Translate

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

O EU DIVINO É INATINGÍVEL



Praticamente, a vida de todo homem-ego é esse interminável circulo vicioso, de ofensas incubadas e ofensas eclodidas. Ofendismo crônico – ou ofendite aguda.
 
E como um homem ofendível ou ofendido poderia ser feliz?
 
Feliz só pode ser o homem inofendível e não ofendido – mas esse homem superou o plano horizontal do ego e subiu à grande vertical do Eu, onde o homem pode dizer com Mahatma Gandhi: “Nada tenho que perdoar, porque nunca ninguém me ofendeu”.
 
O ego de má vontade, quando ofendido, se vinga.
 
O ego de boa vontade, quando ofendido, perdoa.
 
Mas, o Eu, nada tem de que vingar, nada tem o que perdoar, não pode sentir-se ofendido, por ser “a luz do mundo”, por ser “o Reino de Deus”, por ser “o Cristo interno”, “o Pai em nós”.
 
Ninguém pode ser feliz enquanto não for inofendível, enquanto não ultrapassar o plano do ego e subir às alturas do Eu, onde será plenamente liberto de ofensa e ofendibilidade.
 
Quase todos nós tivemos que aprender que o pecado ofende a Deus. Se Deus fosse ofendível, seria Ele um pobre ego, que não conseguiu ultrapassar a zona da ofendibilidade.
 
Quanto mais o homem se aproxima de Deus, do Deus inofendível, tanto mais inofendível se torna ele mesmo.
 
No texto grego do Novo Testamento nunca se fala em “perdoar”, mas sim, em “desligar”; o homem deve desligar-se do plano do ofensor, que está na dimensão do ego ofendível, e entrar na zona do Eu, que é inofendível – está resolvido o problema central da vida.
 
Que estupenda terapia!

 
 Huberto Rohden - Do livro: Cosmoterapia
 https://ihgomes.wordpress.com
  

Não registrando nem ofensa nem lisonja

É possível não registrar aquela ofensa no momento em que sou chamado de idiota? É possível não registrar nada, não só a ofensa, mas também a lisonja? É possível não registrar nem uma coisa nem outra? O cérebro foi treinado para registrar, pois nesse registro há segurança, proteção, uma sensação de vitalidade; nesse registrar, a mente cria a imagem de si mesma. E essa imagem ficará constantemente magoada. É possível viver sem uma única imagem de si mesmo, ou de seu marido, esposa, filhos, firma, ou dos políticos, dos sacerdotes ou do ideal – nem uma única sombra de imagem? É possível, e se não for descoberto você ficará sempre sendo ofendido, vivendo sempre num padrão em que não há liberdade. Quando você presta atenção completa não há nenhum registrar. É só quando há desatenção que você registra. Isto é: você me lisonjeia, eu gosto disso; o gostar naquele momento é desatenção, portanto o registro acontece. Mas se quando você me lisonjeia eu escutar completamente sem nenhuma reação, então não há nenhum centro que registra.

Jiddu Krishnamurti 
http://legacy.jkrishnamurti.org 


O Medo é o Inimigo

Se você estiver realmente vulnerável, nada é negativo – porque o negativo é interpretação sua. Nada é nocivo para você – porque o nocivo é interpretação sua. Se você está realmente aberto, então, nada pode prejudicá-lo, nada pode ser sentido como nocivo. Você sente que algo é negativo e algo é nocivo porque você resiste, porque está contra aquilo, porque não há nenhuma aceitação daquilo. Isto tem de ser profundamente compreendido.

O inimigo existe ali, porque você está protegendo-se contra ele. O inimigo existe ali, porque você não está aberto. Se estiver aberto, então, toda a existência é amistosa – ela não pode ser de outro modo. Realmente você nem mesmo sentirá aquilo como amistoso – simplesmente é amistoso. Não há nenhum sentimento nem de que seja amistoso, porque esse sentimento pode existir somente com o sentimento contrário de inimizade.

Deixe-me dizer assim: se você é vulnerável, significa que está pronto para viver na insegurança. Lá no fundo, quer dizer que está pronto até para morrer. Você não resistirá, não se oporá, não ficará parado no meio do caminho. Se vier a morte, não haverá nenhuma resistência. Você simplesmente permitirá que ela aconteça. Aceita a existência em sua totalidade. Então, como você pode senti-la como morte?

Se você negar, então, poderá senti-la como o inimigo. Se não negar, como pode senti-la como o inimigo? O inimigo é criado pela sua negação. A morte não pode lhe causar dano, porque o dano é sua interpretação. Agora, mais ninguém pode causar-lhe dano – isso tornou-se impossível.

Este é o segredo do ensinamento taoísta. O ensinamento básico de Lao Tzu é este: se você aceita, toda a existência está consigo. Não pode ser de outro modo. Se nega, cria o inimigo. Quanto mais nega, quanto mais se defende, quanto mais se protege, mais inimigos são criados. Os inimigos são criações nossas. Eles não existem lá fora; eles existem na nossa interpretação.

Uma vez que você possa compreender isso, então, esta questão jamais pode surgir. Você não pode dizer: “Eu sou meditativo, eu estou vulnerável, aberto. Então, como eu posso me defender contra vibrações negativas ao meu redor?”. Nada mais pode ser negativo agora. 


Abra-se – e no próprio ato de abrir-se, tudo o que é negativo na existência, desaparece. Nem a morte é negativa. Nada é negativo. Seu medo cria a negatividade. Lá no fundo você está com medo; por causa desse medo toma medidas de segurança. Contra a essas medidas de segurança o inimigo existe.

Assim, não faça tantas perguntas; não traga falsas questões. Se você tivesse conhecido a abertura, não poderia sentir que algo pode ser nocivo. Então, nada mais seria nocivo. Eis porque eu digo que até a morte é uma bênção. Sua abordagem se torna diferente. Agora, para onde quer que você olhe, olha com um coração aberto – essa abertura de coração muda a qualidade de tudo. E você não pode sentir que algo vá ser nocivo; não pode perguntar como se defender – não há necessidade. A necessidade surge porque você está fechado.

Osho
https://www.oshosukul.com
     
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário