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terça-feira, 21 de junho de 2016


ASURAS E SERES 
DO MUNDO VITAL
 
Certas pessoas são atacadas por pequenos seres do mundo vital, seres hostis que as atacam, se instalam em sua atmosfera, tentando possuí-las, isto é, tentando entrar nelas e usar seu corpo e todo o resto.

Estes seres – é muito difícil para o indivíduo libertar-se deles; isso necessita de uma prática intensa de yoga. Mas quem tem o conhecimento e o poder e pode vê-los, pode muito bem tirá-los da atmosfera dessa pessoa e destruí-los. Mas se a pessoa atacada mantém dentro de si essa pequena afinidade que permitiu que a coisa entrasse, então ela mesma chamará a coisa de volta.

Tenho visto vários exemplos deste tipo, vários. Tive o exemplo de uma pessoa que estava 75 por cento possuída e naquele momento manifestava um tipo de poder, uma força não que era muito boa, mas de qualquer modo dava a impressão de uma força, um poder, uma capacidade. Mas a pessoa reconhecia que era uma força má, do mal, e orava para ser libertada.

A oportunidade aparece: o ser se mostra separado da pessoa possuída, pode ser pego, retirado e dissolvido. Então a pessoa que era possuída de repente sente que está se tornando uma pessoa comum como as outras.

Aquele sentimento de poder que ele tinha agora se perdeu e ele sente que está se tornando bem comum e diz: “Não tenho capacidades especiais, não tenho valor especial, sou uma pessoa completamente comum.”

Agora, o que ele faz? Ele ora para ser possuído novamente. E assim, alguns dias mais tarde, eu o encontro possuído como sempre. Bem, realmente não vale a pena se envolver com isso. É preciso deixá-los com seu destino. Esse tipo de coisa aconteceu muitas vezes.

Em tais pessoas, você sabe, é um tipo de vaidade que geralmente abre a porta a essas forças; elas querem ser grandes, poderosas, ter um papel importante, ser alguém; isso atrai o ser e elas se tornam assim, possuídas.

A coisa é retirada delas, toda sua admirável capacidade desaparece ao mesmo tempo e também sua vaidade. Elas têm o sentimento de que se tornaram algo bem comum e algo dentro de si lhes diz: “Oh! estava melhor antes...”

Para cada um que é destruído, existem sempre dez prontos a entrar. Vocês conhecem a estória de Durga, não? Durga todo ano tem de destruir seu Asura; e ela é sempre compelida a começar de novo. E assim vai até o fim do reino dos titãs (Asuras). Quando eles forem banidos deste mundo, não mais será assim.

Mas até então, isto é, enquanto eles forem úteis para intensificar a aspiração das pessoas espirituais, para clarear a consciência, para testar sua sinceridade,  eles existirão. Quando o teste não for mais necessário, no dia em que a sinceridade for pura e auto-existente, eles desaparecerão.

Então, nesse dia, Durga não mais vai precisar começar sua batalha novamente todo ano.

Pergunta: Não seria melhor transformá-los?

Ah! Meu filho, certamente que seria melhor, muito melhor. Mas… Este é um campo em que tenho muita experiência. Após quarenta anos de contínuo esforço, descobri que é absolutamente impossível mudar alguém a não ser que ele queira sinceramente.

Tenho tentado por quarenta anos, e pode-se tentar por cento e quarenta, será sempre a mesma coisa, eles não mudam. Faz parte da natureza destes seres estar completamente satisfeitos consigo mesmos, e eles não têm a menor intenção de mudar!

Mesmo agora, entre os seres asúricos que estão relacionados ao planeta Terra, o maior dos Asuras que ainda está ocupado com a Terra atualmente, que é o Asura da falsidade e chama a si mesmo de “Senhor das Nações” – ele tomou um belo nome, ele é o Senhor das Nações – é ele, onde quer que exista algo de errado, pode estar certo de que é ele ou um representante dele que está ali.

É também perfeitamente certo de que muito em breve sua hora chegará e tudo estará acabado para ele, ele terá de desaparecer. E ele recusa-se a mudar em absoluto. Não tem qualquer intenção de fazer isso, pois imediatamente perderá seu poder. E ele sabe que irá desaparecer. Mas proclama categoricamente que antes de desaparecer destruirá tudo que puder.

Em seu coração, ele não consentiria em desaparecer ao menos que tudo desapareça juntamente com ele. Infelizmente para ele, isso não é possível. Mas ele fará tudo que estiver em seu poder para destruir, demolir, arruinar, corromper tantas coisas quanto puder. Isso é certo.

Depois disso virá a queda. Ele aceita a queda nessas condições. Nunca passou por sua mente que possa ser convertido (ao trabalho divino de evolução). Não mais seria ele, ele não seria mais ele mesmo.

Existe uma grande diferença entre um ser humano e estes seres do plano vital. Num ser humano, existe a Divina Presença e o ser psíquico (a alma individual) – ainda no começo de seu desenvolvimento, num estado de embrião, mas chegando ao fim da evolução totalmente formado, consciente, independente, individualizado. Isso não existe no mundo vital. É uma graça especial concedida aos seres humanos que moram na matéria e sobre a Terra.

E por causa disso, não há nenhum ser humano que não possa ser convertido, se ele o quiser. Isto é, existe a possibilidade de ele querer, e no momento em que quiser, poderá fazê-lo. Certamente ele conseguirá no momento em que quiser, enquanto que esses seres do mundo vital não têm um ser psíquico neles, não têm mais a Divina Presença (naturalmente, na Origem eles vieram do Divino, mas isso foi na Origem do Universo, muito tempo atrás).

Eles não estão em contato direto com o Divino dentro deles, não têm nenhum ser psíquico. E se fossem convertidos, não sobraria nada deles! Pois são feitos inteiramente do movimento oposto: são feitos inteiramente de auto-afirmação pessoal, de autoridade despótica, separação da Origem, e de um grande desprezo por tudo que é puro, belo e nobre.

Eles não têm dentro de si este elemento psíquico que no homem, até mesmo no mais vil, o faz respeitar o que é belo e puro; mesmo o mais baixo dos homens, apesar de si mesmo, contra sua própria vontade, respeita o que é puro, nobre e belo.

Mas esses seres do mundo vital não têm isso. Eles estão totalmente do outro lado, totalmente. Aquilo que é puro, belo e nobre os desgosta completamente. Para eles é algo que não deve ser tocado, porque destrói; é algo que os faz desaparecer. Por isso odeiam essas coisas.

Assim, não sei em que bases eles poderiam ser convertidos. Qual seria o ponto de sustentação? Não o encontro. Nem mesmo em relação ao maior deles. Isto é, alguns desses seres não desaparecerão até o ódio desaparecer da Terra. Ou pode-se dizer de outro modo: o ódio desaparecerá da Terra quando esses seres desaparecerem.

Mas pela razão que já dei, o poder de fazer surgir luz onde há escuridão, beleza onde há feiura, bondade no lugar do mal, esse poder o ser humano possui, o Asura não. Portanto é o homem que fará esse trabalho, é ele que mudará, é ele que transformará seu planeta e é ele que fará o Asura fugir para outros mundos ou ser dissolvido. No final, tudo estará em paz. É isso. 
 

A Mãe, do Sri Aurobindo Ashram

  
 
Fonte:  yoga-ensinamentos.blogspot
 

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