Translate

domingo, 9 de maio de 2021

 O VIAJANTE DO TEMPO


O que é a vida?

Uma sucessão de dias feitos de sucessões de atitudes que tomamos. Resultado de uma aritmética que soma os nossos atos com o impacto que causamos a nossa volta, divide as responsabilidades que assumimos e multiplica pelo bem ou mal que fizemos, subtraindo aquilo que deixamos de fazer.

Nada é imposto, nada é adicionado sem a nossa permissão, que as vezes é dada pela omissão das nossas respostas. Apanhamos uma vez e nos calamos, apanhamos de novo e nos calamos, na terceira vez já virou hábito e o nosso silêncio ou revolta é apenas a confirmação da nossa tolerância com o quem nos espanca.

A vida é ainda comparável a um carro, onde podemos assumir o volante e dirigir ou entregar a direção na mão de outras pessoas, e aceitar o caminho que elas resolverem seguir, mesmo que seja o oposto do que desejamos. Aceitamos calados, deprimidos, pois a nossa vontade nem sempre é levada em conta. É por isso que muitos reclamam demais da vida, falta coragem para assumir a direção.

A vida pede que cada um aceite a sua cota de responsabilidade e mesmo sem saber dirigir muito bem, que cada um pegue o seu volante e vá descobrir novos caminhos, cair em buracos, armadilhas na estrada e acabar descobrindo ao lado da pista de terra, há uma linda avenida pavimentada com capricho, onde você pode seguir seguro, com tranquilidade e até muito conforto.

A vida só pede uma decisão diária: você vai sentar e assumir o controle do seu carro”, ou vai continuar pedindo que os outros dirijam para você? Não tenha medo de dirigir, ainda que você não saiba o caminho, existe e sempre existirá um Guia seguro que pode levar você de qualquer lugar para o destino desejado. 

No nosso caso, a vida é o carro, o motorista é você, o caminho é o dia, o destino a Luz, e o guia, é claro, só pode ser Jesus. 

Boa viagem!

Paulo Roberto Gaefke
https://franciscamalarranha.wordpress.com
 
 
Perguntaram a Osho: Há algum sentido em viver?

O homem tem sido criado por todas as tradições de uma maneira esquizofrênica. Para essas tradições foi útil dividir o homem em todas as dimensões possíveis e criar um conflito entre as divisões. Dessa maneira o homem se torna fraco, instável, temeroso, pronto para se submeter, para se render; pronto para ser escravizado pelos líderes, políticos, por qualquer um.
 
Essa pergunta também vem de uma mente esquizofrênica. Você terá um pouco de dificuldade para entender, porque pode nunca ter pensado que a divisão entre os fins e os meios é uma estratégia fundamental para a criação de uma divisão no homem.
 
Viver tem algum significado, algum objetivo, alguma importância? Essa é a pergunta que você está fazendo.  Há alguma meta a ser alcançada com a vida, com o viver? Há algum lugar que você atingirá um dia pelo fato de viver? Viver é um meio. A meta, a realização, em algum ponto distante, é o fim. E esse tornará o viver significativo. Se não houvesse fim, certamente a vida não teria sentido. Primeiro crie a divisão entre os fins e os meios. Isso divide a sua mente.
 
Sua mente está sempre perguntando "por quê?" ou "para quê?". E qualquer coisa que não responda à pergunta " para quê?" pouco a pouco perde o valor para você.  É assim que o amor perde o valor. Qual o sentido do amor? Onde ele vai conduzi-lo? O que será atingido com ele? Você atingirá alguma utopia, algum paraíso? É claro que, visto dessa maneira, o amor não tem sentido - ele é inútil.
 
Qual o sentido da beleza? Você vê um pôr do sol - você fica deslumbrado, é tão lindo, mas qualquer idiota pode perguntar: " Qual é o sentido disso?" E você não terá nenhuma resposta a lhe dar. E se a beleza não tem significado, então, por que você desnecessariamente se orgulha de beleza?
 
Uma bela flor, um belo quadro, uma bela música, uma bela poesia - eles não têm nenhum sentido. Eles não são argumentos para se provar algo, nem são os meios para se atingir algum fim. E viver consiste apenas nessas coisas sem sentido.
 
Deixe-me repetir: viver consiste apenas nessas coisas que não têm nenhuma razão, que não têm absolutamente nenhum significado - no sentido de que não têm nenhum objetivo, de que elas não o conduzem a lugar nenhum de que você não vai obter nada delas.  Em outras palavras, viver é importante em si. Os meios e os fins estão juntos, não separados.
 
