ABARCAR O PARADOXO
É belo estar só e é igualmente belo amar, estar com pessoas. E isto é complementar, não contraditório. Quando aprecia os outros, aprecie-os, e aprecie-os ao máximo; não há qualquer necessidade de se preocupar com a solidão. E quando você estiver cansado de estar com os outros, então procure a solidão e aprecie-a ao máximo.
Não procure escolher - se procurar escolher, então terá dificuldades. Cada escolha irá criar uma divisão em si, como se você se dividisse. Por quê escolher? Por quê ter um, quando pode ter ambos?
Não procure escolher - se procurar escolher, então terá dificuldades. Cada escolha irá criar uma divisão em si, como se você se dividisse. Por quê escolher? Por quê ter um, quando pode ter ambos?
Todo o meu ensino consiste em duas palavras: "meditação" e "amor". Medite para que possa sentir um imenso silêncio e ame para que a sua vida possa tornar-se música, dança, uma celebração. Você tem de se mover entre as duas e se puder mover-se facilmente, se conseguir mover-se sem esforço, aprendeu a maior lição da vida...
Um dos maiores problemas com que a humanidade se tem debatido ao longo dos tempos é o seguinte: meditação e amor, solidão e relações, sexo e silêncio. Mas só os nomes são diferentes; o problema é sempre único. E, através dos tempos, o homem sofreu muito porque o problema não foi corretamente entendido - as pessoas fizeram escolhas.
Aqueles que escolheram as relações designam-se por mundanos e os que escolheram a solidão são os monges, os que transcendem. Mas ambos sofrem, porque ficam a meio e ficar pela metade é ser infeliz. Ser uno é ser saudável, feliz; ser uno é ser perfeito. Permanecer a meio significa infelicidade, porque a outra metade vai sabotando, a outra metade vai se preparando para a vingança. A outra metade nunca poderá ser destruída. Porque é a sua outra metade! É uma parte essencial de si; não é nada que você possa ver livre.
É como se uma montanha fizesse uma escolha, dizendo: “Eu não terei vales à minha volta.” Ora, sem vales não há montanhas. Os vales são parte do ser da montanha; a montanha não pode existir sem vales; eles são complementares entre si. Se a montanha escolhe não ter vales, não existirá mais montanha. Se o vale escolhe não ter montanha, não haverá vales, igualmente. Ou então você torna-se um simulador - a montanha finge que não há vales. Mas o vale está lá - você pode esconder o vale, você pode afogá-lo no seu inconsciente, mas ele permanece, ele persiste, ele existe, não há forma de o destruir. De fato, montanha/vale são uma só coisa, e assim são o amor e a meditação, são assim a relação e a solidão. A montanha da solidão só se ergue nos vales das relações.
De fato, você só pode apreciar a solidão se souber apreciar as relações. É a relação que cria a necessidade de solidão, é um ritmo. Quando aprofundou uma relação com alguém, surge uma grande necessidade de estar só. Começa a sentir-se gasto, exausto, cansado - alegremente cansado, felizmente cansado, mas cada excitação é cansativa. Foi belíssimo relacionar-se, mas agora você gostaria de caminhar para a solidão, para que possa, uma vez mais, tornar-se transbordante, para que de novo se enraíze no seu próprio ser.
Um dos maiores problemas com que a humanidade se tem debatido ao longo dos tempos é o seguinte: meditação e amor, solidão e relações, sexo e silêncio. Mas só os nomes são diferentes; o problema é sempre único. E, através dos tempos, o homem sofreu muito porque o problema não foi corretamente entendido - as pessoas fizeram escolhas.
Aqueles que escolheram as relações designam-se por mundanos e os que escolheram a solidão são os monges, os que transcendem. Mas ambos sofrem, porque ficam a meio e ficar pela metade é ser infeliz. Ser uno é ser saudável, feliz; ser uno é ser perfeito. Permanecer a meio significa infelicidade, porque a outra metade vai sabotando, a outra metade vai se preparando para a vingança. A outra metade nunca poderá ser destruída. Porque é a sua outra metade! É uma parte essencial de si; não é nada que você possa ver livre.
