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sábado, 13 de novembro de 2021

A MENTE E A ILUSÃO (MAYA)


Pergunta: Swamiji, nós lemos em muitos livros que nossa mente não é nada além de Maya ou ilusão e que todas nossas perguntas são apenas uma ilusão. Você pode dizer algo a respeito?

A pergunta famosa sobre Maya, mais uma vez!

Veja a primeira coisa: não se confunda com leitura complicada. Segunda coisa: entenda muito claramente que não há nada para ser entendido com a mente. O mistério da vida não pode ser resolvido com sua mente. Você não pode saber o propósito de sua vida com sua mente. É por isso que eles dizem que sua mente é uma ilusão. O primeiro passo para resolver o mistério da vida é 'livrar-se de sua mente'.

Se você permitir que sua mente jogue, você continuará jogando, simples assim. vida após vida, você continuará jogando. Sua profunda sede interna permanecerá. Provavelmente seu Ego do buscador ficará satisfeito, mas isso é inútil. No fundo, você só se torna mais confuso. Tente mover seu centro de operação de sua mente para seu coração ou Ser. Se sua mente funcionar como centro, perguntas e mais perguntas surgirão. Com perguntas, você não pode conhecer. É só com consciência que pode se conhecer. Se você operar com seu coração, consciência e entendimento acontecerão em você e então automaticamente suas perguntas começarão a se dissolver.

Como quando o sol nasce, a escuridão simplesmente desaparece, quando a consciência acontece em você, o entendimento acontecerá e suas perguntas se dissolverão. Você começará a entender as coisas antes mesmo de surgirem perguntas! E assim as perguntas se dissolverão. É difícil de entender isto, mas uma vez que você tenha experimentado, saberá exatamente o que eu quero dizer por consciência. As perguntas irão desaparecer e o entendimento continuamente o envolverá. Entendendo apenas isso, você não precisa se preocupar com Maya ou ilusão. Além do entendimento intelectual de minhas palavras, a Meditação pode ajudar a mudar facilmente para esse modo de consciência.

Podemos falar por horas seguidas sobre Maya e ilusão, mas você só ficará mais confuso. Ao invés disso, vale a pena aprender quais as soluções que nos ajudarão a viver inteligentemente, isso é o bastante. Uma coisa eu quero dizer: Maya ou ilusão é tudo o que sua mente projeta e é por isso que eu digo - simplesmente livre-se de sua mente.

Veja: Como eu disse antes, o êxtase está continuamente acontecendo em nós. Esta é a Verdade básica. Mas nós seguidamente interrompemos o fluxo do êxtase e isto é o que nós vivenciamos na forma de miséria em nossas Vidas. Êxtase não é algo que você precisa adquirir de fora e manter dentro de você. Não! É sua natureza inerente.

Quando você chega neste mundo, você está em estado de êxtase. Na medida em que a sociedade condiciona você, você se torna um perito em ir tão longe quanto possível desse êxtase e então começa a procurar atingi-lo por meios externos a você.

Quando eu digo êxtase, eu não me refiro à felicidade comum que sentimos em nossas Vidas cotidianas. A felicidade que acontece em nossas Vidas é resultante de algo que ocorre do lado de fora - alguma ocasião feliz, algum benefício material, alguma notícia feliz, algum relacionamento que deu certo ou algo a ver com uma pessoa ou coisa do mundo externo. Este tipo de felicidade é puramente dependente das pessoas e circunstâncias fora de nós. E este tipo de felicidade nos leva à tristeza também, porque as pessoas e circunstâncias continuam mudando. Elas não são as mesmas. O comportamento delas é diferente em momentos diferentes. E quando o comportamento delas muda nossa felicidade também é afetada. A felicidade sobre a qual estamos falando é diferente. É puramente um estado dentro de você que não é de forma alguma afetada por incidentes do mundo externo. É a sua essência, seu estado permanente.

E quando você tiver encontrado isso, você será uma mera testemunha do que acontece do lado de fora. Você se tornará um observador em êxtase. Você participará completamente de tudo, mas sem perder seu êxtase.

Paramahansa Nithyananda
http://busca-espiritual.blogspot.com
 
 
Yoga é a cessação dos movimentos da mente
 
Nesse estado você tem a oportunidade de observar a si mesmo... Perceba que vivemos em profunda ilusão – A ilusão da esperança, do futuro, do amanhã... O homem não consegue viver com o que é verdadeiro... Ele precisa de sonhos... Ele precisa de ilusões... Ele precisa de mentiras para viver. Para trilhar o caminho do Yoga a mente tem que ser compreendida profundamente... Perceba que até mesmo acordado você pode estar sonhando...
 
Você pode estar olhando para mim, pode estar me ouvindo, mas uma corrente de pensamentos e sonhos vai passando dentro de sua mente, estará me ouvindo sem me ouvir absolutamente, porque a sua mente estará ocupada internamente.
 
Dia e noite a mente vai se movendo do não sonho para o sonho. Isso é um ritmo interno; com isso, o presente é quase sempre um inferno! Você fica esperando que algo vá acontecer, amanhã...
 
Um pensa em termos de riqueza, mas a riqueza está no futuro. ficará rico, amanhã...Outro pensa em termos de paraíso, e esse paraíso vai existir depois de sua morte, lá bem longe, no futuro. Assim desperdiça todo o seu presente com o que não existe. Eis o que significa sonhar.
 
Você não consegue ficar no momento presente... pode ficar no passado, porque novamente isso é sonhar – memórias, lembranças das coisas que não existem mais. Ou pode ficar no futuro, que é uma projeção. O futuro nada mais é do que o passado projetado novamente – mais colorido, mais belo, mais prazeroso. Ou seja, continua criando algo do passado, porém mais refinado.
 
Ninguém está preparado para ver a realidade nua e crua. Nossas supostas verdades não são nada mais que mentiras belas mentiras. E essa mente não pode estar no caminho do Yoga, porque Yoga significa um caminho para revelar a verdade. Yoga é um método para se chegar a uma mente não-sonhadora.
 
Significa que agora você está pronto para não mais se mover no futuro, que está pronto para não viver na esperança, para não saltar adiante do seu ser.Yoga significa encontrar-se com a realidade como ela é! E a menos que esse momento chegue ... Você pode até continuar fazendo suas asanas, posturas... Isso, isoladamente, não é Yoga. Yoga é uma virada para dentro. É uma meia volta completa.
 
Quando você não está se movendo nem no futuro e nem no passado, começa a se mover para dentro de si mesmo. Então, perceba... Você está presente aqui e agora, pode entrar nessa realidade, mas lembre-se: A sua mente tem que estar de fora!
 
Osho
https://blogdoosho.blogspot.com
 

Todo pensamento é distração

Uma mente que é competitiva, presa no conflito de vir a ser, pensando em termos de comparação, não é capaz de descobrir o real. Pensamento-sentimento que é intensamente vigilante está no processo de constante autodescoberta - em que a descoberta, sendo verdadeira, é libertadora e criativa. Tal autodescoberta gera liberdade da ganância e da complexa vida do intelecto. É esta complexa vida do intelecto que encontra gratificação no hábito: curiosidade destrutiva, especulação, mero conhecimento, capacidade, mexerico e assim por diante; e estes obstáculos impedem a simplicidade da vida. Um hábito, uma especialização confere esperteza à mente, um meio de focar o pensamento, mas não é o florescimento do pensamento-sentimento na realidade. A liberdade da distração é mais difícil já que não compreendemos completamente o processo de pensar-sentir que se tornou nele mesmo um meio de distração. Estando sempre incompleto, capaz de curiosidade especulativa e formulação, ele tem o poder de criar seus próprios obstáculos, ilusões, que impedem a vigilância do real. Assim ele se torna sua própria distração, seu próprio inimigo. Como a mente é capaz de criar ilusão, este poder deve ser compreendido antes de poder ficar totalmente livre das próprias distrações por ele criadas.

J. Krishnamurti, The Book of Life
http://legacy.jkrishnamurti.org
 
 
Libertando-se de sua Mente 
 
Identificar- se com a mente faz com que estejamos sempre pensando em alguma coisa.

Ser incapaz de parar de pensar é uma aflição terrível, mas ninguém percebe porque quase todos nós sofremos disso e, então, consideramos uma coisa normal. O ruído mental incessante nos impede de encontrar a área de serenidade interior, que é inseparável do Ser.

Isso faz com que a mente crie um falso eu interior que projeta uma sombra de medo e sofrimento sobre nós.

O filósofo Descartes acreditava ter alcançado a verdade mais fundamental quando proferiu sua conhecida máxima: “Penso, logo existo”. Cometeu, no entanto, um erro básico ao equiparar o pensar ao Ser e a identidade ao pensamento. O pensador compulsivo, ou seja, quase todas as pessoas vivem em um estado de aparente isolamento, em um mundo povoado de conflitos e problemas. Um mundo que reflete a fragmentação da mente em uma escala cada vez maior.

A iluminação é um estado de plenitude, de estar “em unidade” e, portanto, em paz. Em unidade tanto com o universo quanto com o eu interior mais profundo, ou seja, o Ser. A iluminação é o fim não só do sofrimento e dos conflitos internos e externos permanentes, mas também da aterrorizante escravidão do pensamento. Que maravilhosa libertação!

Se nos identificamos com a mente, criamos uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições que bloqueiam todas as relações verdadeiras. Essa tela se situa entre você e o seu eu interior, entre você e o próximo, entre você e a natureza, entre você e Deus. E essa tela de pensamentos que cria uma ilusão de separação, uma ilusão de que existe você e um “outro” totalmente à parte. Esquecemos o fato essencial de que, debaixo do nível das aparências físicas, formamos uma unidade com tudo aquilo que é. Por “esquecermos” quero dizer que não sentimos mais essa unidade como uma realidade evidente por si só. Podemos até acreditar que isso seja uma verdade, mas não mais a reconhecemos como verdade. Acreditar pode até trazer conforto. No entanto, a libertação só pode vir através da vivência pessoal.

Pensar se tornou uma doença. A doença acontece quando as coisas se desequilibram. Por exemplo, não há nada de errado com a divisão e a multiplicação das células no corpo humano. Mas, quando esse processo acontece sem levar em conta o organismo como um todo, as células se proliferam e temos a doença.

Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico. Entretanto, quando a usamos de forma errada, ela se torna destrutiva. Para ser ainda mais preciso, não é você que usa a sua mente de forma errada. Em geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você. Essa é a doença. Você acredita que é a sua mente. Eis aí o delírio. O instrumento se apossou de você.

Só porque podemos resolver palavras cruzadas ou construir uma bomba atômica não significa que estejamos usando a mente. Assim como os cães adoram mastigar ossos, a mente adora transformar dificuldades em problemas. É por isso que ela resolve palavras cruzadas e constrói bombas atômicas. Mas essas coisas não interessam a você. Pergunto então: você consegue se livrar da sua mente quando quer? Já encontrou o botão que a “desliga”?

Então, é porque a mente está usando você. Estamos tão identificados com ela que nem percebemos que somos seus escravos. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver como se fôssemos a entidade dominadora. A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência. Percebemos também que todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar.

Quando alguém vai ao médico e diz: “Ouço uma voz dentro da minha cabeça”, provavelmente será encaminhado a um psiquiatra. De uma forma ou de outra, praticamente todas as pessoas ouvem uma voz, ou algumas vozes, o tempo todo dentro da cabeça. São os processos involuntários do pensar – que acreditamos que não podemos interromper -, manifestando-se como monólogos ou diálogos contínuos.

Você já deve ter cruzado na rua com pessoas “doidas” falando sem parar ou resmungando consigo mesmas. Isto não tem nada de diferente do que acontece com você e com outras pessoas “normais”, exceto que vocês não falam alto. A voz comenta, especula, julga, compara, desculpa, gosta, desgosta, etc. A voz não precisa ser relevante para a situação do momento, pois ela pode estar revivendo o passado recente ou remoto, ou ensaiando ou imaginando possíveis situações futuras. Neste último caso, ela imagina sempre as coisas indo mal e com resultados desfavoráveis. É o que se chama de preocupação. Às vezes, essa trilha sonora é acompanhada de imagens ou “filmes mentais”.

Mesmo que te tenha alguma relação com o momento, a voz será interpretada em termos do passado. Isso acontece porque a voz pertence à mente condicionada, que é o resultado de toda a nossa história passada, bem como dos valores culturais coletivos que herdamos. Assim, vemos e julgamos o presente com os olhos do passado e construímos uma imagem totalmente distorcida. Não é raro que a voz se torne o pior inimigo de nós mesmos. Muitas pessoas vivem com um torturador em suas cabeças, que as ataca e pune sem parar, drenando sua energia vital. Essa é a causa de muita angústia e infelicidade, assim como de doenças.

A boa notícia é que podemos nos libertar de nossas mentes. Essa é a única libertação verdadeira. Dê o primeiro passo neste momento. Comece a prestar atenção ao que a voz diz, principalmente a padrões repetitivos de pensamento, aquelas velhas trilhas sonoras que você escuta dentro da sua cabeça há anos. É isso que quero dizer com “observar o pensador”. É um outro modo de dizer o seguinte: ouça a voz dentro da sua cabeça, esteja lá presente como uma testemunha.

Seja imparcial ao ouvir a voz, não julgue nada. Não julgue ou condene o que você ouve, porque fazer isso significaria que a mesma voz acabou de voltar pela porta dos fundos. Você logo perceberá: lá está a voz e aqui estou eu, ouvindo-a e observando-a. Sentir a própria presença não é um pensamento, é algo que surge de um ponto além da mente.

Assim, ao ouvir um pensamento significa que você está consciente não só do pensamento, mas também de você mesmo, como uma testemunha daquele pensamento. Isso acontece porque uma nova dimensão da consciência acabou de surgir. Quando você ouve o pensamento, sente uma presença consciente, que é o seu eu interior mais profundo, por trás ou por baixo do pensamento. O pensamento, então, perde o poder que exerce sobre você e se afasta rapidamente, porque a mente não está mais recebendo a energia gerada pela sua identificação com ela. Esse é o começo do fim do pensamento involuntário e compulsivo.

Quando o pensamento se afasta, percebemos uma interrupção no fluxo mental, um espaço de “mente vazia”. No início, estes espaços são curtos, talvez apenas alguns segundos, mas, aos poucos, se tornam mais longos. Quando esses espaços acontecem, sentimos uma certa serenidade e paz interior. Esse é o começo do estado natural de nos sentirmos em unidade com o Ser, que normalmente é encoberto pela mente. Com a prática, a sensação de paz e serenidade vai se intensificar. Na verdade, essa intensidade não tem fim. Você vai sentir brotar lá de dentro uma sutil emanação de alegria, que é a alegria do Ser.

Não se trata de um estado de transe. Nada disso. Se o preço da paz fosse a perda da consciência e o preço da serenidade, uma falta de vitalidade e de vivacidade, então não valeria a pena. É exatamente o oposto. Nesse estado de conexão interior, ficamos muito mais alertas. Estamos presentes por inteiro.

Ao penetrarmos mais profundamente nessa área da “mente vazia”, como ela às vezes é chamada no Oriente, começamos a perceber o estado de pura consciência. Nesse estado, sentimos a nossa própria presença com tal intensidade e alegria que os pensamentos, as emoções, nosso corpo, o mundo exterior – tudo se torna insignificante comparado a ele. No entanto, não é um estado egoísta e sim generoso. Ela nos transporta para um ponto além do que antes julgávamos ser nosso “eu interior”. Essa presença é essencialmente você e, ao mesmo tempo, muito maior do que você.

Em vez de “observar o pensador”, podemos também criar um espaço no fluxo da mente, direcionando o foco da nossa atenção para o Agora. Torne-se consciente do momento. Isso é profundamente gratificante de se fazer. Agindo assim, desviamos a consciência para longe da atividade da mente e criamos um espaço de mente vazia, em que ficamos extremamente alertas e conscientes, mas não sem pensar. Essa é a essência da meditação.

Na vida diária é possível pôr isso em prática dando total atenção a qualquer atividade rotineira, normalmente considerada como apenas um meio para atingir um objetivo, de modo a transformá-la em um fim em si mesma. Por exemplo, todas as vezes que você for subir ou descer escadas em casa ou no trabalho, preste muita atenção a cada passo, a cada movimento, até mesmo à sua respiração. Esteja totalmente presente. Ou, quando lavar as mãos, preste atenção a todas as sensações provocadas por essa atividade, como o som, o contato da água, o movimento das suas mãos, o cheiro do sabonete, e assim por diante. Ou então, quando entrar em seu carro, pare por alguns segundos depois de fechar a porta e observe o fluxo da sua respiração. Tome consciência de um silencioso, mas poderoso, sentido de presença. Para medir, sem errar o sucesso nessa prática, verifique o grau de paz dentro de você.

Portanto, o passo mais importante na caminhada em direção à iluminação é aprendermos a nos dissociar de nossas mente. Todas as vezes que criamos um espaço no fluxo do pensamento, a luz da nossa consciência fica mais forte.

Um dia você pode se surpreender sorrindo para a voz dentro da cabeça, como sorriria para as travessuras de uma criança. Isso significa que você não está mais levando tão a sério o que vai pela mente, pois o seu eu interior não depende mais dela.

Eckhart Tolle
https://eradourada.com.br

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