O CENTRO DO CÍRCULO DE PASCAL
A Ação Individual Pode Provocar
Uma Reação Em Cadeia
Que Leva ao Despertar Coletivo
Reprodução parcial de um quadro de Joana Maria Pinho.
O Universo é um círculo infinito, cujo centro está em todas as partes.
“…A forma primordial de tudo o que é
manifestado, desde um átomo a um globo,
desde um ser humano até um anjo, é esferoidal.
Em todas as nações, a esfera tem sido o símbolo da
eternidade e da infinitude (...). Ela é o círculo simbólico
de Pascal e dos Cabalistas, ‘cujo centro está em toda
parte, e cuja circunferência não está em parte alguma’ (...).”
(Helena P. Blavatsky)
Em qualquer espaço ou tempo, aqueles que buscam a verdade e a justiça necessitam uma visão compartilhada da meta comum.
O
objetivo deve ser suficientemente universal para que a independência de
cada um seja respeitada. Mas a meta também precisa ser clara e
desafiadora. Embora todo objetivo valioso seja necessariamente difícil
de alcançar, o progresso em sua direção deve ser verificável, para que
se saiba que o esforço não é feito em vão.
É
pior que inútil reclamar da época em que se vive. É uma perda de tempo
atribuir as limitações do esforço teosófico individual à “decadência da
civilização de hoje” ou à presença de um materialismo cego na
mentalidade atual.
O
ponto de vista correto aponta na direção oposta: se o mundo está do
jeito que podemos ver, a responsabilidade disso é, precisamente, dos
cidadãos de boa vontade. Porque só eles podem mudar a situação, e a
mudarão.
A humanidade atual está esperando, subconscientemente, pela reação em cadeia do redespertar humano.
A energia do despertar opera no plano da mente superior e universal, ou buddhi-manásica.
É possível dizer que esta reação cármica em cadeia
começou há muito tempo e vem se acelerando mais fortemente desde 1875,
quando foi criado o movimento teosófico moderno e foi feita a proposta
de uma civilização da fraternidade.
O que os humanos estão “esperando” é apenas aquele momento em que a aceleração desta invisível reação em cadeia alcançará uma massa crítica suficiente para chegar até eles, e para ajudar a fazer com que eles acordem, de fato.
Isso
pode demorar mais ou menos tempo linear. O tempo cronológico do
despertar não é motivo de preocupação. Os teosofistas não dão
prioridade a resultados de curto prazo. Ao contrário, eles sabem que
é fundamental trabalhar com uma perspectiva de tempo imenso.
Cabe
aos estudantes de filosofia, isso sim, identificar o ponto central, o
fator decisivo que muda a vida e o carma como um todo; o centro da roda
da vida. Uma
vez que ele foi localizado, deve-se trabalhar pacientemente nele, a
partir dele e em torno dele, deixando de lado os elementos periféricos
do carma planetário.
Desde
1875, quando foi fundado o movimento esotérico moderno, o melhor modo
de trabalhar a partir do centro da roda da vida é buscar uma meta
universal. O objetivo é acordar a si mesmo enquanto se desperta a
humanidade, e despertar a humanidade enquanto se acorda a si mesmo.
Este
modo de abandonar o sonho da ignorância pode parecer contraditório e
paradoxal, mas é eficiente. Cada estudante tem através dele o privilégio
de assumir plena responsabilidade pela sua vida, e, na mesma medida,
de ajudar para que mais indivíduos desenvolvam um contato ampliado com
as suas próprias consciências.
Por
este método o despertar provoca uma cooperação sem fronteiras que
constitui a reação em cadeia. O despertar de cada um ajuda o despertar
de todos, e o despertar de todos acelera e aprofunda o despertar de cada
um.
Os
testes são inevitáveis. Os tropeços fazem parte da caminhada. No
início, a ajuda mútua se espalha devagar. Mas há de fato um ponto único
a partir do qual cada estudante de filosofia pode colocar em
funcionamento, simultaneamente, o seu próprio despertar e o despertar do
mundo inteiro.
Este ponto decisivo está no centro do Círculo de Pascal, e Helena Blavatsky escreveu sobre ele, em “A Doutrina Secreta”:
“…A forma primordial de tudo o que é manifestado, desde um átomo a um globo, desde
um ser humano até um anjo, é esferoidal. Em todas as nações, a esfera
tem sido o símbolo da eternidade e da infinitude - uma serpente
engolindo sua própria cauda. Para compreender o seu significado, no
entanto, deve-se pensar a esfera como se ela fosse vista desde o seu
centro. O campo de visão ou de pensamento é como uma esfera. Os seus
raios saem do nosso ser em todas as direções e vão até o espaço
exterior, abrindo visões ilimitadas ao nosso redor. Ela é o círculo
simbólico de Pascal e dos Cabalistas, ‘cujo centro está em toda parte, e
cuja circunferência não está em parte alguma’.
Cada estudante, de acordo com as suas circunstâncias e possibilidades individuais, constitui o centro criativo de toda a roda da vida.
O movimento teosófico é em si mesmo um nível - vivo, flexível, potencialmente decisivo - da esfera de Pascal.
O
segredo do “ponto de mutação” a partir do qual pode ocorrer um processo
de iluminação súbita da humanidade - ou, pelo menos, uma iluminação
menos lenta - deve ser encontrado precisamente no Círculo cabalístico de
Pascal.
O
centro do universo está em todas as partes. Portanto, ele está em cada
cidadão. Todo indivíduo dotado de boa vontade tem, em si mesmo, a
alavanca capaz de mover o mundo.
Ele
não poderá mudar o carma humano de imediato. Mas ele não está sozinho,
e não dispõe apenas de uma vida para fazer a tarefa. A lei da
reencarnação ensina que o tempo é precioso, porém, também ensina que
ele é infinito.
A
transfiguração do mundo ocorre, então, de modo natural. Quando
a consciência desperta, o esforço individual faz a diferença que muda a
realidade compartilhada por todos.
A
fraternidade universal resulta da percepção direta de que o centro da
vida está em todas as partes. O esforço evolutivo da humanidade gira
hoje em torno deste fato. O movimento teosófico existe para colocar à
disposição de cada um os meios que tornam mais fácil viver esta
compreensão inevitável, e arcar com as responsabilidades que decorrem
dela.
Carlos Cardoso Aveline
Fonte: www.FilosofiaEsoterica.com
"Se o mundo está do jeito que podemos ver, a responsabilidade disso é nossa. O objetivo é acordar a si mesmo enquanto se desperta a humanidade, e despertar a humanidade enquanto se acorda a si mesmo".
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