JEJUM DE PREOCUPAÇÃO - I
Jejum pode ser uma prática mais ampla do que a simples abstinência de alimentos. Jejuamos também quando nos abstemos de determinados pensamentos, emoções, ações e palavras. Às vezes precisamos jejuar de certos sentimentos negativos mais do que propriamente de alimentos ou de pensamentos; às vezes precisamos jejuar de palavras mais do que sentimentos, e assim por diante.
Se for inspirado pelo nosso mundo interior e isento de expectativas e ambições, tanto o jejum de alimentos quanto os demais, podem ajudar na nossa transformação, na purificação do organismo e até mesmo trazer saudáveis simplificações à vida.
Realizado com base nesses princípios de equilíbrio, o jejum de alimentos pode ter, sobre o corpo físico, repercussões de caráter espiritual, e não só terapêutico. Em certos casos, amplia a sua capacidade de acolher a energia da alma e de desimpedir-se de impurezas.
A opção pelo jejum de alimentos, porém, deve ser bem ponderada, pois nos dias de hoje, o corpo físico da maioria das pessoas tem sido submetido a grande desgaste não só pela atividade desorganizada e intensa da vida moderna, mas também pelo uso excessivo de aparelhos eletrônicos, pela saturação de ondas de radiofrequência na atmosfera e, sobretudo, pela tensão psíquica. O jejum de alimentos pode ser nocivo quando o corpo está debilitado ou sem reservas suficientes.
Contudo, esse tipo de jejum é por demais benéfico quando há um sinal verdadeiro para fazê-lo, um aviso evidente de que essa é a vontade do eu interior, em determinado momento de nossa vida. É então feito, por livre e espontânea vontade, em oferta ao nosso eu interior, pois como vimos, se o corpo se purifica, harmoniza-se com os níveis mais sutis do ser.
O jejum pode desanuviar-nos, e desse modo, permitir-nos compreender melhor, o que o espírito quer de nós. É uma oferta para evoluirmos, e não motivo para ficarmos fracos, nervosos ou carentes de substâncias necessária à vida.
Com o passar do tempo, vamos vendo qual é para nós a melhor forma de jejum e, sempre que o repetimos, atualizamos sua prática conforme o estado do nosso corpo, as condições em que nos encontramos, o impulso que nos leva a realizá-lo.
Se obedecermos aos sinais internos, podemos estar certos de que todas as nossas necessidades são supridas pela própria força interior que nos estimula a fazer o jejum. Tomadas as devidas precauções, tudo corre bem. Crescemos em consciência, evoluímos e melhoramos com a ajuda do eu interno, que escolheu esse caminho tão simples de purificação.
Se estamos com boa saúde, a experiência do jejum de alimentos não nos enfraquece, mas, se mesmo assim, em determinado momento, percebemos que é preciso interrompê-lo, não há que hesitar.
Durante o jejum recomenda-se ingerir mais água do que de costume, para hidratar o organismo. Ao finalizá-lo, é preciso cuidado especial. É que, após o período de desintoxicação e de repouso do aparelho digestivo que o jejum proporciona, o organismo tem que readaptar-se ao processo de assimilação e de eliminação. Esse reinício de constar de alimentos bem leves.
Outros aspectos do jejum
Jejum pode significar também moderação, e não apenas abstinência. Se em nossa alimentação normal não somos levados pela gula, mas damos ao corpo físico só o necessário para sua subsistência, estamos jejuando. Essa busca de equilíbrio e sobriedade é jejum numa forma mais adequada aos dias de hoje, em que extremos, quase raramente levam à harmonia.
Outro tipo de jejum é o da palavra, que consiste no seu controle. Há ocasiões em que precisamos abster-nos completamente de falar e outras em que devemos abster-nos apenas de palavras supérfluas; podemos, portanto, estar falando e ao mesmo tempo jejuando de palavras.
Com base em Palestras de Trigueirinho
Publicado pela Eitora Irdin
Nenhum comentário:
Postar um comentário