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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

O EU HUMANO E O EU DIVINO


Há uma história sobre uma grande e bela árvore. Num dos galhos mais baixos vivia um pequeno pássaro que costumava pular de galho em galho naquela majestosa árvore. Ele comia as frutinhas da árvore e cantava, era muito feliz. Depois pulava em outro galho e ali tinha frutas amargas e ele ficava aborrecido, parava de cantar, até achar frutas doces de novo.

E isso continuou durante anos, frutas doces, frutas amargas. Ele era feliz quando achava frutas doces, e infeliz quando achava frutas amargas. Não é assim conosco? Quando pensamos que achamos algo de que gostamos, ficamos muito felizes. Mas quando a coisa muda, pois todas as coisas mudam, ficamos muito aborrecidos.

E o pássaro começou a pensar sobre isso e voou ao redor da árvore. Olhando para cima, no topo da árvore, viu um majestoso e grande pássaro sentado ali, brilhando. Esse pássaro parecia tão feliz e tão radiante; nada fazia, apenas sentava-se no topo daquela árvore, imerso em bem-aventurança.

E o pequeno pássaro disse, "Oh como eu gostaria de ser como aquele grande pássaro. Veja como ele é feliz; não precisa procurar frutas nem precisa de mais nada. Apenas fica lá sentado, radiante. Acho que voarei até ele e descobrirei seu segredo.”

Então começou a voar em direção ao grande pássaro, mas no caminho viu belas frutas vermelhas. Então parou e começou a comer as frutas que eram deliciosas. Assim esqueceu tudo sobre o grande pássaro. Começou a cantar novamente, estava feliz. E assim somos nós: encontramos algo de que gostamos e esquecemos a vida espiritual. E dizemos, "É isto que quero, um novo carro, uma nova casa, uma nova companheira, um novo algo, mas depois de um tempo ficamos desgostosos, desiludidos.

Então depois de algum tempo, as frutas doces acabaram e havia apenas frutas amargas no galho. E o pássaro novamente ficou aborrecido. E começou a voar ao redor da árvore novamente; olhou para cima e viu o brilhante pássaro lá sentado mais uma vez, tão majestoso, tão feliz e cheio de bem-aventurança. Novamente ele disse a si mesmo, "Desta vez, vou direto ao topo."

Mas no caminho viu algumas belas frutas roxas. Havia anos que não via frutas roxas. Ele amava frutas roxas. Então parou e começou a comer as frutas roxas, e ficou muito feliz novamente. Mas logo as frutas acabaram e só ficaram as amargas. Então ele olhou para cima e viu o grande pássaro novamente. E disse, "Desta vez vou direto a ele e nada vai me parar, nada".

Então começou a voar para cima, mas novamente viu algumas frutas diferentes e novamente esqueceu o grande pássaro. E durante meses ficou comendo as frutas até que acabaram e apenas as amargas ficaram. Assim também é conosco. Dizemos que estamos resolvidos a trilhar o caminho espiritual, mas algo acontece, descobrimos algo de que gostamos, e dizemos, "Dane-se a vida espiritual, agora vou correr atrás disso." E assim fazemos até ficarmos desiludidos e cansados daquilo.

Então ele pensou, "Nada vai me impedir. Vou direto até aquele grande pássaro descobrir quem ele realmente é". E voou direto em direção ao grande pássaro. Passou por muitas frutas diferentes, mas não mais se importou, e foi direto ao grande pássaro. E à medida que se aproximava, o grande pássaro brilhava cada vez mais, até que sua luz se tornou insuportável.

E o pequeno pássaro pousou bem onde estava o grande pássaro, e você sabe o que ele descobriu? Ele era o grande pássaro o tempo todo.


Robert Adams
http://yoga-ensinamentos.blogspot.com
 

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