EXPERIÊNCIAS PARA REFLETIR
Há uma segunda purificação: a purificação do pensamento. Se nos déssemos
conta de quão poderosos são nossos pensamentos, jamais albergaríamos um pensamento
negativo. Podem exercer uma grande influência para o bem quando são positivos, porém podem
adoecer-nos fisicamente, e de fato o fazem, quando são negativos. Não como coisas que não servem, nem
tenho pensamentos negativos! Afirmo que os pensamentos inúteis podem destruir-nos com maior
rapidez do que os alimentos que não servem. Há que se cuidar dos pensamentos negativos.
Se guardamos o menor rancor contra alguém, ou pensamentos negativos de
qualquer espécie, devemos desfazer-nos deles rapidamente. Eles não ferem a ninguém, senão a
nós mesmos. Não é suficiente fazer o que é certo ou dizer o correto - devemos também pensar
correcto para que nossa vida seja harmoniosa.
Deve aprender a perdoar-se tão facilmente como perdoa os demais. Vá em frente, use toda esta energia que utilizava para condenar-se, em
melhorar-se.
A terceira purificação é a purificação do desejo. Que coisas desejamos? São
coisas superficiais, como os prazeres - roupa nova, móveis novos para nossa casa ou automóvel? Já
que estamos aqui para viver em harmonia com as leis que governam a conduta humana e com nossa
parte no esquema das coisas, nossos desejos deveriam enfocar-se nesta direcção. É muito
importante que tenhamos nossos desejo centrados, de maneira que só almejemos fazer a vontade de
Deus. Podemos chegar ao ponto de unidade do desejo, ou seja, só conhecer e fazer nossa parte no
Esquema da Vida. Na verdade, pensando desta forma, pode haver algo mais importante para desejar?
Há uma purificação mais, a purificação do motivo. Qual é nosso motivo para
qualquer coisa que estejamos fazendo? Se é pura cobiça, ou desejo de sucesso pessoal, eu diria:
não façam tal coisa. Não façam nada com estes motivos. Mas isso não é fácil, porque tendemos a
fazer coisas por motivos muito mesclados. Nunca encontrei uma pessoa que tivesse unicamente
maus motivos. Pode ser que haja uma pessoa assim, porém eu nunca me deparei com ela. Encontro
pessoas que têm constantemente motivos mistos. Motivos bons e maus ao mesmo tempo. Por
exemplo, conheci um homem no mundo dos negócios que admitiu que seus motivos não eram os mais
elevados; ainda assim, havia mesclados com eles, bons motivos - prover sua família, fazer
algum bem à sua comunidade. Motivos mesclados!
Dou palestras a grupos que estudam os mais avançados ensinamentos
espirituais. Algumas vezes estas pessoas se perguntam por que não está acontecendo nada em suas vidas.
Seu motivo é alcançar a paz interior para elas mesmas - como se vê, trata-se de um motivo egoísta.
Com este motivo, não a encontrarão. Se hão de encontrar a paz interior, há de ser voltando-se para
fora de si mesmos. Servir sempre, servir. Dar, não obter. Seu motivo deve ser bom para que seu
trabalho tenha um bom efeito. O segredo da vida é servir aos demais.
Renúncias
Renúncia 1
A última parte se refere às renúncias. Uma vez que tenhamos feito a primeira
renúncia, encontraremos a paz interior, porque é a renúncia à vontade própria. Podemos trabalhar para subordinar nosso eu inferior abstendo-nos de fazer
coisas que não são boas, por outras para as quais estejamos motivados - não as suprimam,
transformem-nas, de maneira que seu eu superior possa tomar lugar em suas vidas. Se estamos motivados a
fazer ou dizer algo desagradável, sempre é possível pensar em algo bom. Deliberadamente revertam
e empreguem essa mesma energia para fazer ou dizer em seu lugar algo bom. Funciona!!
Renúncia 2
A segunda é a renúncia ao sentimento de separatividade. Começamos
sentindo-nos muito separados, julgando tudo na medida em que se relaciona connosco, como
se fôssemos o centro do universo. Mesmo depois de intelectualmente lograr um melhor entendimento,
seguimos julgando as coisas assim. No entanto, somos todos células no corpo da humanidade. Não
estamos separados de nossos semelhantes. Tudo é parte de uma totalidade. Só a partir desse
enfoque mais elevado é que se pode saber o que é amar ao próximo como a si mesmo. A partir dele só há
uma maneira realista de proceder que é o bem-estar da totalidade. Ao atuarem para seus pequenos
eus egoístas, serão simplesmente uma célula contra todas as demais, e se encontrarão em
desarmonia; mas assim que começarem a actuar pelo bem estar da totalidade, estarão em harmonia com todos
os seus semelhantes. Como vê, esta é a maneira razoável e harmoniosa de viver.
Renúncia 3
A terceira renúncia, é a renúncia a todos os apegos. Ninguém é
verdadeiramente livre enquanto continua atado às coisas materiais, aos lugares, ou às pessoas. As coisas
materiais devem ser colocadas em seu próprio lugar. Estão aí para serem usadas. Está bem
utilizá-las; mas quando deixaram de ser úteis, preparem-se para renunciar a elas e quem sabe,
passá-las a quem as necessite. Somos escravos de qualquer coisa que seja, que não possamos renunciar quando
já deixou de ser útil; nesta época materialista, muitos de nós somos extremamente apegados às
nossas posses. Não somos livres. Eu me considerava liberada muito antes que isto estivesse na moda. Primeiro
me liberei dos hábitos que me debilitavam, segui adiante liberando-me dos pensamentos combativos e
agressivos. Também deixei de lado qualquer posse desnecessária. Isto, eu sinto, é uma
verdadeira liberação.
Existe outro tipo de ciúme possessivo. Nós não possuímos nenhum outro ser
humano, não importa quão próxima seja nossa relação com esse outro. Nenhum esposo possui sua
esposa; nenhuma esposa possui seu esposo; os pais não possuem seus filhos. Quando pensamos
que possuímos as pessoas, existe a tendência para dirigir suas vidas, o que ocasiona
situações extremamente desarmoniosas. Unicamente quando nos damos conta de que não os possuímos,
que eles devem viver de acordo com suas próprias motivações internas, deixamos de intentar
conduzir suas vidas e descobrimos que podemos viver em harmonia com eles. Tudo o que nos
empenharmos em manter cativo, nos manterá cativos a nós - e se desejamos a liberdade, temos que dar
liberdade.
As relações formadas nesta vida terrena não são necessariamente para toda a
vida. A separação tem lugar constantemente e quando sucede carinhosamente, não há dano
espiritual, e, em verdade, ajuda o progresso espiritual.
Devemos ser capazes de apreciar e desfrutar os lugares em que moramos e
depois seguir adiante sem angústia, quando somos chamados a outro lugar. Em nosso desenvolvimento
espiritual, frequentemente é necessário que nos desarreiguemos e encerremos muitos
capítulos em nossas vidas até que já não estejamos apegados às coisas materiais e possamos amar todas
as pessoas sem nenhum apego a elas.
Renúncia 4
Agora a última: A renúncia a todos os sentimentos negativos. Quero mencionar
somente um sentimento negativo, o qual as pessoas mais agradáveis ainda experimentam:
esse sentimento
negativo é a preocupação. A preocupação não deve ser o interesse pelo qual
nos motivemos a fazer o melhor possível em uma situação. A preocupação é uma reflexão inútil sobre
as coisas que não podemos mudar.
Um último comentário sobre os sentimentos negativos, que me ajudou muito uma
vez e tem ajudado a outros: Nada externo - nada, nem ninguém de fora - pode afetar-me dentro,
psicologicamente. Dei-me conta de que só podia ser afetada psicologicamente por minhas
próprias ações incorretas, sobre as quais tenho controle; por minhas próprias reações erróneas (são
enganosas, mas também tenho controle sobre elas); ou por minha própria inação em algumas
situações, como a situação mundial atual, que necessita de minha ação. Quando tomei consciência de
tudo isto, que livre me senti! E simplesmente deixei de lastimar-me. Agora, alguém poderia fazer-me
a coisa mais vil e eu sentiria uma profunda compaixão por esta pessoa em desarmonia, esta pessoa
enferma, que é capaz de fazer coisas desagradáveis. Certamente não iria me prejudicar com uma
reacção equivocada de amargura ou raiva. Você tem absoluto controle quanto a ser ou não afetado
psicologicamente, e no momento que quiser, pode deixar de lastimar-se.
Peregrina da Paz
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