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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

SEJA A TESTEMUNHA, 
SEJA O OBSERVADOR,
 APENAS PERCEBA...


Percepções de Nisargadatta Maharaj 
 
Uma mente silenciosa é tudo o que você precisa. Tudo o mais acontece corretamente, uma vez que sua mente esteja quieta. Assim como o sol, ao se levantar, ativa o mundo, da mesma maneira a autoconsciência afeta as mudanças na mente. Sob a luz da autoconsciência calma e estável, energias internas despertam e fazem milagres, sem qualquer esforço da sua parte.
 
Compreenda primeiro que você não é a pessoa que acredita ser. O que você pensa ser é uma mera sugestão ou imaginação. Você não tem pais, não nasceu e nem vai morrer. Ou você confia em mim quando eu lhe digo isso, ou chega até isso pelo estudo e investigação. O caminho da fé total é rápido, o outro é lento, mas estável.
 
Quando a mente está engajada a serviço do corpo, a felicidade é perdida. Para reconquistá-la, a mente busca o prazer. A urgência em ser feliz está correta, mas os meios de consegui-la iludem, não são confiáveis e destroem a verdadeira felicidade.
 
Não há esforço no testemunhar. Você apenas compreende que você é a testemunha, e a compreensão age. Você não precisa de nada mais, apenas lembrar-se de que você é a testemunha.
 
O mundo não lucra por mudar. Por sua própria natureza, é doloroso e transitório. Veja [o mundo] como [ele] é, e dispa-se de todos os desejos e medos. Quando o mundo não o prender mais, ele se torna um lar de alegria e beleza. Você só pode ser feliz no mundo quando está livre dele.
 
Na paz e no silêncio, a pele do 'Eu' se dissolve, e o interior e o exterior se tornam um.
 
A experiência deixa apenas memórias para trás e acrescenta peso ao fardo que já é pesado o suficiente. Você não precisa de mais experiências. As experiências passadas já são o suficiente. E se você sente que precisa de mais, olhe dentro do coração das pessoas a sua volta. Você encontrará uma variedade de experiências que não seria capaz de ter em mil anos. Aprenda das tristezas dos outros e poupe-se. Não é de experiência que você precisa, mas da liberdade de toda a experiência.
 
Enquanto houver o corpo e um sentimento de identidade com ele, a frustração é inevitável. Apenas quando você conhece a si mesmo como inteiramente estranho ao corpo e diferente dele, você encontrará um alívio da mistura de medos e dos desejos que lhe consomem, [e que são] inseparáveis da ideia 'Eu-sou-o-corpo'.
 
Se eu lhe perguntar qual o sabor de sua boca, tudo o que você pode dizer é: não é nem doce nem amargo, nem azedo nem adstringente. Ele [o gosto da minha boca] é o que resta quando todos estes sabores não estão lá. De maneira semelhante, quando todas as distinções e reações não existem mais, o que sobra é a realidade, simples e sólida.
 
A partir do momento que você conhece o seu ser Real, você não tem mais medo de nada. A morte dá poder e liberdade. Para ser livre no mundo, você deve morrer para o mundo. Então o universo é seu, torna-se seu corpo, uma expressão e uma ferramenta. A felicidade de ser absolutamente livre está além [de qualquer] descrição.
 
[A conSciência-testemunha] é o reflexo do Real na mente. A testemunha é a porta através da qual você passa para mais além.
 
Simples conhecimento não é o suficiente; o conhecedor deve ser conhecido. Os professores ou eruditos, principalmente aos versados em sânscrito, ciências, leis e religião e os yogues podem saber muitas coisas, mas qual é o uso só do conhecimento, quando o Self não é conhecido? Ele pode certamente ser mal utilizado. Sem o conhecimento do conhecedor não pode haver paz.
 
O remédio está na clareza e na integridade do pensar. Tente compreender que você vive num mundo de ilusões, examine-as e descubra suas raízes. A própria tentativa o fará uma pessoa séria, pois há bem-aventurança no empreendimento correto.
 
Quando a ignorância, a mãe do pecado, se dissolve, o destino, a compulsão de pecar de novo, cessa. Com a ignorância terminando, tudo termina. As coisas são vistas como são e elas são boas.
 
A liberdade vem pela renúncia. Toda posse prende. Se você não tem a sabedoria e a força para abrir mão, apenas olhe para as suas posses. Apenas o seu olhar irá reduzi-las a cinzas. Se você puder ficar 'fora' da sua mente, logo descobrirá que a renúncia total a suas posses e desejos é a coisa mais óbvia a ser feita. Você cria o mundo e depois se preocupa com ele. Tornar-se egoísta o enfraquece. Se você pensa que tem a força e a coragem para desejar é porque você é jovem e inexperiente. Invariavelmente, o objeto do desejo destrói os meios de se conquistá-lo, e então enfraquece. Tudo acontece para o melhor, porque lhe ensina a evitar o desejo como [se fosse] veneno. Não há necessidade de qualquer ato de renúncia. Apenas vire sua mente [para o outro lado], isso é tudo. O desejo é apenas a fixação da mente em uma ideia. Saia desse sulco por negar-lhe atenção. Qualquer que seja o desejo ou medo, não se fixe nele. Aqui ou ali você vai esquecê-lo, não importa. Continue suas tentativas, até que a remoção de cada desejo e medo, de cada reação, se torne automática.

A Consciência é pura no começo e pura no final; no intervalo ela é contaminada pela imaginação, a qual é a raiz da criação. Em qualquer tempo, a Consciência permanece a mesma. Conhecê-la como ela é, é a realização e a paz intemporal.
 
No fim das contas, você sabe que não há pecado, não há culpa, nem retribuição, há apenas vida nas suas transformações sem fim. Com a dissolução do 'eu' pessoal, o sofrimento pessoal desaparece. O que permanece é a grande tristeza da compaixão, o horror da dor desnecessária.

Desenvolva a atitude do testemunhar, e você descobrirá, através de sua própria experiência, que o desapego traz o controle. O estado do testemunhar é cheio de poder, não há nada de passivo nele.
  

http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br
 

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