É como se uma montanha fizesse uma escolha, dizendo: “Eu não terei vales à minha volta.” Ora, sem vales não há montanhas. Os vales são parte do ser da montanha; a montanha não pode existir sem vales; eles são complementares entre si. Se a montanha escolhe não ter vales, não existirá mais montanha. Se o vale escolhe não ter montanha, não haverá vales, igualmente. Ou então você torna-se um simulador - a montanha finge que não há vales. Mas o vale está lá - você pode esconder o vale, você pode afogá-lo no seu inconsciente, mas ele permanece, ele persiste, ele existe, não há forma de o destruir. De fato, montanha/vale são uma só coisa, e assim são o amor e a meditação, são assim a relação e a solidão. A montanha da solidão só se ergue nos vales das relações.
De fato, você só pode apreciar a solidão se souber apreciar as relações. É a relação que cria a necessidade de solidão, é um ritmo. Quando aprofundou uma relação com alguém, surge uma grande necessidade de estar só. Começa a sentir-se gasto, exausto, cansado - alegremente cansado, felizmente cansado, mas cada excitação é cansativa. Foi belíssimo relacionar-se, mas agora você gostaria de caminhar para a solidão, para que possa, uma vez mais, tornar-se transbordante, para que de novo se enraíze no seu próprio ser.
No amor você desloca-se para o ser do outro, você perde contato consigo mesmo. Afoga-se, embriaga-se. Agora você precisa encontrar-se novamente. Mas quando está só, está a criar de novo uma necessidade de amor. Rapidamente ficará tão pleno que gostará de partilhar, ficará tão transbordante que gostará de ter alguém sobre quem se derramar, a quem se dar.
O amor surge da solidão. A solidão torna-o pleno, o amor recebe as suas dádivas. O amor esvazia-o para que você se possa encher de novo. Sempre que você se esvazia por amor, a solidão está lá para o alimentar, para o integrar. E este é o ritmo.
Pensar nestas duas coisas como estando separadas tem sido a maior estupidez que o homem fez. Algumas pessoas tornam-se mundanas - elas gastam-se, ficam simplesmente exaustas, vazias; não têm espaço para si mesmas. Não sabem quem são e nunca tropeçam em si próprias. Elas vivem com os outros, elas vivem pelos outros. Elas são parte da multidão; não são indivíduos. E lembre-se: a sua vida de amor não será de realização - será meia, e nenhum meio poderá ser alguma vez uma realização. Só o todo é satisfeito.
E então há os monges que escolheram a outra metade. Eles vivem em mosteiros. A palavra monge significa o que vive só; a palavra monge tem a mesma raiz que as palavras monogamia, monotonia, mosteiro, monopólio. Significa: um, só.
O monge é um que escolheu estar só - mas rapidamente ele estará transbordante, maduro, e nada sabe de como derramar sobre si mesmo. Onde se poderá derramar? Ele não pode permitir o amor, ele não pode permitir relações; ele não pode ir e conhecer, misturar-se com as pessoas. Agora a sua energia começa a ficar fermentada. Qualquer energia que deixa de fluir torna-se amarga. Mesmo o néctar, parado, torna-se venenoso - e vice-versa; mesmo o veneno fluindo, torna-se néctar.
Fluir é saber o que é o néctar e, deixá-lo estagnar é saber o que é o veneno. Veneno e néctar não são duas coisas, mas dois estágios da mesma energia. Fluindo é néctar; gelado é veneno. Não havendo escoamento, onde quer que haja energia, ela fermenta. Ela torna-se amarga, torna-se triste, torna-se feia. Em vez de lhe dar integridade e saúde, o fará doente. Todos os monges são doentes; todos os monges estão destinados a ser patológicos.
As pessoas mundanas são vazias, cansativas, exaustivas, arrastam-se de qualquer modo em nome do dever, em nome da família, em nome da nação - tudo vacas sagradas -, são de algum modo arrastadas até à morte, só esperando que a morte chegue e as recolha. Elas só conhecerão o repouso nos túmulos. Não conhecerão o descanso em vida - e uma vida que não conhece descanso não é realmente vida. É como música que não tem silêncio nela - então é só barulho nauseante que o fará doente.
A grande música é uma síntese entre o som e o silêncio. E quanto maior for a síntese mais profunda será a música. O som cria silêncio e o silêncio cria receptividade ao som, e assim sucessivamente. O som cria mais amor pela música, mais capacidade para se tornar silêncio. Ouça uma boa música e sentir-se-á sempre orante, uno. Algo integrá-lo-á. Você tornar-se-á centrado, enraizado. A terra e o céu encontrar-se-ão, já não estarão separados. O corpo e a alma encontrar-se-ão e fundir-se-ão, perdendo as suas definições. E esse é o grande momento, o momento da união mística.
É uma batalha antiga, e louca, completamente louca, portanto acautele-se: não crie qualquer batalha entre o sexo e o silêncio. Se criar uma batalha, o seu sexo será feio, doentio, e o seu silêncio será cansativo e morto. Deixe o sexo e o silêncio encontrarem-se e fundirem-se. De fato, os maiores momentos de silêncio são aqueles que são seguidos de amor, grande amor, cumes de amor. E os cumes do amor são sempre seguidos por grandes momentos de silêncio e solidão. A meditação leva ao amor, o amor leva à meditação. Eles são parceiros.
É impossível dividi-los. Não é uma questão de criar uma síntese - é impossível separá-los. É uma questão de os entender, ver que eles são indivisíveis. A síntese já se encontra lá, já está lá. Eles são unos! Dois aspectos da mesma moeda. Você não precisa sintetizá-los, eles nunca existiram separadamente. E o homem tentou, e tentou muito, mas falhou sempre.
A religiosidade ainda não se tornou global na Terra; a religiosidade não se tornou ainda uma força vital, uma maré no mundo. E qual a razão? Esta divisão. Ou você tem de ser mundano ou você tem de transcender-se, escolha! E no momento em que você escolhe, você perde algo. Qualquer que seja a sua escolha, você será sempre derrotado.
Eu digo: não escolha. Eu digo: viva ambos na sua totalidade. É claro que precisa de arte para viver ambos. É mais simples escolher e permanecer ligado a um só. Qualquer idiota consegue fazer - de fato, só os idiotas o fazem. Alguns idiotas escolheram ser mundanos e outros idiotas escolheram a transcendência. O homem inteligente gostará de ambos. E Sannyas versa sobre isto. Você pode ter o bolo e pode comê-lo - a isso chama-se inteligência.
Seja perspicaz, consciente, inteligente. Veja o ritmo e mova-se com o ritmo, sem qualquer escolha. Mantenha-se conscientemente sem escolha. Veja ambos os extremos. Superficialmente parecem opostos, contraditórios, mas não são. Bem no fundo existe uma complementaridade. É o mesmo pêndulo que vai da esquerda para a direita. Não o tente fixar à esquerda ou à direita; se o fixar, destruirá todo o relógio. E isso é o que tem sido feito até agora.
Pensar nestas duas coisas como estando separadas tem sido a maior estupidez que o homem fez. Algumas pessoas tornam-se mundanas - elas gastam-se, ficam simplesmente exaustas, vazias; não têm espaço para si mesmas. Não sabem quem são e nunca tropeçam em si próprias. Elas vivem com os outros, elas vivem pelos outros. Elas são parte da multidão; não são indivíduos. E lembre-se: a sua vida de amor não será de realização - será meia, e nenhum meio poderá ser alguma vez uma realização. Só o todo é satisfeito.
E então há os monges que escolheram a outra metade. Eles vivem em mosteiros. A palavra monge significa o que vive só; a palavra monge tem a mesma raiz que as palavras monogamia, monotonia, mosteiro, monopólio. Significa: um, só.
O monge é um que escolheu estar só - mas rapidamente ele estará transbordante, maduro, e nada sabe de como derramar sobre si mesmo. Onde se poderá derramar? Ele não pode permitir o amor, ele não pode permitir relações; ele não pode ir e conhecer, misturar-se com as pessoas. Agora a sua energia começa a ficar fermentada. Qualquer energia que deixa de fluir torna-se amarga. Mesmo o néctar, parado, torna-se venenoso - e vice-versa; mesmo o veneno fluindo, torna-se néctar.
Fluir é saber o que é o néctar e, deixá-lo estagnar é saber o que é o veneno. Veneno e néctar não são duas coisas, mas dois estágios da mesma energia. Fluindo é néctar; gelado é veneno. Não havendo escoamento, onde quer que haja energia, ela fermenta. Ela torna-se amarga, torna-se triste, torna-se feia. Em vez de lhe dar integridade e saúde, o fará doente. Todos os monges são doentes; todos os monges estão destinados a ser patológicos.
