desregramentos da lascívia.

A desautorizar
a voz sedutora do corpo astral.



AUXILIA-ME:

A vencer
os encantamentos dos sentidos.

A corrigir minha incapacidade natural
que me mantém afastado
de todos os seres do Universo.

A purificar
meu CORAÇÃO.

A depurar
meus sentimentos impuros.

A extirpar
todas as solicitações que me arrastam para baixo.

A aniquilar
todos os desejos, cobiças, paixões e desregramentos.

A comprazer
resoluta e definitivamente
com a VONTADE CÓSMICA.


AUXILIA-ME:

A abjurar
as memórias de experiências passadas.

A remover
as sombras escuras das fantasmagorias interiores.

A apartar
as sombras escuras das imagens exteriores.

A superar
a iníqua sensação de onipotência.

A vencer
a perturbadora inação.

A ser
piedoso, compassivo, generoso e solidário.

A não fazer jamais
juízo de valor.


AUXILIA-ME:

A vigiar
meu eu inferior.

A privilegiar
meu EU SUPERIOR.

A despir
o manto da escuridão.

A rejeitar
o abismo da matéria.

A aprender a viver
em Silêncio
no seio da CONSCIÊNCIA CÓSMICA.

A harmonizar
meu Coração com o
GRANDE CORAÇÃO DA HUMANIDADE.

A harmonizar
minha mente com a
GRANDE MENTE DA HUMANIDADE.


AUXILIA-ME:

A sintonizar
todo o meu ser
com a GRANDE DOR DA HUMANIDADE.

A enfrentar
com serenidade
todos os constrangimentos
e todas as derrotas.

A vencer
todas as tentações.

A governar
com sabedoria
minha personalidade-alma.

A destruir
meu orgulho.

A suprimir
minha prepotência.

A triunfar
sobre todas as minhas perplexidades.


AUXILIA-ME:

A amar
a todas as prostitutas.

A amar
a todos os homossexuais.

A amar
a todos os ladrões.

A amar
a todos os falsários e estelionatários.

A amar
a todos os que faltam com a verdade.

A amar
a todos os que prevaricam.

A amar, enfim,
a todos os desviados da LUZ,
e servir incognitamente a todos os
SERES DO UNIVERSO.


AUXILIA-ME:

A compreender a

PERFEITA COMPREENSÃO.

A pensar de acordo com o

PERFEITO PENSAMENTO.

A falar de acordo com a

PERFEITA PALAVRA.

A conduzir minha vida de acordo com a

PERFEITA CONDUTA.


AUXILIA-ME:

A trilhar a senda do

PERFEITO MEIO DE VIDA.

A tornar incontestável o

PERFEITO ESFORÇO.

A conquistar a

PERFEITA CONCENTRAÇÃO.

A atingir a sublimidade da

PERFEITA MEDITAÇÃO.


AUXILIA-ME:

A SER INICIADO NA GRANDE LUZ.

NÃO MAIS O MEU NOME...

NÃO MAIS O MEU ROSTO...

NÃO MAIS A MINHA VONTADE...

NÃO MAIS A MINHA RAZÃO...

TÃO-SÓ O TEU NOME.

TÃO-SÓ A TUA FACE.

TÃO-SÓ A TUA VONTADE.

TÃO-SÓ A TUA RAZÃO.

TÁO-SÓ O SILÊNCIO TOTAL DA

PAZ PROFUNDA.

NÃO MAIS EU...

MAS, TODOS E COM TODOS...

NO SEIO DO

CRISTO CÓSMICO.


AUXILIA-ME:

A ouvir o SOM DO SILÊNCIO

Para que eu possa ser utilizado como

INSTRUMENTO VERAZ, 
EFETIVO e PERMANENTE

de:

CONCÓRDIA

LUZ

MANSIDÃO

BELEZA

AMOR

CARIDADE

HUMILDADE

ESPERANÇA

PRUDÊNCIA

HARMONIA

TEMPERANÇA

FORTALEZA

LIBERALIDADE

MAGNANIMIDADE

ENTENDIMENTO

PAZ

TOLERÂNCIA

JUSTIÇA


QUE O SERVIÇO IGNOTO POR MIM DESEMPENHADO SEJA SEMPRE:


JUSTO

VERDADEIRO

DIGNO

FECUNDO

CONSISTENTE

ALTRUÍSTA

ELUCIDATIVO

CATEGÓRICO


PAZ PROFUNDA A

TODOS OS SERES DO UNIVERSO


BÊNÇÃOS PARA

TODOS OS SERES DO UNIVERSO

http://paxprofundis.org