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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

CELEBREMOS COM A VIDA



Você pode existir de duas formas; como uma pessoa orientada pela cabeça — e terá sucesso no mundo, acumulará riquezas, prestígio, poder... Na política, você será uma pessoa bem-sucedida; aos olhos do mundo, será um modelo a ser imitado. Mas no íntimo você falhará completamente, sem sombra de dúvida, pois uma pessoa orientada pela cabeça não pode jamais entrar no interior. A cabeça se move para fora, é uma abertura para o outro.

O coração se abre para dentro, é uma abertura para você mesmo. Ou você pode existir como uma pessoa orientada pela cabeça ou como uma pessoa orientada pelo coração. Quando sua energia, sua energia de vida, desce da cabeça para o coração, você se torna um Sufi.

Um Sufi significa uma pessoa do coração, do amor; alguém que não se incomoda com a origem do Universo, com quem o criou ou para onde vai; de fato, aquele que não faz qualquer pergunta — pelo contrário, ele começa a viver. A existência está ali: somente os tolos se preocupam de onde ela vem. Somente os tolos, eu digo.

Eles podem ter-se rodeado de palavras filosóficas, astutas, mas são tolos. O sábio vive a existência. Ela está aqui e agora! Por que se preocupar de onde ela vem? Que importância tem isso? Se alguém o criou ou não, é irrelevante. Você está aqui pulsando, vivo — dance com a existência! Viva-a! Seja-a! E permita que ela aconteça em seu total mistério dentro de você.

E este é o milagre: a pessoa que não se preocupa de onde vem, a pessoa que não faz perguntas, recebe as respostas. Alguém que não é curioso, mas que celebra tudo que se apresenta — qualquer que seja o caso, ele o celebra —, subitamente fica consciente da própria fonte, e de repente toma consciência da própria culminação. O fim e o início se encontram nele — porque ele próprio se torna o mistério.

Agora o mistério não é algo que está ali como um objeto, o qual você tem que andar em círculos para ver e observar. Não, porque não é esse o modo de conhecê-lo; esse é o meio de perdê-lo. Você poderá andar em círculos, para lá e para cá, mas nunca irá penetrá-lo. Como é que você pode saber? Você está desorientado, age na periferia. Em vez disso, penetre nele e vá até seu centro — torne-se ele. E você pode se tornar, porque você é parte dele. E você pode se tornar, porque ele é parte de você.

E então, subitamente, todas as perguntas desaparecem. De repente, a resposta está ali. Não que você tenha chegado a uma solução para os seus problemas. Não. Não existem problemas, absolutamente. Quando eles não existem, pela primeira vez você se torna apto e capaz de viver o mistério que é a vida, de viver Deus, de ser Deus.

Quando você penetra no mistério da vida, não é que você seja um observador, porque um observador é sempre um estranho — você se torna um com ele. Não é que nade no rio, não é que flutue no rio, não é que se debata no rio. Não — você se torna o rio. De repente você percebe que a onda é parte do rio. E o contrário também é verdadeiro: o rio é parte da onda. Não é que sejamos partes de Deus — Deus também é parte de nós.

O Sufismo não é pensar sobre a existência, mas ser a existência. Não é pensar, não é fazer algo sobre a existência. Não é pensamento nem ação, mas ser. E agora mesmo, sem qualquer esforço, você pode ser um Sufi. Se você para de pensar e abandona a ideia de fazer algo, se abandona a ideia de ser um pensador e um realizador, se você simplesmente está contente em ser, de repente você é um Sufi.

Os Sufis cantam, não fazem sermões, porque a vida é mais uma canção e menos um sermão. E eles dançam, não falam de dogmas, porque a dança é mais viva, mais como a existência, mais como os pássaros que cantam nas árvores e como o vento que passa através dos pinheiros, mais como a cachoeira, a chuva caindo ou a grama nascendo. Toda vida é uma dança, vibrando, pulsando, com vida infinita.





Osho, trecho do livro Antes que Você Morra


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