As pessoas mundanas são vazias, cansativas, exaustivas, arrastam-se de qualquer modo em nome do dever, em nome da família, em nome da nação - tudo vacas sagradas -, são de algum modo arrastadas até à morte, só esperando que a morte chegue e as recolha. Elas só conhecerão o repouso nos túmulos. Não conhecerão o descanso em vida - e uma vida que não conhece descanso não é realmente vida. É como música que não tem silêncio nela - então é só barulho nauseante que o fará doente.
A grande música é uma síntese entre o som e o silêncio. E quanto maior for a síntese mais profunda será a música. O som cria silêncio e o silêncio cria receptividade ao som, e assim sucessivamente. O som cria mais amor pela música, mais capacidade para se tornar silêncio. Ouça uma boa música e sentir-se-á sempre orante, uno. Algo integrá-lo-á. Você tornar-se-á centrado, enraizado. A terra e o céu encontrar-se-ão, já não estarão separados. O corpo e a alma encontrar-se-ão e fundir-se-ão, perdendo as suas definições. E esse é o grande momento, o momento da união mística.
É uma batalha antiga, e louca, completamente louca, portanto acautele-se: não crie qualquer batalha entre o sexo e o silêncio. Se criar uma batalha, o seu sexo será feio, doentio, e o seu silêncio será cansativo e morto. Deixe o sexo e o silêncio encontrarem-se e fundirem-se. De fato, os maiores momentos de silêncio são aqueles que são seguidos de amor, grande amor, cumes de amor. E os cumes do amor são sempre seguidos por grandes momentos de silêncio e solidão. A meditação leva ao amor, o amor leva à meditação. Eles são parceiros.
É impossível dividi-los. Não é uma questão de criar uma síntese - é impossível separá-los. É uma questão de os entender, ver que eles são indivisíveis. A síntese já se encontra lá, já está lá. Eles são unos! Dois aspectos da mesma moeda. Você não precisa sintetizá-los, eles nunca existiram separadamente. E o homem tentou, e tentou muito, mas falhou sempre.
A religiosidade ainda não se tornou global na Terra; a religiosidade não se tornou ainda uma força vital, uma maré no mundo. E qual a razão? Esta divisão. Ou você tem de ser mundano ou você tem de transcender-se, escolha! E no momento em que você escolhe, você perde algo. Qualquer que seja a sua escolha, você será sempre derrotado.
Eu digo: não escolha. Eu digo: viva ambos na sua totalidade. É claro que precisa de arte para viver ambos. É mais simples escolher e permanecer ligado a um só. Qualquer idiota consegue fazer - de fato, só os idiotas o fazem. Alguns idiotas escolheram ser mundanos e outros idiotas escolheram a transcendência. O homem inteligente gostará de ambos. E Sannyas versa sobre isto. Você pode ter o bolo e pode comê-lo - a isso chama-se inteligência.
Seja perspicaz, consciente, inteligente. Veja o ritmo e mova-se com o ritmo, sem qualquer escolha. Mantenha-se conscientemente sem escolha. Veja ambos os extremos. Superficialmente parecem opostos, contraditórios, mas não são. Bem no fundo existe uma complementaridade. É o mesmo pêndulo que vai da esquerda para a direita. Não o tente fixar à esquerda ou à direita; se o fixar, destruirá todo o relógio. E isso é o que tem sido feito até agora.
Aceite a vida em todas as suas dimensões.
E eu entendo o problema; o problema é simples, bem conhecido. O problema é que quando você começa a relacionar-se, você não sabe como ficar só - isso simplesmente demonstra pouca inteligência. Não é a relação que está mal, demonstra que você ainda não é suficientemente inteligente, que a relação o preenche demasiado e que não consegue encontrar espaço para estar só e, portanto, sente-se exausto e cansado. Então um dia você decide que a relação é má, não tem sentido: “Eu quero ser um monge. Irei para uma caverna nos Himalaias e viverei sozinho lá.” E sonhará grandes sonhos de solidão. Que belo que vai ser - ninguém invade a sua liberdade, ninguém tenta manipulá-lo; você não tem de pensar no outro.
Jean-Paul Sartre afirmou: “O outro é o inferno.” Isto simplesmente demonstra que ele não foi capaz de compreender a complementaridade do amor e da meditação. “O outro é o inferno” - sim, o outro torna-se o inferno se você não souber, por vezes, estar só. Entre todo o tipo de relações, o outro torna-se o inferno. É entediante, fatigante, exaustivo, cansativo. O outro perde toda a beleza, porque se tornou conhecido. Você está bem familiarizado; agora já não há nenhuma surpresa. Você já conhece perfeitamente o território; já viajou pelo território durante tanto tempo que já não há surpresas. Você está simplesmente farto de tudo.
Mas você foi se apegando e o outro foi ficando apegado a si. O outro também está infeliz, porque você é o inferno dele ou dela, tal como ele ou ela é o seu inferno. Ambos estão a criar um inferno e ambos estão a fixar-se um ao outro, com medo de perder porque… qualquer coisa é melhor que nada. Ao menos está lá alguma coisa a que se agarrar, e pode-se sempre esperar que amanhã as coisas melhorem. Hoje elas - não estão boas, mas amanhã as coisas hão de ficar melhores. Pode-se ainda ter esperança e vai-se tendo esperança. Vive-se em desespero e continua-se com esperança.
E mais cedo ou mais tarde começa a sentir que se sente melhor sozinho. Mas se ficar sozinho durante uns dias será excepcional, tal como será ótimo para o outro - mas durante alguns dias. Tal como há uma lua-de-mel numa relação, há uma lua-de-mel também na meditação. Durante alguns dias vai sentir-se tão livre, só para ser você mesmo, sem ninguém a fazer-lhe exigências, sem ninguém a esperar nada de si. Se quiser levantar-se de manhã cedo, pode fazê-lo; se não se quer levantar de manhã cedo, pode deixar-se ficar a dormir. Se quer fazer alguma coisa, ótimo; se não quer fazer, não existe ninguém a forçá-lo. Durante uns dias vai sentir-se imensamente feliz - mas só durante alguns dias. Pois vai cansar-se rapidamente. Vai transbordar e ninguém vai poder receber o seu amor. Você vai ficar maduro e a energia precisa ser partilhada.
Você vai tornar-se pesado, vai queimar-se na sua própria energia. Você quererá que alguém acolha a sua energia, receba a sua energia. Você não desejará queimar-se. Agora a solidão deixará de ser solidão e parecerá isolamento. Haverá uma mudança - a lua-de-mel acabou. A solidão irá transformar-se em isolamento. Você terá um grande desejo de encontrar o outro. O outro começará a surgir nos seus sonhos.
Vá e pergunte aos monges com o que é que eles sonham; eles só sonham com mulheres; eles não podem sonhar com outra coisa. Eles sonham com alguém que não os possa queimar. Pergunte às freiras; elas sonham unicamente com homens. E isso pode-se tornar patológico. Você tem de estar consciente da história do Cristianismo. Freiras e monges começaram a sonhar mesmo de olhos abertos. O sonho tornou-se uma realidade tão substancial que não precisavam esperar pela noite. Mesmo de dia, a freira estava sentada e via o Diabo aproximar-se, e o Diabo tentava fazer amor com ela. Você ficará surpreendido, mas aconteceu muitas vezes na Idade Média, houve freiras que foram queimadas na fogueira porque confessaram que haviam feito amor com o Diabo. Elas mesmas confessavam, e não só tinham feito amor com o Diabo como haviam mesmo ficado grávidas do Diabo - uma falsa gravidez, só ar quente na barriga, mas as suas barrigas começavam a crescer, a crescer. Uma gravidez psicológica. E descreviam o Diabo com muitos pormenores - esse Diabo era a sua própria criação. E o Diabo as seguia dia e noite… E o mesmo se passava com os monges.
Esta escolha de estar só criou uma humanidade muito doente. E as pessoas que vivem no mundo não estão felizes, e os monges não estão felizes - ninguém parece estar feliz. Todas as pessoas parecem viver numa infelicidade permanente, e você pode escolher - de uma infelicidade para outra, você pode escolher esta infelicidade mundana ou aquela infelicidade mundana, mas é tudo infelicidade. Durante alguns dias, você sentir-se-á bem.
Eu estou a trazer-lhe uma nova mensagem. A mensagem já não é sobre escolha - mantenha-se conscientemente sem escolhas na sua vida, e torne-se inteligente em vez de modificar as circunstâncias. Mude a sua psicologia, torne-se mais inteligente. É necessária mais inteligência para ser bem-aventurado! E então conseguirá associar solidão a relação.
