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sábado, 9 de fevereiro de 2019

INQUIETUDE METAFÍSICA


Se existe o centro para o qual gravita a pedra solta no espaço.
 
Se existe o sol que a planta adivinha em plena escuridão.
 
Se existem zonas banhadas de luz e calor que, de veementes saudades, enchem as aves migratórias - por que não existiria, algures, esse grande astro por que minha alma suspira?
 
Por que não cantaria, para além desses mares visíveis, o invisível país da minha grande nostalgia? Por que não?
 
Seria o homem, rei e coroa da criação, a única desarmonia no meio dessa universal sinfonia da Natureza?
 
Um caos de desordem em pleno cosmos de ordem?
Não atingiria ele jamais a meta das suas saudades?
Seria ele mais infeliz que a pedra, a planta, o animal?
 
Seria ele um eterno Tântalo ludibriado pela miragem duma felicidade quimérica?
 
Seriam as mais nobres aspirações de minha alma eternamente burladas por um gênio perverso e cruel?
 
E teria esse tirano o nome de Deus?
Quem poderia crer coisa tão incrível?
Que inteligência abrasar tamanho absurdo?
 
Creio, Senhor, na imortalidade, porque creio no teu amor!
Creio na vida eterna, porque creio na ordem dos teus mundos!
 
Creio no mundo futuro, porque creio na harmonia do teu Universo!
 
Para além de todos os enigmas e paradoxos da vida presente, existem uma solução e uma verdade eterna...

Após a noite deste mundo que nos desorienta, despontará a alvorada dum dia que iluminará os nossos caminhos.

Continua, pois, Centro eterno, a atrair o meu coração, que inquieto está até que ache quietação em ti...
 
Continua, ó Sol divino, a encher-me de veemente heliotropismo o espírito, para que, no meio das trevas procure a tua grande claridade...
 
Continua, ó tépida Primavera, a chamar das regiões polares a avezinha nostálgica de minha alma, que só na zona tropical do teu amor encontra paz e vida eterna... Só em ti, meu Centro, meu Sol, minha Primavera, sucederá à dolorosa inquietude do meu espírito a inefável quietude de todo o meu ser...

Huberto Rohden - De Alma Para Alma
 



"Não tente achar um atalho porque não há atalhos. O mundo é uma luta, é árduo, é uma tarefa penosa, mas é assim que a pessoa chega ao pico". Mais uma vez Osho está correto. Não há como encurtar ou alongar o que a vida tem para oferecer. É seguir pelos caminhos que ela traça, aceitando, compreendendo, entregando-se... Como diz Huberto Rohden: "Para além de todos os enigmas e paradoxos da vida presente, existe uma solução e uma verdade eterna..."

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