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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O MEDO 
É ALGO QUE APRENDEMOS


A felicidade não tem antítese, porque nunca se perde. Pode estar escondida, mas nunca se vai, porque todos nós somos felicidade. A felicidade é nossa essência, nosso estado natural, e por isso, quando alguma coisa a ela se sobrepõe escondendo-a, sofremos por medo de perdê-la. Nós nos sentimos mal porque sentimos falta daquilo que somos.

O que nos faz sofrer é o excessivo apego a coisas que pen­samos nos proporcionar felicidade. Não devemos nos apeg­ar a coisa alguma, nem a pessoa alguma, nem mesmo a nossa mãe, porque o apego é medo, e o medo é um im­pedimento para o amor. Nós mesmos somos os responsáveis por nossos aborrecimentos, porque, embora outra pessoa possa ter provocado algum conflito em nós, o que de fato nos faz sofrer é o apego, não o conflito. É medo da imagem que as outras pessoas possam fazer de nós, medo de perder nosso amor, medo de ter de reconhecer que estamos declarando amor a uma imagem, e medo que a imagem que nós mesmos fazemos a nosso respeito, aquela que sonhamos ter, acabe sendo destruída. Todo medo impede o surgimento do amor. E o medo não é uma sensação inata, mas aprendida.

O medo é provocado por coisas que não existem. Temos medo porque nos sentimos ameaçados por algo registrado em nossa memória. Todo fato que tenhamos vivido com angústia, por causa de ideias que nos são impostas, fica registrado em nossa mente, e surge como alarme em cada situação que lembre esse fato. Não é a nova situação que nos enche de insegurança, mas a lembrança de outras situações que nos foram narradas ou que vivemos antes com uma angústia que não soubemos resolver. Se despertarmos e pudermos observar esse fenômeno com clareza recordando suas origens, o medo não se voltará a produzir, porque teremos eliminado a lembrança.


Anthony de Mello, do Livro Auto-libertação
https://tudopositivo.wordpress.com

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