Chame a atenção da sua mulher ou do seu marido para o seu ritmo. As pessoas devem ser ensinadas que ninguém ama vinte e quatro horas por dia; são necessários períodos de descanso. E ninguém pode amar sob ordens. O amor é um fenômeno espontâneo; sempre que acontece, acontece, e sempre que não acontece, não acontece. Nada pode ser feito acerca disso. Se você fizer algo, criará um pseudo fenômeno, uma representação.
Os verdadeiros amantes, os amantes inteligentes, alertar-se-ão mutuamente para o fenômeno: “Quando eu digo que quero estar só, isso não significa que te estou a rejeitar. De fato, é por causa do teu amor que me é possível estar só.” E se a sua mulher quer estar só por uma noite, por alguns dias, você não se sentirá ferido. Você não dirá que foi rejeitado, que o seu amor não foi recebido e acolhido. Você respeitará a decisão dela de estar só por alguns dias. De facto, você estará feliz! O seu amor era tanto que ela se sente vazia; agora ela precisa de descansar para ficar plena novamente. Isto é inteligente.
Geralmente você pensa que foi rejeitado. Você dirige-se à sua mulher e se ela não estiver disposta a estar consigo, ou não estiver muito carinhosa consigo, você sente uma grande rejeição. O seu ego está magoado. Este ego não é muito inteligente - todos os egos são idiotas. A inteligência não conhece ego; a inteligência simplesmente vê o fenômeno, tenta entender por que é que a mulher não quer estar consigo. Não que ela esteja a rejeitá-lo - você sabe que ela o amou muito, ela ama-o muito, mas naquele momento ela quer ficar só. E se você a ama vai deixá-la só; não a torturará, não a forçará a fazer amor consigo. E se o homem quer ficar só, a mulher não pensará: “Ele já não está interessado em mim, talvez esteja interessado noutra mulher.” Uma mulher inteligente deixará o homem sozinho para que ele possa recompor o seu ser, para que ele tenha energia para partilhar de novo. E este ritmo é como o dia e a noite, Verão e Inverno; vai sempre mudando.
Se duas pessoas de facto se respeitam - e o amor é sempre respeitoso, venera o outro; é um estado de grande veneração, devoto -, então lentamente, muito lentamente vocês começarão a entender-se melhor e cada vez melhor e você terá consciência do ritmo do outro e do seu próprio ritmo. E rapidamente descobrirá que para lá do amor, para lá do respeito, os vossos ritmos se aproximam cada vez mais. Quando você se sente acarinhado, ela sente-se acarinhada e isto estabiliza-os. Isto estabiliza-os, é sincronicidade.
E eu entendo o problema; o problema é simples, bem conhecido. O problema é que quando você começa a relacionar-se, você não sabe como ficar só - isso simplesmente demonstra pouca inteligência. Não é a relação que está mal, demonstra que você ainda não é suficientemente inteligente, que a relação o preenche demasiado e que não consegue encontrar espaço para estar só e, portanto, sente-se exausto e cansado. Então um dia você decide que a relação é má, não tem sentido: “Eu quero ser um monge. Irei para uma caverna nos Himalaias e viverei sozinho lá.” E sonhará grandes sonhos de solidão. Que belo que vai ser - ninguém invade a sua liberdade, ninguém tenta manipulá-lo; você não tem de pensar no outro.
Jean-Paul Sartre afirmou: “O outro é o inferno.” Isto simplesmente demonstra que ele não foi capaz de compreender a complementaridade do amor e da meditação. “O outro é o inferno” - sim, o outro torna-se o inferno se você não souber, por vezes, estar só. Entre todo o tipo de relações, o outro torna-se o inferno. É entediante, fatigante, exaustivo, cansativo. O outro perde toda a beleza, porque se tornou conhecido. Você está bem familiarizado; agora já não há nenhuma surpresa. Você já conhece perfeitamente o território; já viajou pelo território durante tanto tempo que já não há surpresas. Você está simplesmente farto de tudo.
Mas você foi se apegando e o outro foi ficando apegado a si. O outro também está infeliz, porque você é o inferno dele ou dela, tal como ele ou ela é o seu inferno. Ambos estão a criar um inferno e ambos estão a fixar-se um ao outro, com medo de perder porque… qualquer coisa é melhor que nada. Ao menos está lá alguma coisa a que se agarrar, e pode-se sempre esperar que amanhã as coisas melhorem. Hoje elas - não estão boas, mas amanhã as coisas hão de ficar melhores. Pode-se ainda ter esperança e vai-se tendo esperança. Vive-se em desespero e continua-se com esperança.
