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segunda-feira, 20 de junho de 2016

O BOSQUE DE BAMBUS


Pacificada, a mente permanece –silêncio zen.
 
Esta tristeza tocando meu coração –De onde veio?
 
Quase um sonho:ver a dor no mundo, e saber-me livre .
 
Noite vestida de nuvens. As estrelas – onde estarão ?
 
Vem, borboleta!Toque meus dedos! Nada seria tão belo!
 
Nascer, renascer. Que importa? Agora, eu sou – eis tudo.

Três folhas secas à meus pés, sussurrando: "Impermanência"

Mente búddhica. Aqui e agora, ser – nada mais simples.

Conhecimento – chá demais para uma simples xícara.

Sabedoria – na xícara da mente, chá bem servido.

Grande Caminho. Além da cerca, onde? Qual a direção?

O silêncio faz soar fundo na alma palavras mudas .

Não há mistérios. Apenas o Dharma – e grandes verdades.

Pequena pedra, por que tão silente, sem nada revelar?

Quantas palavras são necessárias para dizer o óbvio?


As palavras vãs. Definem, inúteis, o imponderável.

Saber encontrar o correto caminho: felicidade.

Murmurando, me segreda o riacho:"Tudo passará!"

 

O Bosque de Bambus - Coletânea de Poesias Haiku Zen Budistas

 


"E como devemos ler a poesia Hokku / Haiku ? Com certeza, jamais com um coração insensível aos detalhes sutis das palavras ali representadas, e que procuram falar sobre a maravilha da existência. O Haiku é minimalista, simples, quase banal. A criação poética Zen procura atingir a nossa sensibilidade menos evidente, menos racional. Muito do sentido último desta poesia poderá ser captado por todos que possuam um olhar atento e uma mente livre. O exercício de percepção da beleza dos haiku depende muito de nossa capacidade contemplativa, nossa sensibilidade à linguagem sutil do mundo. Ao ler um haiku , nossa mente e coração devem estar afinados com a delicadeza do mundo. Perceber as sílabas, sentir o ritmo, captar o instante coloquial. Assim, não leia este livro de forma racional, intelectualizada, ou sequer em ambientes tensos. Procure um  Bosque de Bambus, uma varanda, um jardim, algum local silencioso e tranquilo; leia as poesias com a alma livre de conceitos, e pré-conceitos. Apenas desta forma será possível que a experiência estética destes versos alcance a sua mente e coração em uníssono e — principalmente — sem conflitos. Belas palavras se atingem a mente mas não o coração tornam-se um frio conhecimento vazio de sonhos; se elas atingem o coração mas não a mente, transformam-se em ilusão romântica, e perdem sua sabedoria. Aquele que sabe receber belas palavras no coração e na mente em perfeita união, atingirá a sua correta plenitude e valor. A poesia zen não se lê ingenuamente e nem racionalmente; ela é experimentada e praticada com o nosso espírito unido à nossa mente de uma forma fluida e casual, liberto de qualquer tipo de rigidez, paixão ou imprecisão".


Deveríamos manter essa atitude não somente ao ler a poesia Hokku,   porém com tudo e todos que cruzem conosco na existência. Só podemos compreender a vida se formos inclusivos - "mente e coração  afinados com a delicadeza do mundo", mesmo sabendo que nem sempre há suavidade na vida terrestre, nossa responsabilidade, nossa resposta deve ser dirigida à harmonia. Como diz Madre Tereza: "...É tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros". KyraKally
Um Poema de Madre Tereza de Calcutá
Acesse o conteúdo completo em: http://www.stum.com.br/conteudo/c.asp?id=1522&onde=1

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