Mas esta é a estratégia de todos aqueles que têm ambicionado o poder no decorrer dos tempos. Eles dizem que os meios são os meios, e os fins são os fins. Os meios são úteis porque o conduzem ao fim. Se não conduzirem a um fim, os meios não têm sentido. Dessa maneira, eles destruíram tudo o que é realmente importante, e lhe impuseram coisas que são absolutamente insignificantes.

O dinheiro tem um sentido. Uma carreira política tem um sentido. Os negócios tem um sentido porque você vê imediatamente o resultado final. Os negócios tornaram-se importantes, a política tornou-se importante. E a poesia, a música, a dança, o amor, a amizade, a beleza, a verdade, tudo desapareceu da sua vida. Essa é uma estratégia simples, mas destruiu tudo o que o torna significado, que proporciona êxtase ao seu ser. Mas a mente esquizofrênica vai perguntar: "Qual é o sentido do êxtase?"
 
As pessoas, centenas de pessoas têm me perguntado: " Qual é o sentido da meditação? O que vamos obter dela? Em primeiro lugar, ela é muito difícil de atingir - mas mesmo que consigamos atingi-la, qual vai ser o resultado final?" É muito difícil explicar a essas pessoas que a meditação é um fim em si mesma. Não há fim além dela.  Qualquer coisa que tenha um fim além de si mesma serve apenas para a mente medíocre.Minha abordagem é totalmente diferente. É fazer de você um todo único.  Por isso quero que viva a vida apenas por amor à vida.  
 
Quanto mais alto uma coisa se eleva, menor o número de pessoas que irá reconhecê-la. Quando algo atinge o ponto mais elevado, é muito difícil encontrar até mesmo algumas pessoas que o reconheçam. No ponto ômega final, apenas a própria pessoa reconhece o que aconteceu com ela; ela não consegue encontrar nem mesmo uma segunda pessoa que possa enxergar o que aconteceu. Por isso um Buda tem de se declarar iluminado. Ninguém mais pode reconhecer isso, porque reconhecer seria preciso ter alguma experiência de iluminação. 
 
Mas, qual é o significado do estado búdico? Qual é o significado de se tornar iluminado? Qual é o sentido disso? Se você perguntar sobre o sentido, não há sentido nenhum. A iluminação em si é o bastante. Ela não precisa de nada mais para torná-la significativa.
 
É isso que quero dizer quando falo que as coisas realmente valiosas na vida não são divididas em fins e meios. Não há divisão entre os fins e os meios. Os fins são os meios, os meios são os fins - talvez dois lados da mesma moeda inseparavelmente unidos - na verdade, eles são uma unidade uma totalidade.
 
Vivendo: viva e viva totalmente. Morrendo: morra e morra totalmente. E nessa totalidade você vai encontrar significância.

Osho,  em Destino, Liberdade e Alma
 
http://ventosdepaz.blogspot.com
 
 
O Significado de Viver
 
A pessoa tem que descobrir o significado de viver, não simplesmente dar uma significação intelectual a isso, mas olhar para o que significa viver. E também tem que entrar nesta questão do que é o amor, e o que significa morrer. Tudo isto tem que ser examinado nos recessos conscientes e ocultos e profundos da própria mente da pessoa. Ela tem que perguntar o que é ordem, o que viver realmente significa, e se a pessoa pode viver uma vida de completa, total afeição, compaixão, ternura e amor. A pessoa também tem que descobrir por si mesma o significado dessa coisa extraordinária chamada morte. Estes não são fragmentos, mas o movimento total, a totalidade da vida. Não seremos capazes de compreender isto se dividimos em viver, amar e morrer – é tudo um movimento. Para compreender o processo total, tem que haver energia, não só energia intelectual mas energia do forte sentimento, que implica ter paixão sem motivo, de modo que ela esteja sempre ardendo dentro da pessoa. E como nossas mentes são fragmentadas, é necessário entrar nesta questão do consciente e do inconsciente, porque aí começa toda a divisão – o 'eu' e o 'não-eu', o 'você' e o 'eu', o 'nós' e o 'eles'. Enquanto esta divisão existe – nacionalmente, na família, entre religiões com suas dependências possessivas separadas – haverá inevitavelmente divisões na vida. Haverá o viver a vida diária com sua rotina e tédio e aquela coisa que chamamos amor, guarnecido pelo ciúme, possessividade, dependência, e dominação, haverá medo, a inevitabilidade da morte.
 
J. Krishnamurti - Flight of the Eagle
http://w.jkrishnamurti.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário