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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

ESTEJAIS INSATISFEITOS 
CONVOSCO MESMOS


Pergunta: Dizeis que em tudo a Verdade está já completa, integral, e que o tempo e evolução, mais não são que ilusões. Não será, porém, verdade que um certo grau de evolução tem de ser atingido antes que se possa começar o entendimento da Verdade? Por outras palavras, até certo ponto, não será a experiência realizada no tempo, colhida através dos sentidos e da mente, uma necessidade absoluta?

Krishnamurti: O tempo, para o indivíduo, nada mais é do que a continuidade da eu-consciência. O “eu”, pelo fato de estar colhido por esta ilusão da eu-consciência, que é a fonte da tristeza, por querer evitar esforço grande e sustida diligência, para o apercebimento, pela ânsia de continuidade, cria a ilusão de duração. E na duração existem o “eu” e o “tu”, criados pela eu-consciência que é a mente. Quando me sirvo da palavra “mente”, por favor, não façais divisão entre mente, emoções e corpo é a coisa integral que eu procuro referir-me, estou dividindo somente pela conveniência vossa. Não sistematizeis agora, e não digais: “Oh! Sim, é o corpo que sente, são as emoções que sentem, a minha mente acha-se completamente livre”. Isto é falso, deveis olhar ao conjunto, afim de vos poderdes libertar da eu-consciência. Deveis ter a capacidade de sentir com grandeza, porém sem que esta capacidade crie o “eu”. Esta capacidade de sentir não deve perturbar a tranquilidade do vosso mental. Começai por estar absolutamente insatisfeitos, descontentes, não com o vosso próximo, porém convosco mesmos. Precisais sentir com grandeza, necessitais pensar com profundeza, porém esse “eu”, que adora domina, que controla e guia, não mais deve existir.


Krishnamurti
pensarcompulsivo

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