A MEDITAÇÃO NO SOL
Esse é um exercício
espiritual particularmente útil aos novatos, pois faz descer sobre
eles a graça do Eu Superior. É uma humilde invocação, uma
saudação respeitosa a esta potência suprema que se manifestou em
forma de sistema solar. É o reconhecimento da unidade fundamental do
homem com a Natureza, de seu indiscutível parentesco com o cosmo. É
uma comunhão com a Natureza, em seu ponto mais glorioso: o Sol.
Este exercício pode ser
realizado durante o nascer ou o por do Sol. O ocidental ignora o que
perde não consagrando alguns minutos cada dia a observar a calma
bênção da madrugada ou a maravilhosa paz do ocaso. São as
ocasiões de que dispõe para se aproveitar das operações secretas
da Natureza, e então certas forças místicas podem ajudá-lo a
comungar com Ela.
Esses dois períodos são
pontos neutros entre atividade e descanso. A Natureza marca aí um
tempo de suspensão e dá livre jogo a forças transcendentais. Os instantes favoráveis são:
a) pela manhã, 15 minutos antes do nascer do Sol até 15 minutos
depois; b) ao anoitecer, também 15 minutos antes do por do Sol até
15 minutos depois.
É preciso repetir esse
exercício todos os dias durante pelo menos um ano, para tirar todo o
proveito possível. Os detalhes são os seguintes: devemos sentar num
lugar solitário onde possamos ver o Sol, dentro ou fora de casa, e
ficar de face para o leste pela manhã, e de face para o oeste à
tarde. Mesmo com nuvens, o exercício pode ser feito do mesmo modo.
A pessoa deve estar relaxada,
e não cruzar as pernas nem juntar as mãos, uma vez que é
necessário que o circuito magnético não esteja fechado, a fim de
permanecer receptivo às forças supra-pessoais. A postura do yoga,
em que os membros ficam ligados, é usada para ajudar as forças
interiores do praticante.
Então o estudante começará
a fixar seu olhar sobre o Sol levante ou poente, ou sobre o céu
colorido. Todos os outros pensamentos devem ser banidos. Os raios de
luz devem entrar no corpo pelos olhos, pois esta é a maneira de dar
eficácia ao exercício.
Os raios absorvidos deste modo
possuem o poder latente de curar os males físicos, restituir as
forças exauridas, pacificar os corações perturbados, purificar os
maus humores sentimentais. O estudante participa, assim, da pausa que
existe na Natureza e dentro de si mesmo.
Por último, o estudante deve
imaginar-se um ser puramente mental, desencarnado, uma consciência
sem forma, dissociada do corpo físico, e se esforçar por
identificar-se com a vida de todos os seres, plantas, animais e
homens.
Esse exercício leva o
estudante a reconhecer que o Sol, fonte de luz, supremo símbolo
visível da Mente Universal, é o centro do coração de Deus neste
sistema solar, assim como o coração de seu corpo físico é o
centro do Eu Superior em seu minúsculo sistema pessoal.
Paul Brunton
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