A PORTA ESTÁ ABERTA
Este problema de autoconhecimento foi resumidamente e
metaforicamente declarado por Simone de Beauvoir. Ela diz, ‘É fácil
dizer: Eu sou Eu. Mas, quem sou Eu? Onde encontrar a mim? Eu teria que
estar do outro lado de todas as portas. Mas quando sou eu quem bate na
porta, o outro, do outro lado, se torna silencioso. Para conhecer o ser,
o ser deve estar em ambos os lados de uma mesma porta. Mas quando o ser
que bate é o sujeito que conhece e está de um lado da porta, não há
ninguém do outro lado da porta para abri-la. E quando existe um ser do
outro lado, do lado do objeto que está sendo conhecido, para abrir a
porta, não há ninguém do lado do sujeito que conhece para bater na
porta!
Então, o que se deve fazer?’
Entendeu? Se você é o
sujeito que conhece, então quem estará ali para ser o objeto conhecido? E
se você é o objeto conhecido, quem estará ali como sujeito para
conhecer? Isto é o que Beauvoir quer dizer, que você tem que estar de
ambos os lados da porta. Por exemplo, se você está batendo na porta e
você é o único ali, não haverá ninguém do lado de dentro para responder à
sua batida. Se você está do lado de dentro da porta e pronto para
abri-la, então não haverá ninguém do lado de fora para bater nela. Você
terá que estar em ambos os lados. Só assim haverá alguma comunicação e
algum conhecimento.
Mas eu lhe digo: Olhe... Não existe nenhuma porta para bater e ninguém para bater nela. E mais, a porta está aberta. Ela tem estado aberta por todo o tempo, desde o começo. E não existe nenhum ser para ser conhecido e nenhum autoconhecimento. Conhecer, naturalmente, existe, mas nada como autoconhecimento.
Mas eu lhe digo: Olhe... Não existe nenhuma porta para bater e ninguém para bater nela. E mais, a porta está aberta. Ela tem estado aberta por todo o tempo, desde o começo. E não existe nenhum ser para ser conhecido e nenhum autoconhecimento. Conhecer, naturalmente, existe, mas nada como autoconhecimento.
Isto foi o que a grande mística Rabia disse para Hasan:
Hassan costumava orar todos os dias diante do mosteiro, sentando-se
na rua. E ele chorava em prantos, olhava para o céu e dizia, ‘Deus,
abra a porta! Eu tenho esperado há tanto tempo. Não foi o suficiente?
Terei eu que passar por mais testes? Você ainda não me testou o
suficiente? Abra a porta! Eu estou chorando. Eu estou em prantos. Eu
estou gritando – abra a porta!’
Esta era a sua constante prece,
toda manhã e toda tarde. Onde quer que estivesse, ele ia ao mosteiro,
sentava-se na rua e orava.
Rabia estava passando um dia. Ela
bateu na cabeça do Hassan e disse, ‘Que tolice você está falando? A
porta está aberta! Mas você está tão absorvido em seus gritos ‘Abra a
porta! Escute-me, Senhor. Por que você não abre a porta?’ Você está tão
ocupado com essas tolices, que você não consegue ver que a porta está
aberta. Ela sempre esteve aberta’.
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