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sábado, 9 de abril de 2016

DIGA-ME QUEM É SEU MESTRE
 E SABEREI QUEM ÉS

"Ouvir a voz do silêncio é compreender que a única orientação verdadeira vem do interior." Quando você está silencioso, verdadeiramente silencioso — depois que a tormenta passou, quando você entrou espontaneamente, no silêncio — não o cultivou; ele veio até você, manifestou-se espontaneamente em você — nesse silêncio, sentirá, compreenderá e saberá que agora a orientação verdadeira é possível a partir do âmago do seu ser. Agora, o mestre, o mestre interior se revelará a você. 

Seu próprio centro mais profundo é o seu mestre verdadeiro. O mestre exterior pode ajudar, mas sua ajuda é fundamentalmente dirigida para a descoberta do mestre interior. E quando o mestre interior é descoberto, não há mais necessidade do mestre exterior. Você tornou-se mestre por direito próprio. 

Mas isso só acontece quando você consegue realizar um total silêncio interior, sem quaisquer pensamentos, sem quaisquer palavras, sem nenhuma imaginação, sem ondulações de qualquer tipo. Quando você tiver compreendido e sentido um silêncio sem ondulações, sem pensamentos, um silêncio imóvel — esse silêncio tornar-se-á seu mestre interior. Agora, a partir desse silêncio, a orientação lhe será dada. 

"Pois, quando o discípulo está pronto, o Mestre também está pronto." Quando você está pronto para receber a orientação interior, a orientação interior surge naturalmente, automaticamente. Mas o discípulo precisa estar pronto. 

O que significa dizer que o discípulo está pronto? Significa que ele tornou-se totalmente receptivo, humilde, sem ego, entregue, sem resistência. Quando você não diz nada, mas apenas está receptivo para ouvir, quando não impõe nenhuma teoria a verdade — você está nu, vazio e disposto a permitir que a verdade se revele à sua maneira; você não está, de modo algum, consciente ou inconscientemente, impondo alguma coisa à verdade; você parou de impor; está pronto para ser levado a qualquer parte que a verdade o conduzir — então, você é um discípulo. 

Há uma diferença entre um estudante e um discípulo. O estudante deseja informação. O discípulo não anseia por informação. Sua busca é pelo conhecimento, pela experiência autêntica. Não está interessado no que os outros dizem. Está interessado naquilo que pode sentir. O estudante coletará informação; treinará sua memória. E quanto mais sua memória for treinada, quanto mais informação for acumulada, mais egoísta ele se tornará. O estudante nunca poderá ser humilde, o erudito nunca poderá ser humilde. Sua busca básica é egoísta. 

Uma pessoa acumula riqueza e outra acumula conhecimento. Não há nenhuma diferença. Qualquer acúmulo alimenta o ego. Seja o que for que você acumule — quanto maior a quantidade, mais egoísta você se sentirá. Dessa maneira, um estudante ou um erudito não são discípulos. A própria dimensão é diferente. Um discípulo não está em busca de acumulação; pelo contrário, está disposto a se livrar de todas as acumulações. Se a verdade só se manifesta no vazio, ele está pronto a jogar fora todas as acumulações, todo o conhecimento. 

As pessoas ignorantes sempre afirmam que sabem. Quanto mais ignorantes, mais afirmam que sabem. Isso faz parte da ignorância. Um estudante, um erudito — estão sempre declarando que conhecem. Eles não são discípulos. 

E, lembre-se, se você é um estudante, pode tornar-se um professor, mas nunca um mestre. Somente um discípulo pode tornar-se mestre.  Ser discípulo significa entregar-se sem ego. E uma vez que você se entregou, seu eu mais profundo é revelado a você. Esse é o mestre que está à sua espera. Ele tem estado à sua espera por muitas vidas. 

Em algum momento de entrega, o mestre lhe será revelado. E esse mestre não é uma pessoa. Ele é o seu eu mais profundo, é o seu próprio atman. Desse modo, pode-se realmente dizer: quando você é um discípulo perfeito, tornou-se um mestre. Você não é mais um discípulo. Tendo se tornado um discípulo, você se transforma num mestre.
O S H O 
 
 
 
 
Nossa busca sempre foi pelo Mestre interior, mas não  percebemos. Amontoamos conhecimento, mas não sabedoria, pois ela só se manifestará quando nada mais desejarmos. Até nos despojarmos de todo conhecimento adquirido estaremos atrelados ao mundo. Precisamos ir mais além, realizar a 'grande viagem', aquela que ultrapassa o mundo das formas, aquela que não levaremos bagagem, aquela que faremos nus. Essa tem sido a viagem de todos os 'santos' e estamos destinados a ela. KyraKally

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