A C U R A - II
Última Parte
Reeducação mental
O enfoque da mente no nível intuitivo e no espiritual exige reeducação. Por épocas inteiras fomos habituados a só pensar em doenças, a considerá-las nossas opositoras e a nos prevenir contra elas. Aderimos a uma espécie de “propaganda” que sustenta as indústrias de medicamentos e os sistemas de cura paliativos. Isso nos mostra o quanto vivemos centrados no aspecto material e terrestre, na parte externa do ser.
Se permanecemos com a atenção só no corpo físico, nas emoções e nos pensamentos, não nos libertamos das enfermidades.
O sentido real da vida é reconhecido quando nos tornamos cientes de que temos um núcleo espiritual portador de energias universais e curativas. Como o próprio fato de saber disso nos conecta com o centro interno de poder, resta-nos retirar a atenção dos níveis doentios e colocá-la nele.
Para isso, precisamos fazer uma reprogramação mental. Ao lermos, por exemplo, num anúncio: “Tome tal remédio”, não deveríamos fixar-nos nos estímulos transmitidos por ele, mas sim elevar a consciência aos níveis em que as doenças não existem.
Ao procurarmos contato com o mundo intuitivo e com o espiritual, onde estão guardadas as ideias divinas que deram origem à Terra e a nós, estaremos a caminho da cura. Poderemos, então, usar os tratamentos disponíveis na medicina e na psicologia, se necessário, mas sabermos que são recursos acessórios e que a cura vem de regiões profundas de nosso ser.
A vontade superior
Nosso núcleo espiritual conhece a ideia divina que nos deu origem, e sua vontade é realizá-la plenamente. A vontade humana, contudo, atuante no nível físico, no emocional e no mental, é na maioria das vezes oposta a ela. O distanciamento entre a vontade espiritual e a vontade humana é outra causa de desequilíbrio, que nos predispõe às enfermidades naturalmente já presentes no planeta.
A vontade humana baseia-se em experiências passadas. Ela se prende ao que é conhecido e agradável e quer repetir as boas vivências que teve anterior ente; não tem poder para nos levar ao que seria novo em nossa vida.
Mas não precisam os estar sempre sujeitos a essa condição. Mesmo dentro da conjuntura terrestre podemos estar menos predispostos a enfermidades, a depender de nossa sintonia com a vontade espiritual.
Se contatamos os níveis superiores da consciência, níveis que estão além da m ente, facilitam os a harmonização da vontade humana com a vontade espiritual. Para isso, um dos primeiros passos é perguntarmo-nos internamente: “Qual é a vontade superior? Qual é minha verdadeira vida?”
Mas, ao fazermos essas perguntas, nosso lado humano tenta dissuadir-nos e diz: “Não mexa com isso, pois perderá a segurança”, ou: “Cuidado com essas perguntas, porque se a vontade profunda for o oposto do que você está vivendo e do que você quer, você perderá coisas i portantes; é melhor não se arriscar”, ou ainda: “Cuidado! Que vão dizer de você? Você ficará sozinho, será considerado louco” . Essas “vozes” das forças contrárias à evolução vêm do homem velho que há dentro de nosso ser. E tal tendência retrógrada só começa a ser desmascarada quando reavaliamos a própria vida, quando observamos a civilização de que fazemos parte. Constatam os que não há sequer um setor que não esteja em crise. Então por que nos aferrarmos tanto ao conhecido e falho?
Na segunda guerra mundial cidades inteiras em poucos minutos tornaram-se montes de cinzas. É isso que temos medo de perder, um a vida material que pode ser pulverizada de um momento para outro? E a tremenda insatisfação de não poder colaborar com a natureza, de não poder servir criativamente ao planeta, de não conhecer a verdadeira vida, será essa insatisfação resolvida por uma situação que consideramos segura?
As condições da existência material tornam -se cada vez mais desequilibradas, o que nos impulsiona ainda mais a procurar o verdadeiro caminho, a realização da vontade espiritual. Temos um trabalho evolutivo a fazer, aguarda-nos um amplo serviço ao próximo e ao planeta que habitamos.
Quando a água nos sacia a sede, quando uma planta nos dá oxigênio, beleza, calma, como retribuímos? Quando um animal convive conosco e tudo espera de nós, que resposta lhe damos? E que dizer da indiferença para com os irmãos da mesma espécie, que ainda vivem em condições sub-humanas sob nossa vista?
Por onde começar a cura? Não seria por nós mesmos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário