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domingo, 10 de março de 2024

 O MATRIMÔNIO SUPERIOR - I

 
 A busca da união
 
Ainda que as aparências tentem mostrar o contrário, a união é algo misterioso para a maioria. Que força move as pessoas à procura de uma complementação? Poe que se sentem sós ou incompletas? E por que a união com outras pessoas, grupos ou ideias é quase sempre imperfeita e efêmera? Estes são alguns pontos que buscaremos esclarecer agora, ao abordar a união de um ponto de vista amplo, universal.

Podemos considerar esta nossa conversa um trabalho pré-matrimonial, pois vamos fazer aqui uma espécie de preparação nupcial interior. Mas, para nós, as palavras matrimônio e núpcias terão sentido espiritual e não o que normalmente é atribuído a elas.

Preparar nossas núpcias espirituais ou internas significa harmonizar os diferentes níveis da nossa pessoa, alinhando-os com a alma, ou eu superior, que está em um nível supra humano.
 
Vivemos em diferentes níveis. Agimos no nível físico, e também sentimos e pensamos. Temos aí os três níveis do viver humano, ou seja, os três níveis da personalidade: o físico, o emocional e o mental.
 
Ao procurarmos unir a ação com o sentimento e o pensamento, estaremos alinhando esses níveis do nosso ser; e, na medida em que isso for sucedendo, na medida em que fomos vivendo de forma integrada e harmoniosa, nossa personalidade irá sendo absorvida pelo eu superior - nosso núcleo de consciência no nível supra mental, mais profundo do que a mente pensante e analítica.
 
Assim, aos poucos, nossa personalidade passa a ser a expressão desse núcleo mais elevado, a alma. Esse fato, extremamente renovador e necessário para a evolução do ser, é o que chamamos de matrimônio interior.

O Despertar da união com a alma

Todos estamos destinados a efetivar e união interna, pois faz parte do caminho de toda alma. Na verdade, é a alma que promove esse matrimônio, porque ela atrai a personalidade chamando-a para a unificação.

No princípio, quando ainda não compreendemos esse processo, buscamos diferentes experiências de união. A necessidade de união interna, com nossa própria alma é interpretada como deseja de união com algo ou com alguém externo a nós.
 
Nessa fase, na maioria das vezes os corpos da personalidade encontram-se desalinhados: predominam as forças de um ou de outro. Algumas pessoas ficam mais submetidas às forças do corpo mental, outras a do emocional. Há também as que se veem muito envolvidas com forças ainda mais densas: as do plano físico.
 
Nessa situação de desalinhamento, enquanto fazemos determinada ação desejamos outra coisa, ou quando estamos num lugar queremos estar em outro, e assim a mente vagueia de pensamento em pensamento. Nosso ser vive fragmentado, disperso.

Ao buscamos a união, assumimos conscientemente não só o alinhamentos dos corpos entre si, mas também destes com  com o eu superior, porque é ele que custodia o propósito real, espiritual e evolutivo para a nossa vida. É bom termos isso sempre presente, pois assim podemos colaborar com o processo.
 
Como a alma é o núcleo de vontade, amor e inteligência puros, procuremos agir de acordo com nossos sentimentos e ideias mais elevados e, de maneira concentrada e inteligente, depositaremos nessa ação o nosso afeto e amor. Assim, amorosamente, vamos alinhando os três corpos entre si.

Mas para alinhá-los com o eu superior - e colaborarmos enfim para a almejada união - ofertamo-nos a esse nosso núcleo profundo de consciência, a alma, ou Deus dentro de nós.

Com base em palestras de Trigueirinho
Publicada pela Editora Irdin

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