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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

VOCÊ ENCONTRARÁ TESOUROS 
POR TODA PARTE


O sofrimento que sentimos é equivalente à nossa resistência diante da realidade. Resistir à verdade nos leva a um choque com a realidade, que nos diz estarmos no caminho errado, que devemos reexaminar nossas prioridades para que se ajustem à verdade. Compreendendo as coisas dessa maneira, estaremos crescendo. Se não as compreendermos, empenhando-nos em continuar obcecados e adormecidos, vamos sofrer irremediavelmente. No momento em que entendermos isso por meio da observação que nos dá luz para descobrir nossa realidade, ter-se-á acabado o nosso sofrimento e irritação.

Portanto, é muito importante ver, observar o que nos perturba, para entender o que há de errado em nós. Quando você descobrir isso, verá como muda a sua escala de valores. Você encontrará tesouros por toda parte, ao mesmo tempo em. que verá desmoronar por si só tudo o que não tem valor. As pessoas não sabem bem o que significa a paz que alcançam quando deixam cair a carga do seu superego, a partir de uma posição que se esforçavam por manter, e que compreendia tantos esforços e frustrações: a razão que sempre queriam ter, o esforço em defesa de sua imagem, de seu nome, de seu “prestígio” e de tudo o que era mantido com a finalidade de impressionar os outros, para que as valorizassem ou considerassem. Ufa! Para que servia tudo aquilo?

Um alívio insignificante, quando se joga tudo para o ar.

E o mais paradoxal é que alimentamos tal mecanismo porque procuramos nisso o remédio para nossa insegurança, quando a verdadeira segurança só é alcançada a partir do momento em que abandonamos tudo. Esse é o prêmio com o qual a realidade nos surpreende. E o resultado é que temos motivo para estar sempre contentes, pois as boas experiências são sempre gratificantes, enquanto as más nos proporcionam crescimento por nos apontar os obstáculos do caminho. Até mesmo as pessoas que nos viram o rosto são motivo para que mudemos, pois permitem que nos conheçamos melhor, sem que procuremos mudá-las.

 
Anthony de Mello em Auto-libertação
https://tudopositivo.wordpress.com 



"Talvez nossos sonhos existam para serem quebrados e os nossos planos estejam aí para se desintegrar, e nossos amanhãs estejam aí para se dissolver em hoje, e talvez tudo isso seja um convite gigante para acordar do sonho da separação, para despertar da miragem do controle, e abraçar de todo o coração o que está presente. Talvez tudo seja uma chamada para a compaixão, para um profundo abraço deste universo em toda a sua felicidade e dor e agridoce glória. Talvez nós nunca estivemos realmente no controle de nossas vidas e, talvez, estejamos constantemente sendo convidados a lembrar disso, pois estamos constantemente esquecendo. Talvez o sofrimento não seja de todo um inimigo, e em seu núcleo, há em primeira-mão, uma lição em tempo real que todos nós devemos aprender, se quisermos ser verdadeiramente humanos e verdadeiramente divinos. Talvez colapsos sempre contenham avanços. Talvez o sofrimento seja simplesmente um rito de passagem, não um teste ou uma punição, nem um sinal para algo no futuro ou passado, mas um ponteiro direto para o mistério da própria existência, aqui e agora. Talvez a vida não possa estar "errada" em tudo ". 
 
Jeff Foster
https://www.pensador.com
 
 
Como é necessário morrer todos os dias, morrer a cada minuto para todas as coisas, para todos os dias passados e para o momento que acaba de escoar-se! Sem morte não há renovação, (…) não há criação. A carga do passado dá origem à continuidade do passado, e as apreensões de ontem dão mais vida às (…) de hoje. O dia de ontem perpetua o de hoje, e amanhã é ainda ontem. Não há libertação dessa continuidade, senão na morte. No morrer, encontra-se alegria. (…) Nossa dificuldade é de morrer para todas as coisas que acumulamos, as experiências de ontem. Considerando bem, isso é morte – o estar sempre na incerteza, na vulnerabilidade. O homem que vive na certeza nunca poderá conhecer o que é imortal, o que está fora do tempo. O homem de saber nunca pode conhecer a morte, que está fora do tempo, para além do conhecido. É somente quando morremos, momento a momento, para as coisas de ontem, (…) é só então que se apresenta o desconhecido, o novo. (Por que não te Satisfaz a Vida?) (…) Negai totalmente tudo o que até agora considerastes vida – vossas experiências, vossa ambição, avidez, inveja – e vereis que nesse findar se encontra uma morte que é “criação atemporal” e que se pode chamar “Deus”, o “imensurável”, o “desconhecido” (…) Se cada manhã nascêsseis de novo, renovados, não com todas as lembranças de ontem, (…) todos os fardos, (…) incrustações do passado, então cada dia seria novo, fresco, simples e a capacidade de assim viver é a libertação do tempo. (…) Como é necessário morrer todos os dias, morrer a cada minuto para todas as coisas (…) Sem morte não há renovação, (…) criação. (…) Andamos carregados com a memória de ontem, que nos ensombra a existência. Enquanto a mente for a máquina automática da memória, não terá descanso, nem tranquilidade, nem silêncio; estará a gastar-se continuamente. O que está quieto pode renascer, mas o que se acha em constante atividade se gasta e se torna inútil. A fonte perene se encontra no findar, e a morte está tão perto de nós como a vida.

Jiddu Krishnamurti
https://www.krishnamurti.org.br 
 

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