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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

COMO ME TORNEI 
UM GUERREIRO


Houve um tempo em que fugia do medo,
então o medo me controlava.
Até que aprendi a segurar o medo como um recém-nascido.
Ouvi-lo, mas não ceder.
Honrá-lo, mas não o adorar.
O medo não podia mais me impedir.
Eu entrei com coragem na tempestade.
Ainda tenho medo,
mas ele não me tem.

Houve um tempo em que
eu tinha vergonha de quem eu era.
Eu convidei a vergonha para o meu coração.
Eu a deixei queimar.
Ela me disse: “Estou apenas tentando
proteger sua vulnerabilidade.
Eu agradeci à vergonha
e entrei na vida de qualquer maneira,
sem vergonha, com a vergonha como minha amante.

Houve um tempo em que tive muita tristeza
enterrada bem no fundo.
Eu a convidei para sair e brincar.
Eu chorei oceanos.
Os meus canais lacrimais estavam secos.
E eu encontrei a alegria ali mesmo.
Bem no centro da minha tristeza.
Foi o desgosto que me ensinou a amar.

Houve um tempo em que tinha ansiedade.
Uma mente que não parava.
Pensamentos que não silenciavam.
Então parei de tentar silenciá-los.
E eu larguei a mente
fui para a terra,
para a lama.
Onde fui abraçado fortemente
como uma árvore, inabalável, segura.

Houve um tempo em que a raiva queimou nas profundezas.
Eu chamei a raiva para a luz de mim mesmo.
Eu senti seu poder chocante.
Eu deixei meu coração bater e meu sangue ferver.
Escutei, finalmente.
E ela gritou: “Respeite-se ferozmente agora!”.
“Fale a sua verdade com paixão!”
“Diga não quando você quer dizer não!”
“Ande o seu caminho com coragem!”
“Que ninguém fale por você!”
A raiva se tornou uma amiga sincera.
Um guia sincero.
Uma linda criança selvagem.

Houve um tempo em que a solidão cortou profundamente.
Eu tentei me distrair e me entorpecer.
Corri para pessoas, lugares e coisas.
Até fingi que estava “feliz”.
Mas logo eu não pude correr mais.
E eu caí no coração da solidão.
E eu morri e renasci
em uma requintada solitude e quietude.
Isso me conectou a todas as coisas.
Então eu não estava em solidão, mas sozinho com toda a vida.
Meu coração Um com todos os outros corações.

Houve um tempo em que fugia de sentimentos difíceis.
Agora, eles são meus conselheiros, confidentes, amigos
e todos eles têm um lar em mim
e todos eles pertencem e têm dignidade.
Eu sou sensível, suave, frágil,
meus braços envolveram todos os meus filhos internos.
E na minha sensibilidade, poder.
Na minha fragilidade, uma presença inabalável.

Nas profundezas das minhas feridas,
no que eu tinha chamado de “escuridão”.
Eu encontrei uma luz ardente.
Isso me guia agora em batalha.

Eu me tornei um guerreiro
quando me virei para mim mesmo.

E comecei a ouvir.


Jeff Foster
https://www.huna.org.br


Os grandes 'erros', aqueles que enxergamos claramente, não é tão difícil identificá-los, pois estão à vista; mas esses 'vírus' - medo, raiva, vergonha, tristeza, ansiedade, solidão, sentimentos difíceis e a 'escuridão', a opaca cortina negra que impede à luz, escondem-se tão profundamente em nosso inconsciente, que frequentemente pensamos fazerem parte de nós... porém necessitam ser refletidos e trazidos à tona; eles drenam toda a nossa coragem. Mas nós somos guerreiros e é imprescindível ter a coragem de virarmo-nos para nós mesmos e compreender tudo isso.

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