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quarta-feira, 5 de maio de 2021

 VIGILÂNCIA


Ninguém desconsidere o impositivo da vigilância nas tarefas de enobrecimento abraçado.

A vigilância funciona como atitude de respeito e de consideração ao empreendimento assumido.

Carro sem freio, desastre à vista.
 
A vigilância dirá das necessidades imperiosas do equilíbrio diante das circunstâncias e dos fatores animosos que impedem um processo natural de evolução.
 
O egoísmo trabalha para o desespero.

A maledicência responde pelo tumulto.

A intriga promove inimizades desnecessárias.

O orgulho engendra tormentos íntimos.

A paz, todavia, decorre de uma consciência que se iliba na ação superior da vida.

A sensualidade conclama às paixões morbíficas.

O ódio grita na direção da loucura.

A caridade asserena o espírito.

A paciência confia e resolve dificuldades.

O amor é a vida mesma que estua em nome da vigilância do Celeste Pai a benefício da criatura humana.

Ninguém descuide o seu programa de vigilância.

Vigilância ao pensar.

Vigilância no dizer.

Vigilância no agir.

Atuando de maneira enobrecida e vigiando as nascentes do coração, donde procedem as boas como as coisas más, o candidato à redenção espiritual atinge a cumeada da ascensão e se liberta por fim em plenitude de paz.


Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco
http://www.caminhosluz.com.br
 
 
Vigilância Passiva, Percebimento Livre, Alerta 
 
Para que sejamos capazes de observar a nós mesmos, de ver como opera nosso pensamento, precisamos estar sobremodo vigilantes. Assim, começando a perceber cada vez melhor as complexidades do nosso pensar e das nossas reações e sentimentos, teremos uma compreensão mais clara, não só de nós mesmos, como dos outros, com quem estamos em relação. Conhecer a si mesmo é estudar a si mesmo em ação, que é relação.
 
Que entendemos por vigilância? Estar vigilante é saber que eu estou de pé aqui, e vós sentados aí. Temos consciência das árvores, das pessoas, dos ruídos (…) Mas, se penetrarmos um pouco mais fundo, tornamo-nos cônscios de que a mente está reconhecendo, registrando, associando, verbalizando, dando nomes; está constantemente a julgar, condenar, aceitar, rejeitar, e o perceber esse processo (…) faz também parte do estado de vigilância.
 
Se nos aprofundarmos mais ainda, começamos a perceber os motivos ocultos, o condicionamento cultural, os impulsos, as compulsões, as crenças, a inveja, o medo, os preconceitos raciais, que se acham sepultados no inconsciente e dos quais em geral não estamos cônscios. (…) A vida, pois, é a percepção desse processo em operação, tanto na consciência exterior como na consciência que está oculta; e podemos estar cônscios dele nas relações, quando sentados à mesa, quando comemos, quando viajamos num ônibus.  
 
Ora, existe alguma coisa além disso? A vigilância é algo mais do que o mero percebimento do processo da consciência? Esse “algo mais” não poderá ser descoberto se não tiverdes compreendido todo o conteúdo de vossa consciência, por que todo desejo de achar “algo mais” será sempre mera projeção dessa consciência. Assim sendo, deveis em primeiro lugar compreender a vossa própria consciência, (…) o que sois, e só podeis compreender o que sois quando estais vigilante, o que significa: verdes a vós mesmos no espelho das relações.
 
Se um indivíduo deseja compreender um problema vital, não deve pôr de lado suas tendências, seus preconceitos, temores e esperanças, o seu condicionamento, e ficar vigilante, simples e diretamente? Considerando, em conjunto, os nossos problemas, estamo-nos revelando a nós mesmos. Essa auto-revelação é de grande importância, porquanto nos desvendará o processo de nossos próprios pensamentos-sentimentos. 
 
E se estais verdadeiramente vigilantes, estais também cônscios de como reagis a essas coisas, não só à superfície, mas também profundamente. Tendes certos valores, ideais, “motivos”, impulsos, em diferentes níveis do vosso ser; e estar cônscios de tudo isso faz parte do estar vigilante. Julgais o que é bom e o que é mau, o que é correto e o que é errado; condenais, avaliais, em conformidade com vosso background, isto é, conforme a educação que recebestes e o meio cultural (…) Perceber tudo isso faz parte do estar vigilante, não?
 
A função da mente não é apenas de sondar, penetrar, senão também de estar silenciosa. No silêncio existe compreensão. Nós estamos sempre sondando, porém raramente em silêncio; em nós, são raros os intervalos de tranqüilidade vigilante e passiva.
 
Assim, pois, pela vigilância (…) de cada um de seus pensamentos-sentimentos, vem-se a conhecer e compreender as tendências do “ego”. Essa autovigilância, com a respectiva auto-observação e vigilante passividade, lhe proporcionará um conhecimento de si mesmo profundo e vasto. 
 
Vigiai a vós mesmos, e isso vos revelará os móveis ocultos da imitação – a inveja, o temor, o anseio de segurança, de poder, etc. Essa vigilância, quando livre de auto-identificação, traz a compreensão e a tranqüilidade que nos levam à realização da suprema sabedoria.
 
Começais (…) por estar vigilantes em tudo o que fazeis. (…) Quanto maior vigilância sobre vós mesmos, tanto mais recolhidos em vós próprios vos tornais; fazei-vos mais silenciosos, mais intensos na percepção. (…) Ao tornar-nos cônscios das ações e reações, não só interiores, senão (…) das superficiais, cessarão naturalmente todas as aflições, e uma vida simples inevitavelmente despontará.
 
Só pela vigilância, pela percepção, pode o pensamento transcender a si próprio, e não pela vontade, a qual é outra forma do desejo de auto-expansão (…) Assim como um lago fica sereno quando cessam os ventos, assim também fica a mente tranquila depois de cessarem os seus problemas. (…) Enquanto não cessarem os problemas criados pelo “ego”, não pode haver tranquilidade. 
 
Estar cônscio do que é, sem fugir para ilusões e fantasias, é o começo da compreensão. Devemos importar-nos com o que é (…) com o que existe – o anseio de auto-expansão – sem procurar transformá-lo, porque transformar é ainda ansiar, que é ação do “ego”. A própria percepção do que existe traz-nos a compreensão. O estar vigilante, a cada momento, traz-nos a sua luz própria. 
 
A vigilância leva-nos à meditação; na meditação dá-se a união com o Ser, com o Eterno. O “vir-a-ser” nunca poderá transformar-se no Ser. “Vir-a-ser” é expansão do “ego”, é reclusão, e é necessário se detenha essa atividade; veremos, então, manifestar-se o Ser.Só quando o pensamento, pela diligente vigilância de si mesmo, se liberta do vir-a-ser, do passado, só quando está totalmente tranqüilo, existe o Atemporal.
 
A vigilância é a verdadeira meditação, e sem meditação não pode haver autoconhecimento. (…) Quanto maior for o nosso interesse, tanto maior é a nossa capacidade para sondar e perceber.
 
https://www.krishnamurti.org.br/index.php/vigilancia-passiva-percebimento-livre-alerta (para ler o texto completo)

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