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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O QUE É INSIGHT ?


[...] Dissemos que a nossa maneira de viver se tornou mecânica: o passado, com toda a experiência e todo o conhecimento acumulados, é a fonte do pensamento, e está constantemente a dirigir e a moldar a nossa ação. O passado e o futuro são inter-relacionados e inseparáveis e o próprio processo de pensar é baseado nisto.

O pensamento é sempre limitado, finito; embora pretenda alcançar o céu, esse mesmo céu situa-se no quadro do pensamento. A memória é mensurável, tal como o tempo. Este movimento do pensamento nunca pode ser fresco, novo, original. 
 
Assim, a ação baseada no pensamento tem de ser sempre fragmentada, incompleta e contraditória. Precisamos compreender profundamente todo este movimento do pensamento, o seu lugar e a sua relativa importância nas necessidades da vida quotidiana, coisas em que a memória tem de ser usada.

Qual é então a ação que não é um prolongamento da memória? É uma ação nascida da compreensão imediata e penetrante, do insight.

O insight não é uma dedução minuciosa, não é um processo analítico do pensamento, nem tem qualquer relação com a memória, que nos limita ao tempo. É um percebimento sem aquele que percebe; é uma percepção instantânea. A partir deste insight, a ação tem lugar imediatamente. A partir dele, a compreensão de qualquer problema é rigorosa, completa e verdadeira. Não há desapontamentos, não há reações. E uma compreensão absoluta. Não pode haver insight sem a qualidade do amor. Insight não é uma operação intelectual sujeita a argumentos e demonstrações. Este amor é a mais alta forma de sensibilidade — quando todos os sentidos florescem juntamente. Não se trata de uma sensibilidade aos desejos e problemas pessoais, que fazem parte da estreiteza da vida que se vive, mas de uma sensibilidade que é amor. Sem ela, o insight é completamente impossível.

O insight é holístico. Implica assim a totalidade, a plenitude da mente. A mente é toda a experiência da humanidade, o vasto conhecimento acumulado, com toda a sua capacidade técnica, os seus sofrimentos, ansiedade, dor, angústia e solidão. Mas o insight, a compreensão profunda está fora do alcance de tudo isto. Estar liberto do sofrimento, da tristeza, do isolamento, é essencial para que esta compreensão aconteça. O insight não é um movimento contínuo. Não pode ser aprisionado pelo pensamento. O insight é a mais alta inteligência, e a inteligência utiliza o pensamento como um instrumento. O insight é inteligência, com a sua beleza e amor. São realmente inseparáveis: são, de fato, uma só realidade. E esta realidade é o todo, o que há de mais sagrado.

 
Krishnamurti
http://pensarcompulsivo.blogspot.com.br



SOBRE A VISÃO E O INSIGHT
 

Osho, o que significa ver?

Um cego olha para o sol. O sol está ali, mas o cego não pode ver porque ele não tem vista. Se ele conseguir a vista ele terá a visão o sol. A vista tem que acontecer dentro e a visão será externa.

Você precisa procurar pelos olhos e se tornar um vidente, você precisa abandonar sua cegueira e todos os tipos de sujeira que estão cobrindo os seus olhos, você precisa ficar aberto; este é o significado de conseguir a vista ou o insight. Insight é muito melhor, insight enfatiza o "interior". A vista acontece dentro - este é o significado de insight. Você abre, ouve, vê e é capaz de receber, e então tudo o que já está presente ali - o som primordial do omkar, a música celestial que o circunda... e você ainda não ouviu pois não tem ouvidos para ouvi-la, não tem ouvidos tão sensíveis. Você pode ouvir somente barulhos, e não música.

Se você treinar, se apurar os ouvidos, bem lentamente eles se tornarão mais e mais meditativos, silenciosos, receptivos e passivos. Eles chegam ao estado que os Taoístas chamam de wu-wei, não ação - completamente silenciosos, sem agitação própria - pois se você tiver alguma agitação própria você perderá aquilo que está presente. Quando seus olhos estiverem simplesmente vazios, você terá um insight. Olhos repletos de pensamentos, preconceitos, conceitos e crenças não pode ver. Eles vêem aquilo em que crêem e não aquilo que é.(...)

Quando seus olhos estiverem completamente despidos - você não tem qualquer tipo de crença dentro de você, não sabe o que é o quê, simplesmente não sabe mesmo... Você sabe somente uma coisa, que você não sabe, que você é inocente - nesta inocência você tem um insight. E então, tudo o que você vê através deste insight é chamado de visão.

E isso se chama visão para mostrar uma diferença dos sonhos. A visão realmente existe. O sonho também parece presente, mas ele não existe realmente. O sonho é projetado por você e a visão á parte da realidade. No sonho você trabalhou sobre a realidade; na visão a realidade trabalhou sobre você. No sonho você é ativo, está fazendo algo, projetando. Na visão você é um wu-wei, inativo, passivo. Você permite que a realidade trabalhe sobre você. No sonho você é um grande agente; o sonho é um fazer. Na visão você é um não-agente um objeto receptivo.(...) Você está num tipo de entrega. E quando você está num tipo de entrega a realidade acontece, pois você não a impede. Ela está continuamente tentando acontecer a você mas você insiste em impedi-la.

Deus vem a você em milhões de maneiras, mas você tem uma certa ideia de Deus e Deus não tem a obrigação de preencher suas ideias. Ele vem em suas maneiras próprias e você fica esperando de acordo com a sua crença. Portanto, você perde continuamente.(...)

A visão não é um sonho. A visão é quando todos os sonhos desapareceram e você não tem uma mente sonhadora. Então, o que acontece é uma visão. Mas, para isso, o insight é necessário. Precisa-se aprender a ver, a ser, a ouvir, a tocar, a cheirar, a saborear. E então, a pessoa fica surpresa - Deus vem através de todos os sentidos.

Seja mais sensitivo, menos crenças, menos cabeça e mais sensibilidade. Seja mais sensual, vivo em seus sentidos, e então de repente um dia você verá: não é simplesmente a luz que está vindo a você, é Deus em forma de luz; e não é a árvore que está a sua frente, mas Deus; não é a rocha, mas Deus; não a mulher por quem você se apaixonou, mas Deus; não o homem, mas Deus. Quando o insight se torna claro e desanuviado, repentinamente você começa a perceber que Deus está em todos os lugares, pois tudo é Deus. 
 
 
Osho, em A Sabedoria das Areias
http://ventosdepaz.blogspot.com.br

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