O RESPLENDOR DA ALMA
Uma Ponte Entre o Perene e o Perecível
O
caminho evolutivo corresponde a uma longa peregrinação da alma por
alguns pontos do universo. Essa é a forma pela qual a natureza divina se
conhece a si mesma, alcança todo espaço e o aperfeiçoa.
Somos
peregrinos que caminham por uma parte do infinito e têm no planeta
Terra a oportunidade de evoluir com autoconsciência e vislumbrar a
origem e o destino da vida. Podemos ler em “Ísis Sem Véu”:
“O
homem vive em muitas outras terras antes de chegar a esta. Miríades de
mundos nadam no espaço em que a alma em estados rudimentares faz as suas
peregrinações, antes que chegue ao grande e brilhante planeta chamado
Terra, cuja função gloriosa é conferir-lhe autoconsciência. Só
neste ponto é que ele se torna homem; em qualquer outra etapa desta
jornada vasta (…) ele é apenas um ser embrionário - uma forma
evanescente e temporária de matéria -, uma criatura de cuja alma elevada
e aprisionada uma parte, mas apenas uma parte, resplandece…” [1]
Ao
nos tornarmos seres humanos, conquistamos um lugar único no esquema
evolutivo. Junto com o corpo temos um eu superior e nos tornamos um
pequeno universo. Somos uma réplica dos ciclos e dos processos cósmicos e
a cada um de nós é dada a oportunidade de conhecer a história, a vida,
as leis universais, e a oportunidade de viver a ética que nos purifica e
conecta à consciência divina.
Helena Blavatsky escreveu:
“Assim como o feto se desenvolve do liquor amnii
no útero, do mesmo modo os mundos germinam do éter universal, ou fluido
astral, no útero do universo. Essas crianças cósmicas, como os seus
habitantes pigmeus, são inicialmente núcleos; depois óvulos; depois
amadurecem gradualmente, e se tornam mães por sua vez, desenvolvem
formas minerais, vegetais, animais e humanas. (…) Desenvolvendo-se o
embrião em sua esfera pré-natal, o indivíduo em sua família, a família
no Estado, o Estado na Humanidade, a Terra em nosso sistema, este
sistema no universo central, o universo no cosmos, e o cosmos na
Primeira Causa: - o Infinito e o Eterno.” [2]
A
Teosofia nos ajuda a reconhecer a vida humana como uma ponte entre o
perene e o perecível e nos desperta para o papel único que cabe ao ser
humano realizar. Assim nos dedicamos à tarefa de fazer da Terra um
espaço sagrado em todas as suas dimensões.
Dedicando nossa vida à humanidade, evoluímos individual e coletivamente e a alma brilha com resplendor.
Joana Maria Pinho
NOTAS:
[1] Palavras citadas na obra “Ísis Sem Véu”, de H.P. Blavatsky, Vol. II, Ed. Pensamento, SP, Brasil, 300 pp., pp. 71-72.
[2] Reproduzido
da obra “Ísis Sem Véu”, de H.P. Blavatsky, Vol. II, Ed. Pensamento, SP,
Brasil, 300 pp., p. 92. Sobre este tema, veja também, em nossos
websites, o artigo “Um Cosmo Em Cada Feto Humano”, de Carlos Cardoso
Aveline.
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