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terça-feira, 26 de abril de 2016

UM POUCO MAIS
 SOBRE O AMOR

Pode nos falar um pouco mais sobre o que é o amor?

Isto supõe duas coisas, não? — A definição verbal, de acordo com o dicionário, a qual, evidentemente, não é o amor. Essa é a primeira coisa, que envolve todos os símbolos, palavras, ideias, concernentes ao amor. A outra coisa é que só se pode encontrar o amor por meio da negação; ele só pode ser descoberto pela negação. E, para descobrir, a mente deve primeiramente libertar-se da escravidão das palavras, ideias e símbolos. Isto é, para descobrir o amor, a mente precisa varrer tudo o que já sabe a respeito do amor. Não é necessário "varrer" tudo o que é conhecido para se descobrir "o desconhecido"? Não é necessário varrermos todas as nossas ideias, por mais que nos deleitem, todas as nossas tradições, por mais nobres que sejam, para descobrir o que é Deus, descobrir se existe Deus? Deus, aquela imensidão, deve ser incognoscível, não mensurável pela mente. Assim, precisamos cortar completamente o processo de medição, de comparação, e o processo de reconhecimento, para podermos descobrir

Do mesmo modo, para saber, experimentar, sentir o que é o amor, a mente deve estar livre para descobri-lo; estar livre para senti-lo, para "viver com ele", sem a divisão entre observador e coisa observada. Precisa ultrapassar as limitações da palavra; perceber tudo o que a palavra sugere: amor pecaminoso e amor divino; amor nobre e amor ignóbil — todos os preceitos e sansões e tabus sociais com que temos cercado esta palavra. E isso representa empreendimento dificílimo, não? — amar um comunista, amar a morte. E o amor não é o oposto do ódio, porque todo oposto é parte do outro oposto. Amar, compreender a brutalidade que impera no mundo, a brutalidade dos ricos e dos poderosos; ver o sorriso no rosto do pobre por quem passam na estrada e participar da felicidade dessa pessoa — experimentem isso uma vez, para verem o que acontece. Amar requer uma mente que esteja sempre se purificando das coisas que conhece, que experimentou, recolheu, acumulou, e às quais se apegou. Sendo assim, não há possibilidade de descrever esta palavra; só podemos senti-la em sua totalidade.

  
Em outras palavras, nesse momento o indivíduo é amor?

Infelizmente, acho que não, porque não há um momento reconhecível como "esse momento". Não há "processo" para você reconhecer que é amor. Você já não sentiu raiva, já não odiou alguém? Você diz então "Eu sou isso (a raiva, o ódio, etc.)? Não há "um momento" reconhecível, há? Você é a coisa, completamente. Só então a mente é capaz de descobrir o que é verdadeiro, porquanto a mente livre pode seguir o fato. Para você seguir o fato de que odeia, não necessita de nenhuma autoridade; necessita de uma mente livre de medo, livre de opiniões, e que não condena. Tudo isso exige muito trabalho. Para se "viver" com uma coisa bela ou com uma coisa feia, requer-se intensa energia. Já notarão que o aldeão, o montanhês que "vive" com uma majestosa montanha, nem sequer a , pois se acostumou com ela? Mas para "viver com uma coisa" e nunca se acostumar com ela, necessita-se de muita intensidade, daquela extraordinária energia. E essa energia se manifesta quando a mente é livre, quando não há medo, quando não há autoridade.

 
 
Krishnamurti
 
 
 
 
Osho ao falar sobre o amor disse: "Eu amo porque meu amor não é dependente do objeto de amor, meu amor é dependente do meu estado de ser". É uma grande verdade e comprovada por  Denzel Washington: "Por que fechamos nossos olhos quando vamos rezar, beijar, chorar ou sonhar ? Porque as coisas mais belas da vida não são vistas, mas sentidas com o coração". O Amor vai além das fronteiras materiais, é muito mais amplo, abrangente, por isso, na maioria das vezes, não conseguimos explicá-lo e quando tentamos defini-lo, nos perdemos nas palavras. O amor não pertence a ninguém, é Universal. KyraKally

 

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