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sexta-feira, 17 de junho de 2016

A MEDITAÇÃO NO SOL


Esse é um exercício espiritual particularmente útil aos novatos, pois faz descer sobre eles a graça do Eu Superior. É uma humilde invocação, uma saudação respeitosa a esta potência suprema que se manifestou em forma de sistema solar. É o reconhecimento da unidade fundamental do homem com a Natureza, de seu indiscutível parentesco com o cosmo. É uma comunhão com a Natureza, em seu ponto mais glorioso: o Sol.
 
Este exercício pode ser realizado durante o nascer ou o por do Sol. O ocidental ignora o que perde não consagrando alguns minutos cada dia a observar a calma bênção da madrugada ou a maravilhosa paz do ocaso. São as ocasiões de que dispõe para se aproveitar das operações secretas da Natureza, e então certas forças místicas podem ajudá-lo a comungar com Ela.
 
Esses dois períodos são pontos neutros entre atividade e descanso. A Natureza marca aí um tempo de suspensão e dá livre jogo a forças transcendentais. Os instantes favoráveis são: a) pela manhã, 15 minutos antes do nascer do Sol até 15 minutos depois; b) ao anoitecer, também 15 minutos antes do por do Sol até 15 minutos depois.
 
É preciso repetir esse exercício todos os dias durante pelo menos um ano, para tirar todo o proveito possível. Os detalhes são os seguintes: devemos sentar num lugar solitário onde possamos ver o Sol, dentro ou fora de casa, e ficar de face para o leste pela manhã, e de face para o oeste à tarde. Mesmo com nuvens, o exercício pode ser feito do mesmo modo.
 
A pessoa deve estar relaxada, e não cruzar as pernas nem juntar as mãos, uma vez que é necessário que o circuito magnético não esteja fechado, a fim de permanecer receptivo às forças supra-pessoais. A postura do yoga, em que os membros ficam ligados, é usada para ajudar as forças interiores do praticante.
 
Então o estudante começará a fixar seu olhar sobre o Sol levante ou poente, ou sobre o céu colorido. Todos os outros pensamentos devem ser banidos. Os raios de luz devem entrar no corpo pelos olhos, pois esta é a maneira de dar eficácia ao exercício.
 
Os raios absorvidos deste modo possuem o poder latente de curar os males físicos, restituir as forças exauridas, pacificar os corações perturbados, purificar os maus humores sentimentais. O estudante participa, assim, da pausa que existe na Natureza e dentro de si mesmo.
 
Por último, o estudante deve imaginar-se um ser puramente mental, desencarnado, uma consciência sem forma, dissociada do corpo físico, e se esforçar por identificar-se com a vida de todos os seres, plantas, animais e homens.
 
Esse exercício leva o estudante a reconhecer que o Sol, fonte de luz, supremo símbolo visível da Mente Universal, é o centro do coração de Deus neste sistema solar, assim como o coração de seu corpo físico é o centro do Eu Superior em seu minúsculo sistema pessoal.


Paul Brunton

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