E mais cedo ou mais tarde começa a sentir que se sente melhor sozinho. Mas se ficar sozinho durante uns dias será excepcional, tal como será ótimo para o outro - mas durante alguns dias. Tal como há uma lua-de-mel numa relação, há uma lua-de-mel também na meditação. Durante alguns dias vai sentir-se tão livre, só para ser você mesmo, sem ninguém a fazer-lhe exigências, sem ninguém a esperar nada de si. Se quiser levantar-se de manhã cedo, pode fazê-lo; se não se quer levantar de manhã cedo, pode deixar-se ficar a dormir. Se quer fazer alguma coisa, ótimo; se não quer fazer, não existe ninguém a forçá-lo. Durante uns dias vai sentir-se imensamente feliz - mas só durante alguns dias. Pois vai cansar-se rapidamente. Vai transbordar e ninguém vai poder receber o seu amor. Você vai ficar maduro e a energia precisa ser partilhada.
Você vai tornar-se pesado, vai queimar-se na sua própria energia. Você quererá que alguém acolha a sua energia, receba a sua energia. Você não desejará queimar-se. Agora a solidão deixará de ser solidão e parecerá isolamento. Haverá uma mudança - a lua-de-mel acabou. A solidão irá transformar-se em isolamento. Você terá um grande desejo de encontrar o outro. O outro começará a surgir nos seus sonhos.
Vá e pergunte aos monges com o que é que eles sonham; eles só sonham com mulheres; eles não podem sonhar com outra coisa. Eles sonham com alguém que não os possa queimar. Pergunte às freiras; elas sonham unicamente com homens. E isso pode-se tornar patológico. Você tem de estar consciente da história do Cristianismo. Freiras e monges começaram a sonhar mesmo de olhos abertos. O sonho tornou-se uma realidade tão substancial que não precisavam esperar pela noite. Mesmo de dia, a freira estava sentada e via o Diabo aproximar-se, e o Diabo tentava fazer amor com ela. Você ficará surpreendido, mas aconteceu muitas vezes na Idade Média, houve freiras que foram queimadas na fogueira porque confessaram que haviam feito amor com o Diabo. Elas mesmas confessavam, e não só tinham feito amor com o Diabo como haviam mesmo ficado grávidas do Diabo - uma falsa gravidez, só ar quente na barriga, mas as suas barrigas começavam a crescer, a crescer. Uma gravidez psicológica. E descreviam o Diabo com muitos pormenores - esse Diabo era a sua própria criação. E o Diabo as seguia dia e noite… E o mesmo se passava com os monges.
Esta escolha de estar só criou uma humanidade muito doente. E as pessoas que vivem no mundo não estão felizes, e os monges não estão felizes - ninguém parece estar feliz. Todas as pessoas parecem viver numa infelicidade permanente, e você pode escolher - de uma infelicidade para outra, você pode escolher esta infelicidade mundana ou aquela infelicidade mundana, mas é tudo infelicidade. Durante alguns dias, você sentir-se-á bem.
Eu estou a trazer-lhe uma nova mensagem. A mensagem já não é sobre escolha - mantenha-se conscientemente sem escolhas na sua vida, e torne-se inteligente em vez de modificar as circunstâncias. Mude a sua psicologia, torne-se mais inteligente. É necessária mais inteligência para ser bem-aventurado! E então conseguirá associar solidão a relação.
Chame a atenção da sua mulher ou do seu marido para o seu ritmo. As pessoas devem ser ensinadas que ninguém ama vinte e quatro horas por dia; são necessários períodos de descanso. E ninguém pode amar sob ordens. O amor é um fenômeno espontâneo; sempre que acontece, acontece, e sempre que não acontece, não acontece. Nada pode ser feito acerca disso. Se você fizer algo, criará um pseudo fenômeno, uma representação.
Os verdadeiros amantes, os amantes inteligentes, alertar-se-ão mutuamente para o fenômeno: “Quando eu digo que quero estar só, isso não significa que te estou a rejeitar. De fato, é por causa do teu amor que me é possível estar só.” E se a sua mulher quer estar só por uma noite, por alguns dias, você não se sentirá ferido. Você não dirá que foi rejeitado, que o seu amor não foi recebido e acolhido. Você respeitará a decisão dela de estar só por alguns dias. De facto, você estará feliz! O seu amor era tanto que ela se sente vazia; agora ela precisa de descansar para ficar plena novamente. Isto é inteligente.
Geralmente você pensa que foi rejeitado. Você dirige-se à sua mulher e se ela não estiver disposta a estar consigo, ou não estiver muito carinhosa consigo, você sente uma grande rejeição. O seu ego está magoado. Este ego não é muito inteligente - todos os egos são idiotas. A inteligência não conhece ego; a inteligência simplesmente vê o fenômeno, tenta entender por que é que a mulher não quer estar consigo. Não que ela esteja a rejeitá-lo - você sabe que ela o amou muito, ela ama-o muito, mas naquele momento ela quer ficar só. E se você a ama vai deixá-la só; não a torturará, não a forçará a fazer amor consigo. E se o homem quer ficar só, a mulher não pensará: “Ele já não está interessado em mim, talvez esteja interessado noutra mulher.” Uma mulher inteligente deixará o homem sozinho para que ele possa recompor o seu ser, para que ele tenha energia para partilhar de novo. E este ritmo é como o dia e a noite, Verão e Inverno; vai sempre mudando.
Se duas pessoas de facto se respeitam - e o amor é sempre respeitoso, venera o outro; é um estado de grande veneração, devoto -, então lentamente, muito lentamente vocês começarão a entender-se melhor e cada vez melhor e você terá consciência do ritmo do outro e do seu próprio ritmo. E rapidamente descobrirá que para lá do amor, para lá do respeito, os vossos ritmos se aproximam cada vez mais. Quando você se sente acarinhado, ela sente-se acarinhada e isto estabiliza-os. Isto estabiliza-os, é sincronicidade.
Alguma vez viu isto? Se passar por dois verdadeiros amantes, verá muitas coisas similares neles. Os verdadeiros amantes são como irmãos. Você ficará surpreendido - mesmo os irmãos não são tão parecidos. As suas expressões, a sua forma de andar, o seu modo de falar, os seus gestos - dois amantes tornam-se parecidos e no entanto são tão diferentes. Começa a acontecer naturalmente. Só por estarem juntos, lentamente, muito lentamente eles ficam sintonizados um com o outro. Os verdadeiros amantes não precisam de dizer nada ao outro - o outro compreende imediatamente, compreende intuitivamente.
Se a mulher está triste, ela pode não o dizer, mas o homem entende e deixa-a só. Se o homem está triste, a mulher entende e deixa-o só - encontra alguma desculpa para o deixar só. As pessoas estúpidas fazem precisamente o contrário. Nunca deixam o outro ficar só - estão constantemente com o outro, cansando-se e aborrecendo-se mutuamente, nunca deixando espaço para o outro estar.
O amor dá liberdade e o amor ajuda o outro a ser ele ou ela mesma. O amor é um fenômeno muito paradoxal. De certo modo, faz de vós uma alma em dois corpos; por outro lado dá-lhe a sua individualidade, a sua unicidade. Ajuda-o a perder os seus pequenos eus, mas simultaneamente ajuda-o a ligar-se ao seu eu supremo. Então não há nenhum problema: o amor e a meditação são duas asas e ambas se equilibram. E entre ambas você cresce, entre ambas você torna-se íntegro.
Se a mulher está triste, ela pode não o dizer, mas o homem entende e deixa-a só. Se o homem está triste, a mulher entende e deixa-o só - encontra alguma desculpa para o deixar só. As pessoas estúpidas fazem precisamente o contrário. Nunca deixam o outro ficar só - estão constantemente com o outro, cansando-se e aborrecendo-se mutuamente, nunca deixando espaço para o outro estar.
O amor dá liberdade e o amor ajuda o outro a ser ele ou ela mesma. O amor é um fenômeno muito paradoxal. De certo modo, faz de vós uma alma em dois corpos; por outro lado dá-lhe a sua individualidade, a sua unicidade. Ajuda-o a perder os seus pequenos eus, mas simultaneamente ajuda-o a ligar-se ao seu eu supremo. Então não há nenhum problema: o amor e a meditação são duas asas e ambas se equilibram. E entre ambas você cresce, entre ambas você torna-se íntegro.
Osho
http://misticismonaturalmn.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário