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sexta-feira, 7 de maio de 2021

SÁDHANA E EVOLUÇÃO

O corpo foi feito para fazer yoga. O período que a pessoa passa sobre a terra é aquele no qual pode fazer progresso. A pessoa não progride depois de deixar o corpo. A vida material é essencialmente a vida de progresso, é aqui que se pode progredir.
 
Fora da vida material (após deixar o corpo), a pessoa descansa, ou fica inconsciente, ou pode ter períodos de assimilação. Portanto, quando você toma um corpo é para progredir, e quando o deixa o período de progresso terminou.
 
E o verdadeiro progresso é sádhana (prática espiritual); este é o mais consciente e rápido progresso. Do contrário, a pessoa vai progredir com o ritmo da Natureza, o que significa que pode levar séculos e milênios para acontecer um progresso mínimo. Mas o verdadeiro progresso é feito através da sádhana.

No yoga, a pessoa pode fazer em curto tempo aquilo que de outro modo levaria um tempo interminável. É por isso que, quando está no corpo, a pessoa deve tirar vantagem disso e não perder tempo dizendo: “Mais tarde, mais tarde.” É bem melhor fazer agora. Os anos que você passa sem fazer nenhum progresso são anos perdidos, dos quais mais tarde certamente se lamentará. 
 
Mira Alfassa (A Mãe)
http://yoga-ensinamentos.blogspot.com 
 

Reencarnação
 
A teoria da reencarnação ensina que a vida continua após a chamada morte. Afirma que o corpo não dura, mas a alma vive para sempre: alma permanente num corpo passageiro. O corpo é a morada, a alma é o morador. A casa de carne sucumbe, mas a alma, imagem do Espírito, não sucumbe nunca. Assim, quando o corpo morre, a alma tem de buscar abrigo em outra parte.

A alma não pode voltar ao regaço de Deus até atingir a perfeição. Por isso, quando o corpo perece, ela tem de ocupar outro afim de superar suas imperfeições. Devido a seu íntimo contato com o corpo, ela cultiva desejos físicos. Esses apegos materiais imperfeitos aderem à alma desencarnada e impedem-na de regressar ao Espírito. Portanto, a alma imortal não tem alternativa a não ser voltar à escola mortal da vida, pois só aqui conseguirá eliminar suas imperfeições.

A reencarnação mantém as almas imortais longe de seu reino de onipresença, condenando-as à prisão apertada do corpo, sempre sujeita a doenças, acidentes e dores. Assim como alguns condenados se acostumam tanto às suas celas que não querem deixá-las ao final da pena, assim algumas almas onipresentes se apegam de tal forma ao corpo que já não querem sair desse cárcere, mesmo ao término da vida. Almas livres como Jesus, Krishna e Babaji podem visitar a prisão do mundo a fim de consolar as almas cativas, propiciando-lhes a volta a seu reino de felicidade imorredoura.

Quando uma criança é mandada à escola e não consegue obter o diploma, tem de voltar quantas vezes forem necessárias para passar no exame. Assim também as almas que fracassam na tentativa de conservar sua perfeição na escola mortal da educação e do lazer, precisam retornar por várias encarnações, até poderem experimentar completamente sua natureza espiritual oculta. A alma imortal tem de ganhar vários prêmios para consolidar a resistência do Espírito: autocontrole, desprendimento, moralidade, serenidade e espiritualidade – e tem de fazer o curso todo na escola terrena para libertar-se.

Se as almas-crianças perfeitas de Deus baixarem à Terra e tudo fizerem para agradar ao Pai, em vez de satisfazer à sede de seus egos, ficarão livres da necessidade de reencarnar. Assim, sempre que você comer, por exemplo, pense: “Não estou comendo por gula, apenas para preservar Teu templo da consciência e agradar-Te, pois me deste a necessidade de comer” ou “Ganho dinheiro unicamente para cumprir a responsabilidade que o céu me atribuiu de manter-me e à minha família, além de ajudar meus semelhantes, e não por avareza”. O que quer que esteja fazendo, diga a si mesmo: “Penso, quero e sou feliz somente para comprazer-Te”.

Trabalhar para Deus é muito agradável e pessoalmente gratificante. Trabalhar para o ego provoca cegueira espiritual e sofrimento. Assim, não faça boas obras para si mesmo, mas para Deus. Desse modo, a responsabilidade pelo que você fizer não caberá à sua alma. Essa atitude mental anula o apego que traz as almas de volta à Terra. Quando você come, trabalha, pensa, se diverte, medita e goza a felicidade terrena somente para agradar a Deus e não a você mesmo, está sempre pronto para permanecer aqui ou partir sem angústia nem apego, segundo a vontade divina. Não será, pois, forçado a reencarnar.

Atos praticados para agradar a Deus não geram apego. O egoísta, que não age senão em benefício próprio, acaba apanhando numa rede infinita de desejos, da qual só escapa ao cabo de muitas encarnações.

O corpo físico contém, ocultos, dois outros corpos: o astral e o espiritual (ideia).

O corpo físico se compõe de dezesseis elementos metálicos e não metálicos pesados: ferro, fósforo, cloro, sódio, iodo, potássio, etc.

O corpo astral se compõe de elementos mentais, emocionais e biotrônicos, incluindo: inteligência; ego; sentimento; mente (consciência sensorial); cinco instrumentos de conhecimento, as contrapartidas sutis dos sentidos da visão, audição, olfato, paladar e tato; cinco instrumentos de ação, as correspondências mentais da capacidade de procriar, excretar, falar, andar e exercitar habilidades manuais; e cinco instrumentos de força vital, que exercem as funções corpóreas de cristalização, assimilação, eliminação, metabolização e circulação.

O corpo causal consiste de ideias seminais correspondentes aos dezesseis elementos do corpo físico e aos dezenove do corpo astral. Deus criou primeiro todos os elementos dos corpos físico e astral sob a forma de ideias. Em seguida, eles se consubstanciaram, mediante vibração, nos elementos astrais e físicos. Antes de criar o ferro, o pensamento ou o sentimento, por exemplo, Ele os engendrou primeiro em Sua mente. No sonho, uma rocha e um lampejo de pensamento diferem apenas pelo tipo de ideias.

O corpo físico é destruído na morte, mas os desejos mundanos o recriam. A consciência governa toda criação material. Para libertar a alma, primeiro é necessário eliminar os desejos terrenos; depois pela meditação profunda, aprenda a destacar a alma da servidão dos três corpos, mergulhando-a no oceano do Espírito. Se puder fazer isso com a ajuda de um guru autêntico, enquanto estiver fisicamente vivo, conseguirá repetir o processo quando seu corpo físico perecer.

Podemos também nos livrar da reencarnação interpretando o drama de uma vida perfeita de saúde, abundância e sabedoria na tela da consciência. Por exemplo, se conseguirmos remover a consciência da doença e não temer a doença quando ela nos aflige, ou não desejar a saúde quando a saúde nos falta, nos restará a alma, que está sempre bem. Em outras palavras, a serenidade é a chave para nos livrarmos da necessidade da reencarnação. Se soubermos e sentirmos que, como filhos de Deus, temos tudo o que Ele possui, quer sejamos exteriormente pobres ou ricos, conquistaremos a liberdade. Se percebermos que temos o conhecimento divino por sermos feitos à imagem e semelhança de Deus, embora humanamente falando saibamos pouco, poderemos nos livrar da reencarnação.

O medo da doença e o desejo de saúde física, o terror da pobreza e o sonho de opulência, a constatação de que não sabemos nada e o anseio de saber tudo – isso pertence ao domínio da ignorância. Sem dúvida, se somos afetados pela doença, o malogro ou a estupidez, não precisamos continuar nessas condições. Podemos lutar pela saúde, a prosperidade e a sabedoria sem recear o fracasso. Mas o desapego e a serenidade serão imprescindíveis em todos os momentos.

O Bhagavad Gita descreve a reencarnação como uma roda em constante movimento. Para escapar a ela, você precisa desejar ardorosamente a liberdade, pois só assim Deus o tornará mais livre. Mas o desejo tem que ser intenso. Se for, e se você estiver determinado a não mais brincar no mundo, o Pai o libertará. Ele procura mantê-lo na Terra para testá-lo; mas, em Seu aspecto superior, como Amor Cósmico, detesta esse espetáculo e quer que você saia logo do palco. E por que não o libertaria ao ver que você realmente só deseja estar a Seu lado, longe do espetáculo que Ele montou, e só aspira à liberdade em Seu seio?

A reencarnação principia na fase de cristalização. Atinge o nível humano de existência após oito milhões de vidas. É o tempo que a alma leva evoluindo até poder nascer no corpo de um homem. A matéria sufoca o Espírito, que sempre procura reformá-la a partir de dentro, estimulando-lhe a evolução. A mesma essência – vida consciente – está no homem e na árvore. A árvore, porém, é o que é, ao passo que nosso livre-arbítrio pode fazer de nós o que quisermos. Só o sábio percebe onde a predestinação termina e o livre-arbítrio começa. Por enquanto, você tem de procurar fazer o melhor, conforme o nível de sua compreensão. Deve aspirar à liberdade como o homem que se afoga anseia por ar. Sem essa aspiração sincera, jamais encontrará Deus. Deseje-O acima de todas as coisas. Deseje-O para partilhá-Lo com o mundo: esse é o maior dos desejos.

Entrementes, tente superar os pares opostos: prazer e dor, calor e frio, doença e saúde. Livre-se da consciência de individualidade, não mais se sinta separado de tudo e de todos. Mantenha a mente concentrada em Deus. No íntimo, permaneça sereno como o Espírito imóvel que você quer ser. Você já o é. Essa bênção é sua verdadeira natureza.

Os mestres da Índia e também Jesus conheciam e endossavam a doutrina da reencarnação.

Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo que Elias já veio e não o conheceram...” “Então os discípulos entenderam que Ele lhes falava de João, o Batista” (Mateus, 17:12-13). Nessas palavras de Jesus, encontramos claramente enunciada a lei da reencarnação. O profeta Elias era uma alma num corpo; quando esse corpo pareceu, a alma subiu ao céu, voltou à Terra para mais encarnações e finalmente ocupou o corpo de João, o Batista. Essa passagem significaria outra coisa a não ser que Elias renasceu como João?

No Apocalipse, 3:12, lemos: “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá.” Quem superar os desejos do corpo se tornará uma alma firma (coluna) na mansão da presença de Deus e não mais precisará voltar à Terra para buscar realizações mundanas.

Apocalipse, 2:7, declara: “Ao vencedor, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.” Aquele que vence os desejos do corpo não regressará à Terra para saborear os frutos agridoces da vida mundana, mas fruirá Deus, a “árvore da vida” que está enraizada para sempre no paraíso da felicidade divina e eterna.

A mais importante escritura hindu, o Bhagavad Gita, diz: “Eu, o Espírito Supremo, reencarnei várias vezes para edificar os opressores e redimir os virtuosos.” Assim como um homem, farto de determinada roupa, veste uma nova, assim a alma, deixando um corpo gasto, procura uma nova morada carnal.
 
Yogananda
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Vida e Imortalidade

O Universo é um ser vivo que se expande e se contrai ao impacto de forças inimagináveis, num continuum infinito.

Tudo quanto se movimenta traduz ação, portanto, vida imanente em desenvolvimento.

Eis por que a vida se encontra em toda parte, demonstrando ser incoercível.

Desde as expressões vibratórias mais primárias até as colossais, ei-la em crescimento e qualificação que transcendem a qualquer observação, por mais profunda que seja.

O ser humano encontra-se no pináculo da vida desde o momento que pode pensar e entender os designíos que dizem respeito ao existir.

A partir dos primeiros ensaios moleculares, até o estabelecimento equilibrado de todas que dão forma e compreensão ao ser humano, a vida alcançou um dos harmônicos e belos estágios do processo de evolução.

A energia que reuniu os inumeráveis segmentos que se transformaram em órgãos até alcançar a arte de pensar, entender e cocriar é, como definiram os Espíritos do Senhor, “o princípio inteligente do Universo”, conforme a resposta da questão de número 23 de O Livro dos Espíritos.

Esse princípio, portanto, representa a fase inicial da experiência criadora que jamais cessará de desenvolver os inconcebíveis conteúdos que lhe jazem em potência gigantesca.

A vida humana, pois, é bênção que o ser alcança no seu processo de evolução, através de mutações, de atividades incessantes para alcançar a plenitude nessa viagem descomunal da imortalidade.

Nada perece, pois que tudo se encontra em movimento, mesmo que não perceptível, rumando em direção do finalismo que lhe está destinado, e deve ser alcançado a esforço pessoal, o que representa, no conceito do Evangelho de Jesus, a conquista do Reino dos Céus.

Assim sendo, não existe a morte, a destruição, no que diz respeito ao aniquilamento, mas sim contínuas transformações dentro de um esquema adrede traçado, no qual a presença do que se denomina caos faz parte do processo.

Os sentidos físicos são muito pobres para perceberem a grandeza e majestade do fenômeno a que se chama vida, especialmente a de natureza humana, que desafia os seus mais cuidadosos investigadores, em razão da sua complexidade infinitamente sutil – o Espírito –, a semimaterial – que é o perispírito e o corpo material, em uma interpenetração energética de grande intensidade.

Quando a organização física deixa de receber a força mantenedora que vem do Espírito, dá-se o afrouxamento dos liames perispirituais e a separação do princípio inteligente. Este fenômeno, a morte, é uma fase para a reestruturação dos valores do Espírito durante a vilegiatura material.

Retorna às origens, envolto no invólucro perispiritual, no qual estão impressas as ondas vibratórias do comportamento moral que o capacitam ao acesso de patamar superior ou repetição da experiência por intermédio de nova investidura carnal.

A libertação da roupagem celular dá lugar a consequências compatíveis com as qualidades morais de que se fez utilitário o Espírito imortal.

Morrer constitui a separação dos invólucros materiais e a desencarnação, quando há a separação dos despojos em processo de transformação na química inorgânica da Natureza ou dos fatores que produziram o fenômeno, libertando o Espírito.

Assim sendo, morte é transferência de vibração ou de onda, nas quais se movimentam os seres.

Cada qual vive no campo energético a que faz jus, o que propicia felicidade ou desdita.

Essa é a razão pela qual a vida exige uma ética para ser experienciada por todos os indivíduos.

O desenvolvimento intelecto-moral do Espírito ocorre através de etapas terrenas e espirituais, quando aprende a compreender a realidade da vida.

Por tal razão, as leis que regem o Universo estabelecem códigos e programas que facultam a aprendizagem e desenvolvem os potenciais divinos que se encontram adormecidos no cerne da energia vital.

Quando esses códigos são vivenciados dentro dos padrões estabelecidos, novos desafios surgem e abrem horizontes mais amplos, que proporcionam bem-estar e estímulo para a continuação do processo.

No sentido oposto, quando não se valorizam as lições existenciais, permanece-se nas faixas primevas, entre os instintos agressivos e as possibilidades emocionais não utilizadas.

A reencarnação é o recurso precioso que a Vida oferece a todos que rumam na busca da plenitude.

Primordial, a Lei de Amor é a base de todas as demais, por ensejar a ampliação do conhecimento, e controle nas manifestações ambientais e sociais, que servem de escola para a conquista de si mesmo, já que é do interior que partem os impulsos e as emoções.

Essas leis sustentam a do Progresso, que favorece com a de Justiça, de Trabalho, de Solidariedade, de Perdão, de Destruição…

Periodicamente, o aprendiz deste educandário, que é a Terra, é chamado a prestar contas dos recursos que lhe foram confiados e de como foram ou não aplicados devidamente.

Trata-se da morte, transferência de onda existencial, a fim de serem conferidas as atividades a que cada qual esteve submetido.

Todos os seres vivos periodicamente experimentam essa inevitável transformação, que é uma etapa da imortalidade.

É natural que, durante a sua ocorrência, aqueles que se encontram no convívio carnal experimentem a ausência das afeições que se fizeram estabelecer, mediante a estrutura da afetividade, na família, na convivência social e espiritual…

Essa saudade que fere os sentimentos pode e deve ser superada ante a certeza do reencontro que se dará oportunamente, quando da partida de quem ficou e agora seguiu ao Mais-além.

Não te deixes abater ou retirar o teu sentido existencial quando alguém amado for convidado a retornar antes.

Prossegue amando e recordando os momentos felizes que viveste ao seu lado e faze o bem em sua memória, maneira eficaz de demonstrar-lhe a gratidão pelas dádivas que foram fruídas ao seu lado.

A morte é inevitável experiência para a conquista da perenidade.

Não a lamentes nem a louves.

Respeita-a e prepara-te para o teu momento.

Mesmo Jesus, o Divino Construtor do Planeta, utilizou-se de um corpo tangível para depois experimentar o fenômeno da morte e ressurgir em gloriosa forma de luz.

…Enquanto isso, ama e opera no bem, crescendo para Deus.

 
Joanna de Angelis, psicografia de Divaldo Franco
https://mansaodocaminho.com.br

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