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quarta-feira, 6 de março de 2024

 A SOLUÇÃO ESTÁ PRONTA - I

A intuição
 
Nos níveis mais profundos da nossa consciência existem respostas para todas as nossas indagações. Saber disso é o primeiro passo para a intuição. Em seguida, precisamos deixar de contrapor sentimentos, desejos, preconceitos e ideias ao que vem do nosso mundo interno.
 
Se desobstruirmos o caminho para o inconsciente e ficarmos diante dele como se fôssemos recém-nascidos, totalmente inexperientes, as respostas a questões existenciais e as soluções para os mais diversos problemas que enfrentamos podem emergir.
 
A intuição é compreensão direta de certo aspecto da realidade. Emerge sem que raciocinemos, pois não depende da atividade mental costumeira. Introduz-se na mente e imprime-se no cérebro no intervalo entre os pensamentos. Quanto maior for o intervalo, de maneira mais nítida e completa ela será captada.
 
poucos sabem que se perguntarem algo ao inconsciente obterão resposta e que lhes cabe tão somente estar receptivos a ela.
 
A abertura ao mundo interior 
 
Há várias maneiras de interrogar o inconsciente. Certas pessoas conversam consigo mesmas, outras escrevem, outras formulam perguntas mentalmente, voltadas para o interior de si próprias. Há também as que buscam orientação interna sem chegar a formular perguntas - simplesmente se colocam em um estado expectante e tranquilo. A forma como sucede o contato com o inconsciente é determinada pelo temperamento de cada um.
 
Um aspecto que conta muito para efetivar-se o contato inconsciente é a intensidade com que emitimos a indagação. É importante plasmar as ideias de modo claro e coerente, estando bem consciente de seu princípio, meio e fim, e entregá-las com desapego ao próprio mundo interno. Do desapego vem o equilíbrio e a paz que propiciam à intuição revelar-se.
 
Se nos concentramos excessivamente e fazemos a pergunta com ansiedade, impedimos que a resposta venha, pois nossas expectativas  agem como obstáculo entre nós e a realidade interna. Por outro lado, se não dedicamos a isso amor e atenção suficientes, o apelo não chega às camadas profundas do ser, onde a solução está pronta. Há, pois um delicado equilíbrio a ser conseguido entre a pergunta e a espera tranquila.
 
O grau de energia necessário para emitir a pergunta é descoberto com a prática, com a dedicação. É um processo rico de ensinamentos.
 
Depois de formular a pergunta com clareza e enviá-la corretamente, devemos por de lado  o assunto, para que nosso mundo interior possa agir sem perturbações nem interferências. Se, por exemplo, insistirmos na mesma pergunta, se ficarmos pensando no assunto, se cobrarmos a resposta, atrairemos novamente para a superfície da consciência o que deveria estar sendo trabalhado em quietude, em áreas profundas do ser. Impediremos, assim, que nos seja revelada a solução.
 
Um meio de evitarmos que a mente interfira é fazer a pergunta antes de adormecer ou antes de nos ocupar com alguma tarefa que nos vá absorver toda a atenção.
 
Suponhamos que nos acometem dúvidas sobre se fizemos a pergunta corretamente, ou que queiramos perguntar de novo, ou que o assunto insista em voltar à mente. Se surgirem esses ou outros impasses com os quais não saibamos lidar, torna-se necessário esquecer por completo a pergunta e nos despreocupar-nos. Devemos agir como se nada estivesse acontecendo, como se não tivéssemos feito pergunta alguma. Temos que nos desligar de tudo e não insistir mais, até que a tranquilidade seja reencontrada.
 
Não haverá dificuldade a partir do momento em que se instala em nós a certeza de que, ao fazermos uma pergunta, a resposta estará sendo elaborada pelo inconsciente. O fator é essencial. Fé em que o nível intuitivo está sempre pronto para nos atender e atento às nossas necessidades.
 
Se não temos fé na sabedoria do nosso ser interno, envolvemo-nos com questões psicológicas e intelectuais, e a mente, que deveria estar calma para refletir o que vem do profundo, inquieta-se e não cumpre seu papel de espelho refletor.
 
Com base em Palestras de Trigueirinho
Publicado pela Eitora Irdin
 

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